Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

boa leitura a todos



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Estava tão nervosa que me afastei de todos, caminhava lentamente em direção a floresta, as roupas pesadas que coloquei ao sair pareciam não existir, o vento gélido cortava meu corpo fazendo com que meus pelos arrepiassem e meu corpo tremesse involuntariamente, as sapatilhas tinham solado de borracha e podia sentir toda a deformidade do chão a meus pés e só assim que percebi a grama mais rala e a terra úmida próxima as margens do rio.

Deixei que meu corpo conduzisse minhas ações e me sentei retirando as sapatilhas, levando os pés à água gelada. O que antes estava claro e tranqüilo agora se convertia em pequenas ondas de água turva formando círculos entorno de meus pés. A sensação foi extremamente desagradável, a água parecia mordiscar minha pele, sentia como se pequenas laminas me cortassem, tive raiva de mim mesma por não suportar este pequeno incomodo enquanto infligia a todos a minha volta algo tão maior. As lagrimas já corriam livres por minha face e todo meu corpo tremia pelo frio, pelo medo, pelo desconhecido.

-O que eu fiz? – perguntei ao vento sabendo que não teria respostas – Que mal eu trouxe a esta família? – coloquei minha cabeça entre as mãos e chorei silenciosamente, entregando minha mente a toda aquela dor –

-Não pense assim querida. O que ocorreu aqui hoje foi algo necessário, ninguém a esta julgando, precisávamos conhecer o que nos espera e agora sabemos que os Volturis encontraram a desculpa perfeita para nos destruir. – Carlisle se aproximou com uma coberta e puxou meu corpo em encontro ao seu em um abraço fraternal. Sentado na grama comigo em seu colo, gentilmente passava sua mão em meus braços sob a coberta na intenção de me deixar confortável e tranqüila eu imagino –

-Não mereço tanto carinho, tanta compreensão. Olhe o que fiz a sua família! Minha chegada só trouxe problemas, brigas, motivos para ódio e vingança. – as lagrimas ainda vertiam e sentia o corpo tremulo, mesmo aquecido pela coberta. –

-Concordo com você! – suas palavras chamaram minha atenção – sua chegada trouxe a minha família muitos problemas e os mais recentes estão agora protegidos dentro de seu corpo – seu sorriso era calmo, divertido, acredito que minhas feições entregaram meu estranhamento e em resposta recebi um sorriso ainda maior. Agora estávamos deitados na grama, Carlisle apoiava o tronco nos braços e minha cabeça repousava em suas pernas -

-Quando você chegou a esta família Anala, muitas lembranças da época em que Alice e Jasper apareceram em nossa porta vieram a minha mente. Claro que você trouxe um bônus. – o olhei com certa desconfiança –

-Bella ganhou uma irmã! – deu de ombros –

- Foi por sua causa que meu bisneto veio a este mundo com saúde e que minha neta ainda vive entre nós. Por meio da pessoa maravilhosa que você é Luna encontrou um lar em meio a todas as dificuldades e hoje é esta garota linda que nos atormenta com sua musica todas as manhas – sorriu jogando a cabeça para traz. Vê-lo feliz era tão bom, me fazia esquecer da realidade a nossa volta -

- A felicidade que proporciona a minha Esme todos os dias é algo inimaginável. Você realizou o sonho de minha mulher, o sonho de ser mãe. Hoje ela se sente completa por ter tantas crianças correndo por sua casa e também por poder compartilhar da felicidade de acompanhar a chegada de mais duas. – sem dar oportunidade para que minha mente processasse tanta informação ele continuou -

- Quando imaginaríamos uma união tão firme e pacifica entre lobos e vampiros. Billy se foi deste mundo realizado e muito feliz por ter vivido a felicidade do filho quando este encontrou seu grande amor e pode crescer como homem. Sue teve a oportunidade de ver seus dois filhos casados e mesmo com Leah distante ela encontrou paz ao seu lado e te considerava uma segunda filha. – agora eu chorava, mas de felicidade ao ouvir suas doces palavras –

- Eu me considero o maior beneficiado, ampliei minha família, tenho uma clinica onde posso aplicar meus conhecimentos sem medo de fazer plantões de 72 horas e alguém notar que não dormi, posso acompanhar o crescimento profissional de meus filhos, vivenciar as descobertas dos mais jovens e reviver as descobertas do primeiro amor, das uniões que vão ocorrendo... – Carlisle parecia estar em outro lugar, sua voz permanecia suave, mas os olhos perdidos indicavam que sua mente estava muito longe –

-Nalla, você tem idéia de como nós faz feliz, em como me faz feliz ao me visitar todas as manhas e passar um pouco de seu tempo conversando com os internos. Algumas senhoras te consideram uma bruxa por resolver os problemas que elas tem em seus casamentos com pequenas doses de ervas, óleos ou cremes e elas nem imaginam a verdade de suas palavras. – estávamos agora sentados, um de frente ao outro –

- Toda esta juventude é um problema muito serio, ela contamina. – ele esfregou os braços como que tentando afastar algo que incomoda e logo percebi sua brincadeira e ambos começamos a rir -

Apeguei-me a suas palavras e gestos como uma criança em busca da segurança do colo de sua mãe e o abracei com forca, deixando a cabeça cair em seu peito enquanto o corpo tremia, mas agora como resultado de nosso riso solto.

-Ahhhhhh. Assim vou ficar com ciúmes! – Emmett se juntou a nós em um abraço coletivo e logo estávamos os três sentados a margem do rio sorrindo como se nada tivesse atormentado a paz de nossa família.-

-Só para tranqüilizá-los – tentou conter os risos – Gabriel, Alice e Jasper levaram Paulo para uma caçada. Parece que Alice visualizou que seria melhor eles caçarem antes de uma conversa. Aquele ‘’camaleão’’ é uma figura, queria eu ter apertado aquele pescoço. Ahhhhhhhhhh, Nala você precisa fazer aquilo novamente.

-Por que Camaleão, Emmett? –perguntei, mas já imaginava a resposta –

-Por que não? Ele vive se camuflando por ai. – deu de ombros sorrindo. O rosto de criança com as covinhas aparentes realmente derretiam qualquer um. Rose estava certa quando dizia que aquelas covinhas conseguiam tudo o que queriam. –

- Não deixe Emmett ter acesso a seus pensamentos Nala, o ursinho já é convencido o suficiente. - Edward se aproximou sentando na grama junto a nós enquanto Emmett o olhava curioso com o que tinha dito. –

-Acho que devemos conversar melhor sobre o que aconteceu aqui. - ignorou a impaciencia do irmão e prosseguiu - Como conseguiu fazer tudo o que fez hoje cunhadinha. – os três permaneciam sentados de forma despojada –

- Quando vi Jane ao lado de Micaella, muitas coisas passaram por minha cabeça e uma delas foi Paulo. Recentemente o encontrei na floresta e questionei sua presença constante, como todos sabem ele nunca permaneceu mais de dois dias próximos a nós e sempre na data do aniversario de Luna, a resposta que me deu chamou minha atenção. Ele só estava aguardando a oportunidade de tirar Luna de nós, na verdade ele esperava que nós a deixássemos livres por não agüentar a presença de alguém com um dom tão obscuro. - os tres me olhavam sem acreditar no absurdo dos pensamentos de Paulo -

-Discutimos muito e no final ele entendeu que não precisaria temer pela vida da filha. Não imaginava que mesmo após esta conversa ele continuasse pela cidade, imaginando que ele seria o único motivo da vinda dos Volturis o procurei e pedi para que fosse a casa de Carlisle.

-Sim, ele só teve tempo de dizer isso, que nós procurou por um pedido seu.

-Minha atitude foi impensada – respirei puxando o ar com mais forca do que o necessário – apenas queria saber o porque de suas atitudes antes de matá-lo. – Emmett tocou meu ombro com o punho fechado, parecia aprovar minha decisão impensada –

-Nunca faca isso novamente Anala – ele disse isso muito serio e estranhei – nada de se divertir sozinha, você me tem para deixar tudo mais empolgante – sua risada mais parecia um estrondo e acabei seguindo seu exemplo –

-Pode deixar Emmett, te aviso na próxima – toquei seu ombro como ele fez com o meu anteriormente –

-Carlisle, eu nunca me preocupei antes, como vocês viram eu sou bem mais forte do que demonstro e posso sim  proteger a todos sem grandes esforços – abaixei a cabeça – só não posso protege-los de Aryana.

-Quem é esta mulher? –Carlisle e Emmett me questionaram e pela minha visão periférica pude ver Edward encolher os ombros com as imagens que recebia –

-Não é uma mulher e sim um vampiro impiedoso e mortal em todas as suas batalhas. Abáe Aryana.

-Não pode ser – a voz de Cralisle estava alterada, os gestos de seu corpo impacientes enquanto aos mãos se prendiam aos cabelos em desespero. Acompanhando os pensamentos do pai, Edward se levantou tão agitado quanto, suas feições transtornadas.-

-Digam logo quem é este vampiro, o suspense esta me matando. Odeio ser o ultimo a saber.

-Emmett, por favor – estendi minhas mãos – me ajude a levantar. – ele prontamente o fez. A barriga não era muito grande ainda, mas já incomodava. –

-Abáe é um controlador de mentes, seu poder não tem limites conhecidos e nada pode ser usado como uma barreira contra ele, mesmo controlando apenas uma mente de cada vez, a que ele escolhe pode se transformar em uma arma poderosa. - comecei a falar rápido, quase atropelando as palavras -

-Por muitos anos ele foi considerado o braço direito de Caius em suas conquistas, hoje ele é caçado por poucos rastreadores da confiança dos Volturi, ninguém o encontrou até hoje ou regressou para contar. – a ultima parte foi dita muito baixa, como um lamento - Um homem frio e calculista que só desistiu de sua posição, poder e riqueza após ser traído.

-Aro matou seu amante imaginando que assim Abáe estaria inteiramente disponível a guarda, sendo eternamente leal a seus mestres. Tudo foi feito com muito cuidado, os passos foram meticulosamente planejados, Aro não tinha idéia de todo o poder de Abáe pois este protegia boa parte de sua mente das leituras de Aro como uma forma de proteção, assim como ele também nunca descobriu que Abáe sabia da verdade, da traição.

-Aro não faz idéia desta ultima parte e acredita até hoje que o distanciamento se deu pela grande dor da perda. Para não criar furor entre seus aliados, comunicou a todos de sua destruição por traição e continua a busca para que realmente os boatos sejam tidos como verdades, já que Abáe sabe muito mais do que deveria sobre os reais poderes dos monarcas. – o olhar de Carlisle confirmava minhas palavras, havia muitas coisas a esconder sobre aquela reinado –

-Conheci Abáe em Amsterdã, de onde na verdade ele nunca saiu e vive muito bem há alguns séculos, e devo minha forca a seu treinamento exaustivo. Foi através de suas invasões a minha mente que aprendi a ter equilíbrio, organização e controle sobre o que realmente sou. O considero um grande amigo, ou considerava. Se hoje ele esta ao lado dos Volturi novamente, engolindo seu orgulho, corremos muito perigo, através de sua manipulação minha mente se torna fraca e toda minha forca pode ser usada contra vocês. Posso matá-los em segundos e nem me dar conta disso. – minha cabeça fitava o chão. Muita informação ainda precisava ser digerida e sentia vergonha de ser a causadora de tantos problemas. –

-Amor! – Seth parecia conter o ímpeto de correr para meu lado e me fazer esquecer de tudo. Abraçando-me delicadamente por trás,  ao sentir seu corpo no meu girei e enterrei minha cabeça em seu peito já sem lagrimas para derramar –

-Podemos ir embora meu amor. Procurar um lugar distante, poderemos proteger Luna, criar barreiras, confundi-los. – sua voz suave me confortava, a idéia de fugir é tentadora, mas fugir até quando?

Ninguém mais falou, continuamos abraçados enquanto Emmett, Carlisle e Edward se afastavam nos dando privacidade. Poucos minutos se passaram quando ouvimos passos agitados dentro da casa e todos os olhares se voltaram a sacada do segundo andar. Alice continha sua velocidade para acompanhar Luna e ambas sorriam muito.

-Mae, mãe – Luna gritava enquanto corria, chegando a perder o fôlego ao passar pela escada – Não precisamos partir. Tia lice teve uma visão, nós vamos ficar. – seu sorriso era imenso –

Apenas Edward estava feliz vendo as duas correndo de forma atrapalhada. Ao chegar no quintal Luna correu e se jogou em meus braços sendo logo aparada por Seth – eu não conseguia mais segura-la no colo, já estava uma moca linda e muito pesada para mim –

-Fale Alice, o que viu? – Seth estava empolgado ao mesmo tempo que também preocupado. Luna ainda em seus braços, mas agora seus pés tocavam o chão. –

Bella e Esme se aproximaram de nós, Rose já estava ao lado de Emmett e só agora percebi a presença de Samy e Sam na sacada, junto a Jacob e Nessie – realmente tínhamos uma família enorme e linda –

-Lembrase quando lhe contamos sobre as estripulias de Bella para enganar minhas visões e como ela também sabia usá-las para me avisar de algo?

-Lembro Alice, mas do que isso importa agora?

-Micaella mesmo sem saber direito o que fazer, esta fazendo a mesma coisa. – acredito que nesta hora minha boca tenha ido ao chão tamanha a surpresa –

-Feche a boca bruxinha, mesmo sem querer conseguimos mais uma aliada. - Alice mantinha sua postura de sabe tudo - Micaella queria se tornar uma vampira e fez um trato com os Volturi, nós entregaria, facilitaria as coisas para eles. - deu de ombro -  Algo mudou depois de sua chegada a cidade, ela não entende bem, mas nós ama e não quer nossa destruição. Ela vai nós ajudar, ainda não sei como, tem mais alguma coisa que não esta clara, mas é coisa boa, eu sinto. –ela e minha filha davam pulinhos e batiam palmas –

-Como Alec pode ser uma coisa boa Alice? – Edward questionava a irma.

-Não sei maninho, mas é uma coisa boa.


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