Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 13
Capítulo 12 - Inicio


Notas iniciais do capítulo

boa leitura meus queridos



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--Em Toscana---

-No que esta pensando meu amor?- Miroir regressara de sua caçada e sentia seus braços quentes envolverem meu corpo, seu hálito fresco ainda exalava o aroma do sangue recém drenado.-

-Que bom que voltou amor! A casa fica muito vazia sem você. – a recebi em meus braços aproveitando cada segundo de sua presença. -

Eu agora passava mais tempo na casa longe das terras de Voltera do que junto ao que antes eu considerava família. Minha família agora se resumia a duas pessoas e mesmo sem permitir que Abáe me contasse seu segrego, ficaria a seu lado e ao lado de sua irmã independente das conseqüências. Dentro de mim eu sentia que esta seria a decisão mais acertada.

Agora, debruçado sobre as janelas baixas de nosso quarto e observando o por do sol, percebia o quanto desejava ser livre. A brisa quente adentrava pela casa de pedra e transformava o ambiente, o brilho dourado do sol entre a vegetação verde me remetia a sensações humanasa muito esquecidas. Aqui eu não precisava abaixar a cabeça, andar por corredores úmidos manipulando sensações. Não estava mais em minha posição de caçador.

Com a cabeça descansando no ombro de meu amor, me sentia uma presa inteiramente entregue a seu destino. O toque de seus dedos em meus cabelos trazia um calafrio agradável e um desejo enorme por seu corpo.

-Estas muito calado! Se arrepende das escolhas que fez?

-Não meu amor. Estava pensando justamente nelas agora. A única coisa de que me arrependo e de ter colocado sua vida em risco. Não deveria ter lhe trazido a estas terras. Se Aro me tocar nem imagino o que possa fazer conosco. – não consegui olhar em seus olhos enquanto lhe expunha meus medos, permaneci contemplando o entardecer com medo de sair de seus braços –

-Não há o que temer amado. Temos tudo sobre controle.

-Suas palavras carregam tanta certeza é como se todos os passos até aqui tivessem sido planejados. – puxei sua mão a altura de meu peito apertando seu corpo em minhas costas –

-Quando uma vida corre risco, os passos devem ser medidos e calculados. Os inocentes a nossa volta não devem cair sem propósito. Algumas pecas surgem de forma inesperada, como você por exemplo. Os movimentos são alterados de acordo com as decisões dos jogadores querido, minha única certeza é a jogada final.

-Não espero desvendar seus enigmas. Por mais que deseje as respostas, as conseqüências me assustam. Meu único desejo e que neste final, eu e você, fiquemos juntos. – suspirei sem necessidade, mas ao lado desta mulher sentia que minhas reações humanas ganhavam espaço por entre o veneno que corria em meu corpo –

-Nunca deixarei você meu amor. –suas palavras sussurradas em meu ouvido transmitiam tanto amor. A apertei mais contra meu corpo tentando imortalizar aquele momento. Inconscientemente desejei que o tempo parasse para nós –

-Tanto amor me faz invejar a juventude de vocês!-Abáe encostou-se no batente da porta enquanto nos observava - "Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor’’, ouvi esta frase enquanto peregrinava pelo mundo. Sinto vocês em tamanha harmonia que poderia dizer que até o meu coração de pedra se aquece.   

-Ah, que irmão encantador eu tenho – Miroir correu para seus braços e lhe deu um beijo carinhoso na face – Venha, fique conosco!

-Hoje não querida. Preciso sair para me alimentar. Terão a casa livre por esta noite, divirtam-se crianças – Abáe caminhava em direção a porta contendo o riso que suas palavras haviam provocado.-

Quando nos olhamos após sua saída a luxuria emanava por nossos corpos, os olhos já escuros de desejo. As poucas horas da noite não seriam suficientes para abrandar nossas necessidades um do outro, mas a oportunidade de sentir seu gosto era abrasadora.

Sentia seus olhos negros queimando por meu corpo, suas mãos serpenteavam sobre mim, nós livrando dos empecilhos das roupas. As paredes de pedra recebiam nossos corpos sem reclamar enquanto a Lua permitia que seus feixes de luz corressem pelas janelas iluminando nossos corpos unidos pelo desejo. Vorazes e sedentas nossas línguas se encontravam e descobriam os caminhos de nossa boca, o gosto do veneno de seus lábios era doce.

Permiti-me o acesso a sua nuca, seu pescoço, meus lábios buscavam pelo gosto de todo o seu corpo. Seus dedos presos a meus cabelos conduziam minha língua de acordo com seus desejos. Suas mãos pequenas e ágeis provocavam-me prazeres desconhecidos. Corríamos sem necessidade de pressa ou simplesmente contemplávamos a beleza do corpo um do outro.

Os raios de sol foram o sinal do fim de nossa união, um fim momentâneo e necessário. Nossos dias seriam eternos e cheios de prazer quando tudo estivesse terminado. Sentimos a presença de um vampiro e nós arrumamos esperando por sua chegada. Seu aroma foi ficando mais claro e senti  minha irmã próximo a casa. Sua presença me trazia a terrível lembrança de minha servidão.

-Jane. Minha irmã!À que devo a visita? – já a aguardava em frente a casa de braços dados com Miroir –

-Alec. – seu comprimento foi seco e dirigido apenas a mim.- Nossos mestres solicitam sua presença no castelo. Apenas a sua presença. -Não me sentia seguro em deixar Miroir sozinha. As palavras secas de minha irmã poderiam não significar nada, mas não tinha certeza disso.-

-Pode ir tranqüilo Alec. Ficarei com minha irmã hoje. – Abáe surgiu da mata próxima a casa – Na realidade, hoje já planejava a levar a cidade, pela manha alguns locais ficam encobertos pelas sombras, poderemos usufruir destas poucas horas para caminhar e conhecer melhor a cidade.

-Ficarei muito feliz em acompanhá-lo meu irmão. Alec, meu amor, quando regressar estarei lhe esperando.

-Jane. – suas palavras agora foram dirigidas a minha irmã, assim como seu olhar - Fico feliz em recebê-la em minha casa. Sinta-se livre para nós visitar em outras oportunidades. – Miroir lhe abriu um grande sorriso ao dizer estas simples palavras e senti que minha irmã recebia o convite com desdém.-

-Não será necessário. Podemos ir Alec?

-Claro. –me despedi de meu amor apenas com um aceno. Jane estava impaciente, provavelmente por estar exposta ao Sol.-

O caminho em direção ao castelo foi silencioso. O único som entre nós era o provocado pelo motor do carro com vidros escuros que Jane conduzia. Ao entrar no grande salão, a imagens dos três monarcas não me trazia a mesma segurança de outrora.

-Alec. Que bom que pode atender a nosso pedido. –Aro se levantou seguindo em minha direção já com a mão estendida.-

-Sou um servo de seu comando meu mestre. Sempre que precisar de mim estarei aqui. –As feições de Aro mostraram o seu descontentamento com o que lia em minha mente, mas ele não fez menção em contar aos outros.-

-Meu jovem, pedimos que viesse a nós hoje na intenção de iniciar os preparativos de nossa busca pelos infratores de nossa lei. Seremos cautelosos desta vez, não nos será permitido nenhum erro e para isso confirmaremos os fatos antes de agir.

Jane bateu as palmas da mão por duas vezes em baques surdos como que chamando por alguem.

-Esta é Micaella. – uma jovem de longos cabelos negros caminhou a meu encontro saindo pela passagem por trás dos tronos. Seu corpo bem distribuído em seus prováveis 1,75 tinham movimentos cadenciados e muito sutis, semelhantes ao de uma dançarina.-

-Meu senhor? Uma humana?

-Sim Alec. Micaella é uma humana e se colou a nossos serviços. Esta jovem venera nosso estilo de vida e se nós servir da forma que esperamos, lhe concederemos a eternidade como presente. –os olhares desejosos de Aro em direção a jovem lhe davam confiança, mas só nós, conhecedores de suas artimanhas, sabíamos do verdadeiro destino da jovem após os serviços prestados. Assim como todas as outras humanas que serviram a nossa causa, a única coisa que meus mestres ansiavam era por seu sangue quente.-

-Qual o papel da humana?

-Ela irá a Forks e verificará as informações de seu amigo. Se confirmado que a família de meu amigo Marcus violou nossas regras abrigando em seu lar uma bruxa e uma mestiça filha de um infrator, faremos valer da justiça.

-Em que lhe posso servir neste caso? – a vingança estava sendo ministrada com cautela. Erros seriam fatais e agora eles não pareciam se importar em coletar talentos, seria apenas a destruição para aquela família.-

-Alec, meu querido. Precisaremos que prepare os documentos de Micaella. Sua partida será  em uma semana. Durante este período também lhe pediremos para providenciar um espaço para uma escola de dança na cidade. Nossa querida humana será uma professora de dança clássica buscando por tranqüilidade naquela pequena cidade de Washington.

-Posso ser útil em mais alguma coisa meu senhor. – as palavras saiam de forma automática de meus lábios. A falta de sentimento era evidente, mas como nunca os demonstrei antes, minhas ações não eram compreendidas como afronta a seus desejos.-

-Por hora é só. – Aro voltou a seu trono e acompanhei Micaella em direção a seus aposentos. A jovem ficaria nas acomodações mais distantes da ala central e seria acolhida por outros humanos que segundo as palavras de Aro, veneram nosso estilo de vida. Pobres almas, não passam de gados em nossos abatedouros.


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