Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 32
O ataque dos gêmeos caipiras


Notas iniciais do capítulo

Eu morri de rir escrevendo algumas partes desse capítulo. Na verdade... Eu morri de rir escrevendo a fic toda.

Espero que gostem...



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- Em... Perigo? – Repetiu Rodrigo.

- É, retardado. Em perigo. – Afirmou Ares – Vocês vão notar a qualquer momento...

Rodrigo e Amanda se jogaram no chão ao ouvirem o som de uma escopeta atirando. Talvez uma espingarda... De qualquer jeito... Podia matar.

- Que porra foi essa?! – Berrou Rodrigo.

- Eles...?! Eles estão bem?! – Perguntou Amanda para Ares.

- Não por muito tempo. – Disse Ares – Lá fora vocês vão encontrar um pequeno desafio. Vão ter que resolver o problema, e dar o fora desse celeiro maldito. Sacaram?

- Mas... Dar o fora para onde?! E... Quem está lá fora? – Perguntou Rodrigo.

- São perguntas demais. Mas caso sobrevivam á isso... Vocês têm que partir para New York. Nos encontramos lá. – Falou Ares.

- Mas como você nos achou? – Quis saber Amanda.

- Fácil... Eu senti vocês. – Amanda estava prestes a perguntar como, mas ele a interrompeu – Quando resolver esse problema, você vai entender melhor. Agora... Adeus, cabeça de vento.

- Dá para contar para a Flávia e para a Mariana que estamos vivos? – Pediu Amanda.

- Não. Sinto muito, mas... Se não morreram até agora, ainda correm o risco de morrerem. Não quero ter que agüentar aquelas duas chorando a segunda morte de vocês. – Falou Ares.

- Você é muito egoísta ás vezes. – Comentou Amanda.

- É eu sei. Até mais. E tente não morrer. – A TV desligou e Ares sumiu.

- O que nós fazemos? – Perguntou Amanda para Rodrigo.

- Eu odeio isso... – Falou ele fuzilando a TV com o olhar – Os Deuses sempre faziam isso com os heróis. Davam meias informações e falavam “Você vai entender mais tarde”, que quando eles não morriam, eles falavam “Viu? Eu não te ajudei?”. Se Ares falar isso... Eu vou mandar ele se ferrar.

- Vamos primeiro ver o que há de errado com Rhamon e Mateus. – Sugeriu Amanda.

Eles dois correram até a porta da loja. Antes de abri-las, viram qual era o problema. Ou... No caso... Os dois.

- Quem disse que vocês pirralhos podiam entrar na nossa casa?! – Perguntou um cara quase dois metros de altura extremamente musculoso.

- Nós só... – Rhamon tentou explicar, mas o outro cara igualmente musculoso não deixou. Ele apontou a espingarda para a testa do Rhamon. Amanda gelou pensando que ele fosse puxar o gatilho.

- Vocês nada, seus merdas. – Cuspiu o outro cara.

- Ei... – Falou Rodrigo baixinho para ela – São caipiras do Texas. Eu disse que esses caras só andam armados. Eles ficam protegendo o mato deles o tempo todo.

- Protegendo o mato?! – Repetiu Amanda – Quer dizer... Que na sua opinião eles acham que nós queremos roubar o mato deles?!

- Claro. Tem idéia melhor? – Falou ele.

- Tenho. Eles estão irritados porque nós invadimos a casa deles. – Falou Amanda em um sussurro – Mas já que você é o senhor “Sou Foda” e é o único que tem um cérebro, não sei se eu estou certa.

- Foi mal. Não devia ter dito aquilo. – Resmungou ele – Infelizmente... Acho que você está certa. Mas... Olha para eles. São caipiras do Texas super musculosos de dois metros de altura. Como vamos ganhar deles?

Amanda parou para pensar e Rodrigo também, só que em sua mente uma voz começou a falar. Era Ares, e Rodrigo sabia.

- Presta atenção, emburrado. – Falou ele – A Flávia tem uma mira boa, a Mariana é boa de briga. Qual é o seu talento e o da cabeça de vento?

- Se eu soubesse não estaria parado pensando! – Reclamou ele mentalmente.

- Eu vou te dar uma dica... A cabeça de vento age bem sobre pressão. Ela só funciona quando não está parada. Ela tem que se mover. – Falou Ares – Se é um estrategista tão brilhante, move essa peça.

Rodrigo olhou para Amanda que ainda fitava a cena com medo de ver seus amigos feridos. Ele pensou em algo terrível, e esperou que Ares não tivesse ouvido.

- Eu ouvi sim. – Ele parecia rir – É isso mesmo. Ela age bem sobre pressão. Tem pressão maior do que ficar na mira de uma espingarda sem nenhuma defesa?

- Não posso fazer isso. Ela vai morrer. – Pensou ele de volta.

- Ela tem o colete. Ele é á prova de tudo. Ainda bem que ela escolheu ele, senão estaria perdida. – Falou Ares – Agora vai.

Ele não queria de jeito nenhum, mas não tinha muitas escolhas.

- Amanda... – Chamou ele e ela o olhou – Você tem que ir lá e enrolar aqueles caras. Enquanto eu penso em um plano.

- O que?! Mas...! – Amanda tentou protestar, mas ele a interrompeu.

- Você tem o seu colete. Ele vai te proteger. Eu só tenho esse punhal ferrado, por isso não posso ir. Vai lá. Eu vou ficar pensando. – Disse ele.

Amanda respirou fundo e olhou para os dois cara do lado de fora. Eles estavam de costas, por isso não dava para ver seus rostos.

- Espero que esteja certo... – Murmurou ela. Antes de ir embora ela completou a frase – Porque se eu morrer, quer dizer que os esquecidos todos têm que morrer. Ou seja... Seu eu morrer, você morre.

Ela disse até mais, e saiu da loja rapidamente.

- Que droga... Agora eu vou morrer. – Choramingou Rodrigo.

- Parem! – Exclamou Amanda pouco segundos antes de um dos caras puxar o gatilho e estourar os miolos de Rhamon e Mateus.

Os dois caipiras se viraram para ela surpresos.

- Não sabia que vocês tinham mais uma amiga, garotas. – Zombou o caipira de camisa quadriculada laranja e com um pedaço de trigo na boca. – De onde é que você veio, garota?

- De dentro do celeiro. – Amanda falou com pose de “Fuck yeah” – Quem são vocês?

- Quem somos nós? Quem é que você pensa que é? – Perguntou o caipira de camisa azul quadriculada. Eles eram gêmeos, mas por sorte se vestiam com camisas de cores diferentes.

- É... Eu acho que nós devíamos nos apresentar... – Amanda fingiu estar sem graça – Meu nome é Amanda Freitas, esses aí são Rhamon Mello e Mateus Carvalho.

Os caipiras se entreolharam como se discutissem silenciosamente se deviam ou não contar seus nomes. Por fim devem ter decidido que sim.

- Meu nome é Tim Mcjoe. – Falou o caipira com feno na boca e camisa laranja.

- E eu sou o Tom McJoe. – Falou o caipira de camisa azul que segurava a espingarda. – E agora vai respondendo por que, em nome de Zeus, vocês entraram no nosso celeiro.

Ela pensou em como aqueles nomes eram ridículos, mas preferiu não falar nada.

- Em nome de Zeus? – Repetiu Amanda. O Tom apontou a arma para sua barriga e ela congelou – Ahm... Vocês são meio-sangues também?

- Por que pergunta? – Quis saber o Tim com seu trigo na boca.

- Porque me disseram que o Texas é cheio de meio-sangues. – Falou ela olhando para os dois – Vocês são... Filhos de quem?

- Filhos de Ares. – Respondeu Tom ainda apontando a arma.

- Ares?! – Foi por isso que ele sabia onde estávamos e conseguiu nos sentir, pensou ela, porque o Tim e o Tom estavam nos causando problemas. – Eu... Eu conheço o pai de vocês.

- Um grande babaca, né? – Cuspiu Tom no chão ao terminar a frase.

- Ahm... Por que acham isso? – Perguntou ela fingindo estar interessada.

- Não é da sua conta, intrometida. – Falou Tim – Como é que você conhece ele?

- Ele... Quase me matou. – Contou Amanda pensando que aquilo fosse ajudar. E deu certo mesmo.

- Como é que é?! – Riu Tim – Tom! Abaixa isso! Se Ares quis matar ela e esse povo da cidade, então eles são amigos.

Tom sorriu a abaixou a arma.

- Foi mal aí, garota da cidade. – Falou ele – Pensei que fossem só um bando de ladrões. O que fazem aqui?

- Nós temos que ir para New York. – Contou Amanda ainda com medo deles.

- New York? Um pouco longe, hein? – Falou Tim.

- Pois é... Mas se vocês ajudarem... – Rhamon começou a falar, mas Tom chutou ele fazendo-o calar a boca.

- Estamos falando com a moça. – Falou o Tom e depois virou-se para Amanda – Como vieram parar aqui?

- Pegamos um trem e acabamos nos perdendo. Sinto muito se nós pegamos umas coisinhas emprestadas. – Ela olhou para sua nova roupa – Mas... Se quiser nós devolvemos.

- Nada. Fica melhor em você do que no Tom. – Falou o Tim sacaneando o irmão.

- É... Vocês teriam um mapa? Isso ajudaria a chegar á New York. – Disse ela ignorando o comentário do Tim.

- Para que precisam ir para New York? – Perguntou Tom.

- Nós... Estamos em uma missão. – Contou ela – Precisamos chegar a New York para nos encontrarmos com nossos outros amigos.

- Espera aí... – Falou Tim analisando a situação. Ele deu um passo na direção de Amanda e sorriu maldoso para o irmão – Então... Quantos meio-sangues são ao todo?

- Nós... Somos doze. – Respondeu Amanda hesitante.

- Estão procurando um objeto perdido? – Quis saber Tom dando um passo na direção dela também.

- É... – Respondeu com medo.

- Era só o que precisávamos saber. – Tom piscou para Amanda e atirou com sua espingarda na sua barriga. Amanda se jogou para trás e caiu no chão quando a bala á acertou. – Pobre meio-sangue... Que destino trágico.

Tom e Tim estavam rindo. Os dois se viraram prontos para atirarem nos outros 2 que restaram, quando Amanda fez um corte no pulso de Tom com sua espada. Ele gritou e soltou sua arma. Tim e ele olharam para ela surpresos.

- Como?! – Berrou Tom enfurecido.

- Tenho um colete. – Respondeu Amanda em um tom triunfante – Se quer matar alguém, mire na cabeça, idiota!

Tom rugiu de dor e ira, e Tim cerrou os punhos.

- Grande coisa. Como se um bando de três pirralhos fosse nos ganhar. – Resmungou Tim com seu trigo – Tom... Dessa vez mire na cabeça.

- Pode deixar comigo. – Sorriu ele.

- Eu cuido desses outros dois. – Disse Tima virando-se para Mateus e Rhamon. Rhamon pegou sua foice, e Mateus sacou suas duas 9mms. Ele apontou para o Tim, que recuou um passo, mas assim que apertou o gatilho viu que a arma não estava carregada. – E agora? O que vão fazer?

Tim riu e fez surgir uma incrível espada de dois gumes. Não era de longe tão boa quanto a de Ares, mas dava medo mesmo assim. Ela era extremamente afiada. Como se ele tivesse passado dias a preparando para um luta.

Se eles não têm TV, acho que essa é a diversão, pensou ela.

Tom, entretanto, tentou simplesmente pegar sua arma novamente. Ela apontou a espada para ele, mas Tom empurrou Amanda para trás com força. Ela caiu no chão e rastejou para trás.

A arma estava encostada no pescoço dela em questão de segundos.

- Quais são suas últimas palavras, garota da cidade? – Perguntou Tom.

Amanda pode ver seus amigos desviarem o melhor que podiam de Tim e sua lâmina maligna. Depois de um tempinho, Tim teve uma idéia mais divertida. Ele lençaou Rhamon e Mateus em um dos cercados de animais. Só que... O cercado estava cheio de javalis selvagens.

Os garotos começaram a lutar e tentar fugir deles, mas eram muitos.

- Então? – Perguntou Tom novamente.

- Por que o estão tentando nos matar? – Quis saber Amanda.

- Ordens superiores. – Respondeu Tom sorrindo – Os titãs estão se cansando do Tártaro, e nós vamos dar uma mãozinha á eles limpando o caminho do pessoal da profecia.

- Mas os Deuses...! Eles são a família de vocês! – Protestou Amanda.

- Há! Família?! Os Deuses usam os semideuses ingênuos que nem vocês para conseguirem o que querem. – Riu Tom – Só que eu e Tim estamos cansados disso. Agora, senhorita, com a sua licença... Vou atender ás ordens deles.

- Eu conheci Ares, e quer saber? – Amanda teve uma idéia de repente - Se você realmente gosta de ajudar os titãs e se virar contra a sua família, então você não é nada além de um capacho. Posso imaginar a cara dele quando descobrir que seus dois filhos são traidores.

- Como é que é?! – Tom apertou ainda mais a espingarda contra o pescoço dela.

- Você o acha tão ruim? – Falou ela – Mesmo que ele fosse assim... Você ainda não seria digno dele. Ares deve ter vergonha de vocês. Por isso os deixou isolados nesse fim de mundo.

O ponto fraco dos filhos de Ares era a perda de controle. Quando estavam irritados, não pensavam. Agiam por impulso e acabavam cometendo erros idiotas. O de Tom foi sorrir.

- Vamos fazer diferente então. Que tal nos se no divertíssemos um pouco antes? – Sugeriu ele – É um jogo chamado: “Você corre, eu atiro”.

Amanda se levantou e Tom carregou a arma. Ela esperava que seus amigos se dessem bem com os javalis. Ela virou-se e entrou correndo pelo celeiro, seguida de Tom, que só de brincadeira atirava nos objetos perto dela.

- Está perdida, garota! – Exclamou ele.

Rodrigo ficou observando Tom. Ele era alto, musculoso, tinha uma espingarda, cabelo preto curto, e olhos castanhos claro. Ele tinha uma mira muito boa, e ele sabia que seria uma questão de tempo até que Tom acertasse Amanda.

- E agora?! – Pensou ele tenso.

- Acha que eu vou te dar tudo de bandeja, seu imprestável? – Perguntou Ares – Se vira! E é melhor que vocês não morram, sacou? Senão vou fazer com que a estada de vocês no Mundo Inferior seja a pior de todas.

- Seu nojento! – Reclamou Rodrigo, mas a voz de Ares já tinha sumido. Ele andou nervoso pelo canto afastado do celeiro, onde Tom não podia vê-lo. Rodrigo pegou algumas coisas para tentar ter idéias, mas nada lhe vinha á cabeça.

Ele tinha acabado de bater os olhos em um capacete de militar velho, quando teve finalmente uma idéia.

- Isso aí. – Ele pôs o capacete na cabeça e sorriu – Está na hora de chutar a bunda de uns caipiras.


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Notas finais do capítulo

Aeee!

Rodrigo tem um plano. Amanda está sendo perseguida por um cara armado, e Rhamon e Mateus estão lutando contra javalis assassinos.

No que isso vai dar?

Reviews!