Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

temos alguns personagens de volta galera.............



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Cap. preparativos

POV MARCUS

Era difícil assimilar tudo que via, ainda estávamos no jardim reunidos e eu podia observar a harmonia daquela família. A bruxa estava ao lado de um homem jovem de pele morena e aparência frágil, comparado ao que se transformava. A mestiça, Luna, mantinha sua cabeça no ombro do lobo sem nenhum receio, pelo contato, o aroma dele me enjoava e acredito que todos os vampiros sentiam o mesmo, estranhamente para aquela garota isso parecia não importar.

Nos braços da bruxa o bebe de some Surya dormia tranquilamente e em um outro ponto do gramado Esme embalava o bebe de nome Kham. Como ela suportava ficar tão perto de um ser humano? A mestiça que foi a razão de toda esta briga estava sentada no colo do lobo que eu conhecia como Jacob e o tocava sem medo ou pudores. Ao longo de tantos anos o rapaz não sofreu nenhuma mudança, era a imagem perfeita do que Aro havia nos apresentado anos antes, imortal também?

Era incrível imaginar que desta mistura improvável tenha nascido um ser hibrido perfeito. Caliel era um ser fantástico, seus traços vampiricos lhe davam a graça e poder sem limites, os traços de lobo ampliavam seus sentidos assim como sua forca. Um ser a ser cobiçado com certeza. Posso entender melhor agora a ira e o desejo de Aro, um família como esta poderia provocar muitas mudanças em nossas leis.

-Esta se sentindo bem Marcus? O cheiro é desconfortável, mas logo se torna tolerável. – Carlisle chamou minha atenção –

-O cheiro incomoda, mas não é nisso que estou pensando no momento. Como é possível Carlisle, vocês se portam como humanos, suas reações, o controle de seus dons e forca?

-Como foi dito uma vez a vocês, não é sem esforço que mantemos nossa família da forma que esta vendo. Todos aqui nasceram após minha criação e nossos laços e desejos em relação a vida humana são fortes. A alimentação diferenciada provavelmente nos ajuda a conviver de forma pacifica com lobos e humanos.

-Recentemente descobrimos que outros fatores também auxiliam. O desejo pela sobrevivência e pela proteção. – apontou para os vampiros Gabriel e Fred, desconhecidos por mim ate aquele fatídico encontro.-

-Me diga o que vê Marcus! – inquiriu Carlisle de forma divertida -

Eu conseguia ver laços entre todos os membros daquela família, o amor que unia os casais, os laços que união todos aos bebes e as mestiças, a tolerância e carinho em relação aos lobos. O mais incrível eram os laços que uniam os lobos e suas parceiras. Era como se eu enxergasse apenas um pessoa, algo tão forte que a morte de um destruiria o outro.

-Carlisle, eu me sinto perdido. – Carlisle riu e se levantou indo em direção a Edward –

-Culpa deste aqui! – apontou para Edward com carinho – Sem o pedido de sua mãe e minha necessidade de ter uma compania, isto – se dirigiu a toda sua família – nunca seria possível. –tocou o ombro do rapaz que saiu em disparada pela floresta –

Eu podia compreender, todos ali tinham sua historia e motivos, mas minha mente não conseguia ir mais alem, meu único foco agora era a razão pela qual o rapaz saiu correndo em direção ao ponto da floresta onde Micaela estava com Bella.

-Aconteceu alguma coisa com Micaela. Porque ele saiu correndo? – a angustia e as reações de meu corpo espantaram ate a mim. Eu havia me levantado tão rápido e ido em direção a Carlisle, que só reagi quando senti os braços de Emmett sobre meu ombro. Minha reação foi involuntária e o atirei longe já rosnando em posição de ataque, quando percebi o que fazia me desculpei com todos aguardando a resposta de Carlisle.

-Não aconteceu nada com sua companheira Marcus, ela apenas já se decidiu.

-Minha companheira? – a voz era firme e pausada, mas minha mente era um turbilhão de ansiedade –

Eu não obtive nenhuma resposta, apenas observei a movimentação a minha volta. Alice e Anala caminhavam em minha direção com olhares implorativos, as mãos de Alice estavam inquietas e logo Miroir se juntou a elas contendo seu corpo que deseja, pular?

-Podemos preparar o casamento? – as três disseram juntas arrancando gargalhadas de todos a minha frente –

-Eu...casamento...do que estão falando?

Senti o aroma doce de minha Micaela se aproximar e logo pude ouvir o som das batidas de seu coração, este som era tão único para mim que parecia fazer meu coração de pedra bater no mesmo ritmo. Seus olhos buscaram pelo meu e ali havia felicidade e desejo, imediatamente meus lábios se moveram em um sorriso sincero e abri meus braços.

Aquela frágil humana correu de forma lenta em minha direção, eu podia apreciar todo o seu corpo, seus gestos delicados e os cabelos soltos balançando contra o vento me torturando com a presença forte de seu aroma. A sede que ardia em minha garganta era apaziguada pelo amor que sentia por aqueles olhos brilhantes.

Só agora entendia as palavras de Carlisle e Edward ‘’não é sem esforço’’.

Quando ela me abraçou tomei cuidado para não usar minha forca e machucá-la.

-Quem vai casar? –sua pergunta me pegou de surpresa, ela havia ouvido as meninas –

-Se me aceitar meu amor. Vamos nos casar em breve. – levemente toquei seus lábios e me afastei aguardando uma resposta –

-Eu aceito. – ela respondeu com um enorme sorriso e se jogou em meus braços, enlaçando suas pernas em minha cintura e buscando meus lábios –

***

-Acha mesmo que será uma boa escolha Anala?

-Ai Alice, você teve a visão é claro que seria o melhor local neste momento. Após o casamento ela será transformada e lá ninguém poderá nos encontrar.

-Vocês duas podem parar de falar como se eu não estivesse aqui!

-Você ouviu alguma coisa Alice?

-Não. – falou de forma divertida - Vamos continuar arrumando tudo aqui, ainda preciso ir ao shopping comprar umas coisas.

-Arrrrhhhhhhhhhhhh

Elas continuavam a tagarelas como se nada tivesse acontecido. Ontem meu casamento foi marcado e hoje estávamos nos organizando para viajar, iríamos nos hospedar na ilha de um amigo de Anala, voltaríamos a Europa ainda esta tarde e as duas estavam deixando a todos loucos com os preparativos para a festa. Marcus ficou com Carlisle no escritório, estavam tentando encontrar meios de reorganizar a família real sem criar conflitos entre a ‘’paz’’ já estipulada.

Miroir e Alec estavam com Jasper e Emmett organizando o barco para a viagem e alguns pedidos loucos de Alice. Seria mais rápido se viajássemos de avião, mas o auto controle não era bom o suficiente para todos ali presentes e Fred não conseguia conviver bem com humanos em função  a seu dom.

Esme cuidava dos pequenos junto a Rosalie enquanto Luna e Kali escapavam pela janela para namorar. Era engraçado como tudo naquela casa era feito como se todos fossem humanos, queria que minha vida também fosse assim após minha transformação.

Sentiria muita falta da escola de dança e de Paola, ela nunca poderia conhecer a verdade então providenciamos uma mentira para que nem ela e nem ninguém procurassem novamente por mim. Eu morri para os humanos, poucas horas atrás meu carro foi encontrado em um penhasco próximo a estrada, o fogo destruiu qualquer evidencia do que seria meu corpo, apenas a placa e minha bolsa, que foram atiradas de forma irregular pelo penhasco identificavam o motorista.

Lamentei por provocar dor a Paola, mas esta foi a forma mais rápida que encontramos de resolver o problema. Acreditem ou não, os meninos se divertiram produzindo o falso acidente enquanto Carlisle assinava o laudo médico comprovando minha morte.

***

A tarde passou rapidamente em meio a compras, malas e identidades falsas para mim. Jasper era muito bom nisso, fez um trabalho tão perfeito que com certeza não seriamos barrados em lugar nenhum, o que mais me chamou a atenção foi o trabalho de Emmett, os papeis foram preparados por Jasper, mas os dados no sistema do governo foram plantados por Emmett, um verdadeiro rato de computador.

Os barcos estavam prontos e fomos para a marina improvisada na praia de La Push, daquele momento em diante fui proibida de ver meu noivo e viajamos em barcos diferentes, coisas de Alice. Eu não acreditava na quantidade de bagagem que levávamos, Alice havia comprado muita coisa para a festa e para mim também, já que ela dizia que meu guarda roupa era chinfrim.

Podemos colocar assim, no barco em que estávamos o clima era mais ameno, pois estávamos entre ‘’humanos’’ ou quase isso. Kali, Samy, Helen, Luna, Nessie, Jacob, Seth, Anala e os gêmeos estavam comigo. Miroir queria vir junto para me conhecer melhor e aos outros da família, mas Alec não suportava ficar tão próximo de humanos e não se alimentar.

No outro barco seguiram Alec, Miroir, Bella, Edward, Emmett, Rose, Carlisle, Esme, Gabriel, Fred, Alice, Jasper e o meu Marcus. Sabia que a viagem seria longa e a saudade aumentou em meu peito assim que lembrei de Marcus.

-Posso me sentar aqui?

-Claro Luna.

Estávamos ambas na proa com os pés para fora do barco. Nossos bracos presos a grade servindo de apoio para a cabeça.

-Enjoada? – perguntei puxando assunto –

-Na verdade não. Queria apenas conversar com você. Matar o tempo. – ela deu de ombros –

-Temos um longo caminho pela frente não é mesmo?

-Sim e sabe, já estou com fome. Queria tanto experimentar a torta de maca que você fez para minha mãe outro dia.

-Ah, então é isso – me virei puxando seu pequeno corpo para mais próximo de mim já fazendo cócegas em sua barriga – você só quer que eu cozinhe!!!! – eu sorria junto com ela –

-AHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, não vale, você conhece meu ponto fraco. – ela se desvencilhou dos meus braços e saiu correndo em direção a cozinha. – Comprei maca verde pensando em você – ela gritou sobre o ombro e não resistindo sai correndo a seu encontro –

Passei correndo por Anala e quase a derrubo no convés, pedi desculpa ainda correndo em direção a cozinha.

-Esta longa viagem será divertida finalmente.

-Sua filha é um amor tia – ela sabe mesmo deixar as pessoas a vontade –

-E eu não sei – ambas rimos e continuamos a alimentar os gêmeos –

Os rapazes estavam na sala e jogavam cartas distraidamente. Helen se juntou as meninas na cozinha enquanto eu e Nessie cuidávamos dos bebes. Era incrível como mesmo em poucos meses eles haviam mudado tanto. Os dentinhos de Sun era visível e seus olhos brilhavam de uma forma intensa, hora claros como os meus, hora escuros como o do pai. Kham era ainda mais especial, seus olhos ficavam brancos quando queria algo e depois voltavam ao tom de castanho do pai. O clima a sua volta estava sempre mudando, hora pequenas rajadas de vento cortavam o ar, hora uma brisa agradável desalinhava seus cabelos.

Os barcos viajavam próximos e em alguns momentos trocavamos de lado, Miroir vinha com freqüência até que se estabeleceu de vez. Ela queria matar as saudades dos longos anos que passamos separadas e as fofocas eram intermináveis, logo nos vimos divididos entre mulher e homens. Mesmo Alec e Marcus já estavam confraternizando bem entre os lobos e fazendo piadinhas enquanto jogavam cartas, algumas vezes eles esqueciam que Edward podia ler a mente de todos e o deixavam jogar.

Após muitas horas avistamos a ilha, estava escuro mas eu reconhecia aquele lugar a quilômetros, meu feitiço ondulava pelo ar a minha volta e me trazia lembranças agradáveis.

-Estamos chegando Nala. Não acha melhor avisarmos Zeferus. – Jasper gritou do outro barco –

-Você já conhece a recepção Jasper. – eu ri e ele me acompanhou –

Uma nova onda de prazer me atingiu, um poder diferente e um cheiro muito conhecido.

-Gabriel? Esta sentindo?

-Sim e não acredito, não pode ser!

Eu ouvia um som distante, uma musica conhecida. A melodia tão familiar só era tocada por uma pessoa.

-Anala? – Gabriel me chamou já pulando de um barco ao outro vindo em minha direção –

-O que é isso, que brincadeira é esta? – ele me pegou pelos braços e me sacudia –

-Eu não sei. Estou tão surpresa quanto você. – ele me largou indo para frente do barco, se colocando na ponta e gritando de maneira desesperada –

-ANA? ANAAAAAAAAAAAA?

-Gabriel..... – o som vinha de um ponto distante e parecia mais um sussurro.-

No mesmo segundo Gabriel se jogou ao mar, ele não conseguiria esperar até o barco ser atracado e ainda estávamos a uma boa distancia. Claro que o barco seria mais veloz, mas seu desespero em reencontrar a mulher era algo inexplicável.

-Ela não estava morta? – Seth me perguntou com um olhar confuso –

-Zeferus. – dissemos eu e Miroir juntas –

Logo um novo aroma preencheu o ar e desta vez todos sentimos, era algo semelhante a fresias e mel. Tochas foram acessas em toda a extensão do porto na ilha e um vampiro nos aguardava. Eu o reconheci imediatamente, eu não o via a muitos anos e em minha ultima visita ele não estava entre os demais.

-Saimon? – mesmo distante percebi que sua cabeça confirmava minha pergunta –

-Quem é Saimon?

-Ele é um dos vampiros do local, um dos mais antigos....ele vivia recluso até que...- e então eu o vi, um outro vampiro caminhava pela passarela de madeira e no mesmo instante eu sorri, assim como Alice, Alec e Miroir.

-Abáe. – os dois vampiros nos aguardavam de mãos dadas próximos a encosta, os barcos atracaram sem problemas e logo Miroir saiu correndo em direção a ambos.

-Anala!

-Zeferus. – nos abraçamos e ele me girava no ar –

-Desculpe pequena, eu vi tudo e tive que interferir. Sei que quase matei Gabriel do coração, mas foi necessário.

-Ah Zeferus, estou tão feliz em voltar para casa e encontrar todos bem.

-Ham, Ham...

-Desculpem família. – todos estavam atrás de nos esperando pelas apresentações para poderem seguir com as bagagens.

Apresentei a todos e logo de caras os grupos se deram bem.

-Ah cara, legal te encontrar bem, mas meu, tu é viadinho mesmo? – Claro que a pergunta veio de Emmett e todos congelaram com aquela situação –

-Ei grandão, mais respeito. – Saimon interferiu se colocando a frente de Emmett e o corpo do mesmo se retesou –

Saimom é um homem forte, ombros largos e cerca de 1,90. Sua pele pálida e os olhos vermelhos não negavam sua espécie, mas o que mais chamava a atenção em seu corpo eram as tatuagens indígenas nos braços e pescoço. Ninguém conseguia explicar como aquilo era possível, mesmo com o corpo transformado elas permaneceram intocadas.

-Você não devia falar assim do meu homem na minha frente. – Saimom sorria e bateu de leve no ombro de Emmett. Logo o clima entre todos ficou ameno e os dois palhaços saíram andando com boa parte das malas e riam em direção ao hotel.

Acredito que ninguém esperava por esta.


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