Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 5
Duas novas amigas... Ou mais que isso.


Notas iniciais do capítulo

queria pedir desculpas pelo atraso do cap!!Boa leitura.



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No dia seguinte contamos aos meus irmãos, ou melhor, confirmamos, pois Lucia já havia lhes dito sobre a possibilidade. Pedro e Edmundo ficaram muito contentes. Pedro e Lucia pareciam mais empolgados com a idéia de se tornarem tios; se Edmundo estava, não demonstrou.

                Pela metade da manhã encontrava-me em meu quarto arrumando minhas coisas e as de Caspian, pois, hoje cedo, chegou aqui em Cair Parável um mensageiro calormano dizendo que o Tisroc, que estava no poder, ofereceria um banquete a realeza dos países vizinhos e estava nos convidando. Ficou decidido que partiríamos hoje mesmo. Confesso que voltar a Calormania ainda me causava arrepios despertava lembranças nem um pouco agradáveis, mas agora é diferente: eu estava com todos os meus irmãos (ao contrario da ultima vez que estava só com Ed, Sr. Tumnus e Corin), Rabadash estava morto e eu tinha meu amado marido que sempre estaria ao meu lado.

                Lucia estava sentada em minha cama olhando-me andar de um lado para o outro pelo quarto. Permanecia calada e parecia querer dizer algo sem saber como. Os reis estavam na sala do trono resolvendo os últimos problemas antes da viagem.

                - Susana? – chamou ela não agüentando mais ficar calada. Estava envergonhada como se falasse sobre algo intimo ou tivesse medo de me magoar.

                - Sim?

                - Bom...er...hum...é que eu queria contar uma coisa que está me preocupando muito.

                - Diga. – pereci animada.

                - Errr...ontem a noite...eu...sonhei com Aslam e...

                Virei-me para ela, as sobrancelhas unidas.

                - Ontem a noite sonhei com Aslam e ... Ele dizia coisas como: “Jadis a quer, não deixe que consiga”, e também: “o futuro de Narnia depende dela”.

                Prestava muita atenção no que Lucia dizia, afinal acontecera comigo também.

                - Continue. – incentivei.

                - Depois sonhei com ele de novo, estava no ermo do lampião, o chão e as arvores cobertos de neve. Ele estava sentado ao lado do lampião, imóvel, de frente para mim. Sei que pode ser loucura, mas eu estava mesmo lá, como se não estivesse sonhando. Pessoalmente, entende? – Assenti, lenta e atentamente. – Outra coisa estranha aconteceu: eu podia ouvir os seus pensamentos e ele os meus. Recitou o seguinte... - Recitou a mesma profecia que Aslam recitou para mim. – Disse também que a criança escolhida é o seu bebê, Susana.

                Fiquei em silencio, bem que Aslam falou...então é tudo real...meu bebê está correndo perigo...

                - Su, diga alguma coisa! – cobrou não agüentando meu silencio.

                - Eu tive o mesmo sonho e depois conversei com Aslam em pensamentos – contei – e não fui só eu, Caspian também.

                Ela reprimiu o susto.

                - Aslam disse que todos estavam conversando com ele. – acrescentou.

                Assenti.

                - É tudo real.

                - O importante é que ele estará conosco. – Lucia sorriu. Sorri de volta.

                Tudo pronto partimos em uma caravana pequena: uma carruagem e alguns soldados a cavalo. Na carruagem seguia eu, Caspian e meus irmãos.

                - Falta muito? – perguntou Edmundo olhando pela janelinha da carruagem. Ainda nem estávamos no deserto!

                - Sabe que a viagem até a Calormania é longa. – disse a ele. Eu estava sentada ao lado de Caspian, minha mão na sua e minha cabeça deitada em seu ombro. Edmundo estava sentado a minha frente ao lado de Pedro. Lucia brincava com uma mecha do cabelo ao meu lado.

                - Quem deve estar ansioso é Pedro. – comentou Caspian, senti que sorria e vi meu irmão encarando-o com aquela cara que quer dizer: “não acredito que você vai falar disso” ou “por favor não diga nada sobre isso” ou “não começa”.

                - Por quê? – perguntou Lucia, só agora parecendo interessada na conversa.

                - Soube que o rei da Arquelândia também foi convidado. – Explicou Caspian. Todos compreenderam. Era obvio que se o rei fosse levaria as princesas e sabíamos que Pedro tinha uma queda pela princesa da Arquelândia. Sorri e Edmundo revirou os olhos.

                - Ah, não faça essa cara, Ed. – pediu Lucia. – deixe de ser sem graça!

                - Soube também, Edmundo – acrescentou Caspian – que o rei Aller está atrás de marido para suas filhas, e você é um forte candidato para a princesa mais nova.

                Agora Pedro tinha o mesmo sorriso desafiador que devia estar no rosto de Caspian.

                - Não gosto de princesinhas mimadas e cheias de frescurinhas, que tem medo de armas e guerras. – Edmundo protestou – Alem disso, não tenho o que vocês chamam de cupido. Nem acredito neles se querem saber!

                - Deixe de birra, Edmundo – falei -. É uma possibilidade, e se não quiser se comprometer, ninguém vai obrigá-lo. – Edmundo calou-se voltando a olhar pela janelinha, adquiriu uma expressão preocupada e pensativa.

                Poderíamos ter escolhido outro caminho, o rio, por exemplo, mas a viagem em um navio seria mais longa e trabalhosa. As horas foram avançando e o sol ficando mais forte até que finalmente chegou o crepúsculo e com ele, o frio.

                Essa oscilação brusca entre o frio e o calor não era nada boa. Sentia um mal estar terrível. Podíamos também, ir todos a cavalo, o trajeto seria realizado mais rápido ainda, mas Caspian e Pedro concordaram que era perigoso para eu andar a cavalo.

                A viagem durou três dias contando com aquele. No terceiro dia, pelos meados da tarde alcançamos as portas de Tashbaan. Senti um cala frio, de pé em frente ao portão. Hesitei e senti a mão de Edmundo em meu ombro, encorajando-me. Olhei para ele, meu irmão sorria de leve para mim. Sorri de volta, criando coragem. Atravessamos os portões a pé e assim seguimos até o castelo do Tisroc. A população abria caminho com dificuldade pelas ruas.

                No castelo, fomos recebidos pelo Tisroc. Um jovem rapaz alegre e simpático, nem de longe lembrava Rabadash, felizmente. Fez questão de nos levar pessoalmente aos nossos devidos aposentos. Era um corredor comprido cheio de portas duplas.  Quatro dessas portas foram ocupadas por nós. Eu e Caspian em um e meus irmãos em quartos separados. O Tisroc nos parabenizou por minha gravidez e orientou que descansássemos pelo resto do dia, a noite, um jantar de boas vindas nos aguardava. Empregados trouxeram a bagagem para nossos respectivos aposentos, nossos soldados receberam alimentos e puderam hospedar-se no alojamento dos soldados calormanos e nossos cavalos alojaram-se no estábulo real recebendo os mesmos cuidados dos cavalos dali (sem falar que eles eram visivelmente mais robustos e inteligentes que os cavalos da Calormania).

                Estava bastante cansada, depois de um banho relaxante, Caspian e eu dormimos o resto do dia. Após o pôr-do-sol começamos a nos preparar para o jantar. Vesti um vestido lilás, deixei os cabelos soltos e entreguei um colar a Caspian para que ele pusesse em meu pescoço. Puxei todo o cabelo para o lado para que ele tivesse uma visão do que estava fazendo. Posicionou a corrente fina de prata e brigou com o feche minúsculo. Suspirei, não por sua demora, mas por algo que me inquietava.

                - Está preocupada? – perguntou ele em mais uma tentativa frustrada de fechar a corrente.

                - Lucia teve o mesmo sonho que nós. – soltei com o ar. Senti Caspian respirar com a preocupação que o assunto trazia.

                - Pedro e Edmundo também. – respondeu ele, serio. Conseguiu fechar. Virei para ele sentindo de novo aquele medo. Ele leu minha expressão.

                - Então...

                - É tudo real. Sempre foi e não precisávamos saber o sonho dos outros, Aslam não apareceria em sonhos se a coisa não fosse seria. – sua voz tinha a preocupação de rei e o medo de pai.

                Obriguei-me a respirar e minha respiração acelerou-se mais do que devia.

                - Caspian... – sussurrei como se pedisse socorro.

                - Calma, Su. – abraçou-me. Embora a preocupação e o medo permanecessem, sua voz era reconfortante. Retribui seu abraço. – Aslam estará conosco e, alem disso, tenho certeza que, se precisarmos, podemos contar com amigos.

                Sabia que se referia ao Tisroc e ao rei da Arquelândia. Era como se a nuvem cinzenta e espessa da ameaça pairasse sobre mim e meu pequeno.

                Descemos para o jantar e guiados por uma empregada chegamos ao salão em que eram oferecidos os banquetes. Era um lugar belo, decorado com flores nas colunas, esculturas e no centro a enorme mesa farta. Meus irmãos já estavam La conversando com o Tisroc. O jantar de boas vindas seguiu alegre e descontraído. Os reis tratavam de assuntos de Estado e comentavam as coisas positivas e negativas de seus reinos. A única coisa negativa de Narnia eram os gigantes que ainda causavam dor de cabeça; já as da Calormania eram as secas rígidas ou a chuva em abundancia desnecessária, fora isso corria tudo bem, ou, tudo normal.

                Pouco falei naquelas horas e percebi alguns olhares preocupados de Edmundo. Passado o jantar fomos dormir com uma “boa noite” de nosso anfitrião e comunicados que amanhã o rei Aller, da Arquelândia, chegaria a Tashbaan com as princesas. Pude ver o rosto iluminado de Pedro e o pensativo de Edmundo. Não sei o que tanto lhe preocupava...

                Na manhã seguinte fizemos a primeira refeição do dia com o Tisroc, refeição esta que foi interrompida por um dos empregados avisando a chagada da realeza da Arquelândia. Todos nos dirigimos para o pátio de entrada. O portão foi aberto e por lá entrou a caravana do rei. A pé como nós, e com alguns soldados. Na frente vinha o rei, via-se logo que era ele, pois era um homem maduro e usava vestes dignas de um rei, tinha um rosto simpático e amistoso. Um pouco mais atrás dele vinham duas jovens, a primeira, a da esquerda, aparentava ter a idade de Edmundo, era um pouco mais baixa que eu, usava um vestido azulado, tinha cabelos louros e ondulados que caía-lhe pelas costas. Infelizmente, não era bonita de rosto. E então a da direita, a menina dos olhos de Pedro, ao contrario da da esquerda era muito bonito: tinha cabelo liso castanho-claro e usava franja; seus olhos castanho-escuro destacavam-se na pele branca, usava um vestido esverdeado e parecia corada e tímida. Não pude deixar de olhar, discretamente, para Pedro. Seu rosto estava iluminado como se visse o sol depois de um bom tempo preso em um lugar escuro. Lucia também o olhava, troquei um olhar com ele e sorrimos. Olhei também para Edmundo, sua expressão era impaciente, inquieta e desviava o olhar do da moça loura que sorria para ele. Era um sorriso nada simpático, comparado com o da outra moça, parecia gritar “eu sou a melhor”. Foi quando Edmundo olhou novamente para os recém-chegados e seu rosto tornou-se iluminado como o de Pedro. Sem entender a mudança repentina olhei para o mesmo lugar que ele, sabendo que não devia ter visto algo na moça que o fizera mudar tão de repente. Realmente não era ela, o olhar de Edmundo focava alem da loura.

(n/a: acho melhor ver do ponto de vista de Edmundo)

Edmundo

                Não gostei nem um pouco do sorriso e do olhar que a garota mais nova dirigia a mim, impaciente, desviei o olhar, senti Susana fitando-me, mas preferi não encará-la. Percebi que o meu desviar de olhar poderia ofender os recém-chegados, então, mesmo contra minha vontade, voltei a olhá-los. Foi quando vi. Atrás das duas primeiras moças em uma distancia de poucos passos, quieta e silenciosa, surgiu outra moça, devia ter entre quinze e dezesseis anos, ou seja, minha idade, possuía pele clara, seus olhos eram profundezas de um castanho que não consegui distinguir; seus cabelos caiam-lhe sobre os ombros e as costas em cachos e tinham uma cor indefinida, parecia ser castanho, mas havia fios dourados que se misturavam causando a confusão. (n/a: como luzes, só que mais naturais e em maior quantidade). Usava calça e botas, alem de ter uma espada presa a cintura. Foi como se visse a luz do sol pela primeira vez.

Susana

                - Sejam bem vindos, amigos! – O Tisroc os cumprimentou quando chegaram até nós – Creio que vocês já foram apresentados aos nossos vizinhos narnianos!

                - Eu sim, meu amigo, mas minhas filhas ainda não – respondeu o rei, as duas princesas fizeram uma reverencia a nós.

                - É um prazer, majestades. – disse a moça da direita.

                - E uma honra. – acrescentou a da esquerda.

                - Caros amigos, estas são minhas filhas: Renere – gesticulou para a moça loura, a da esquerda -, a mais nova e Ranyelle, a mais velha. – gesticulou para a moça de cabelo castanho-claro, a da direita. Nada falou sobre a terceira lá atrás que parecia encabulada.

                - E a moça lá atrás? – perguntou Edmundo. O rei e as princesas viraram para ela. Aller acenou para que ela se aproximasse obediente, ela veio. Ranyelle sorria de leve para a moça, já Renere a encarou com visível inveja. A moça parou entre Ranyelle e o rei.

                - Esta é Jamim, general do exercito da Arquelândia e uma grande amiga. – apresentou o rei.

                - Majestades. – Jamim fez uma reverencia.

                - É um prazer conhecê-las. – disse Pedro as moças.

                - Imagino que os amigos estejam cansados da viagem.  – falou Tisroc – levarei-os até seus aposentos.

                - Nem um pouco! – anunciou Aller. – Nós reis temos que por o assunto em dia.

                - Sendo assim, acho que as rainhas e as princesas também. – disse Caspian, olhando rapidamente para mim e já seguia com os outros reis levando Edmundo que parecia hipnotizado. Restaram só nós, mulheres.

                - Bem, ainda não nos apresentamos. – referia-me  a Lucia e a mim mesma, simpática, estendendo a mão para Ranyelle. – Susana. – disse e trocamos um aperto de mãos.

                - Lucia. – ela estendeu a mão para Renere. A princesa cumprimentou minha irmã de volta.

                - É um prazer. – disse Ranyelle, doce, enquanto cumprimentávamos Jamim.

                - Bem, podemos passear enquanto falamos. – sugeriu Lucia. Aceitamos e logo começamos a caminhar.


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Notas finais do capítulo

Dedico este cap a Gabriel_mello e Ranny_Cullen!!!
Beijokas!!
Comentem!!!