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Capítulo 6 – Saphira’s POV

    Abri os olhos. Estava parada deitada numa cama em algum canto do uma sala até o momento desconhecida. Bruna também estava nela, junto com o cara da iluminação... * Se não me engano, acho que o nome dele é Ray... Mas o que importa agora?*

    Eu acordara péssima. E pessimista também... Não tinha nem mais coragem pra continuar vivendo. Eu ia me matar... Mas algo estava me impedindo... * O que o Gerard queria aquele dia que apareceu lá em casa?Por que minha mãe não conseguia olhar pra ele? Não me importo mais com isso... Eu não ligo... Ligo?* Eu não fazia idéia se ligava ou não. Estava mais pra sim do que pra não...

    De repente, Ray e Bruna se beijaram. Deviam estar namorando... Acho.

    Levantei e sentei na cama. Não tinha ninguém olhando. Levantei da cama e peguei uma tesoura que estava em cima da cama. Eu Estava decidida... Ia me matar.

    B: Saphira? Acordada? *envergonhada* Ahn... Como é que você se sente?

    Escondi a tesoura.

    S: Bem... E você?

    B: Bem também... O que está fazendo?

    S: Ah! Várias... Várias coisas...

    B+R: Que tipo de coisas? *olhares desconfiados*

        Gerard’s POV

    Estava admirando a cena na minha frente. Era visível que eu era a única pessoa a sorrir no recinto... Estava quase gargalhando. Aí meu sexto sentido apitou. * A garota vai fazer alguma merda... *.

    G: Put* que pariu... Entendi o que ela quis dizer com: “Ela precisa”. Não consegue ficar um minuto sem fazer nada? CACETE!

    As pessoas ao meu lado ficaram espantadas. Eu estava gritando “cacete” bem alto e falando sozinho. *Ninguém merece... *. Eu tinha que me esconder pra sair dali. As pessoas comuns não podem ver alguém em um lugar se tele transportando... Elas se assustam MUITO facilmente.

    Entrei num beco escuro (aparentemente vazio), fechei os olhos...

    Já estava em frente ao teatro. Era melhor eu entrar.

        Saphira’s POV

    S: Ah... Olhando a vista lá fora... *olha pra janela*.

    R: Que tal você ir pra casa então? Porque não vai ter ensaio nem nada hoje...

    S: Quer dizer que eu não posso mais ficar?

    B: Não, claro que não! É só que... Não tem nada pra fazer aqui, né...

    S: Ah! Entendi...

    Eles não queriam ser incomodados por que... Bem... Todo mundo já sabe o que eles queriam REALMENTE fazer naquela sala... Naquela cama...

        Gerard’s POV

    Entrei. Ela estava de saída. Escondi-me em algum lugar escuro pra ela não me ver. Pena que tudo foi em vão.

    S: Gerard? Se escondendo de quem?

    G: Hummm... De você, mas já que me viu... Não adiantou nada.

    Deu pra ver que ela corou. *É, querida... Perto de mim as coisas são diretas mesmo... Bem diretas. *.

    S: Por que se escondendo de mim? O que eu fiz de errado?

    G: Nada. Ainda.

        Saphira’s POV

    S: Como assim “nada ainda”?

    G: Até parece que você não estava pensando em fazer uma merda federal.

*Se pra ela se matar é uma merda federal, então estava certo. *

S: Eu não ia fazer nada, ta!

    G: Imagine... Olha... É um pouco constrangedor ter que dizer isso, mas...

    S: Mas o quê? ME DEIXA EM PAZ!

    G: Eu nem disse nada ainda! TPM?

    S: Não! É só que um idiota como você não percebe que a minha mãe morreu!

    G: Essa tocou meu coração...

    S: COMO PODE SER TÃO INSENSÍVEL?!

    G: Primeiro: Eu estava feliz, na minha tentando falar com você. E sabe qual é a resposta que você me dá? “É só que um idiota como você não percebe que a minha mãe morreu!” *imitando a voz dela* E se o que eu tenho pra te dizer tem a ver com a sua mãe?

    S: Ahn... Bem...

    G: Bem é o cacete! Você é tão narcisista! Só pensa em si mesma! Não vê que o que eu tenho que fazer pode ter a ver com a sua mãe nem porr* nenhuma! Tudo bem, tudo bem... Se é isso que você quer, VÁ PRO INFERNO!

    Não consegui falar mais nada depois disso. Eu podia mesmo ter pensado que era alguma coisa importante... Mas e se não fosse? Eu poderia ter escutado... Vai ver ele estava só tentando ajudar...

    Mas já era tarde de mais pra perguntar. Ele saiu pisando fundo do teatro pra fora...

    G: E se quer saber, eu sabia que você era igual a todo mundo aqui em cima.

    *Todo mundo aqui em cima?Que diabos...?*

    G: Você é tão egoísta... GAROTINHA MIMADA! Oh! E o que vai fazer sem a mamãezinha agora? EU QUERO VER VOCÊ SE VIRAR SEM MIM! QUERO SÓ VER!

    S: AGORA É VOCÊ QUEM ESTÁ SENDO EGOISTA!

    Corri pra perto dele. A gritaria só aumentou mais...

    G: EU? QUEM É QUE NÃO QUIS OUVIR O QUE EU TINHA PRA FALAR? VOCÊ! E POR QUE EU, UM SER COMPLETAMENTE SUPERIOR E MAIS DESELVOLVIDO IA GASTAR O MEU TEMPO COM ALGUÉM COMO VOCÊ?

    Não estava conseguindo raciocinar... Eu acabara de fazer um cara aparentemente feliz e “normal” perder a cabeça por um motivo também aparentemente idiota... Eu vi o quanto ele ficou irritado. E vê-lo daquele jeito me deixou triste... Uma angústia cresceu dentro de mim... *Será que eu estou sentindo o mesmo que ele?* Não pude me conter, mais uma vez as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

    S: Me... Me *soluçando* ... Me desculpa, Gerard... É só que...

    G: É só que o quê?

    S: É só que... Eu não sei o que eu faço da minha vida sem a minha mãe... Ela era tudo pra mim...

    Eu fui pra um dos bancos do teatro. Não consegui me controlar mais... Sentei ali e comecei a chorar violentamente. Deu pra perceber que o Gerard ficou sentido...