Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

amanha um novo cap com uma escolha nova e uma descoberta sobre a pessoa que domina o coracao de Abáe......rs.....



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Cap. Micaela Volturi?

Caminhamos pela floresta seguindo uma trilha feita pelos meninos alguns dias antes, não precisávamos nos afastar muito, meu dom bloquearia nossos pensamentos e teríamos apenas a floresta como testemunha.

-Bella? Para onde estamos indo? – senti que Micaela ainda não estava completamente a vontade entre nós e este era mais um motivo para ter esta conversa. Escolher ou não ser o que eu sou trará muitas conseqüências a sua vida. -

-Nenhum lugar em especial Micaela. Apenas quero ficar fora do alcance de todos.

Senti o corpo de Micaela ficar tenso, ignorei. Andamos mais alguns metros e me deixei encostar em um tronco pouco iluminado pelo sol fraco de Forks.

-Estamos isoladas agora. – sorri de forma simpática, Micaela parecia receosa –

-Não vou lhe fazer mal e muito menos quero que mude de idéia quanto a suas escolhas, só quero entende-la. Você antes nós temia, não conseguia ficar perto de nós. Quando foi que se apaixonou?

-Ah Bella – suspirou em alivio – eu não sei exatamente. Porque precisamos nós afastar para me fazer esta pergunta?

-Porque dependendo de sua resposta, precisarei te explicar algumas coisas sobre a transformação.

-Ah....bom, quando conheci os Volturi fiquei encantada com todo o luxo e poder que os três irmãos emanavam. Todos belos e intimidadores. – ela olhava a sua volta enquanto falava, parecia tentar descobrir onde estava - Aro era o que mais me chamava a atenção por ser o único a se aproximar, a encantar e seduzir, mas Marcus me inquietava, sempre sereno e com olhos distantes. Sua tristeza me lembrava da minha, eu entendia a dor contida em seus olhos mesmo sem conhecer seus motivos.

Micaela sentou-se sobre uma pedra, com a ponta dos pés levantava algumas folhas secas do chão e fazia pequenos movimentos circulares na terra úmida.

-Quando vim para a America foi ele quem me arrumou um lugar para morar. Alec era o responsável por fazer isso e algum tempo depois fiquei sabendo que o fazia de acordo com os desejos de Marcus. – suas mãos estavam impacientes sobre o colo -

-Todos os dias eu era obrigada a enviar um relatório a eles. O endereço de e-mail era mudado a cada semana e apenas Alec tinha acesso a tudo, pelo menos era isso que me disseram. Quando as coisas mudaram e Alec se afastou o único a quem eu me reportava era Marcus.

-Ele se mostrou paciente comigo, passávamos horas na frente do computador conversando sobre dança e arte moderna. Por muitas horas eu apenas o ouvia falando sobre a beleza da dança, o quanto ela se desenvolveu ao longo dos anos e também como foi degradada.

-Nosso riso era tão solto, nossas conversas, via conferencia, não eram mais um relatório sobre a família Cullen. – me olhou como que se desculpando - usávamos aqueles momentos para nos conhecer e acredito que foi assim que meu amor por ele despertou.

-Não via mais um homem triste de olhos vermelhos sem vida e pele arenosa. Eu o vi  despertar de seu torpor para a vida. – Micaela sorriu de forma tímida - Eu lhe contei toda minha infância e ouvi relatos seus sobre os momentos mais antigos de sua vida.

-Quando percebi nossas conversas já terminavam com ‘’eu te amo’’ e ao desligar o computador a saudade já tomava conta de mim.

Um sorriso bobo brotou em seus lábios e finalmente seus olhos focaram os meus.

-Eu nunca o havia tocado até hoje. – se levantou vindo em minha direção -

-Pode parecer loucura para você ou para quem quer que seja, todo o medo que eu sentia ao estar perto de um vampiro e não sinto ao lado dele. Conviver com vocês me mostrou que esta espécie pode ser diferente da que eu conheci, da frieza das relações e do medo provocado por intimidação e dor.

Ouvindo Micaela não consegui imaginar tudo o que ela me contava, Marcus em frente a um computador sorrindo não era bem o que esperava de um Volturi frio e vingativo. Mesmo sendo uns dos mais distantes e Carlisle me contando suas historias antigas, onde Marcus era um homem inteligente e benevolente estas características não se encaixavam na imagem que eu tinha de todos.

-Bella? – Micaela me chamou –

-Desculpe. O que você me contou ainda não faz sentido. Como você conseguiu entrar no castelo? Ser uma pessoa de confiança deles?

-Eu estava procurando emprego, não tinha experiência em nenhum tipo de trabalho então me candidatei como recepcionista do castelo. – ela voltou a fitar as arvores a sua volta -  A vaga só pedia que a pessoa fosse comunicativa e lidasse bem com o publico. De inicio imaginei que as qualidades exigidas se dessem pelo numero constante de turistas no local.

-Quando fui para a entrevista, levei comigo um livro que havia ganhado de um amigo, estava tão absorta na leitura que não percebi as pessoas a minha volta sendo chamadas e deixando a sala vazia.

Inicio do flashback

-Drácula? Um clássico é o que dizem, eu considero um monte de besteiras e mentiras sobre a vida de um vampiro.

-Desculpe-me – falei levantando e logo guardando o livro na bolsa – me chamo Micaela – estendi a mão que logo foi rejeitada – vim para o cargo de recepção.

-Da maneira como não percebeu minha chegada ou a movimentação na sala acredito que não será muito útil para nós, não como recepcionista – seu olhar sobre mim era de ‘’fome’’ –

A porta atrás do rapaz loiro, de pele quase translúcida se abriu e dela um senhor vestindo roupas formais e muito bem cortadas caminhou lentamente até nós. Seus passos leves davam a impressão de que ele flutuava.

Não conseguia distinguir as emoções contidas em seu rosto, os óculos escuros me impediam de ir alem do que era dito através de seus lábios finos.

-Gosta de vampiros jovem?

-Gosto da idéia de ser forte, bela e jovem para sempre. Acredito que este é o sonho de toda mulher. – a voz saiu mais firme do que esperava, sua presença me incomodava de uma maneira estranha –

-De a ela as explicações necessária Victor, se ela sobreviver a isso será nossa recepcionista. – o homem se dirigiu ao rapaz que falava comigo antes de forma tão fria que parecia estar falando com algum objeto inanimado. O rapaz apenas assentiu e aguardou pela saída do home e esta se deu de forma tão rápida que perdi a visão do mesmo ao piscar –

-Parece que você teve sorte desta vez, caiu nas graças de nosso amo. Me diga criança, tem medo de vampiros? – a pergunta me pegou desprevenida e logo o rapaz forçou os olhos e o que imaginei antes serem lentes de contato pretas se desfizeram dando lugar a olhos vermelhos penetrantes e cruéis.

Fim do flashback

-Depois disso, tudo me foi esclarecido. No inicio eu relutei em acreditar e ri muito do rapaz, acreditei que aquilo seria mais uma brincadeira, uma atração turística – o sorriso em seu rosto era forcado – me mostraram a verdade da forma mais cruel – seu corpo tremeu levemente e senti o odor de seu suor no ar, seu coração acelerou e sua pupila dilatou logo em seguida. As lembranças em sua mente não eram muito agradáveis -

-Mesmo com medo eu fiquei encantada, queria todo aquele poder e por isso aceitei estar aqui. – finalmente seus olhos encontraram os meus –

-Hoje, sua vontade ainda é esta? Ainda quer ser o que eu sou Micaela?

-Não queria. Queria ter uma vida normal, seguir meu destino, mesmo que ele não realizasse meus desejos reais. Minha vida humana não me permitiria realizar meus sonhos...eu só não queria viver esta vida sozinha...

-Agora Bella, eu quero. Tenho medo sim, não queria sentir o desejo da morte em meu corpo e viver da vida de humanos.  – senti a dor de suas palavras como sendo minhas a alguns anos atrás – Ele estará do meu lado, me amando toda a eternidade, tenho certeza disso e por este amor eu quero, quero tudo o que me reserva esta vida. – sua voz firme e decidida, assim como sua postura a minha frente me fez ter a certeza de que aquela alma estava destinada a esta vida assim como a minha estava –

-Agora relaxe e me escute Micaela, vou te explicar como se dá esta transformação.

Ambas sentamos no chão úmido sem nos preocupar com roupas ou o local. O sorriso de Micaela surgia e desaparecia a medida que lhe explicava todo o processo destes três dias de dor antes da morte. Eu acreditava, que assim como foi comigo, saber o que realmente ocorre pode nós dar forcas e aplacar a dor do momento. Busquei relatar tudo da forma mais suave possível.

-Não sei qual será sua escolha, se optar pela morfina não terá controle de seu corpo, o que aplaca a agonia de quem esta te observando de fora, a dor para você será a mesma, o fogo consumira seu corpo e os gritos ficarão presos em sua garganta. Gritar em desespero ou não vai depender apenas da forca que sua mente possui para assimilar todas as mudança.

-Bella?

Aquela voz me pegou de surpresa. Estava tão fixa em minhas lembranças enquanto expunha para Micaela o que lhe aconteceria que não notei sua aproximação. Havia prometido a mim mesma nunca contar a ele sobre aqueles três dias e agora era tarde, pelo tom de sua voz ele havia ouvido tudo.

-Edward....eu... – suas mãos foram de encontro a meus lábios e ele me silenciou.

-Micaela. Poderia nos dar licença? A trilha de volta a casa esta marcada, não terá problemas em voltar sozinha, lhe garanto. – seu olhar não desviou do meu em nenhum momento. Ali eu via dor, agonia e decepção.

Micaela seguiu a trilha sem questionar. Edward me olhava de uma forma desconcertante. Nos afastamos apenas alguns passos, finalmente seu corpo se moveu e suas mãos foram em direção a seus cabelos, ele passava seus dedos embaraçando ainda mais os fios e passou a andar de um lado a outro.

-Porque mentiu? – sua voz estava aflita ao mesmo tempo que seu tom era diferente do normal -

-Não menti meu amor. Apenas omiti aquele momento. – ouvi minha própria voz e ela estava fraca, transmitindo todo meu medo -

-Eu poderia...

-Shi. Você não poderia fazer nada. – me aproximei puxando sua mãos em direção a meu peito - Sabíamos que eu passaria por aquilo, que sentiria aquela dor, eu apenas mascarei os fatos para não vê-lo como esta agora.

-Ah Bella – ele me abraçou com forca – nunca quis que passasse por aquilo. Não mereço tanto amor – seus lábios tocaram meu pescoço e soltei um gemido involuntário –

-Era inevitável amor e não me arrependo. – segurei seu rosto entre minhas mãos e olhei em seus olhos - Passaria por tudo novamente para estar a seu lado.

Nossos lábios se encontraram inicialmente com carinho, mas loco fomos tomados por um desejo incontrolável. O beijo tranqüilo se transformou em um desejo ardente. Minhas mãos se prenderam a seus cabelos o puxando mais para próximo de mim. Senti suas mãos deslizando por minhas costas chegando até a barra da camisa que usava, seus dedos tocaram minha pele e senti seu calor percorrer meu corpo...

-Vamos para casa amor? – ele sussurrou em meu ouvido –

-Acho que não consigo chegar tão longe – sorri com meus lábios presos ao dele - ..

***


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