Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Uma história do titio Ares...


Notas iniciais do capítulo

O título já diz bastante, certo?

Leiam e descubram o resto.



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- Certo... É o seguinte. – Sorriu Ares – Há vários anos atrás existiam mais semideuses, sabem? Só que eles não conheciam os seus pais tão facilmente assim. A maioria era indeterminada e muitos deles, muitos mesmo, morriam sem nem saberem de quem era filhos.

Ares lançou um olhar furtivo para Amanda, e ela se sentiu um pouco desanimada ao ouvir aquilo. Ele prosseguiu.

- Mas alguns tinham sorte... – Ele olhou furtivamente para Mariana e depois voltou a distribuir o olhar as outras – Alguns muitos poucos sabiam exatamente de quem eram filhos. Aí... Um dia... Três deles saíram em uma missão.

- Isso é mentira. – Desafiou Mariana.

- Desconfia da minha palavra? – Ela se encolheu e negou com a cabeça, e Ares sorriu e continuou a falar – Ótimo... Enfim voltando a história... Era inverno. Estava realmente frio. A neve cobria todo o campo de batalha. Só os fortes, os realmente fortes, conseguiam aparecer em campo. E querem saber? Isso já era um sacrifício tremendo, por que...!

Ele parou e todas olharam para ele esperando pelo resto, mas Ares franziu o cenho.

- Ah, droga. Eu estou falando de outra briga. – Falou ele revirando os olhos – Os semideuses tiveram um destino diferente. Eles tinham tudo contra eles, mas mesmo assim aceitaram uma missão ridícula a fim de provar aos pais os seus valores como heróis. Mas tinha um pequeno probleminha...

- Qual? – Quis saber Flávia envolvida na história.

- Eles eram heróis! – Exclamou Ares – Todos iguais... Eles sempre acham que são capazes de tudo! Que podem contra tudo e todos! Seus egos inflados são suas próprias sepulturas. Estavam mortos antes mesmo de começarem a missão.

- Que legal... – Comentou Amanda franzindo o cenho – Você fala isso enquanto nós estamos no meio de uma missão.

- Ei! Estou tentando ser legal, indeter... Amanda. – Corrigiu ele, esquecendo de que para seu plano funcionar ele precisaria ser menos ofensivo. – Mas o fato é que eles estavam com a missão ganha, aos seus olhos. Nada podia impedi-los. Foi aí que eles decidiram parar para descansar. Era de noite, e a Lua brilhava em cima da cabeça vazia deles. Resolveram dormir e seguir caminho pela manhã, mas não se tocaram que o lugar que escolheram era...!

Ares foi interrompido pela Amanda.

- Ei! Pode ser um shopping? – Sugeriu Amanda – Ou um parque... Tem um livro que ele fala...!

- O que? – Ares franziu o cenho – Eu não estou inventando essa história nem nada. Você não pode...!

- Não! Eu quero que seja em uma praia! – Sugeriu Flávia animada – Ai eles podem fazer um lual! Sabe? Com comida e dança...!

- Que mané lual! – Interveio Mariana – Quero que seja em uma casa!

- Quietas! – Exclamou ele – Não era em nenhum desses lugares, e eu juro que se vocês não...! Ah... Certo. Calma. Ahm... Voltando á história... O lugar onde eles estavam era um cemitério antigo. Do tempo dos grandes guerreiros de Esparta. Dos bravos gregos, e dos ferozes romanos.

- Mas... Na América? – Perguntou Amanda em dúvida.

 Opa, pensou Ares. Mas ele manteve a calma.

- Ah... Mas é claro que sim. – Assentiu ele – Era sim.

- Mas como é que eles...? – Amanda ia perguntar, mas ele interveio.

- Mágica! – Apressou-se em responder.

- Mas e quanto á...? – Flávia ia perguntar.

- Mágica também! – Respondeu ele – Continuando... Eles não descobriram isso antes, mas seus inimigos estavam atrás deles o tempo todo. Quando eles pararam para descansar, nem mesmo viram quando eles se aproximaram e... Esfaquearam!

Elas deram um pulo quando ele falou isso, pois sua voz ficou alto do nada. Até Mariana levou um susto.

- Todos eles morreram tragicamente... – Falou Ares fingindo estar sentido – Eles poderiam até ter se dado bem, se tivessem ouvido os Deuses. Os monstros que os atacaram eram os mais violentos e ferozes vindos direto da profundeza do Tártaro. Eram parecidos com zumbis. Rastreiam o cheiro de qualquer um, e uma vez que façam isso... Não tem mais volta.

Elas não sabiam se deviam acreditar naquela história ou não, mas preferiram ficar em silêncio por um tempo. Deu certo, pensou Ares, paz e silêncio...

Mariana ficou quieta no banco da frente olhando pela janela do carro. Amanda continuou escrevendo e desenhando em seu caderno. Flávia diminuiu a música e foi dormir. Nenhuma delas queria falar nada.

Amanda pensava nos semideuses que morreram sem conhecer os seus pais e imaginou se esse seria o seu futuro. Morrer sozinha, e pior, esquecida por todos. Mas... Será que isso já não estava acontecendo? Todos eles estudavam naquele colégio interno terrível e cansativo, porque seus pais os julgavam problemáticos demais. Nina era irritante e inquieta, Mateus era hiperativo, Rodrigo era completamente temperamental, ela era desligada e aérea, Mariana irritada, Flávia infantil, e todos os outros tinham seus problemas e foram deixados naquele lugar infernal para “serem ajustados” como os professores falavam.

Talvez fosse por esse motivo que todos se davam tão bem. Eram os mais problemáticos, e ficavam juntos por causa disso. A amizade foi inevitável. Embora Amanda se preocupasse com seu próprio destino, também não podia deixar de se perguntar quem seriam os 4 que morreriam esquecidos.

Mariana era diferente. Ela estava incomodada com o pai. Ele nunca a tinha visto antes, e agora que estava no mesmo carro que ela só a mandava calar a boca. Como se o fato de todos os professores falassem aquilo não fosse demais. Ela chegava cada vez mais para o lado na esperança de ficar longe dele.

Flávia tinha o Zoiúdo Segundo. Mesmo tendo ficado apavorada com a história de Ares, ela conseguiu achar uma posição confortável para poder tirar um cochilo.

Mas o seu sonho não foi dos melhores...

Tinham milhares de vozes falando ao mesmo tempo em sua cabeça. Ela estava em um terreno baldio que nunca tinha visto antes. Estava bem escuro e várias árvores cercavam o lugar. No chão havia um círculo de terra encima da grama extremamente verde.

As vozes foram diminuindo cada vez mais, até só sobrar uma. Uma voz grossa que poderia fazer qualquer filme de terror ganhar um Oscar.

- Já achou o objeto? – Perguntou a voz fazendo o chão tremer.

- Ainda não... Senhor. – Respondeu uma voz normal, porém tão assustadora quanto à outra. – Nós ainda estamos procurando.

- Ache logo! E quanto... Aos semideuses? – Quis saber a voz.

- Eles estão procurando também, mas garanto que vamos nos livrar deles. – Disse a voz que parecia estar sorrindo.

- Então... Eles ainda acham que podem ganhar? Há! Tolos! – Riu a voz – Nós vamos nos erguer novamente, e dessa vez ninguém poderá nos deter! Acabe com esses semideuses o mais rápido possível! Se eles não estão conosco...

- Então estão contra nós. – Completou a voz – Uma semideusa do grupo está nos observando agora, senhor.

- O que?! – Riu a voz – Então mostre a ela como vamos matá-los um a um. Começando pelo seu grupinho ridículo!

- Sim, senhor. Com todo o maior prazer! – A voz estava definitivamente sorrindo.

No monte de terra caíram algumas sementes. Elas afundaram na terra, e alguém jogou um pouco de água. Estava escuro demais para ver quem era, embora Flávia estivesse tentando ao máximo.

Foi aí que seu sonho piorou. Ela pode ver com estranha clareza que várias mãos e pés se contorciam para fora do monte de terra. Ela tentou gritar, mas sua voz não saía. Ela tentou correr, mas seus pés eram extremamente pesados.

Como nos filmes de terror que ela tanta odeia, uns seis zumbis saíram da terra gemendo e tentando pronunciar sons que não faziam sentido nenhum. A maioria só murmurava, mas Flávia podia entender que eles estavam atordoados.

- Destruam o grupo guiado pelo poderoso Deus da guerra. – Disse a voz mais normal zombando de Ares – Sigam o rastro deles com isso.

Ele lançou na terra o corpo e logo depois a cabeça do Zoiúdo. Os zumbis agarraram o pobre bichinho e fungaram tentando sentir o cheiro. Depois de alguns minutos eles olharam todos para uma mesma direção: a da Flávia.

Eles correram enquanto as vozes riam cada vez mais alto. Ela estava sendo estrangulado do mesmo modo que o Zoiúdo fora, mas por milhares de mãos ao mesmo tempo.

Amanda estava concentrada no seu caderno, enquanto Mariana olhava distraída pela janela. Já era noite. Provavelmente umas 8 horas, mas estava escuro demais. A lua brilhava no céu como na história que Ares contara.

De repente, o rádio foi para o volume máximo e começou a tocar “Thriller” do Micheal Jackson. Aquela risada macabra ecoou pelo carro assustando a todos. Até Ares foi pego de surpresa.

- O que foi isso?! Que susto Mariana! – Amanda chutou o banco da frente.

- Ei! Para de chutar! Não fui eu! – Protestou ela encarando o rádio. Ela olhou para o pai, mas suas mãos estavam no volante e sua expressão era séria – Não foi você, não é?

- Eu? Quem muda a maldita música é a Apolo Jr. Olhem para ela. – Falou Ares.

Amanda olhou para Flávia. Ela ainda estava dormindo. Amanda acharia isso normal, se ela não estivesse se debatendo. Amanda chegou mais perto e conseguiu ouvir um som que Flávia estava produzindo. Parecia um tipo de... Som sufocado. Como se ela estivesse querendo gritar, mas não conseguisse.

- Flávia? – Chamou ela, mas não houve resposta. Amanda começou a sacudir de leve a amiga. – Flávia! Acorda!

Ela continuou a produzir aquele grito abafado. Amanda tirou o sinto de segurança e foi para mais perto dela.

- Vamos, Flávia! Acorda. – Repetiu ela.

- Não! – Gritou ela.

Seus olhos ainda estavam fechados quando ela chutou com toda a sua força o estômago da Amanda. Ela voou e atingiu com força o lado direito do carro. O veiculo balançou. Ares freou, e olhou para trás.

- O que foi isso?! – Perguntou ele – Ei, eu também quero matá-la, mas é melhor esperar a missão terminar.

Flávia estava atordoada. Completamente aterrorizada. Ela olhava para todos os lados com a respiração pesada. Mariana olhou para ela e depois para Amanda, que gemia de dor encolhida no canto.

- O que houve? – Perguntou Mariana.

- Zumbis! – Exclamou Flávia – Eu...! Eu chutei um!

- Você... Me... Chutou! – Falou Amanda ainda com dores – O que... Houve? Você... Estava tentando gritar?

Flávia franziu o cenho. Ela não sabia que tinha chutado a Amanda. Fora tudo um... Sonho? Mas era tão real! Ela olhou para a amiga no outro canto do carro, e depois para Ares e Mariana que a olhavam sem entender.

- Foi... Um sonho?! – Perguntou ela sem acreditar – Amanda... Desculpa! É só que...

- Tá... Tudo bem. – Respondeu ela – Não tem problema. Isso... Acontece, eu acho. Eu estou bem.

Flávia estava totalmente envergonhada. Ele não queria ter chutado Amanda daquele jeito. Pensava que era um zumbi, ou algo parecido, mas estava completamente enganada. Ela desviou o olhar para a janela tentando disfarçar, mas assim que fez isso seus olhos se arregalaram.

- Foi aqui. – Ela falou pesadamente, como se estivesse revelando o maior segredo do Universo – Foi aqui!

- Aqui, o que? – Perguntou Ares – Espera... Você teve um sonho? Isso pode dizer alguma coisa.

- Não! Temos que sair daqui depressa! – Alertou ela.

- Por quê? – Quis saber Ares – O que você viu?

- Zumbis! – Ela exclamou em resposta – Eram muitos! E...! E...! Eles pegaram o Zoiúdo! Eram muitos e...!

- Espera aí! – Interrompeu Ares irritado – Zoiúdo?! Aquele troço estúpido?! Você arrumou toda essa cena, por causa de um bichinho de pelúcia?!

Flávia gaguejou.

- Não! Mas...!

- Mas?! – Ele repetiu – Ah, por favor! Não me faça perder tempo com essas coisas ridículas.

Ares virou para frente novamente e começou a dirigir. Flávia queria dizer que estavam todos em perigo, mas ele nunca a escutaria. Muito menos a Mariana. Amanda talvez, mas o que ela poderia fazer? Eram duas contra dois, contando que um Deus estava contra elas. Nunca convenceriam alguém.

Ela se lembrou da história de Ares. Zumbis vindos da profundeza do Tártaro. Ela não sabia o que aquilo queira dizer, mas não parecia bom.

Ao menos eles estavam se movendo. Se eles saíssem de lá bem rápido, talvez nada de mal acontecesse. Mesmo assim... Ela ainda sentia que estava sendo observada e seguida. Talvez só paranóia, mas talvez...

- Psiu. - Fez Amanda entregando discretamente o caderno para ela.

Flávia pegou e viu que tinha algo escrito.

“Estamos encrencadas?” a mensagem dizia.

Flávia pegou uma caneta na sua mochila.

“Sim. Acho que sim.”

O que você viu?” Amanda escreveu assim que pegou o caderno. Ela entregou-o para Flávia e ela respondeu.

“Uma voz. Ela disse que queria matar a gente. Todos os 12. Ela pegou o Zoiúdo e entregou aos zumbis. Eles sentiram o nosso cheiro e estão vindo matar a gente.”

Amanda pegou o caderno, leu, e suspirou.

“Legal... Estava demorando para corrermos risco de vida novamente.” Respondeu ela.

“E pior... Eles estavam naquele campo. Aqui do meu lado.” Respondeu ela “Nós vamos sobreviver, Mandis? Eu não quero morrer.”

Amanda hesitou para responder, mas por fim escreveu. Ela demorou um pouco, mas por fim entregou o caderno para Flávia.

A filha de Apolo leu a mensagem, que dizia:

“Vamos chutar o traseiro de alguns zumbis. Lembra de como a gente pensou que ia morrer naquele hotel depois de roubar o Ares? É a mesma coisa agora, mas no final vai dar tudo certo. Sempre dá. Eu... Meio que tenho um plano. Mas para ele funcionar, você tem que ser corajosa, ok? Vai me ajudar?”

Flávia fitou o papel por algum tempo. Ela sabia que a cada segundo que passava os zumbis estariam cada vez mais perto.

Ela levantou os olhos do papel e assentiu silenciosamente para Amanda, que ao receber o sinal passou a mão encima de seu canivete de escoteiro.

- Hora de caçar zumbis... – Pensou Amanda.


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Notas finais do capítulo

Zumbis? Fuuu!

Será que o sonho era verdade mesmo?

Leiam e descubram!



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