Quase Escolhido escrita por mille_crotti


Capítulo 3
Uma nova esperança


Notas iniciais do capítulo

Oi Gente!
Desculpa a demora, mas estava bem enrolada semana passada.

Esse capítuo ficou maior!

Recadinho importante lá embaixo!

Boa leitura =]



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                Neville não estava entendendo. Por mais novo que fosse, com seus 5 anos já era mais inteligente e mais maduro que as outras crianças de sua idade, o que sempre deixou sua avó muito orgulhosa. Não podia acreditar que a pessoa a quem mais amava e confiava, talvez até mais que a seus próprios pais já quer estes praticamente não existiam devido à sua constante ausência, havia mentido sobre a verdadeira razão do sumiço de seus pais.

                Será que eles o haviam abandonado? Será que havia sido adotado e com o tempo seus “pais” perceberam o erro que cometeram? Ou ele era uma criança “normal” demais para ser filho do maior casal de aurores que o mundo bruxo já viu? Seja qual for o motivo, o pequeno estava vendo seu mundo desmoronar.

                - Como assim, Vovó? Não estou entendendo.

                - Nev, antes de lhe contar qualquer coisa preciso que prometa que irá me ouvir até o fim e não irá me interromper até que eu termine.

                - Nesse momento, Neville já não sabia o que esperar. Saiu do colo de sua avó e foi sentar-se no sofá, encolhido e abraçado em uma almofada listrada de roxo e prata, sua favorita. A cada ano, em cada aniversário, mesmo não sendo comemorado com festas, ficava esperando um presente de seus pais. Não um brinquedo ou qualquer outra coisa, ele queria qualquer sinal deles, de que, mesmo estando longe, o amavam e sentiam sua falta. Não esperava que aparecessem, mas rezava todas as noites por um pedacinho mínimo de pergaminho, escrito “Parabéns! Com amor, seus Pais.”.

                - Eu prometo, Vó. – Respondeu cabisbaixo.

                - Primeiro, Nev, quero que saiba que menti para você... Me prometeu ao interromper! – Ralhou Agusta, ao notar que o neto já estava abrindo a boca para falar. – Assim está melhor. Veja Nev, o que vou contar é uma história triste e pesada até para uma pessoa adulta. Só estou lhe contando agora porque você já provou ser de uma inteligência e maturidade muito acima de sua idade, então logo iria descobrir por si. Pois prefiro que saiba por mim. Menti, sim, mas na maior e melhor intenção de protegê-lo.

                Augusta fez uma pausa. Por mais brilhante que fosse o neto, ela sabia muito bem que este tinha apenas 5 anos, e é muito informação junta para assimilar.

                - Continuando. O que você lembra de quando lhe contei, no mês passado, sobre os tempos difíceis pelo qual passamos até que você completasse 1 ano?

                - Lembro de você contar que eram tempos de guerra e desconfiança. Um bruxo que não devemos falar o nome queria dominar todo o mundo e torná-lo livre de trouxas e tridores de sangue. Ele tinha seguidores em todos os lugares, então não se podia confiar em ninguém. Acho que é só... Ah!  E tinha um tal de Dumdor que lutava ao lado de muitas pessoas para impedir aquele bruxo de conquistar seus objetivos, mas ele foi derrotado por um menino de 1 ano chamado.... Larry? Barry? Harry! Harry Potter. Isso aconteceu um dia depois do meu aniversário.

                Augusta impressionou-se ao ver como o neto havia se lembrado de tudo.

                - Não é “dumdor”, querido, é Dumbledore. Ele criou uma organização chamada “Ordem da Fênix”, da qual participavam os melhores bruxos e bruxas que o mundo já viu. Organização essa, da qual seus pais faziam parte.

                Neville parou de respirar por alguns instantes: seu coraçãozinho estava acelerado. Então seus pais não ficaram ausentes por causa de uma estúpida pesquisa do Ministério. Eles estavam mortos. Morreram lutando por um mundo melhor, como verdadeiros heróis. O pequeno olhou em cima da lareira, onde estava uma das várias fotografias espalhadas pela casa. Aquela, particularmente, era sua preferida.

                Sua mãe, com cabelo castanho escuro e olhos verdes iguais aos do filho estava grávida, já no fim da gestação. Vestia apenas um top azul claro e uma calça preta. Suas mãos seguravam a base de sua barriga desnuda, onde lia-se escrito em tinta azul “Já te amamos muito”. Seu pai, com cabelo castanho acinzentado, olhos escuros e rosto redondo com algumas sardas, estava agachado ao lado da mulher, beijando sua barrigo, Ao fundo, um pouco acima da cabeça do homem, lia-se em uma faixa:

“Venha logo, Neville,

você completa a nossa família!

De seus pais e amigos.”

                As duas figuras do retrato sorriam e acenavam para o pequeno que olhava as fotos. (N/A: Para quem não conhece a história da série Harry Potter, de J. K. Rowling, os retratos se movem como mini filmes sobre o momento da foto.) Neville sentiu lágrimas brotarem em seus olhos, tentava controlá-las, mas em vão.

                - Eles foram mortos por ele. Por Aquele Bruxo. – Foi a única coisa que saiu de sua boca. – Quero ir visitá-los, Vovó! Quero ir visitar suas lápides.

                - Querido, isso não será possível.

Neville a olhou sem entender.

- Mas você disse que iríamos lá hoje! Você falou que antes de irmos à sorveteria passaríamos lá! – Falou o pequeno, inconformado.

- Nev, deixe-me terminar de falar. – Augusta tomou fôlego, aproximou-se do neto, sentou ao seu lado e olhou em seus pequenos olhinhos iguais aos da mãe.

- Não é possível visitar suas lápides, querido, por que... seus pais não estão mortos.

Pela primeira vez desde o início da conversa com a avó, Neville sentiu uma pequena faísca de esperança. Seu coração acelerou, assim como sua respiração. Porém, em sua mente, o único pensamento que lhe ocorria era “Eles estão vivos!”.

- Mas então o que aconteceu? Porque eles não vêm me visitar? – Perguntou intrigado.

- Nev, essa é a parte mais difícil, você tem certeza que...

- Tenho. – Interrompeu o neto. – Eu quero saber de tudo, Vovó, o que aconteceu com eles?

- Bom – Augusta suspirou. – Como eu disse, Dumbledore tinha o que podemos chamar de um pequeno exército, a Ordem da Fênix. O problema é que Você-Sabe-Quem também tinha os seus seguidores, chamados Comensais da Morte, tão cruéis que quanto seu senhor. Seus pais, assim como os Potter, já haviam desafiado o bruxo três vezes e Dumbledore, atrevo-me a dizer o maior bruxo que o mundo já conheceu, aconselhou-os a permanecerem escondidos por um tempo. Os Potter, assim como seus pais, ficaram sob proteção de amigos. Seus pais vieram morar comigo. Os Potter, confiaram à Sirius Black, até então melhor amigo do casal, o segredo do Feitiço Fidellis, aquele que esconde um local e apenas o portador do segredo e as pessoas por ele autorizadas sabem da localização do lugar. – Augusta foi sentar-se novamente em sua poltrona vinho ao lado da lareira.

- Em resumo, Black era um Comensal da Morte e contou ao seu mestre a localização de seus “amigos”. Foi assim que o bruxo matou Lílian e Tiago, mas viu seu fim em Harry, de apenas 1 ano. Seus pais ficaram trancados em casa por meses sem sair. Foi difícil, era como estar em Azkaban (N/A: Prisão do mundo bruxo guardada por Dementadores, seres que sobrevivem sugando a alegria das pessoas), sem os Dementadores, é claro. Um dia, eles chegaram ao seu limite. Como já não tinham notícias de Você-Sabe-Quem há mais de um mês, eles resolveram sair um pouco. Decidiram que não teria problema passear por uns 20 minutos na praça aqui da rua debaixo para respirarem um pouco. Nesse dia estava chovendo, como você estava se recuperando de um resfriado, ficou aqui em casa comigo.

Augusta tinha grossas lágrimas se formando em seus olhos, mas tentava controlá-las. Uma teimosa escorria por seu rosto.

- Eu vi tudo Nev. Já fazia 30 minutos que eles haviam saído, quando comecei a ouvir gritos e feitiços sendo lançados. Com medo, peguei você, subi até sótão que tem uma janela que dá para ver a praça. Seus pais duelavam com dois Comensais da Morte. Estavam indo muito bem, até que sua mãe foi tentar proteger uma família trouxa que estava passando pelo local, e foi atingida por uma Azaração Estuporante.  Seu pai entrou em desespero, esquecendo-se que ainda estava duelando foi tentar ajudar sua mãe e também foi estuporado.

Augusta já não tentava conter as lágrimas, assim como o neto, estava soluçando. Neville estava petrificado, chorando enquanto tentava imaginar a cena.

- Depois disso, os dois Comensais não foram embora. Começaram a torturar seus pais e a família trouxa que sua mãe tentou salvar, estavam no lugar errado, na hora errada. Pouco depois, eles mataram os trouxas. Mas seus pais foram torturados por mais quase 1 hora naquela praça, antes dos Comensais aparatarem, levando Franco e Alice. A polícia trouxa só chegou depois de 3 horas, pois acharam que era trote, é claro que não iriam acreditar que dois bruxos tinham matado 3 pessoas e estavam torturando mais duas. Eu ainda ouço os gritos, Nev.

                Avó e neto se abraçaram. Ficaram assim, chorando, durante alguns minutos antes de Augusta continuar.

- Seus pais foram encontrados dez dias depois, vagando pelas ruas periféricas de Londres. Sem memórias, sem lembranças, sem nada. Nev, nós vamos visitar seus pais, mas sinto lhe dizer que eles não irão reconhecê-lo, nem a mim, nem a si mesmos. Nev, seus pais ficaram loucos.


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Notas finais do capítulo

E aí o q acharam?

Eu sei queé chato, mas vou adotar uma técnica de alguns autores que tenho lido....

Só posto o próximo capítulo quando receber 5 reviews!

Claro, se alguem quiser recomendar, fiquem à vontade!

Beijos



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