O Jogo escrita por Saito


Capítulo 3
Cassino Bellagio


Notas iniciais do capítulo

Capítulo mais longo. Que comecem os jogos!



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A noite estava quente, um clima bastante típico para uma cidade no meio do deserto. O cassino estava iluminado, como sempre, e continuava a ter seus mais de dez andares, o lago, a “torre” que ficava na fachada do prédio. Tudo como sempre. Mas tudo diferente para um pequeno grupo de adolescentes que acabara de chegar à entrada do local.

– Não podemos entrar no cassino? – Henrico estava com as mãos nos bolsos da calça.

– E por quê estou com a impressão de que você trouxe algumas moedas no seu bolso, Rico? – Irma encostou-se em um poste e começou a limpar os óculos – jogo besta... já são quase 6 da tarde e nada!

– Vocês... também estão aqui por causa do jogo? – Allana apareceu, usando uma jaqueta larga (como tentativa de esconder seus quilos a mais) e uma mochila pequena.

– Uh... e posso saber quem é você, fofa? – Karina jogou os cabelos para trás e fez um olhar de desdém para a ruiva.

– Pode sim. Eu me chamo Alessa e devo ser uma das participantes como vocês!

– Essa é Karina, eu sou Irma e... bom, o mané aqui é o Henrico – Irma ia apontando para eles enquanto fazia as apresentações – aqueles dois também estão com você?

O grupo olhou para um casal que se aproximava e parecia ansioso demais para entrar em um cassino.

– Olá, estão esperando alguém? – Madelyne se dirigiu a Karina e sorriu.

– Hm... não.

– Oh, está certo então – ela se despediu da loira e falou algo para Richard. Pouco depois, ambos foram para o outro lado do cassino.

O relógio digital que ficava próximo dali marcou 18:00. Uma van preta parou ali perto, e tinha um cartaz preso, onde se lia:

quandO menos se esperar...

em JulhO: Game, O filme!

Quando deu 18:01, um ruído baixo e intenso começou a ser ouvido por Irma, Henrico, Karina, Alessa, Richard, Madelyne e, em outro ponto da cidade, também pôde ser ouvido por Helena. Simultaneamente, seus corpos paralisaram e suas cabeças foram encapuzadas, ao mesmo tempo. O Jogo começava.  

Alessa abriu os olhos e viu que estava sentada a uma mesa, posta para o chá. Um vulto com um chapéu estava a sua frente, com a cabeça abaixada. A garota começou a tremer convulsivamente e tentou abrir o pingente. Mas suas mãos não a ajudavam. Foi então que o vulto começou a se mexer e levantou a cabeça. Era Richard. Ele jogou o chapéu para o lado e olhou fixamente para ela.

– Q... quem é você...? – Alessa continuava a tremer, embora sua respiração já tivesse normalizado.

– Eu sou Richard Michael. Você estava com aquele grupo.

– Sim... eu me chamo Alessa.

O bule criou pernas e começou a pular na mesa, jogando chá quente para todos os lados. As xícaras, os talheres e o açucareiro o imitaram e pularam na direção de Richard.

Alessa chutou a perna da cadeira e o derrubou, salvando-o de um golpe do garfo.

– Estamos em uma versão assassina de “Alice no País das Maravilhas”! – Richard se levantou e puxou Alessa pelo braço. Mas a garota se soltou e pegou a mochila que estava no chão. Chuck, o boneco assassino, se jogou em cima dos dois enquanto corriam. A ruiva virou a mochila nele, fazendo-o bater contra uma parede e se despedaçar com o impacto.

– Belo golpe. E agora, para que lado vamos? – eles estavam em uma bifurcação. O caminho da direita tinha uma placa que dizia “REALIDADE” e na da esquerda dizia “VOCÊ ENCONTROU”.

– Vamos pela direita – Alessa começou a puxá-lo, mas Irma viera correndo pelo caminho da “realidade” e esbarrou nos dois. Ela trazia uma semi-automática.

– Não vão por ali! Acabei de despistar o Cérbero, o cão de três cabeças da mitologia greco-romana! – sua jaqueta preta estava rasgada na manga.

– Como você arrumou isso? – Richard levantou as duas garotas.

– Atrás de uma pedra. É só procurar. E falando em procurar, tem mais... – Irma contou nos dedos –... três pessoas para encontrar.

Eles pegaram o caminho da esquerda, enquanto contavam como tinham recebido o convite.

Madelyne e Karina corriam de um samurai morto-vivo, que tentava, a todo custo, cortar as duas. Madelyne se jogou em cima da loira, ambas caindo em cima de algumas caixas que se quebraram. O samurai levantou a espada e cortou o ar. Uma rajada de vento empurrou as duas para a beirada de um abismo.

– Se solta! – Madelyne berrou para Karina. A ruiva percebeu que havia uma pequena saliência na pedra, bem abaixo delas.

– Ficou louca?! Você bebeu, né, se acha que eu vou me machucar!

Madelyne soltou as mãos e, depois que caiu em cima da pedra, puxou os pés da loira. As mãos de Karina acabaram ficando machucadas, o que era uma alternativa melhor do que ter tido a cabeça decepada pelo samurai.

– Eu falei pra você se soltar. Olha agora, suas mãos estão sangrando e não temos nada pra fazer um curativo...

– Eu me viro! – Karina olhou para os ferimentos. Madelyne puxou delicadamente uma das mãos da garota e lambeu o ferimento – o que você está fazendo?

– Dando um jeito no seu machucado... – Madelyne levantou o rosto na direção da estudante. Karina não sabia o que fazer. De repente, o barulho de algo se soltando fez as duas segurarem a respiração. Elas olharam para trás e viram o samurai de pé, no mesmo lugar em que estavam. Mas o impacto foi muito forte e a pedra se soltou do resto e despencou. O samurai foi o primeiro a cair e logo depois, as duas também caíram.

Henrico se protegia como podia com um escudo de madeira e uma espada de plástico. Criaturinhas que se pareciam com Brigadeiros Mutantes o atacavam, atirando grandes pedaços de pedra. Por sorte, um pedaço enorme de rocha esmagou uma quantidade considerável de Brigadeiros Mutantes, enquanto os outros fugiam, desesperados. Mas, para azar do moreno, duas pessoas caíram em cima da sua barriga.

– AHMEUDEUSEUVOUMORRER! NÃO ME MATEM, NÃO ME MATEM! – Henrico socava o ar. Madelyne levantou-se e ajudou Karina a se levantar.

– Henrico, sou eu! – Karina deu um tapa no rosto do rapaz. Depois, ela deu um gritinho, pois tinha se esquecido dos machucados em sua mão.

– Tô salvo! – Henrico abraçou as duas.

– E nós também – Irma saiu do meio de uma neblina, seguida de Richard e Alessa – agora que estamos no Jogo, qual será o nosso próximo passo?


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram da misturinha?

BJS!



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