Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

mais um cap para vcs...espero que gostem

bjs



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Cap. 13 – encontro na clareira

Meu pai e Samy ainda dormiam quando entrei novamente no quarto. Com apenas 4 anos de vida já me via com tantas preocupações, minha infância passou tão rápido e agora estava perdendo a adolescência conturbada e cheia de hormônios que viveria ao lado de Samy. Em pouco tempo já seria uma mulher e Samy ainda um adolescente. Sem poder tocar ou beijar meu namorado o que o faria ainda me desejar a seu lado? O imprinting seria o suficiente? A minha frente eu tinha os dois homens da minha vida e agora pensamentos absurdos corriam por minha mente tirando a pouca tranqüilidade que ainda tinha. Poderia perder um deles!

A respiração de Samy começou a se agitar e logo ele acordaria. O dia nascia do lado de fora da  janela e uma pequena luminosidade entrava pelas paredes de vidro. Não descansei por nenhum momento durante a noite, minha mente não me permitia e velei o sono de meu amor. Não guardava seus sonhos ou seu corpo, nada poderia feri-lo mais do que eu mesma e era disso que eu teria que protegê-lo. Protegê-lo-ia  de mim mesma.

-Luna?

-Sim amor, estou aqui. – seus olhos abriram com calma enquanto seu corpo se espreguiçava levemente pela cama –

-Porque não dormiu ao meu lado?

-Eu não posso. –abaixei a cabeça tentando esconder minha dor –

-Porque? – seu olhar era de confusão e busquei por ajuda nos olhos de meu pai que já nós observava de sua cama -

-Samy. Você se lembra do que aconteceu na noite anterior? –meu pai se levantou calmamente e sentou-se na cama de Samy me chamando para ficar a seu lado-

-Não lembro de muita coisa, só que estava abraçado a Luna...Por que dormiu aqui Seth? Por que meu braço dói?

-Samy, seu braço dói porque você recebeu soro em suas veias e uma pequena dose de calmante. Carlisle retirou as agulhas ha uma hora, mais ou menos. Fiquei no quarto com vocês por precaução.-meu pai estava estranhamente calma e me mantinha a seu lado na cama e uma de suas mãos descansava em minha perna, como para me acalmar também –

-Samy – cortei meu pai, eu queria poder explicar a  Samy o que fiz a ele – ontem a noite, durante nosso beijo...eu...- as lagrimas já caiam por meu rosto – eu quase te matei.

Samy sentou-se com a fisionomia contorcida, não tinha entendido exatamente o que minhas palavras significavam e buscava por respostas nos olhos de meu pai, que também estavam marejados enquanto suas mãos deslizavam por minhas costas tentando me acalmar.

-Samy – falou meu pai ainda tentando se manter calmo – o dom de Luna despertou nesta noite. Nós já havíamos conversado antes sobre a possibilidade dela ter algum tipo de dom, mas sem conhecer seus verdadeiros pais ficamos no escuro por todo este tempo. – Samy apenas assentia com a cabeça -  Ontem algo mudou, seu dom é incomum, no mínimo, e esta diretamente ligado a seus desejos. É como se ela fosse uma criança mimada, o que ela desejar, ela terá, mas diferente das conseqüências que um adulto enfrenta ao realizar os desejos desta criança, Luna tira a vida de seu objeto de desejo.

-Então, ontem quando nós beijamos, Luna me desejava e então sugava minha vida para ela?

-Sim.

-Você me deseja? – Samy sorria e seus olhos brilhavam em alegria –

-Desculpe! – não entendi sua reação, mas me odiava por quase te-lo matado –

-Desculpá-la? Mas pelo que?

-Samy, você bateu a cabeça também. Não entendeu nada do que meu pai falou? –acabei sendo um pouco áspera com ele, mas não estava entendendo suas reações, como ele poderia estar tão calmo! –

-Não precisa gritar. Não, eu não bati a cabeça e sim eu ouvi e entendi tudo o que seu pai falou. Simplesmente não acho que você possa me matar – ele deu de ombros - e também conheço muito bem esta família para saber que já estão buscando informações para que você possa ter uma vida mais normal, mesmo com este dom. – um sorriso sapeca saiu de seus lábios e vi que meu pai também sorria – Você me deseja Luna, é só isso que importa para mim.

-Seu bobo, é claro que te desejo. Eu te amo Samy. – ele não estava bravo comigo, não me julgou, na verdade ele nem se importou com o que tinha acontecido, estava tão feliz que não me contive e o abracei.-

Sentir sua pela na minha novamente era maravilhoso, seu cheiro, seu calor. Quando me dei conta do que estava fazendo, segundos depois de te-lo feito, me afastei rapidamente buscando por seus olhos em desespero, esperando que nada de ruim tivesse acontecido.

-Voce esta bem?

-Sim meu amor, melhor do que nunca. -Olhei para meu pai sem entender nada e ele também me olhava confuso.-

- Toc, toc. Desculpe entrar assim, mas achei necessário. – Edward parou na porta e nós olhava com alegria – Luna, enquanto vocês conversavam tomei a liberdade de me concentrar somente em sua mente enquanto sua mãe observava as energias que te rodeavam. Percebemos algo bem sutil, quem controla seu dom é você mesma. No momento do abraço você não desejou nenhum mal a Samy, na verdade você não desejou nada, estava apenas feliz por senti-lo novamente, este traço é muito sutil e facilmente convertido em desejo.

-Nada aconteceu a Samy, ou a seu pai quando lhe tocou durante a conversa por que sua mente estava preocupada com outras coisas. Não será um trabalho fácil para você pequenina – Edward se aproximou mais de nós – mas você pode aprender a controlar seu dom.

---

-Não vou permitir que eles fiquem juntos. Como você espera que eu entenda tudo isso Seth. Meu filho poderia ter morrido!

-Emily por favor, eu só peço...

-Não me peca nada Seth – Emily gritava e andava de um lado a outro da sala já bastante alterada – não há quero perto dele, não me importa se um é o imprinting do outro. Ela não vai matar meu filho.

-Venha Seth. – Sam levou Seth para fora de sua casa deixando Emily para trás –

-Não sei o que dizer a você. Eu também estou assustado. Luna poderia ter matado nosso filho. – suspirou forte e deixou o corpo cair de encontro aos degraus em frente a casa – Ela também é uma vítima de tudo isso, não posso condená-la. Acredito que os Cullens farão de tudo para ajudá-la, só não posso ficar contra minha mulher Seth, também não quero correr o risco de perder meu filho.

-Vai ser muito difícil para ambos ficarem separados. –me senti o pior dos pais nesse momento, minha filha sofria, Samy também sofreria com a decisão de sua mãe. Teríamos que esperar que Gabriel a ajudasse e que o controle sobre seu dom fosse forte o suficiente para permitir que ficassem juntos- Eu não sei o que faria se não pudesse tocar em Anala.

-É nisso que estou me concentrando Seth, só assim não tenho a mesma reação que Emily. A forma como sentimos o imprinting é diferente, sei o quanto dói pensar em ficar longe. Apenas nós de um tempo, conversarei com ela. – assenti com a cabeça e fui em direção a floresta –

Samy ficou na casa a pedido de seu pai e não se envolveu na discussão. Agradeci a Nala por não me permitir trazer Luna junto, ela ficaria arrasada com as palavras de Emily. Agora só me restava ir para casa despedaçar o pequeno coração de minha princesa.    

---

-Não vou sair deste quarto Kali. Me deixa sozinha – minha voz não tinha mais forca, minha garganta doía pelos soluços constantes e pelo choro reprimido –

-Não me obrigue a te carregar Luna. Você vai sair desta cama e vai comigo caminhar pela floresta. O dia esta lindo hoje, você não vai querer perder esta raridade. Só vou pedir mais uma vez, se não se levantar vou ter que deixar um lobinho solitário no meio da floresta.

-Que? – dei um salto da cama e já estava de pé na frente de kali –

-Ah o amor! Deixa até as pessoas mais animadas. – ele debochava de minha reação histérica – vá se trocar, não temos muito tempo e joga uma água fria neste rosto, nada de encontrar o namorado com os olhos inchados de choro. – deu uma piscadela e saiu em direção a sala –

Me troquei em tempo recorde e desci as escadas já correndo. Não encontrei ninguém pelo caminho, o que era muito estranho.

-Onde esta todo mundo? –perguntei já na sala –

-Todos estão envolvidos neste encontro as escondidas. Ate Sam esta ajudando, ele esta enganando sua mulher para permitir que vocês se encontrem. – rimos juntos – Estou me sentindo um agente secreto envolvido em uma missão muito arriscada, deveria ter vestido algo preto. –não conseguíamos parar de rir –

-Vamos logo, não temos muito tempo. Venha, vou carregá-la ate a clareira.

-Não. Eu vou te machucar!

-Deixa de bobagem. Você não me fará mal nenhum. – antes que pudesse negar novamente já estava em seus braços em uma corrida pelo meio da floresta - 

Paramos em um ponto conhecido, era a mesma clareira da noite do meu aniversario. As lembranças tristes se misturavam-se com as alegres daquele dia fatídico. Já estávamos separados à dois dias e saber que ele estava ali a poucos metros, me esperando, apertava meu coração.

-Volto em duas horas. Se acontecer alguma coisa me liga – me passou um pequeno celular prata -. Aproveite menina. – me deu um beijo na testa e me apontou a direção correta a seguir.

Minhas pernas tremiam e minha respiração se acelerou, já o ouvia a poucos passos de distancia. Seu corpo reagia da mesma forma que o meu, ambos estávamos nervosos. Quando a floresta fechada se abriu e os raios de sol brilhavam nas folhas verdes eu o vi, seus olhos negros brilhavam de alegria e seu sorriso se abriu deixando seus rosto uma feição boba, apaixonada. Acredito que a expressão do meu rosto era igual.

Não corremos em direção um ao outro, nós caminhamos observando calmamente nossos movimentos. Quando estávamos a poucos centímetros um do outro, nossas respirações tocando nossos rostos, soltei um leve suspiro.

-Oi.

-Oi.

Samy me abraçou forte e beijou meu pescoço, minha face e por fim minha boca. Foi só um Celinho rápido, mas meu corpo já reagia de forma incontrolável. Como senti falta do seu toque. Nossas testas ficaram unidas, nos olhávamos em adoração ao mesmo tempo que evitávamos um toque mais profundo.

-Senti sua falta.

-Também senti a sua. Mais do que meu corpo é capaz de tolerar. Minha mãe esta sendo muito infantil, mas meu pai esta tentando convencê-la.

Me separei dele neste momento. Sua mãe estava certa, eu era um risco, um monstro.

- Não podemos ficar juntos, não é certo! – andava de um lado a outro passando as mãos nervosamente pelo cabelo – Sua mãe esta certa, eu preciso me afastar de você.


-Você não pode, nós não podemos....-ele também estava nervoso, suas mãos tremulas eram prova disso – Você não sabe como é difícil te amar, sentir sua presença, seu calor e não poder senti-la...-nossos corpos se aproximaram e aquela pequena distancia entre nossas peles me incomodava mais do que tudo no mundo –  

-Como podemos continuar assim?

-O amigo de sua mãe chega hoje não é mesmo? Vamos esperar mais um dia, ele saberá conversar com minha mãe, poderá mostrar a ela como ele consegue controlar seu desejo...

-Será que ela ouvirá?

-Espero que ela entenda, mas se ela não for capaz eu não me importo. Não vou sair do seu lado. – novamente nossos corpos se encontraram e senti um choque percorrer por minhas veias. Me afastei imediatamente olhando para o rosto já pálido de Samy –

-Isso pinica. – a cor voltava a sua faces lentamente -

-Eu vou conseguir Samy – as lagrimas corriam soltas – eu sei que vou. – me afastei mais de seu corpo e sentei na grama úmida.-

Estávamos um de frente para o outro, os dedos as vezes se tocavam minimamente, nossos olhares nunca se desviavam da razão de viver do outro. O amor é engraçado, ele deslumbra, engana sua visão deixando tudo a sua volta mais colorido e feliz, para depois despejar as pedras, arranhar seu coração e lhe apresentar as provações. Eu me faria digna deste amor, lutarei contra minha essência . tudo por ele, por este sorriso.


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