Cap. 25 – sem segundas chances

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-Jane? – o espanto em minha voz a fez rir de forma solta –

-Micaella. – falou debochada – Pensou que nunca mais me veria? Esqueceu nosso acordo? – todo meu corpo tremeu e pela primeira vez senti medo em estar na presença de um vampiro. -

Cap. 25 – sem segundas chances

- Jane...eu...na verdade...- gaguejava e apertava minhas mãos uma na outra na tentativa, frustrada, de esconder meu nervosismo – Fiquei surpresa com sua visita – consegui respirar e acalmar meu corpo – não sabia que viria. –minha voz saiu tão firme e calma que me espantei  –

-Este não é um bom local para conversarmos – afastei-me da entrada da escola de dança - seu rosto é muito conhecido por alguns de meus alunos. Me espere em casa, a chave reserva fica em um vaso próximo a janela. – respirei fundo mais uma vez – Irei para lá assim que resolver as coisas com Paola.

Não consigo descrever o que vi nas feições de Jane, fiquei entre uma aceitação pelo que acabara de dizer e fúria por ser contrariada. Os óculos escuros escondiam seus olhos rubros e eu agradeci mentalmente por não os vê-lo novamente, seu olhar me assombrava.

Em um gesto rápido Jane partiu em direção a um veiculo preto estacionado do outro lado da rua, os vidros eram escuros e não saberia dizer se ela estava sozinha ou não, o carro partiu rapidamente e eu agradeci por isso. 

Entrei no café pela porta lateral ainda nervosa e acredito que minhas feições lembravam a um fantasma já que o olhar de Paola sobre mim era de espanto.

-O que aconteceu mulher? Esta muito pálida e gelada – puxou meu braço me levando em direção a uma cadeira onde me colocou sentada e saiu em direção ao bar buscando por um copo de água – O que aquela garota queria com você? – perguntou estendendo o copo com água gelada em minha direção –

-Noticias de casa – as palavras saíram sem que eu pensasse sobre elas – Ela só veio me avisar que meu tempo aqui esta acabando – pisquei rápido buscando voltar a consciência antes de dizer alguma coisa comprometedora –

-Paola – tentei deixar minha voz mais alegre - não precisa se preocupar – tomei toda a água que estava no copo e levantei – minha amiga só me pegou de surpresa – deixei o copo sobre a mesa e me levantei–

-Preciso ir para ir para casa esclarecer algumas coisas com minha amiga. Você pode cuidar de tudo para mim pelo resto do dia? – já estava com a bolsa no ombro e as chaves na mão indo em direção a saída –

-Claro – ela parecia incerta sobre o que realmente estava acontecendo – Pode ir tranqüila, a noite nos falamos – afirmei com a cabeça completando apenas em pensamento, Se eu ainda estiver viva até La –

Caminhei em direção a casa com passos curtos, seguia o curto caminho lentamente buscando adiar aquele encontro e pensando em varias formas de avisar os Cullen sobre a chegada de Jane, não queria prejudicá-los mesmo que para isso tivesse que colocar minha vida em risco.

Lembrei do que Alec me disse antes de partir, um dos vampiros podia prever o futuro a partir da decisão das pessoas, era por isso que não poderia conhecer as verdadeiras intenções deles, caso contrario minha mente poderia trai-los. Ainda conversando comigo apenas em meus pensamentos, temendo poder ser ouvida, gritei  ‘’eu decido contar aos Cullens sobre Jane, ela deseja matar a bruxa’’. Sorri ao perceber o quanto bobo era aquilo e torci para que desse certo.

Abri a porta de casa sem a necessidade da chave por a mesma estar destrancada e entreaberta. Não acendi as luzes, a tarde ainda clara iluminava a sala e um calafrio percorreu todo meu corpo ao não sentir a presença de ninguém no local. Caminhava em direção a cozinha quando uma mão gélida tocou meu ombro me obrigando a parar.

Minhas pernas ficaram moles não agüentando o peso de meu corpo e me levando ao chão. Os joelhos bateram forte provocando um grito contido de dor, as mãos sobre o peito tentavam controlar a respiração inconstante.

-Te assustei? – Jane caminhou em direção ao sofá sentando-se confortavelmente – Desculpe, não foi minha intenção. – a mentira era obvia em suas palavras, Jane se divertia com minha fragilidade –

-Antes de voltar para esta cidadezinha – falava como se fossemos velhas amigas – conversei com Aro sobre sua transformação – me olhou com tanta intensidade que dei 2 passos para trás sem perceber e Jane gargalhou com isso –

-Não acho necessária sua transformação, te ter entre nós. Claro que você é bonita e ficaria ainda mais quando transformada, mas não precisamos de um novo rostinho bonito, temos Heidi para a pescaria. Você não tem nenhuma habilidade ou talento espetacular, não nós prestou um bom serviço – deu de ombros e voltou me olhar fazendo um sinal com a mao para que me sentasse a sua frente –

Sentei-me em uma poltrona em frente a ela no sofá e meu corpo agradeceu o apoio acolchoado. Meus nervos logo entrariam em colapso tamanho meu nervosismo.

-Não me alimento a um tempo – começou a dizer e nem percebi quando se levantou - seu sangue tem um aroma tão convidativo – senti o corpo de pedra sobre o meu, seu hálito gélido em meu pescoço...-

-A bruxa esta grávida. – foi a única coisa que consegui dizer imaginando que isso me daria mais tempo.

Jane se afastou, seu olhar era de curiosidade e seus olhos vermelhos pareciam brilhar em expectativa.

-Quem? – sua voz tinha um toque de sensualidade e a língua passava pelos lábios como que saboreando minhas palavras –

-A bruxa, Anala. Ela esta grávida.

-Esta é uma noticia muito boa – colocou seu casaco e ajustou os óculos com as mãos assim como seus cabelos – Vou levar em consideração a noticia e te poupar desta vez.

-De quanto tempo ela esta grávida? – perguntou se olhando no espelho próximo a porta -

-Não sei ao certo, acho que 5 ou 6 meses pelo tamanho da barriga – tremia e os dentes batiam rangendo, não conseguia mais controlar meu medo.-

-Fique calma Micaella, assim vai acabar morrendo do coração! – seu sorriso era tenebroso – Voce acabou por me ser útil, como já disse, vou te deixar livre desta vez. Colocaremos assim, você tem 3 meses de vida ainda. Quero ver o sofrimento da Bruxa quando torturar e matar seu filho.  - Jane se colocou de frente a porta e então voltou a me olhar –

-Quando o prazo acabar eu volto. Se conseguir parar de beber seu sangue antes de mata-la, você terá o prazer de ser uma de nós – abriu a porta e saiu me deixando estática sobre a poltrona, os olhos vidrados em direção a porta enquanto minha mente digeria a informação.

- Em três meses eu estaria morta. –sussurrei para mim mesma enquanto as lagrimas caiam e minha visão ficava escura -