Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

as coisas vao ficar agitadas...........



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POV MIcaella

Passaram-se três dias e nenhum Cullen voltou a freqüentar a escola de dança. O medo crescia em meu peito, Paola já notará minha apatia e meu medo recente de ficar sozinha. Pensei em fugir, sair desta cidade e tentar a vida em algum outro local, não tenho família, documentos ou nada que me identifique, seria fácil...só mais um passo em direção a corda que coloquei em meu próprio pescoço.

Não sou ninguém agora, se sumir não darão por falta de uma moradora ilegal. Não sei porque tenho medo da morte, teoricamente, já estou morta.

 ...

Quatro horas da tarde, horário da aula das meninas, um período que agora ocupava organizando e limpando o salão de dança. A grande janela de vidro servia como um relógio de sol, acompanhava o caminhar das sombras e o findar do dia através delas.

Enquanto varria o tablado pensando no que tinha me levado a este local, um carro prata estacionou em frente a loja do Sr. Newton, passai a reparar no veiculo, nunca o tinha visto na cidade, parei de varrer o chão e coloquei as mãos sobre o cabo da vassoura aguardando impacientemente que o motorista saísse do carro, já o imaginava lindo e muito bem trajado, um homem de acordo com a beleza de seu carro.

Quando a porta se abriu parei de respirar, um lindo rapaz de cabelos acobreados e desalinhados saiu do carro, seu sorriso me encantou e sem perceber já estava sorrindo em direcao a ele também. O rapaz vestia uma calca social clara e um casaco de lã bem trabalhado, azul claro, o mesmo parecia deslizar pela rua indo em direcao a porta do passageiro.

Uma linda mulher foi auxiliada por ele ao sair do carro, seus cabelos eram longos e caiam em ondas pelas costas, a pele clara era semelhante a do rapaz e ela também sorria, seu caminhar cadenciado era acompanhado pelo vestido leve que usava sob um casaco bege. Os dois caminhavam abraçados pela rua e logo percebi que vinham a escola.

Sai do transe em que me encontrava, rapidamente, voltei a respirar e senti uma ardência no peito, provavelmente por ter segurado o ar por muito tempo, obriguei minhas pernas a se moverem na tentativa de me livrar o mais rápido possível das luvas, baldes e panos de limpeza.

Paola estava dando uma aula a terceira idade neste horário e eu fiquei responsável por recepcionar os visitantes. Rapidamente arrumei minhas roupas e prendi os cabelos em um rabo alinhado, observei, ainda a distanci,a enquanto os jovens entravam no café e ao me aproximar os recepcionei com um ‘’olá’’ rouco. Me estapeie mentalmente por esta atitude.

-Micaella? – a voz do jovem entrou por meus ouvidos fazendo todo o meu corpo tremer, qualquer que fossem suas palavras neste momento meu corpo responderia, sentia minhas pernas moles e apenas acenei com a cabeça afirmando que ele estava falando com a pessoa certa, tinha medo de abrir a boca e nada sair.

- Prazer – seu sorriso se ampliou – Edward Cullen – arfei –

-Esta é minha esposa...

-Isabella. – antes que ele a apresentasse o interrompo dizendo o nome de sua mulher quase que em um sussurro. Isabella me sorriu de forma simpática e estendeu sua mão para o comprimento. Meus olhos não conseguiam desviar dos olhos dourados daquela mulher, até que senti seu toque gelado e, acredito que por instinto, puxei meu braço com rapidez me afastei da mulher. Minha respiração estava ofegante.

-Não lhe faremos mal, não hoje e não agora. – ela me sorriu com ironia – sabe muito bem do que somos capazes e eu, como mãe, posso me tronar seu pior pesadelo. – deu de ombros e se colocou mais ao lado do marido. – não minta para nós, só queremos algumas respostas.

- Eu...eu...-não consegui dizer mais nada, sentia meus olhos ardendo tamanha a forca que fazia para me manter alerta.

Isabella pousou uma de suas mãos sobre meu ombro conduzindo meu corpo em direcao a rua. Em um surto de adrenalina minha mente voltou a funcionar, mesmo que em frangalhos.

-Paola ficará sozinha, preciso deixá-la avisada.

-Voce avisou querida, deixou um recado na recepção. – sentia medo daquela mulher –

Imaginei que entraríamos no carro e ao passarmos por ele seguindo em direcao a floresta meu sangue congelou em minhas veias. A vegetação densa não permitia a permanência de trilhas e meus pés, constantemente, ficavam presos em raízes ou topavam em uma pedra qualquer.

Senti o casal impaciente com meus movimentos vacilantes, os sapatos de dança não ajudavam naquele tipo de solo e meu nervosismo tão pouco. Em menos de um piscar senti meu corpo ser carregado e o vento gélido cortar minha pele, os gritos nãos saiam de minha boca tamanha minha surpresa e segundos depois de vivenciar estas sensações contraditórias de medo e prazer com a velocidade senti meus pés tocarem o solo novamente.

Busquei o equilíbrio de meu corpo e tentei me acalmar inspirando e expirando o ar com calma, meus olhos buscavam saídas entorno da vegetação. A única coisa que enxergava eram arvores e arbustos altos.

-Não precisa ter medo de nós! Não iremos fazer nada de mal a você. So queremos algumas resposta como já lhe dissemos e como o assunto é delicado procuramos um local adequado para a conversa. – Edward estava abraçado a mulher e me olhava com curiosidade –

-Voce reage bem a nossa espécie – foi Isabella quem falou desta vez.-

-Nasci na Italia, próximo a Toscana. A lenda sobre vampiros é muito comum naquela região. – me sentia mais calma agora e conseguia me expressar melhor –

-Não somos nenhuma lenda como pode ver.

-Não, não são. Em Voltera são venerados e odiados – falei sorrindo – Eu queria me tornar o que vocês são, fortes, belos, imortais, foi assim que cheguei a Voltera e aos Volturi. Por este sonho tolo cavei minha própria cova e imagino que a de vocês também.

-Esta errada quanto a isso. Seu alerta foi muito útil, minha irma agradece seus gritos mentais – Edward ria de algo que pareceu só fazer sentido para ele.-

-O que os Volturi realmente querem de nós?

-Não sei. Não me contaram nada para que o leitor de mente e a vidente não descobrissem antes do tempo. Eu só sei que eles tem algo muito poderoso – escutei enquanto Aro falava com Caius e se lamentava por perder tantos talentos de uma só vez, inclusive Isabella.

Edward rosnou e me encolhi em expectativa.

-Desculpe. – logo ele se refez apertando mais sua mulher contra seu corpo –

-Quanto tempo? – a pergunta veio em meio a outro rosnado –

-Tres meses?

-Por que tanto tempo?

-Jane, ela deseja matar o bebe da bruxa como vingança. – Isabella levou as mãos ao peito e parecia aflita. –

-Como eles sabem sobre o bebe? – a pergunta veio dela e foi logo respondida por Edward. –

-Querida, acalme-se. - colocou uma mecha de seus cabelos atras de sua orelha com carinho- Micaella contou a Jane na esperança de continuar viva.

- Sinto muito. – abaixei a cabeça envergonhada –

-Não sinta. Vamos resolver isso. – a voz grossa e forte veio de traz de mim e ao me virar dei de cara com um par de grandes olhos negros embebidos em ódio a me fitar. Suas mãos tremiam.

_Seth! Deveria estar com Anala agora e não aqui. – as feições do homem a minha frente me fizeram temer mais por minha vida do que no dia em que Jane me ameaçou. –

-Ela esta bem. Decidiram o que fazer com esta ai? – apontou para mim – não me importo em alimentar Gabriel com ela. – as palavras jorravam angustia e nojo –

-Todos temos nossos motivos Seth. Mesmo nos querendo mal, ela nos ajudou. – interrompeu Edward, parecia suplicar por calma –

-Não quero mal a vocês. Eu errei e me coloco a disposição para ajudar. Eu quero viver e hoje lamento por minhas escolhas, mas elas já foram feitas. Eu só buscava por meu sonho, meu sonho impossível. – as palavras iam enfraquecendo a medida que a vergonha tomava conta do meu ser.

-Acredito em você Micaella.

-Anala. Amor, não devia estar aqui.

-Estou grávida e não moribunda Seth! – mostrou a língua para seu companheiro em um ato de rebeldia infantil –

-Voce escolheu seu lado Micaella e agora poderá decidir o caminho que sua vida irá tomar. Deseja ser morta por Jane ou ser humana e batalhar ao lado de bruxas, vampiros e lobos?

-Eu quero o que é certo. Ficarei ao lado de vocês mesmo que morra por isso.

- Ninguém vai morrer – A bruxa falou decidida – Agora vamos, levem-na de volta a cidade, não podemos chamar a atenção de Jane.

Isabella e Edward me levaram de volta ao estúdio de dança. No caminho, mesmo enjoada pela sensação de ser carregada  consegui distinguir um som incomum aos da floresta. Uma mulher gritava em agonia.

-Volte Bella. Eu a levo, buscarei por Carlisle também.

-Não esta certo. É cedo ainda!

-Volte Isabella. Agora. – Edward foi severo com a mulher e logo ela se separou de nós. Poucos segundos depois fui colocada no chão e ele me apontava a direção a seguir para chegar a estrada.

-Voce continua sozinha daqui.

-O que aconteceu lá atrás? – consegui dizer antes que ele saísse correndo –

-Anala, ou a bruxa como costuma chama-la, terá seus bebes hoje.

Encostei em um tronco de arvore e antes que eu entendesse o que foi dito ele partiu em direção a seu carro e só consegui ouvir os pneus queimando o asfalto.  


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Notas finais do capítulo

gostaram? bjs



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