Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 10
Capítulo 9 - quarto ano


Notas iniciais do capítulo

mais um pouquinho de historia para vcs...bjs



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Cap. 9

Aproveitei a noite clara e sai da cama tomando todo cuidado para não acordar meu lindo marido que ressonava tranquilamente ao meu lado, vesti um casaco grosso e peguei a colcha de retalhos que havia feito a dois anos, a mesma tinha estampas com fotos de nossa família e amigos, datas importantes e as marcas de tinta dos pezinhos de nossa filha que hoje completaria seus quarto aniversario e já era uma adolescente com aparência de 13 anos.

Nossa menina crescia tão linda, agora seus cabelos estavam mais longos e desciam grossos e lisos por suas costas, as mechas coloridas foram substituída por tons castanhos contrastando com o preto quase azulado de seus cabelos, motivo? Muito obvio para falar a verdade, ela queria fazer uma homenagem para o Samy. Os pelos dele eram da mesma cor do pai, pretos e brilhosos só que tinham algumas marcas nas patas mais claras, em tons de castanho. Agora minha filha tinha o mesmo contraste no cabelo.

Estendi a colcha sobre as pernas e me aconcheguei em uma das cadeira em forma de balanço -  as colocamos no quintal alguns meses antes na intenção de aproveitarmos as noites quentes em família -observava a noite enquanto apreciava a brisa fria tocando minha face e se afastando levando consigo meu calor, o som suave da água sobre as rochas me trazia a lembrança da nevoa espessa que cobria as folhas verdes em torno do lago natural que se formava. Não percebi que meus devaneios me levaram a brincar com pequenas quantidades de orvalho - que se formavam em folhas próximas - os movendo como dançarinos pelo ar, deixando-me apenas, me conduzir pelo som da água.

-É lindo mãe!

-Oh filha! O que faz aqui fora neste frio? – deixei a água espalhar pelo chão a nossa volta –

-Vim fazer compania a minha linda mamãe. – ele sorriu e se sentou ao meu lado, a cobri com a colha e a puxei para mais perto de mim a aquecendo – Algum problema, porque esta aqui fora sozinha?

-Vim curtir a noite, hoje ela esta clara como na noite que você nasceu. Parabéns meu amor! – lhe dei um beijo na testa e a apertei mais a mim –

Recebi um abraço apertado da minha filinha linda. Estar a seu lado, assim tão próximo me deixava fraca, mas ainda não diria isso a ela, esperaria seu aniversario passar, não queria preocupá-la hoje. O poder que ela carregava crescia a cada dia, não sabia dizer exatamente o que era, eu o suguei para sentir seu teor e não consegui juntar todas as pecas, a única coisa que sabia é que aquela sensação tinha o gosto denso da morte, sorrateiramente sugava de mim minha vitalidade lançando um pó cristalino de gelo em minha corrente sanguínea, o frio rasgava meu corpo e enfraquecia minha alma lentamente.

-Linda, antes de entrarmos, quer receber seu presente?

-Quero! –ela se afastou de mim toda animada já se colocando a minha frente com os braços estendidos em minha direção. –

-Ai que filha interesseira que eu criei. – sorri com toda sua empolgação e coloquei minha mao sobre a sua fechando os olhos por alguns segundos –

-Mãe, que lindo. – seus olhos brilhavam e sua face corada emoldurava seu lindo sorriso branco e brilhante, era encantador olhá-la tão feliz. –

Eu tinha preparado no dia anterior, o colar era fito de ouro branco em três cordões trancados, no centro pendiam três pingentes. O primeiro, uma chama feita com a mistura de ouro velho e ouro amarelo, o segundo vinha logo abaixo após alguns nós com o mesmo desenho do cordão do pescoço, o formato de um lobo feito em cobre que sobre a luz misturava tanto as tonalidades de seu pai quanto do namorado e após mais alguns nós do cordão um diamante em forma de gota finalizava a jóia.

-A chama é linda – passou o dedo sobre os entalhes admirando as delicadas curvas –

-Fico feliz que tenha gostado achei que assim não tinha como você me esquecer e também ficaria engraçadinho no seu pescoço. – dei de ombros já me levantando e jogando a colcha em seus ombros para protegê-la do vento gelado que cortava o ar a nossa volta.-

-Mãe, não precisa, eu não sinto tanto frio assim!

-Eu sei, é costume.

- Eu amei mãe, é muito lindo. Você é a mãe mais perfeita do mundo.

-Sei, espera para ver o do seu pai, tenho certeza que meu nome vai cair para segundo lugar.

-Nunca mamãe. Vou acordar o papai. –não tive tempo de impedi-la, ainda era muito cedo para acordá-lo, mas ela já corria em direção a casa toda animada –

Quando cheguei no quarto já era tarde, Luna estava pulando sobre Seth já com seu presente no pescoço e pedindo atenção ao pai que, inutilmente, se escondia sob os lençóis.

-Filha. Deixa seu pai dormir mais um pouquinho, ele chegou tarde ontem!

-Você também chegou mãe e já esta acordada.

-Pai levanta, eu quero ganhar o meu presente. – ela continuava pulando na cama e chamando pelo pai –

-Ah, agora entendi, você não quer o seu pai, você quer o seu presente. – Seth sentou na cama já cruzando os braços no peito –

-Não paizinho. Eu te amo tanto, só queria te abraçar nas primeiras horas da manha do meu aniversario. –A carinha de anjo convenceu ate a mim –

-Ah chantagista! Você tem passado tempo demais com a Alice. Só vou perdoá-la porque disse que me ama. –Seth não resistia a filha –

-Então meu papaizinho lindo, não vai abraçar sua filha.

-Ah! Quando foi que você aprendeu a fazer este bico e estes olinhos pidões. Quero minha filha de volta, cadê ela?

-Seu bobo! – ela pulou em seus braços o abraçando forte –

-Ah, também quero! – pulei na cama junto a eles me envolvendo no abraço de família-

-Então pai, cadê meu presente? – após algum tempo abraçados nos separamos e Luna sentou em frente ao pai não se agüentando de curiosidade –

-Ai esta minha filha interesseira. Senti falta dela. – Seth estava se fazendo de desentendido e saiu da cama caminhando em direção ao banheiro –

-Paizinho, me mostra vai. – Luna estava apoiada na porta do banheiro dando leves batidas enquanto implorava ao pai por seu presente –

-Luna?

-Sim pai?

-Uma dica. É grande demais para ficar dentro de casa.

Luna saiu correndo do quarto gritando pela casa palavras desconexas. Eu já não sabia se ria da sua alegria ou me preocupava com o presente. Ela ainda era tão novinha para ganhar aquilo, mas Jacob e Seth me convenceram que não faria mal nenhum e não havia perigos já que ela já sabia usar e respeitava os limites.

Encontrei minha filha nos fundos da casa deitada sobre sua moto preta e grafitada em azul escuro. É claro que o desenho no tanque de gasolina tinha que ser um lobo. Luna acariciava a moto como se fosse um bichinho.

-Vou cuidar muito bem de você meu bebe. Tão linda. – elogiava e elogiava a moto enquanto a tocava –

-Não disse, meu presente foi esquecido. – falei rindo em sua direção –

-Nunca mãe, o seu ficara para sempre aqui – apontou para o colar em seu pescoço –

-Tá, e este seu bebe fica onde?

-Aqui – apontou seu coração, não pude deixar de rir –

-Entendi. – fingi magoa mas logo desfiz minhas feições – Volta para casa pequena, se troca rapidinho. Alice esta te esperando, ela organizou uma festinha para a família e te quer lá bem cedo. – antes que ela falasse algo já fui cortando. – Nada de Samy até a hora da festa, ele já sabe disso e esta preso em casa.

Ela saiu batendo o Pé e bufando. Uma graça irritadinha.

(...)

A festa começou mesmo após as 17h00, já que muitos dos convidados trabalhavam ou faziam rondas...rs...Alice superou todas as lembranças que eu tinha de suas loucuras anteriores. A festa foi organizada em dois ambientes, dentro da casa, mais precisamente na sala foi montado um bar, isso mesmo, Alice montou um bar, na verdade era um Rock Bar com tudo que você possa imaginar. Haviam pôsteres espalhados pelas paredes com os ídolos da minha filha, garrafas de bebidas sobre um balcão de madeira com dois mastros em neom azul e uma JukeBox com os clássicos do rock.

As mesas de madeira ficavam espelhadas e um palco foi montado, todos os instrumentos estavam prontos para que uma banda tocasse ali. As luzes bruxuleantes e a fumaça de gelo seco davam o toque final ao local. Nem preciso dizer que minha menina foi ao céu e voltou gritando mais que o normal né!

Foi assim o resto da noite, muita musica, animação, refrigerantes em garrafas de cerveja e é claro, muito adulto pagando mico no palco. Uma grande família reunida, lobos, vampiros, bruxas, mestiços, dava até para apostar na presença de fadas e gnomos.

-Amor, todos já me deram seus presentes, só falta você. Me da vai! – estávamos agora no quintal da casa aproveitando a decoração mais tradicional enquanto minha menina implorava pelo presente do namorado. –

-Mais tarde amor!

-Porque? – ele teria que ser muito forte para resistir ao biquinho –

-Chega vocês dois – Kali o salvou desta vez – Samy vai dar o presente mais tarde e você vai esperar bonitinha na clareira ta – Kali piscou para ela e saiu rindo. Aquele cachorrinho contou sobre o presente com a maior cara lavada –

-Samy, amor, porque eu devo esperar na clareira? – ela dançou em volta do corpo do garotinho de forma tão sedutora que Seth engasgou com um pedaço de torta que estava comendo.-

-Nala, tia, me ajuda. – ele estava perdidinho –

-Filha vem aqui do lado da mamãe – ela veio já emburrada e falei bem baixinho em seu ouvido –

-Sobe para o quarto da tia Alice e veste o que estiver sobre a cama, hoje você vai dormir fora de casa –

-Tia! Não era para contar! – Samy fechou a cara em desaprovação –

-Nem reclama. Já deixei vocês passarem a noite fora, não me faca ficar arrependida. E também tenho uma festa para aproveitar – pisquei para Seth que ficou todo vermelho e os que estavam a nossa volta começaram a rir e fazer piadinha -


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