- Eu sei que você não confia nele, nem eu confio. Mas ele é digamos, meu chefe esses dias, eu vou ter que agüentá-lo.
- Confessa que não tá sendo tão difícil assim.
- O que? Não acredito que você esteja pensando nisso. Eu estava aqui, em casa minuto pensando em você, sentindo sua falta e é isso que você me diz? Você continua sendo o mesmo inseguro de sempre, e eu odeio isso.
- Eu só quero você longe dele.
- E eu só quero a minha carreira.
- E eu só quero você.

“Vamos Rachel, responde alguma coisa, você sabe que está certa”. Rachel pensava, mas era apenas isso mesmo que ela conseguiu fazer: Pensar. Finn estava ali, sério, furioso diante de toda essa situação. Ela não podia tirar a razão dele, mas ele devia confiar mais nela. O que fazer? O que falar? Eram muitas as dúvidas na cabeça da moça.

- Vamos Rachel, não vai dizer nada?
- Não.
- Não?
- Nada do que eu diga agora vai mudar seu pensamento. E tudo o que eu sinto por você, tu já sabe de cor e salteado.
- E então o que vai fazer? Vai ficar aí parada olhando pra minha cara pra sempre?

Nessa hora chega uma mensagem no celular de Rachel: “Se ele continuar aqui, dê adeus ao seu contrato. Jesse”. Pronto, era só o que faltava! Como ela iria dizer pro Finn para ir embora. Respondeu a mensagem: “Nem pensar. Se ele for, eu vou junto. E pare de se meter na minha vida pessoal”.

- Com quem você está falando? Com ele, não é?
- Sim, é. Estou resolvendo essa história de uma vez por todas. Pensando bem, espere aqui amor. Eu vou pessoalmente acabar com essa palhaçada toda.
- Já está mais do que na hora. Volte logo.

Rachel saiu do quarto determinada a por um fim na situação. Nem que pra isso ela tivesse que abandonar essa chance. Outras viriam, com certeza. Bateu na porta de Jesse. Ele abriu a porta e mandou que ela entrasse. Assim que ela entrou, ele trancou a porta, sem ela perceber.

- Jesse, chega disso. Eu desisto, ok? Fique com seu contrato, seu CD, sua vida e deixe-me viver a minha. Isso já está ficando uma coisa possessiva, pelo amor de Deus. Eu não quero mais você se metendo na minha vida.
- Tudo bem, Rachel, eu entendo. Agi errado. Você está livre pra fazer o que quiser.
- Estou? – Rachel achou estranho tudo aquilo. Ele estava calmo demais, aceitou tudo de uma maneira muito amigável. Algo ele estava tramando.
- Está sim, sabe porque Rachel? – O semblante dele mudou, foi ficando sério, maligno. Ele foi se aproximando dela, a encostando na porta. – Porque você nunca esquecerá dessa noite.

Rachel tentou abrir a porta e só nesse momento percebeu que estava trancada. Tentou gritar, mas ele foi mais rápido e colocou a mão em sua boca. Com a outra, a imobilizou. O terror tomou conta da menina. O que ele ia fazer. “Finn, cadê você?”, ela tentava gritar, sem sucesso.

- Hoje você vai ser minha Rachel, toda minha.

Ela balançava a cabeça dizendo que não, nesse momento já chorava de desespero. Em um só golpe ele arrancou a blusa dela, a deixando só de sutiã. A jogou na cama brutamente e começou a beijar o corpo da garota, que se debatia tentando impedir. Mas todo seu esforço foi em vão. Ele era bem mais forte que ela, era impossível ganhar essa luta. Por mais que ela tentasse não ia conseguir fugir, e isso a desesperava mais. Olhou para o lado e viu o celular dele. Era sua chance. Ele estava tão concentrado em seu corpo que mal via tudo em seu redor. Pegou o celular e digitou: “Socorro. Quarto do Jesse. Rápido. Rach”. Foi tudo o que ela conseguiu digitar. Quando foi colocar o celular de volta, ele caiu no chão fazendo um enorme barulho.

- O que foi isso? – Pergunta Jesse, furioso.
O medo de Rachel aumentou ainda mais e ela mal conseguia falar, só chorava, chorava, chorava...
Ele continuou a beijá-la e tirou sua calça. “Rápido Finn, por favor meu amor, venha logo”. Era tudo o que ela pensava. Os minutos pareciam décadas. Porque ele não aparecia logo? E se ele não ver a mensagem? Seu desespero logo deu lugar a uma dor muito forte. Ele a estava possuindo, parecia mais um animal em cima de uma caça. Ela soltou um grito que logo foi abafado por ele. Ela mordeu a mão dele e começou a gritar “Finn, me ajuda. Cadê você?”.

De repente, ouve-se um barulho na porta. Isso faz Jesse parar, como se estivesse acordando de um transe. Quem for que estivesse do outro lado, nitidamente estava querendo quebrar a porta. Ele não sabia, mas Rachel tinha toda certeza de quem era. Seu amado tinha chegado pra resgatá-la desse inferno.
- Jesse, o que você está fazendo com minha namorada, seu desgraçado? Eu vou te matar!
- Finn, me ajuda por favor.
- Cala a boca você, fica quieta aí. E quanto a você Hudson, saia daqui. Eu não vou quebrar a sua cara hoje, tenho coisas mais importantes pra fazer. Se bem que vontade não me falta.

Finn finalmente consegue quebrar a fechadura e abrir a porta mas fica paralizado alguns segundos com a cena que vê dentro daquele quarto. Rachel, sua estrela dourada estava ali, apagada. Toda enrolada em lençóis, suas roupas jogadas no chão e em seu rosto resplandecia o medo. Ela só conseguia chorar, e o olhar dela pedia piedade. Finn voltou-se para Jesse e a única coisa que conseguiu foi mandar seu ódio pro seu braço

- Seu desgraçado! – Ele deu um soco no rosto de Jesse, que caiu no chão. Ele continuou insultando e batendo no cara. Só parou quando os seguranças chegaram e os separaram.
Enquanto levavam Jesse pra enfermaria, ele falou:
- Isso vai ter volta Hudson, você vai se arrepender.

- Vai se danar! E nunca mais encoste um dedo na minha Rachel.
Assim que Jesse saiu, ele foi socorrer sua amada. Ela parecia estar em estado de choque.
- Rachel, meu amor. O que esse filho da p. fez com você hein?
- Finn, foi horrível, eu... foi... – Ela chorava e soluçava, desesperadamente. Finn a abraçou bem forte, deu um beijo em sua testa. Tudo o que ele podia dar agora era carinho e apoio. Porque ele deixou ela ir sozinha? Porque? Estava se sentindo muito culpado. Tudo aquilo era um pouco culpa dele também. Mas agora não era hora de pensar nisso.
- Vamos pro seu quarto, vou cuidar de você hoje, ok?
Ela só conseguiu acenar com a cabeça que sim. Ele a levantou, ela foi andando toda encolhida até o quarto, seguida por ele. Finn arrumou sua cama, e não fez maiores perguntas. Não agora. Depois perguntaria tudo o que aconteceu. Deitou Rachel e depois se deitou. Depois de muito tempo, e algumas xícaras de chá de camomila, Rachel conseguiu dormir. Já Finn, não. Não conseguiu pregar os olhos. Passou a noite ali, cuidando de sua amada, desejando que quando ela acordasse, pensasse que tudo isso não tinha passado de um terrível pesadelo.