Lembranças Arrancadas. escrita por Thalia_Grace


Capítulo 4
Tudo? Todos?




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Thalia POV.

Sinceramente, não sei o que estou fazendo. Quando acordei no quarto de Nico, que notei estar dormindo no chão, vi o quanto estava sendo idiota. 1º, se eu estou sem memória, mesmo ele sendo – supostamente – meu amigo, não merece ter que fazer tudo isso por mim.

2º, se eu não recuperasse a memória, ele iria sofrer em vão, e isso é outra coisa que ele não merece.

3º, tudo que eu estou fazendo é estragar a vida dele. E isso eu não quero.

Levantei da cama cuidadosamente e me abaixei ao lado do moreno, observei suas feições, leves e serenas. Comecei a chorar de novo. Nossa, o que me deu pra chorar tanto? Eu sou forte, pare de chorar agora... Thalia. Uma lágrima caiu no rosto de Nico, e com um carinho em sua bochecha eu a limpei. Suspirei, dei um beijo demorado na bochecha dele e pegando minha mochila sai de lá.

Olhei para os lados e não vi nada, saindo silenciosamente pelas sombras eu entrei em transe.

“– Thalia! Chame as outras, vamos ao acampamento! – Uma ruiva chamava-me. – Claro, Lady Ártemis, já irei. – E saí da cabana prateada.

- Garotas, reunir! – Berrei, logo já havia muitas garotas na minha frente.

- Meninas, iremos ao acampamento, se arrumem que logo partiremos. – Disse e me virei para entrar em uma cabana, também prateada.

Comecei a arrumar uma mochila com umas coisas e deitei-me num tipo de colchão. Depois disso, dormi.”

Saí do transe arfando. Aquilo tinha acontecido mesmo?

Não tive tempo de pensar, dois monstros estranhos começaram a me atacar. Com suas garras me cortaram no braço e na perna. Até que eu gritei, não muito alto, mas o suficiente pra me salvar. Ou melhor, chamar meu salvador.

- Corre pra dentro! JÁ, THALIA! – Mandou Nico, que lutava com os bichos com um tipo de espada preta.

Eu queria obedecer e entrar, mas estava paralisada. Caída no chão e paralisada.

- Nico! – Disse quando vi um dos bichos rasgar sua camiseta preta com as garras. Depois disso seu olhar se tornou frio e ele se virou com tanta fúria nos olhos para os bichos, que eles vacilaram. Girou sua espada uma vez na mão, a cravou no chão e falou uma frase muito rapidamente. O chão começou a tremer, um buraco abriu embaixo dos bichos, e esses caíram berrando estridentemente. Pisquei e quando abri os olhos ele estava na minha frente. Não havia nem rastros do buraco.

- O que foi isso? – Perguntei trêmula. Ele apenas me olhou e tentou me ajudar a levantar, mas eu caí de novo. Minha perna sangrava muito e doía, por isso não conseguia andar.

- Posso te carregar? – Perguntou, me encarando com seus olhos negros.

- Pode. – Disse corando. Espera, corando?! Eu não coro, eu acho.

Ele me levantou com uma facilidade que me fez me perguntar se eu era muito magra ou ele era muito forte. Nico me levou pra dentro de seu chalé, me colocou na cama e foi até sua cômoda.

- Nico, o que eram aqueles bichos? – Minha voz era baixa, mas eu sabia que ele havia me ouvido.

- Harpias. São monstros, mas eu te mostro uma pessoa que te explicará melhor. Isso depois, agora você vai me explicar por que você estava lá fora. – Disse sem expressão, voltando na minha direção. Rasgou minha calça no meio da coxa, um pouco acima do corte, que sangrava muito. Colocou um tipo de geleia ali e passou um pedaço de pano.

- Eu ia fugir. – Falei quase sussurrando.

- Fugir para onde?- Perguntou sem me olhar, ainda fazendo um curativo com o pano na minha coxa.

- Para qualquer lugar, não queria ficar aqui e só te atrapalhar, você não merece isso. – Dessa vez eu sussurrei.

- Olha aqui. – Olhou pra cima e segurou meu queixo para que meu rosto ficasse virado para o seu. – Você nunca, NUNCA MESMO, me atrapalharia. Seu sorriso me ilumina, seus olhos me alegram, sua presença me deixa extremamente feliz. Se você fugisse, eu ficaria desesperado e sairia atrás de você até que te achasse, mesmo que isso durasse uma eternidade. – Seus olhos demonstravam sinceridade e outro sentimento mais... Profundo. Quase chorei, mas preferi fazer outra coisa: o abracei forte.

- Obrigada, Nico, obrigada mesmo. – Ele suspirou como se estivesse triste. Afastei-me e o encarando perguntei:

- Nico, o que você era meu antes de eu perder a memória? A verdade. Toda ela. – Ele me encarou um minuto, depois se sentou ao meu lado e começou a falar.

- Nós éramos amigos, primos, na verdade, até que você foi pra longe com um grupo de meninas. Quando você veio aqui para uma visita, nós nos tornamos mais próximos, por assim dizer. Até que um dia, eu fui para a floresta caminhar. Você estava lá, sentada olhando o céu, sentei ao teu lado e ficamos conversando até que eu quase te beijei. Mas você não podia, falou que era para eu esperar. Passaram cinco dias e você ia embora, pediu para eu te encontrar no mesmo lugar na floresta. Quando eu cheguei lá, você chorava e me disse que não ia aguentar o tempo da separação – até ai eu já chorava – e acabou me beijando, depois disso você correu para longe, você havia ido embora. – Me abraçou, e por um misero instante consegui ver uma lágrima passar por seu rosto. Eu não sabia o que fazer, mas tinha certeza que tudo era verdade. Quando ele se separou do abraço, passou a mão por minha bochecha, secando lágrimas que eu nem havia me tocado que escorriam. Acabei entrando em outro transe.

“ – Thalia! Não fique, você não aguentará! – Um menino loiro gritava... Luke.

- Vá Luke, salve Annabeth e se salve! – Berrei.

- Não posso te perder! – Ele quase chorava, mas já desistia.

- Nem eu, vá! – Falei, correndo dei um selinho nele e fui.”

Piquei e entrei em outra memória.

“- Thalia, você quebrou o juramento. Eu não posso aceitar esse desrespeito! – Ártemis gritava furiosa.

- Ártemis, por favor, não faça mal a ele. – Lágrimas caíam rapidamente por meu rosto, eu já estava ajoelhada no chão com as mãos cobrindo minha face molhada.

- Não, eu não posso interferir com nada na vida dele, mas sim na sua. A partir de agora, você, Thalia Grace, se esquecerá de tudo e todos, em nome de sua traição.”

A cada piscada eu saía e entrava em um transe.

“– Thalia, meu amor, você não sabe como me dói saber que você não pode ser minha. – Nico passava as costas de sua mão por minha bochecha.

- Eu ainda serei sua, só preciso sair da caça. E logo irei fazer isso. – Sorri para ele.”

- AH! – Berrei.

- Thalia?! – Nico dizia me chacoalhando, mas parecia tão distante.

- Ni-Nico? – Tentei dizer, mas saiu num sussurro.

- Thalia? Thalia! – Ele ainda me chacoalhava e já estava ficando desesperado, mas eu não conseguia me mexer, era como se estivesse fora do controle do meu corpo.

Até que do nada, consegui me controlar, parei o chacoalhar que Nico fazia e sorri.

Finalmente eu me lembrava. De tudo. De todos. Finalmente.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
esse é o penultimo, o prox é o ultimo...
então reviews senão sem post ^^'
hehehehe



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