-Mãe? Por que esta tão nervosa? Quem é este homem? – Luna tentava se afastar do circulo criado a seu redor por Emmett, Edward e Carlisle, mas os braços protetores do padrinho a impediam de seguir. Podia perceber a confusão nos olhos de Edward, os pensamentos de Paulo deviam estar tão confusos quanto os meus.

-Bella, você poderia me ajudar. – não queria fala mais do que o necessário na frente dele, ainda não o conhecia muito bem e confiar minha família a ele seria um risco. Precisava pensar e não deixaria Edward as cegas para isso precisava do escudo de Bella a meu redor. Por alguns instantes Bella pareceu não compreender meu pedido e então seus olhos brilharam e Edward assentiu com a cabeça indicando que estava feito, respirei fundo antes de prosseguir. -

-Luna, meu amor. Este é Paulo Volturi, seu pai. – todos rosnaram e ate mesmo Carlisle, o mais pacifico entre nós, manteve sua postura firme e ameaçadora mediante ao nome citado. –

-Volturi? – Luna conhecia bem nossa historia e em reação ao nome seus olhos se fecharam quase que totalmente e seu corpo tremia, Emmett a segurou para que não caísse tamanho seu choque. Jasper tentava tranqüilizar a todos, mas mesmo ele não conseguia conter sua fúria. Suas mãos fechadas em punho, o corpo mais curvado em posição de ataque, seus dentes amostra enquanto um rosnado constante saia de sua garganta.

-Vocês não precisam se preocupar com algum ataque vindo de mim, já viram o que a bruxa de vocês pode fazer sem precisar da forca de um vampiro. Eu temo por minha vida, não vou reagir. – a sinceridade nas palavras de Paulo tiveram efeito sobre os demais e todos relaxam um pouco sua postura, sem deixar que tal tranqüilidade criasse pontos de fraqueza. Alice confirmou a todos que ele falava a verdade, provavelmente ela havia visto algo tranqüilizador em nosso futuro. - 

-Vamos permitir que toda a situação seja explicada. – A voz firme de Carlisle afirmava nossas intenções em esclarecer o que estava acontecendo ali. - Anala? Se sente bem, não consigo sentir os bebes? – Mantinha sua postura protetora e desconfiada, mas agora sua serenidade conduzia aquela situação com maestria. –

-Estamos bem Carlisle. Eu os protegi de minhas ações, como fiz com Nessie a alguns anos, eles estão bem. –Carlisle entendeu e todos se colocaram próximos a Paulo, Luna seguiu para o lado de Seth e segurou firme em seu braço, seus olhos corriam pela sala buscando segurança em cada um dos rostos conhecidos ali, seu rosto ainda pálido pelos acontecimentos recentes e os olhos vermelhos pelo choro contido. –

-Carlisle, desculpe-me pela parede, prometo concertá-la assim que possível. – me levantei e fui em direção a Paulo, senti o corpo dele se encolher em antecipação a qualquer dor que poderia lhe causar. –

-Não conheço você e saber que nossa única ligação real pode ter traído sua confiança me deixa aflita. Por que te perseguem? O que querem com minha filha?

-Se me permitirem posso contar a historia ate onde a conheço. – seus olhos agora fitam o chão -

-Estamos ouvindo meu rapaz. – Carlisle puxou Esme para mais próximo de si e se sentou em um dos sofás a sua frente –

-Meu nome é Paulo, mas não sou um Volturi. Já fiz sim parte da guarda e a reneguei a poucas décadas por um amor. Os que se consideram soberanos de nossa raça não permitem a união de humanos e vampiros como bem sabem e como também sabem é impossível fugir de um sentimento tão forte e pouco nos importamos com nossa vida para proteger quem amamos.

Sentei ao lado de Seth e o mesmo puxou Luna para seu colo, suas maos acariciavam os bracos de Luna como que para confortá-la. Notei o olhar de Paulo fixo em Bella e Edward como se eles fossem o exemplo perfeito de suas ações.

Aquela parte da historia eu já conhecia, bom, conheci a dois dias atrás quando finalmente encontrei Paulo na floresta e o forcei a me falar do por que de sua aproximação constante. Era normal ele surgir nos aniversarios de Luna e sempre foi dificil para mim sentir sua presenca, mas tenho meus truques e passei a sentir sua presença com uma freqüência incomum próxima a nossa casa.

Suas intenções eram boas, ele se aproximou de Luna quando a mesma atingiu a idade com que sua companheira descobriu seu dom e quando soube que sua filha o carregava, permaneceu próximo, para se necessário, ajudá-la ou tirar este fardo de nossa família. Luna nunca saberia desta parte, Paulo a amava, um amor diferente, mas amava, era algo muito próximo ao carinho que sentimos por um parente distante, desejamos que o mesmo esteja bem mesmo que distante, mas se ele partir não levara conosco nenhuma parte importante ou trará uma sensação de vazio e isso me incomodava muito, ele era indiferente a propria filha.

-Quando contei a Aro de minhas intenções ele me ameaçou e ameaçou minha companheira. – seus olhos perderam o foco e suas feições ficaram mais tristes, o corpo ainda largado sobre o sofá em uma postura de rendição. – Ela era tudo para mim, com ela meu coração morto parecia voltar a bater. – seus olhos voltaram ao normal e agora estavam fixos em Luna –

-Vocês são muito parecidas. – uma de suas mãos foi em direção ao bolso da jaqueta preta que vestia e dela uma foto foi retirada, seus olhos corriam pela imagem e um leve sorriso se formou, a foto foi estendida em direção a Luna. –

Minha filha levantou-se e estendeu o braço em direção a foto, a imagem pareceu chamar sua atenção, seu corpo permaneceu estático e pequenas lagrimas corriam por seu rosto, assim como em Paulo um leve sorriso se formou em seu rosto e me colocando a seu lado pude ver o porque, na foto era possível ver o homem a nossa frente abraçado a uma jovem de pele clara e cabelos escuros, ambos muito felizes, ao fundo a imagem de um parque, provavelmente a foto forá tirada no inicio do inverno, algumas arvores estavam cobertas por uma fina camada de gelo.

Os delicados dedos de minha filha faziam movimentos suaves entorno da imagem da mulher, seu corpo exibia as formas arredondadas de uma grávida próxima a seu nono mês de gestação, as roupas cobriam muito bem aquela região assim como disfarçavam o corpo deformado, o rosto tinha um aspecto estranho, a pele muito pálida e o contorno das macas do rosto profundos, assim como grandes marcar roxas sob os olhos. Mesmo com a aparência debilitada seu olhar era o de uma pessoa muito feliz.

-Estávamos em New York quando tiramos a foto, seu nascimento ocorreu uma semana após esta data, assim como a morte de minha mulher.

-Por que esta aqui? – seus olhos não desgrudam da imagem, finalmente uma lembrança dos momentos em que pertencia ao corpo de alguém. –

-Não pretendo te tirar desta família, se este é seu medo. Eu reconheço este casal como seus verdadeiros pais – apontou para Seth e para mim -, te criaram com muito carinho e posso ver que fizeram um bom trabalho. Para mim seria impossível cria-la tão bem como eles o fizeram.

-Eu não tenho uma residência fixa e vivo as margens deste mundo. Os humanos não podem me ver , assim como os vampiros precisam imaginar que fui destruído, não acredito que este seja um bom ambiente para uma criança. – todos agora estavam mais tranqüilos e ouviam atentamente ao relato de Paulo. –

-Como lhe disse Carlisle, só vim a sua casa por um pedido de Anala. Vocês tem uma arma muito poderosa aqui, algo a ser cobiçado ou até temido, não consigo imaginar como ainda não foram procurados pelos Volturis.

-Nos fomos. – respondeu Rosálie sem a mínima vontade e observando com desprezo o homem a nossa frente.-

-Não me julgue minha jovem. Não consigo ler pensamentos como seu irmão, mas sinto sua hostilidade para comigo. Deixei sim minha amada morrer e abandonei uma criança dizendo não a amar, mas não o fiz por egoísmo e sim por amor. Minha mulher assim o quis, ela nunca desejou se tornar o que eu sou e respeitei seus desejos, escolhemos com muita cautela o local do nascimento e a família que a receberia.

-Não compartilho de seu desejo de ter uma criança Rosalie, eu a amo sim, mas preferiria não a te-la e ainda estar ao lado de minha amada. Nisso sim eu sou egoísta. Só estou entre vocês hoje por desconfiança dela – apontou para mim – eu devia a ela uma explicação já que ela cuidou tao bem de uma parte de mim.

-A traição de que me acusam não faz parte de mim nesta situação, meu único erro foi acreditar em alguém que não merecia minha confiança. Errei ao contar a um amigo sobre Luna e agora me coloco a disposição de vocês para protegê-la, se o preço for minha vida, estou disposto a paga-lo, mesmo porque estando grávida, a bruxa não poderá repetir o que me fez hoje com muitos sem colocar a vida dos filhos em risco.

-Como sabe tanto sobre minha família? – Jasper parecia desconfiado –

-Procuro me cercar de todos os lados para não correr riscos, observei por muito tempo sua família e já tinha algumas informacoes fornecidas a mim pelos Volturis. Vocês sempre foram um exemplo a não ser seguido. – deu de ombros e voltou a fitar Luna com certa adoração em seu olhar –

-Se não foi você quem trouxe Jane ate nós, quem mais? – Seth se pronunciou ao mesmo tempo em que puxava Luna novamente para seus braços. O olhar de Paulo sobre ela o estava incomodando. –

-Muitos tem ódio do que vocês criam aqui, acham uma aberração a criação de meios vampiros. Uma fragilidade a raça na verdade, algo entre humanos e vampiros, frágeis e incapazes. – as palavras foram cuspidas de sua boca. –

-Não somos incapazes – o sangue quente de Kali falou mais alto e ele já estava sobre Paulo pressionando seu pescoço. –

-O que é você? – Paulo tentava se afastar do jovem sem êxito e pequenas rachaduras já se formavam por sua face. –

-Solte Kali. – Edward foi firme em suas palavras e sua postura conseguiu de alguma forma intimidá-lo. –

-Vó, não somos inúteis! – Kali se levantou jogando Paulo em direção a parede mais próxima, o corpo foi atirado com um forca incrível e mais uma parede veio ao chão. 

-O que vocês estão criando aqui? – Paulo manteve uma postura de auto preservação e o medo era visível. –

-Acho que sua pesquisa esta incompleta. – A voz debochada só poderia ser de Emmett –

-Kali é meu neto Paulo, filho de uma meia vampira e um lobo. A propósito, ele é bem mais forte do que você pode imaginar. – Edward sorriu deixando Paulo completamente desconcertado com suas palavras. –

-Se vocês tem tanto poder por que o medo da aproximação dos Volturis?

-Não queremos mais brigas ou o risco de perder algum membro da família por algo tao estúpido como uma batalha por poder. A aproximação de novos vampiros afetam a vida de muitos humanos com os quais convivemos, para os Volturis eles não passam de comida, para nós são amigos e devem ser protegidos. Queremos apenas viver em paz.

-Isso é loucura Carlisle. O que tem dentro dela, mais uma mistura impossível? – Paulo gesticulava e andava nervoso pela sala, seus olhos perderam a vida e agora não passavam de um tom embaçado de vermelho. –

-Não se atreva a falar mal dos meus filhos! – Seth se transformou rosnando ferozmente em frente a Paulo, as gengivas expostas, a saliva escorrendo por sua boca tamanho o ódio que sentia, o corpo ainda tremia mesmo após a transformação. –

Não podia mais assistir a toda aquela cena. Me coloquei entre os dois desejando nunca ter chamado aquele infeliz a nossa casa, mas agora já era tarde e precisávamos nos organizar para o que poderia vir a seguir.

-Seth, se acalme, ele é diferente de nós, não entende, não ama como nós. Por favor se acalme. Por nossos filhos!

Seth compreendeu e se afastou indo para a cozinha procurar por algo para vestir, Alice o acompanhou, acho que ela já esperava por esta reação.

-E você - apontei para Paulo com ódio nos olhos -  não esta aqui para julgar o que esta dentro de mim ou as decisões desta família. Se quiser ajudar aceite o que somos ou simplesmente suma de nossas vidas. – eu já gritava e sentia meu corpo queimando, sem perceber já estava em chamas na frente daquele vampiro cheio de preconceitos e não hesitaria em matá-lo naquele momento. -