Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 3
Capítulo 2 - uma morte por uma vida




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Cap. 2

Olá garotos! –Sam acenou para nós enquanto estacionávamos o carro na frente de sua casa. – O que esta pestinha aprontou para precisar voltar para casa escoltado? –Samy passou pela porta tendo seu cabelo todo bagunçado pelo pai que nos recebia com um grande sorriso.-

-Venham, vamos entrar.

Entramos em silencio e um pouco nervosos.

-Então, vocês estão sérios, eu estava brincado quando falei com vocês na porta, mas pelas caras que estão fazendo algo aconteceu. – O semblante de Sam estava serio e sua voz era preocupada e passava toda a forca de um Alfa. –

-Sam, Emily esta em casa, precisamos falar com ela também?

-Ela esta nos fundos, vou chamá-la. – seus olhos estavam mais negros que o comum enquanto ele saia da sala –

Ambos entraram na sala e Emily estava apreensiva e olhava para as escadas como que buscando pelo filho para ter uma explicação para tudo aquilo.

-Sam, Emily – eu comecei buscando as palavras certas para descrever toda aquela loucura – vocês se lembram de como foi para Jacob saber sobre Nessie, a vontade que ele tinha de matá-la por não entender tudo o que estava acontecendo e que...

-Não me diga que Samy tentou algo contra Luna. Precisamos falar com ele Sam...-Emily havia se levantado e já ia em direção as escadas quando foi impedida por Sam.-

-O que aconteceu realmente Seth?

-Bom, Samy estava com ciúmes de Luna por ter recebido mais atenção de Nala nestes últimos dias, mas isso passou assim que ele a viu. Bom – Seth passou a mão pelos cabelos e sorrio envergonhado – foi igualzinho ao que aconteceu com Jacob.

Emily colocou a mão sobre o peito já arfando.

-Seth, ela ainda é um bebe como isso é possível? – Sam, que ainda respirava normalmente, questionou da mesma forma que eu havia feito em casa.-

-Acho que esta será uma pergunta constante em nossa historia. –Samy estava na ponta da escada e encarava seu pai de forma preocupada –

-Pai, eu não sei explicar, foi diferente no mínimo. Tudo que eu sentia antes sumiu e meu mundo se resumia naqueles olhos azuis e covinhas no rosto de anjo que sorriam para mim. Ela também parecia me querer, buscava por mim com suas mãozinhas gordas. Pai, eu não a vejo com desejo, isso nem me passou pela cabeça, o que eu quero é apenas estar com ela. – Samy agora estava ao lado de sua mãe a abraçando de lado como que buscando por sua aprovação. Sam rolou os olhos e sorriu.

-Pareço estar revivendo o dia em que Jacob se explicou para Bella. – risos – Filho, não precisa ter medo de nossa reação, claro que levamos um susto e os achamos muitos jovens, mas sabemos exatamente o que esta sentindo – Sam colocou suas mãos sobre as de Emily e lhe deu um beijo doce sobre os dedos entrelaçados – e daremos todo o nosso apoio a vocês, afinal de contas parece estar se tornando freqüente esta mistura de raças mesmo. – Sam deu de ombros e todos soltaram o ar como em um suspiro agradecendo por tudo ter corrido bem.-

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Pov Paulo

-Três anos querida. Há três anos você dava a luz a nossa pequena.

Olhava para o céu, a noite escura e sem estrelas não tinha nada em especial se não fosse a data. Hoje minha filha faz três anos e hoje também  faz três anos que perdi o amor de minha vida. Nunca mais busquei informacoes sobre ela e não me arrependo, espero que ela não tenha consciência da minha existência, os traços da mulher que a teve nos braços eram muitos semelhantes ao de Angelina e ela poderia muito bem mentir sobre seu nascimento.

 Eu esperava que isso acontecesse ao mesmo tempo em que desejava reencontrar minha pequena, a pegar nos braços e pedir perdão por te-la abandonado. Explicaria tudo a ela e esperaria por seu perdão. Mesmo que ela nunca me perdoa-se eu entenderia, fiz o que fiz por ela e em respeito ao pedido de sua mãe. A conhecia a apenas 20 anos, mas era o suficiente para entregar minha vida em suas mãos. A beleza da noite em que nos vimos pela primeira vez ainda vive em minha mente.

--

Estava caçando pelos bairros da periferia italiana, ao contrario dos outros vampiros eu não matava minhas presas, o controle que tinha sobre o veneno que percorria meu corpo era considerado uma aberração. Eu pelo contrario, o considerava uma dádiva, não me sentia bem matando pessoas e não conhecia nenhuma outra forma de nutrição aceita por meus senhores. Era apenas mais um servo de Voltera e uma vida vegetariana nunca seria aceita neste local. Caminhei pelos diferentes becos aproveitando a brisa fresca do entardecer  enquanto pensava em banalidades quando a encontrei.

O beco era pouco iluminado e vi a sombra de algo se movendo, adentrei calmamente pelo local e observei a jovem de traços delicados que tentava inutilmente limpar o barro de seu vestido, seus joelhos estavam ralados e os sapatos bem gastos. Sem perceber minha aproximação continuou a bater a mão sobre a mancha só aumentando o estrago já feito, aparentemente, por sua queda em uma poça próxima.

-Posso ajudá-la Senhorita? – sorri de forma sedutora, os traços vampirescos aumentavam meu poder de sedução e a ouvi engasgar no susto –

-Não é necessário senhor, eu já estou de partida. –se afastou rapidamente de mim colando seu corpo nas paredes úmidas  seguindo em direção a luz que vinha da rua. A segui  impedindo sua saída do beco, por mais que não gostasse de tirar vidas eu adorava a emoção da caçada.-

-Já esta anoitecendo e seria muito perigoso para uma jovem tão bela sair sozinha por estas ruas. Algo pode impedi-la de chegar a seu destino. – ela me olhou inquisidoramente -  

-Por acaso o perigo que me espera é o senhor? – sorri com malicia e aproximei meu corpo do seu já pressionando suas costas aos muros do beco –

Meus olhos brilharam nos dela e cravei meus dentes em seu pescoço tomando muito cuidado para que meu veneno não percorresse seu corpo. Quando senti seu corpo já mole me afastei procurando por seus olhos e a colocando sentada no chão.

-Você esta vivo? – ela murmurou já sem forcas –

Aquela pergunta me pegou de surpresa, como assim estou vivo? Ela deveria se preocupar com a sua vida e não com a minha. Curioso, aguardei na entrada do beco a chegada da noite e o despertar da jovem. O dia nublado e frio de inverno mantinha os moradores da cidade dentro de suas casas para aquecerem seus corpos. Pouco se via do sol ou da não distante presença da Lua.

Estava observando os movimentos das nuvens no céu, sua velocidade controlada pelo vento e as formas se modificando a cada segundo quando ouvi passos vindos do beco e virei em direção a jovem. Não tinha percebido o quanto era linda, seu corpo magro e coberto por um vestido solto não escondia seus seios fartos e quadril largo, ela tinha as curvas características das italianas e era incrivelmente branca. Seus cabelos negros desciam ondulados por seu rosto ate a altura do ombro como uma moldura que aprisiona uma tela rara. Sim, sua beleza era rara, traços fortes contrastavam com a delicadeza de lábios bem desenhados e grandes olhos de um azul escuro incomum.

-O que é você? Por que não esta morto?

-Não entendo sua pergunta, por que deveria estar morto?

-Você tocou meu corpo, tomou meu sangue. Ah...-o espanto em seus olhos me mostrou que ela entendera o que eu era e ao contrario do que pensei ela sorriu – Você é um vampiro?

Apenas acenei com a cabeça.

-Você é tão lindo! – ela estava deslumbrada e incoerente –

-Obrigado, você também é uma jovem muito bela e não deveria estar só, posso acompanhá-la ate sua casa?

-Não tenho uma casa nesta cidade, estou apenas de passagem. Não sou desejada nos locais que freqüento.

-Por quê?

Me senti ligado aquela mulher, queria cuidar dela, proteje-la. Ela parecia também confiar em mim e fomos juntos procurar algo para que ela se alimentasse já que suguei muito de seu sangue, seu corpo estava fraco e ela parecia não se alimentar a muitos dias. Enquanto ela comia um prato de sopa fumegante me contou sobre si.

-Nasci em um bairro pobre e meus pais não tinham muitas condições para me alimentar ou prover qualquer coisa para meus cuidados. Minha beleza se destacava e pessoas gostavam de me olhar e ficavam com pena de minhas condições dando a meus pais dinheiro. Foi desta forma que servi de moeda de troca para a realizações de seus sonhos.

Quando tinha 14 anos meus pais me venderam a um homem muito rico para que ele me tomasse por sua esposa. Eu fui sem olhar para trás, já não amava meus pais e conhecia os desejos de minha mãe de se tornar uma mulher de posses ao me casar com um velho rico. No momento em que o homem me tomou nos braços e me beijou ele morreu. Sua vida secou em sua pele e os ossos ficaram fracos em questão de minutos.

Quando ele me tocou senti repulsa. Em meus pensamentos eu desejava sua morte, desejava lhe fazer mal, seus olhos tomados por desejo embrulharam meu estomago, sentia-me anojada em pensar que aquele senhor tomaria meu corpo. quando seus lábios com hálito de tabaco tocaram os meus eu desejei sua morte e fechei os olhos com forca esperando pelo pior, senti o corpo corpulento do homem bater no chão com forca e o olhei apavorada.

Sai na rua gritando pedindo por um medico, pela policia ou qualquer um que me ajudasse. Quando o medico chegou trouxe com ele meu inferno pessoal. Me acusou de bruxaria e de matar o pobre homem que emanava saúde, fui perseguida pela policia e consegui me esconder pelos bueiros da cidade. Desde então eu vivo fugindo, todos que me tocam da forma que você ou ele me tocou morrem.

A tomei nos braços afagando seu cabelo não encontrando resistência de sua parte. A historia que ouvia era impossível, não conseguia dar nome ao que aquela jovem era. Seu sangue não tinha o gosto estranho do sangue dos bruxos e não havia nada que pudesse ser sentido como veneno. Seu sangue tinha um sabor maravilhoso em meus lábios e um aroma de rosas, não poderia perde-la, me sentia seu dono, não, na verdade sentia-me prisioneiro de seus olhos, de sua boca. Eu a queria para mim.

-Se me permitir posso te ajudar criança. -Contei a ela que poderia ajudá-la se me acompanhasse ate o castelo e ela o fez sem questionar.-

Aro foi muito gentil com a jovem já desejando a te-la na guarda. Ele via alem de sua ingenuidade, seu poder era muito grande e já latente em corpo humano seria surpreendente como vampira. Explicamos a ela nossa linhagem e o que ela teria que se tornar para ser protegida por nosso grande clã.

-Nunca! Nunca me tornarei um monstro. – aquelas palavras doeram em meu peito e a deixei correr em direção ao quarto onde havia estado mais cedo para se limpar. Nunca pensei que um coração de pedra pudesse sentir dor, mas a senti -

-Aro, me de um tempo com ela, posso convencê-la a mudar de idéia. Ela esta assustada é só.

-Claro Paulo, darei o tempo que precisa. Desejo muito esta mulher em nossa guarda e vejo que a deseja em sua cama. – Engoli suas palavras repletas de malicia e acenei com a cabeça concordando com tal injuria –

Segui para o quarto que iríamos dividir no castelo e a encontrei deitada na cama em posição fetal e chorando muito.

-Angelina, posso me aproximar? – sem ter nenhuma resposta me aproximei deitando a seu lado na cama –

-Você não precisa se tornar o que eu sou, você poderá partir se assim desejar. Eu partirei com você, para protegê-la apenas. – as ultimas palavras saíram mais fracas -  

-Paulo, você faria isso, fugiria comigo sem olhar para trás. – seus olhos vermelhos e inchados pelo choro não tiravam em nada sua beleza –

-Sim, você pode não entender, mas faria tudo por você, o que você me pedir.

Neste momento ela pulou em meu colo e me beijou de forma ardente, buscou por todo o meu corpo com seus lábios, sem medo ela se entregou para mim, linda, pura, intocada. Ela era meu anjo e nada poderia ficar entre nós. Na manha seguinte saímos do castelo dizendo que iríamos fazer compras na cidade e nunca mais voltamos.

-Estou tão feliz. Finalmente viverei livre.

Sua alegria era contagiante e todos na praça que a viam sorriam junto a felicitando com o olhar mesmo não sabendo qual o motivo de tanta alegria. Eu por outro lado, mantinha um sorriso no rosto e os pensamentos distantes e aflitos, meu poder era importante para Aro naquele momento, eu conseguia camuflar pelo menos mais 5 vampiros e isso lhe dava uma vantagem incrível nas batalhas.

Quando partimos sabia que seriamos caçados e foi por isso que mudávamos com tanta freqüência, não tínhamos residência fixa. Éramos felizes como nômades, ate que sua gravidez acabou com todos os nossos sonhos.

-Amor? Não me sinto bem....-antes de terminar a frase ela já estava vomitando violentamente –

-Minha nossa, o que há com você? Esta doente? Vamos a um medico, tomaremos cuidado para que ele não a toque.

Segurei seu rosto entre minhas mãos e a senti fria, tão fria quanto eu era. Sua pele estava mais branca e sua mao pousou em sua barriga e ela gemeu. Subi sua blusa e quando abaixei o zíper da calca para ver se estava com algum hematoma ou machucado, saltei, minhas costas de encontro a parede fizeram o cômodo tremer.

-Porca Puttana ( inferno).

-Paulo, não ‘e possível. Não há como!

Não achei que seria possível conosco, mas há um caso destes na America do norte. E possível sim meu anjo e acredito que estejas grávida.

Seu sorriso era enorme, mesmo com o corpo fraco  e sentindo dor ela estava feliz.

-Eu estou grávida! Oh, minha pequena Luna! – As lagrimas corriam por seu rosto, seus lábios não fechavam mais tamanho seu sorriso. Ela amava a coisa que iria mata-la.

-Ouve um caso, uma humana deu a luz a uma criança imortal. Isso teve um preço Angelina, o preço que você não deseja pagar, nossa única saída agora e matar o que cresce em você.

Seus olhos vidraram nos meus e o que antes era um sorriso se tornou em uma careta de ódio e rancor.

-Você não matara esta criança e eu não me tornarei o que você ‘e. Me leve ate esta família, eles a criarão. Não posso te despejar tamanho fardo visto nossa situação nesta vida, mas nossa filha nascera você me ajudando ou não.

-Eu não quero te perder! – minha cabeça estava baixa e me amaldiçoava por não poder chorar.

-Não me perca pelo ódio. Me deixe partir pelo amor.

-O que você quiser meu anjo.


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Notas finais do capítulo

nao me facam implorar...deixem seus comentarios....rs....adoro ler o recadinho de vcs......bjs



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