Cap. 35 - Beijo

POV KALI

-Venha, vamos aproveitar que todos estão dispersos. Quero te mostrar uma coisa. – não a deixei responder, já fui puxando seu braço e a levando em direção a floresta –

Caminhamos de mãos dadas sem nada dizer em palavras, nossos olhares diziam tudo -curiosidade, medo, amor - , ate que chegamos ao local que eu queria leva-la. Estávamos próximos a casa de Emily se precisássemos correr de volta e longe o suficiente para que não nos ouvissem. Puxei Helen para mais próximo de meu corpo já me encostando em uma arvore de grossas raízes expostas.

A arvora tinha o tronco recoberto por grandes falhas que incomodavam a pele, mas não me importei, queria apenas sentir mais daquele corpo contra o meu. Seus cabelos me lembravam um pouco os de Alice, cortado de forma desgrenhada deixando as mechas negras e grossas despontadas em volta de seu rosto e nem por isso a deixando menos feminina.

Seu corpo tinha o tamanho perfeito para o meu. Helen possuía um corpo alto e esguio, as pernas grossas e agora expostas pelo pequeno shorts que não faziam questão de cobrir muita coisa. A blusa colada deixava minha mente vagar por pensamentos incoerentes e cheios de desejo.

-Eu acreditei que ficaria sozinho por ser diferente. – suas costas estavam apoiadas em meu peito e minha cabeça aninhou-se em seu ombro me permitindo sussurrar em seu ouvido. Senti que seu corpo tremia em reação a minha proximidade –

-Nunca acreditei em um amor assim, imediato, que te tira o chão. Meu mundo se tornou você, sua felicidade.

Senti seu corpo movendo-se suavemente contra o meu, sua pele sedosa, um tom mais claro que a minha exalava um aroma cítrico delicioso que fazia meu corpo ficar em alerta. O negro de seus olhos entrarão em conflito como tom esverdeado dos meus e nos perdemos ali, um preso na alma do outro. Nenhum músculo se mexia mais do que o necessário, nossa respiração curta era o único som que se fazia ouvir.

Nossos narizes já se tocavam, seus lábios grossos abriram-se de maneira convidativa e os meus seguiram seus sinais, já conseguia sentir seu hálito quente contra o meu, seu gosto tornando-se algo sensível a mim. Com a ponta dos dedos de minhas mãos toquei seu braço sentindo seus pelos arrepiarem-se com o toque e quando suas reações tomaram forma no som de um leve gemido, não contive mais meu desejo e puxei seu corpo para junto do meu a beijando com paixão.

Sua língua macia e quente buscava por espaço em minha boca sedenta de seu gosto. Duelávamos de forma intensa, voraz e apaixonada. O ar nos faltava e não queríamos nos afastar, nosso corpo entrelaçado se deixou cair sobre as raízes cobertas de relva, os braços querendo mais abraços e as pernas entrelaçadas como que buscando espaço para entrar um no corpo do outro

-Como isso pode ocorrer? Mal nos conhecemos! – Helen arfava, ao mesmo tempo que buscava se desvencilhar de meus braços tentando falar –

-Se os dois pombinhos não sabem nós podemos explicar! – aquela voz, aquele sorriso safado –

-O que faz aqui Luna? – falei já serio me levantando, levando comigo o corpo ainda mole de Helen -  

-Aproveitamos a deixa e fugimos também. – a pestinha deu de ombros mantendo as feições de garotinha inocente –

-Sabe Helen – falou já se sentando a seu lado em uma raiz grossa – Samy se apaixonou por mim quando eu ainda era um bebe, foi uma loucura entre nossas famílias – deu uma leve risadinha, acompanhada por Samy que agora estava encostado em uma árvore próxima – é difícil imaginar uma meia vampira com um lobo, assim como será difícil para você assimilar que estava aos beijos com um meio humano, meio vampiro e meio lobo – tocou de leve em seu ombro – só não pense muito e beija mais. – saiu do tronco em um salto se jogando nos braços de Samy e o afastando de nós.

-Nós avise quando mamãe chamar. – gritou já bem longe de nós –

Me virei para Helen e percebi que tudo aquilo a tinha deixado ainda mais confusa e também curiosa.

-Eu sei que a idéia de Luna é muito boa, mas posso ver que outras coisas passam nesta cabecinha. Estou pronto, pode perguntar o que quiser. – Helen mordeu o lábio inferior e sorriu de forma travessa. –

-Depois. Agora eu quero mais de você.

Não esperava por esta reação e também não me fiz de rogado, entreguei-me aquele beijo ardente com todas as minhas forcas.