- O que vamos fazer sem a Rachel?
- Boa pergunta Artie? – Finn ainda estava atordoado com toda essa situação.
- Não é o fim do mundo, gente. Nós já estávamos nos acostumando a ensaiar sem ela.
- Mas dessa vez é diferente Santana. Sem ela nós não faremos o grande show. Já parou pra pensar o quão bom será pra nos fazer esse show com o Will? Quantas portas se abririam se nós fossemos bons, e modéstia à parte, nós somos mesmo. Mas somos melhores com a Rachel. Finn, por favor, você tem que fazer com que ela volte a cantar.
- Mas o que eu posso fazer gente? Cantar agora é como se fosse uma tortura pra ela.
- Mas antes era a coisa que ela mais amava.
- A situação é outra pessoal, eu não posso simplesmente obrigar ela a cantar, a melhor coisa da Rach é o amor com o que ela canta, o brilho no olhar, a coisa mais linda é aquela emoção que vem de dentro dela. Se agora toda vez que ela cantar, se lembrar daquele infeliz, eu sou o primeiro a apóia-la.
- Você vai dar as costas pra gente Finn?
- Eu não estou fazendo isso, eu estou apoiando a minha namorada que está passando por um momento muito difícil. Mas eu prometo que se eu ver que ela está melhor, farei de tudo pra ela voltar a cantar.


“Não sei o que estou sentindo agora. Não sei o que pensar. Só sei que é hora de seguir em frente, seja lá qual for o caminho que tomarei e...”

Rachel não conseguiu terminar o que estava escrevendo. Alguém bateu a porta. “Quem é?”, perguntou. Um sorriso bem largo apareceu depois da resposta. PAPAAAAAAAAAAAAI, ela gritou assim que abriu a porta. Deu um abraço apertado que demorou alguns segundos, mas que para eles pareceu séculos, a saudade era muito grande. Seus pais haviam saído em viagem pelo mundo, e na Inglaterra encontraram uma proposta de emprego irrecusável. Não queriam ter deixado sua bebêzinha sozinha nos Eua, mas Shelby assegurou que cuidaria dela e que era hora de Rachel ter sua independência. Logicamente que com o ocorrido eles viriam encontrá-la. Mas um de seus pais não pode vir por causa de um compromisso do trabalho, então apenas um deles voou para a América. Mas para Rachel, só o fato de os pais terem se preocupado com ela e terem a vontade de ir vê-la já era o suficiente para alegrá-la. Ele a convida a dar uma volta até a praça da cidade, local onde ele sempre a levava quando ela era pequena.
- Minha pequena, todos nós temos momentos difíceis na vida, e eles servem para nos fazer crescer. Por mais que agora você pense que isso só serviu pra atrapalhar sua vida, isso vai servir pra te fazer crescer.
- Como papai? Toda vez que me lembro daquilo, me sinto suja, sinto como se tudo estivesse acontecendo novamente.
- É normal, e sei que vai ser muito difícil pra você, mas você tem algo pra te dar forças:  a sua música e...
- Eu não quero mais cantar.
- Como assim? Você dizendo isso?
- Toda vez que eu voltar a cantar me lembrarei de tudo o que passei.
- Muito pelo contrário filha. Toda vez que você cantar você achará forças pra dizer pro mundo que você conseguiu superar tudo isso. E o mais importante, você vencerá, alcançará sua meta e jogará na cara daquele cretino que você venceu pelo seu talento, pela pessoa maravilhosa que você é.
- Papai, eu não consigo...
- Lembra quando você estava decepcionada com o Finn e escreveu aquela música linda pra regionais?
- Claro que lembro papai, foi a primeira música que eu escrevi.
- E a única que você cantou em público. Então minha filha, usa essa sua dor e seu talento pra fazer músicas lindas e lançar um CD. Nós damos o apoio tanto como pais como o financeiro também. Não temos muito, mas ajudaremos no que for preciso.
- Obrigada por tudo papai, precisava tanto ouvir você, e o outro papai também mas eu entendo que ele não pode estar aqui.
- Ah minha filha, e quanto ao coral de vocês? Eles precisam de você.
- Eu sei papai, e eu preciso deles também.