Dead! escrita por Nessan C


Capítulo 22
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Vocês estavam gostando da fic até agora... Aceitaram as reviravoltas... Tudo bem... Isso é uma loucura, eu admito! Mas foi o único jeito que eu encontrei de terminar essa fic! Esse é o cap. 24... O final não está tão próximo, mas não está assim tãaaao distante...
Well...
espero que gostem! XD



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        Gerard's POV

     Eu tinha que correr. Tinha que ser rápido... Se Frank tivesse a levado para o inferno como Vanessa havia dito... Seria o fim. Ela ficaria durante anos presa na fila do Purgatório... E depois iria até o Paraíso... Uma barreira que eu não poderia cruzar. Nunca mais eu a veria... Isso não poderia acontecer em hipótese alguma! Eu me mataria novamente... Me torturaria... Viveria preso numa cela para todo sempre... Mas não havia tempo para pensamentos dramáticos agora... Eu tinha que resgatar MINHA garota primeiro.

 

        Saphira’s POV

 

    S: Pai, eu juro que foi um acidente! Eu nunca mataria alguém de propósito! Como é que você pode saber disso? Ninguém NUNCA poderia saber disso!

    B: O livro da sua vida mostra absolutamente tudo sobre você! O que aconteceu para você matar o pobre homem?

    S: Pobre homem? Ele estava tentando me estuprar se você quer saber! Eu não tinha a intenção de matá-lo... Foi um acidente...

    B: O que houve minha filha? Por favor, não me faça mandá-la para o Inferno por um infeliz qualquer!

    S: É que... Bem... Eu o afoguei sem querer...

    Eu parei para pensar durante algum tempo. Refleti. Mas isso não era verdade. Nada foi um simples acidente.

    S: Mentira. Foi de propósito. Ela não iria colocar nem um dedo em mim! Eu nunca permitiria! Se por isso você tem que me mandar pra puta que pariu, faça isso. Não me arrependo.

    B: Não! Arrependa-se! Você vai para um lugar melhor! Arrependa-se!

    S: Desculpe pai. Eu não posso fazer isso.

    Ele suspirou.

    B: Você é igualzinha a sua mãe.

    S: Sei disso.

    B: Muito bem jurados... Temos muito a decidir sobre minha filha.

    Meu pai se reuniu aos espíritos e todos ficaram a tagarelar enquanto eu continuava sentada na cadeira desconfortável. *Espera...* A culpa de meu incômodo não era da cadeira, mas do estranho volume em meu enorme casaco.

    O DIÁRIO!

    Era hora de dizer adeus para ele... Nunca mais escreveria nada. Nunca mais leria nada. A minha vida havia acabado. Puxei o pequeno caderninho de meu bolso. Passei minhas mãos por suas páginas uma ultima vez. Foi divertido ler meus comentários sem sentido. Lembrava-me muito bem de todos os dias. Foi aí que vi a caligrafia mais perfeita e caprichada de toda minha vida. Eu NUNCA poderia ter escrito aquilo.

    Só pelas primeiras palavras já dava para decifrar de onde vinha. É que claro foi o petulante do Gerard. *Ai... Eu não acredito que até o meu diário ele foi capaz de ler. Que maldito!* Mesmo assim... A caligrafia era tão bonita que decidi dar a ele uma chance. Comecei a ler:

 

 

            Oi diário da Saphira! ‘Querido diário’... É assim que ela te chama, não é? Olha... A primeira coisa que vou dizer: ELA É MUITO GOSTOSA! Só é virgem porque quer! Hehehehe... Segredo nosso, ok? Vou dizer também: É Saphira, eu li o seu diário. “Gerard, como você ousa?” Não foi muito difícil. E além do mais, nem tem tantas coisas pessoais aqui. Só o que odiei foi o vendedor da papelaria. Como é que ELE ousa tentar mexer com a MINHA garota?

 

 

    Minhas bochechas coraram de leve. Eu não era a garota dele...

 

 

            Não importa... Ainda bem que ele não tocou em você gatinha, porque se não eu iria ter ficado muito puto! E isso também não vem ao caso... Talvez quando você estiver lendo isso, já vai estar com raiva de mim. Se não sabe de tudo ainda, vou explicar. Tudo começou quando eu morri há muito tempo atrás... Eu não era uma pessoa boa: um anjo negro. Eu nem era uma pessoa propriamente dita. Eu fui banido dos céus por ser um anjo assim. E não pude fazer nada para impedir isso. Tudo porque matei uma pessoa um dia. E quando um anjo vira um anjo negro, é como se tivesse morrido. Eu fui pro inferno assim que morri... Fui o primeiro anjo negro de toda a história! Dá pra acreditar numa coisa dessas?

            Quando cheguei lá, dei de cara com a morte em pessoa. Ela se chamava Bert. Esse tal de Bert não gostava desse cargo de morte. Dizia que o Inferno era um inferno, pois não tinha lei nenhuma. O lugar era mesmo uma bagunça enorme. Dizia que se houvesse alguém para matar as pessoas na Terra no lugar dele, teria tempo de arrumar aquele lugar. Então fizemos um acordo: Eu seria a morte para ele, enquanto ele ficaria e tomaria conta do lugar. E foi isso que aconteceu... Todos os dias eu recebia uma lista das pessoas que deveria amaldiçoar ou matar ao redor do mundo. Devo dizer que ultimamente tenho estado um pouco ocupado na África... Tantas coisas acontecem por lá, né...

            Enquanto eu permanecia ocupado trabalhando para o Bert, muitas leis foram criadas naquele lugar. Sobre promessas e muitas outras coisas. Claro que esse processo demorou centenas de milhares de anos, mas mudou bastante. Um dia, uma bruxa que vivia no inferno escreveu um livro sobre o lugar. O livro ficou escondido durante muitos outros milhares de anos e tinha o poder de assumir a língua da pessoa que o abrisse. A primeira pessoa a abri-lo foi a sua mãe, assumindo assim a língua inglesa para que ela pudesse ler. E agora se pergunte: “Por que minha mãe foi ler um livro desses?”

            Sua mãe e seu pai não eram pessoas boas. Os dois estão aqui comigo no inferno. Vou explicar melhor: Seus pais eram traficantes de drogas. Já mataram muita gente por aí... Venderam muitas drogas por aí... Uma vida meio James Bond, sé é que me entende... Só que aí, sua mamãezinha engravidou do seu papaizinho... E daí ficaram preocupados com o futuro do bebê. Tentaram apelar de todas as maneiras, mas o FBI já estava atrás deles! Até que sua mãe encontrou o livro da bruxa e descobriu uma maneira de me reconhecer, pois eu ando em todas as ruas em todos os dias sem ser percebido.

            Quando sua mãe falou comigo, ela pediu uma coisa muito séria: Que eu fizesse o mundo inteiro esquecer-se da existência de seus pais e os deixasse viver como pessoas normais. Eles estavam pedindo pela famosa ‘2ª chance’... E nas leis do Bert, a morte só pode fazer promessas por um certo preço... Ele não possuíam nada do meu interesse a não ser suas almas. Então combinamos que eu levaria a do seu pai e 20 anos depois, a da sua mãe. Para cumprir com a minha palavra, eu tive de matá-la. Mas afinal de contas, alguém tem que fazer o trabalho sujo, não é? 20 anos se passaram e eu matei a sua mãe. Tenho medo da sua reação. Não vai ser boa, mas eu não ligo realmente. Eu te amo de qualquer maneira.

            “Ah, Gerard... Mas essa é a minha história. E a sua?” É bem justo perguntar. Como eu já havia dito depois que virei A morte, fiquei muito mais tempo no mundo dos vivos que no dos mortos. Foi aí que conheci uma pessoa maravilhosa chamada Frank. Eu tive mesmo um romance com ele... Mas aquilo foi em 1957, acho... Não éramos muito aceitos pela sociedade e ele era um bom comandante. Eu perguntei: “Tem certeza de que quer fazer isso?” Pois pra mim não fazia a menor diferença, mas pra ele sim. E qual foi a sua resposta: “Eu quero assim mesmo.” UHUL! Ele  ME quis.

            Ficamos um belíssimo tempo juntos, até que o meu irmão mais novo, Mike, veio nos visitar uma vez. Ha! Foi um caos! Na época, ele era casado com uma tal de Alicia... Ela era muito bonita e gostava muito do meu irmão. Era simpática. Viramos amigos muito rapidamente.  E o Frank morreu de ciúmes. Reclamou durante semanas e semanas achando que eu o estava traindo com a esposa do meu irmão, mas eu não estava! Eu apenas havia me tornado amigo dela! Nos víamos sempre e eu estava próximo do meu irmão, até que o Frank ficou maluco de vez e matou a esposa dele na minha frente. Aí eu matei o Frank e ele nunca entendeu isso. Mike pensou que tudo fora culpa minha e deixamos de nos ver. Quanto ao Frank, ficou banido no inferno sem direitos a vir ao mundo dos vivos por algum tempo. O Bert foi falar com meu irmão algum tempo depois e nem assim ele acreditou em mim... Até que depois ele se apaixonou por uma menina... Vanessa... Ela é muito simpática também, devo dizer... Nossas mortes viraram uma novela. E eu sou o vilão.

            E chegamos à hoje. Frank já ganhou sua liberdade e está pronto pra vir aqui infernizar com minha morte... Nunca conseguiu esquecer o que fiz a ele. Nada de mais, claro. Só temo que o que ele venha a fazer tenha a ver com você, gatinha... Sabe que estou gostando de te chamar assim. Minha gatinha... Hahahaha... Voltando... O Frank se tornou uma pessoa péssima depois de ficar longe de mim, sabe... Ele ficou maligno e mentiroso. Dizem que ele anda namorando uma mulher igualmente doentia (mas muito boa... No mau sentido mesmo...): Anna Lyssa. Ela é uma das advogadas favoritas do Bert, porque ela sempre ganha. Faz o estilo dele, né?...

            Acho que não tenho mais nada a dizer agora. Queria que você me entendesse como tento entender você. Eu adoro você gatinha. Pode me odiar pelo resto da vida que mesmo assim vai me ver na hora da sua morte... Opa... Estou ouvindo seus passos pelo corredor. E claro, posso mesmo ler mentes, me transportar de um lugar pra outro, tirar facas do nada... É. Quando se morre, se pode fazer um monte de coisas legais que não se faz quando se está vivo... Mas eu já vou indo antes que você descubra que andei fuxicando sua privacidade... I love you.

 

 

    Eu não havia morrido por pisar em lugar nenhum. Não havia morrido por julgamento nenhum. Não havia morrido por ter matado o cara da papelaria (aquele TARADO)... Eu havia morrido por Gerard ter dito todas aquelas coisas lindas para mim. E eu com meu cérebro de formiga não fui capaz de entendê-las antes. Que idiota eu era... Que idiota...


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Notas finais do capítulo

Final tocante... *-*



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