- Você está bem? - perguntou ele.

- Eu..- tentei me concentrar, estava difícil - eu acho que não.

Me levantei, pedi lecença para o professor e saí correndo da sala.

Meu Deus! O que foi isso ? Tudo bem, eu não deveria estar assim já que coisas estranhas acontecem a todo tempo comigo, mas isso foi simplesmente único, jamais tinha sentido isso. Bom, como vocês não sabem das minhas anormalidades eu digo: eu ás vezes vejo o futuro (mas isso vem em sonhos e.. por falar em sonhos, hoje, antes da Marina me acordar eu estava justamente sonhando isso: que eu conhecia quatro pessoas incríveis e que uma delas iria mudar a minha vida, será que aquele garoto chamado Bill era essa pessoa?), eu sinto como as pessoas são, enfim, a maioria não dá pra explicar.

Fui correndo para o estacionamento, entrei no carro e fui pra casa. Estacionei o carro, e subi as escadas sem prestar atenção em nada, somente me concentrei para não esbarrar em nada, fui pro meu quarto e me joguei na cama.

- May? - ouvi a Marina me chamar (só pra constar, a Marina era minha "faxineira" e morava comigo)- sua aula acabou mais cedo?

- Não, é que eu não estava me sentindo muito bem.

- Ah você quer que eu chame um médico?

- Não, eh... não precisa se incomodar.

- Tabom, ah quase esqueci de te avisar, seu pai está vindo pra cá hoje.

O que?! Ah era só o que me faltava, ter que explicar o que estava acontecendo pro meu pai e ainda aguentar minha madrata burra.

- Ele ligou logo depois que você saiu, já deve estar chegando.. - disse ela.

Tentei entender o que aconteceu hoje de manhã, mas era inexplicável, não tinha lógica, até por que ra uma sensação desconhecida para mim.

Alguém bateu na porta.

- Filha? - chamou meu pai, Jürgen.

- Pai!- abri a porta e o abracei.

- Oi! O que aconteceu com você? A Marina disse que..

- A Marina fala demais pai, você sabe - tentei mudar de assunto - Então, como foi de viajem?

Mas é claro que eu não ia consseguir fugir do assunto, meu pai me conhecia muito bem apesar de não passar muito tempo comigo.

- Você acha mesmo que vai consseguir me enganar?- ele revirou os olhos.

- Eh, você tem razão, aconteceu uma coisa comigo hoje.. - contei tudo o que tinha se passado pra ele.

- Humm.. - ele pareceu pensativo - filha, eu acho que você está.. eh.. apaixonada.

Esperei um segundo, esperando que ele de repente desse risada ou algo do tipo mas ele continuou me olhando sério.

- Ah pai fala sério! Eu? Apaixonada? Me poupe.

- Eu estou falando sério, comigo e sua mãe foi assim, não exatamente mas teve o mesmo significado. Você deveria conversar com a Mary sobre isso - Mary era minha madrasta.

- Aham, lógico. Pra quê? Ela vai me olhar com aquela cara de sonsa e dizer: "Queria, não se preocupe, beleza é tudo!" - olhei sugestivamente para ele.

- May, ela não é tão fútil assim.

- Tabom pai, mas agora vamos jantar?

- Claro! Estou morrendo de fome.