Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 18
Plano anti-zumbi da Amanda


Notas iniciais do capítulo

Vamos torcer para dar certo, né?

Leiam!



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- Senhor Ares? – Chamou Amanda do banco de trás.

- Que é? – Perguntou ele sem tirar os olhos da estrada.

- Será que nós não vamos sair de 50 km/h? – Perguntou ela fingindo estar inquieta.

- Nós estamos á 100 km/h, indeterminada. – Respondeu ele erguendo uma sobrancelha.

- Mentira! – Ela falou fingindo estar surpresa – Que droga, hein?

- O que quer dizer com isso? – Perguntou ele franzindo o cenho sem entender.

- É que... Quando você mostrou esse carro para nós, eu pensei que ele pudesse andar mais rápido. Que fosse mais... Veloz. Mas se ele só chega até os 100 km/h e ainda por cima parece não sair dos 50, então não é um carro. É uma lata velha. – Falou ela desviando os olhos para a janela como se estivesse desinteressada.

- Como você ousa chamar o meu carro de lata velha? – Perguntou Ares ofendido – Esse carro é o melhor. Ele se transforma em vários veículos. Tem idéia de quanta história ele tem, pirralha?

- Ah, desculpa. – Falou Amanda fingindo achar graça – Sinto muito. Eu tinha me esquecido que ele tem história. Aposto que corria muito nas batalhas de Esparta. Nas batalhas de Esparta.

Ela repetiu lançando a indireta de como aquele carro estava ultrapassado. Ares olhou para ela de soslaio.

- Ele continua sendo o melhor! E eu vou mostrar isso para você! – Exclamou ele afundando o pé no acelerador.

O carro ganhou velocidade em questão de segundos. Amanda teve que repor o sinto de segurança, e se prender ao banco. Ela olhou para Flávia e piscou.

- Nada mal, hein? – Sorriu Ares – 190 km/h em 10 segundos.

- Uhm... Nada mal. – Ponderou Amanda – O carro do meu avô também fazia isso.

Isso tirou a cabeça de Ares do lugar. Ele acelerou mais ainda. A velocidade fazia com que o corpo delas grudasse no banco do carro com uma força impressionante.

Mariana não conseguia olhar para trás, mas podia sentir que Amanda estava planejando alguma coisa. Ele olhou para seu pai, que devia estar caindo no truque dela, e se questionou se devia ou não contar a ele o que estava acontecendo.

Ela resolveu que não. Não tinha idéia do que estava acontecendo, mas preferiu ficar sentada e assistir o show. Afinal, que tipo de loucura Amanda poderia aprontar? Fazer Ares ganhar algumas multas de transito?

Provavelmente não. Eles tinham se afastado demais das cidades para isso. Estavam passando por uma estrada asfaltada que ficava entre um milharal, e um monte de árvores.

- O carro do seu avô faz isso? – Perguntou ele triunfante – Engoli essa, sua ignorante.

- Sabe... Talvez Hermes, o Deus das corridas tenha um carro mais legal. O talvez o Apolo. Francamente... Ares, o Deus da guerra... Uhm... Também não era de se esperar que tivesse um carro dos melhores, não é? – Ela comentou com a Flávia e ela assentiu.

- Hermes e Apolo?! – Exclamou ele – Há! É só para rir mesmo! Não chegam aos pés desse carro!

- É, né? Se você diz... – Ela revirou os olhos.

Mariana resolveu entrar na brincadeira. Estava extremamente divertido ver o pai ficar irritado. Era hora de ela retribuir tudo o que ele havia feito. Desde ignorá-la até de gritar com ela.

- Tsc, tsc, tsc... Ninguém merece. – Falou ela olhando para ele – Eu queria mesmo estar na equipe de Apolo.

Aquela foi a gota d’água para ele. As mãos de Ares retorceram o volante e o carro foi mudando de forma. Elas puderam o ver ficar mais largo e maior. Cada vez mais e mais, até que... Estavam todos em um caminhão monstro. Não havia mais um teto. O vento soprava violentamente contra eles.

- Nossa! – Mariana exclamou sem querer. Seus olhos estavam arregalados.

- Eu acho... Que Hermes e Apolo não fazem isso. – Falou ele olhando para Amanda com um olhar triunfante e uma voz completamente calma – Indeterminada.

Amanda não conseguia mais dizer nada. Ela estava atônita demais para falar qualquer coisa. Olhou para trás pela janela e notou que eles já tinham percorrido uma boa distância. Aquilo deveria manter os zumbis afastados, se é que eles realmente existiam.

- Flávia... – Ela falou, mas então se lembrou que era melhor não conversar sobre o sonho na frente de Ares.

- Ainda não. – Falou ela – Ainda sinto.

Amanda franziu o cenho. Era o melhor que ela podia fazer, e se aquilo não ajudava... Só restava a luta mesmo. Ela deslizou sua mão sobre o canivete de escoteiro e o apertou. Seu dedo parou sobre o botão de abrir, e se ela o pressionasse, a espada surgiria.

Flávia abraçou sua mochila de um modo a parecer inocente, mas na verdade ela estava é mantendo o seu arco e flechas perto. Mariana não viu nada, mas podia sentir que algo estava acontecendo, por isso deixou a sua mão perto do relógio de pulso.

- É... Acho que isso serviu. A não ser que você tenha mais algum comentário sobre o meu carro, indeterminada. – Sorria ele.

- Não... Senhor. – Ela falou. – Mas... Será que pode continuar correndo?

- Não. – Falou ele – Já provei do que o meu carro é capaz. E também... Esse vento me incomoda.

- Por favor... – Pediu Flávia – Esse vento é tão legal!

- Será a minha vingança por você ter mudado o som do carro, pirralha. – Falou Ares se divertindo – Vamos andar á 70 km/h.

Flávia arregalou os olhos para Amanda, mas não havia mais nada que ela pudesse fazer. Amanda fechou os olhos e tentou pensar em alguma coisa, mas nada lhe vinha na cabeça.

- Estamos no meio do nada... Só tem aquelas árvores e aquele estúpido milharal...! O milharal! – Ela teve uma idéia.

- Flávia! – Ela piscou para ela – Você... Já ouviu falar do Stephen King?

- Aquele escritor de terror? – Perguntou ela.

- Sim. Ele mesmo. – Confirmou Amanda – É que eu estava olhando a paisagem e lembrei de um dos livros dele. “As crianças do milharal”. É uma história muito legal sobre um casal que vai de carro por uma estrada no meio do nada. Aí eles encontram um cara morto no meio da estrada e acham que mataram ele, mas na verdade foram as crianças assassinas que moram no meio do milharal e matam os adultos e outras pessoas que apareçam na frente delas.

- O que...?! – Flávia gemeu.

- Stephen King é demais. – Comentou Mariana.

- Sim! E nesse livro... Tem uma parte que eles cortam a cabeça de um cara com uma foice! Igualzinha a que o Rhamon escolheu no Acampamento! Puxa! Eu não sei como não me lembrei disso antes. – Ela falou sorrindo e exagerando a história ao máximo.

- Para! – Choramingou Flávia, e Amanda piscou para ela. Ela entendeu que era esse o efeito que ela queria causar.

- Ah... Chega de falar sobre crianças assassinas que moram no meio do meio do mato. – Falou Ares revirando os olhos.

- Não é no meio do mato! É no meio do milharal! Igual aquele ali! – Amanda apontou pela janela cheia de animação – Você não tem medo, Ares? As crianças tentariam matar você.

- Eu sou imortal, sua tonta... – Ares revirou os olhos mostrando que não tinha medo, mas quando sentiu algo agarrar seu pescoço ele não agüentou – Ah!!

- Não! As crianças do milharal vão matar a gente! – Exclamava Flávia fingindo estar extremamente assustada, enquanto agarrava o pescoço de Ares – Socorro, Senhor Ares!

- O que...?! Me solta, sua louca! – Exclamou ele em resposta.

- Só se você prometer que vai acelerar! Corre o máximo que puder! – Pediu ela.

- Tá bom! Agora me solta! – Berrou ele e ela o fez.

Flávia sentou no banco do carro. Amanda estava tentando não rir com todas as suas forças. Na verdade estava praticamente chorando. Ela virou o rosto para o vidro para que Ares não notasse isso.

O Deus da guerra respirou fundo, e soltou um suspiro pesado. Tinha levado um fucking susto, como diria a Nina. Ele resolveu continuar correndo, para que Flávia não pulasse no pescoço dele novamente, o que fez ela se sentir um pouco mais aliviada.

- Ufa... – Suspirou Flávia pensando nos zumbis que os seguiriam.

Mariana não estava entendendo nada, mas acho a cena muito engraçada. Ela queria poder tirar uma foto de seu pai levando um susto, e acabou rindo disso, porém baixo.

Amanda não estava agüentando mais. Estava chorando de tanto rir, e em silêncio por cima de tudo. Ela resolveu olhar para trás na tentativa de pegar um pouco de ar e por a mente de volta no lugar dela, mas não foi como ela esperava.

Assim que ela olhou para trás pode notar vários pontinhos pulando na direção deles. Estavam longe, mas se moviam a uma velocidade impressionante. Ela franziu o cenho, enquanto o vento bagunçava seu cabelo comprido e castanho.

- Flávia. – Falou em um tom tenso – Quantos eram?

Ares e Mariana olharam para trás sem entender. Flávia arregalou os olhos para Amanda.

- Quantos eram? – Repetiu Amanda ainda tensa observando os pontinhos.

- Uhm... Seis. – Respondeu ela.

Amanda não pensou duas vezes. Ela apertou o botão do canivete e sua espada surgiu. A lâmina era prateada e reluzente, enquanto o cabo era azul escuro.

- Estão vindo! – Avisou ela – Acelera!

- Quem? – Perguntou Ares, mas de repente ele pareceu sentir a presença deles – São... Os zumbis que você estava falando?!

- É! Os que você não acreditou que existiam! – Respondeu Flávia.

Ela pegou seu arco, e pendurou a mochila no ombro de modo que pudesse pegar suas flechas. Ela estava parada para atacar se eles se aproximassem.

- Eles... São zumbis. – Falou Flávia – Não podem morrer.

- Nós vamos ter que dar um jeito... – Murmurou Amanda insegura – Agora que eles estão aqui... Só podemos lutar.

Ares acelerou, e as duas perderam o equilíbrio. Acabaram caindo no banco do carro. Flávia olhou para o Zoiúdo Segundo caído no chão do carro e seus olhos se arregalaram.

- É... É culpa minha. – Falou ela sentida – Eles estão nos seguindo por culpa minha. Se eu não tivesse o Zoiúdo...!

- Se você não tivesse o Zoiúdo nós nunca sairíamos do quarto do hotel! – Completou Amanda – Não foi culpa sua! Isso... Ia acontecer de qualquer jeito!

Elas tinham que falar mais alto agora que o vento fazia barulho, enquanto batia violentamente contra o carro.

- Mas é o meu cheiro! – Protestou Flávia.

- Pode ser o meu cheiro! Ou o cheiro da Amanda! – Discordou Mariana do banco da frente – De qualquer jeito, isso não importa! Estamos juntas nessa! Que se dane de quem é o cheiro!

- Estão chegando perto! – Alertou Ares – Vou tentar desviar, mas é o melhor que dá para fazer!

- O que?! Mas... Deuses não...? – Amanda foi interrompida.

- Não! Sem intervenção direta! – Interrompeu ele.

- E o que isso quer dizer?!  - Amanda ia perguntar se Ares só poderia assisti-las lutar, mas não deu tempo. Do lado direito do carro, algo surgira. Estava pendurado na janela (que não tinha vidro). Era cinza. Sua pele parecia transparente mostrando os ossos e algumas fraturas expostas.

Seu rosto era a pior parte. Tinha olheiras tão profundas que pareciam ser os próprios olhos dele. Seu cabelo se resumia a três fios que balançavam com o vento, prontos para caírem a qualquer momento. Não era um zumbi estilo “Resident Evil”, mas dava medo do mesmo jeito.

Amanda ficou hipnotizada olhando para aquele monstro horrível, mas acabou acordando quando uma flecha atingiu a testa dele. O zumbi rugiu e acabou caindo do carro.

- Bem... Menos um. Faltam cinco. – Falou Mariana.

Amanda se tocou que ainda estava jogada no banco do carro. Ela se levantou e olhou para Flávia.

- Obrigada. – Falou ela.

- Atenção! – Exclamou Mariana fazendo sua lança surgir – Eu e Amanda cuidamos dos zumbis que estiverem perto do carro, e você dos que estiverem longe, certo?

Flávia assentiu tentando parecer confiante, embora no fundo estivesse morta de medo. Amanda sentiu adrenalina correr por suas veias. Era como nos videogames que quase não podia jogar (por causa do seu problema de visão) só que melhor. Era real. Ela não queria contar, mas estava aceitando muito bem o que estava acontecendo. Preferia estar ali a estar em uma aula de matemática.

- Eu também! – Sorriu Mariana se enchendo de coragem.

- Eu disse isso em voz alta?! – Perguntou ela.

- Disse sim. – Ela riu.

- Ok... Vamos caçar uns zumbis! – Ela gritou.

- Yeah! – Exclamou Mariana.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaam!

Como será que elas vão lutar com eles?

Será que conseguem? E quanto aos outros?

Vejam as respostas no próximo capítulo!



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