(Mayara)

— Olha, eu não quero que vocês pensem que eu sou uma put*...

— Você não é isso - Bill me interrompeu.

— E nós também não fizemos nada de errado - disse Tom.

— Nada?! - perguntei incrédula - Como assim nada! Nos embebedamos sendo que somos menores e... eu não preciso falar o resto né.

— Acho que não - Bill me pareceu um pouco envergonhado.

— Eu realmente sinto muito pelo o que aconteceu.

— Magina, eu adorei - disse Tom.

— Tom! Isso é sério! - eu disse, nervosa.

— Eu sei, só estava tentando descontrair...

Eles ficaram em silêncio.

— O silêncio é pior do que as palavras - eu disse.

— Ok - disse Tom - vamos acabar logo com isso. Nós três erramos, porém não somos realmente culpados, então estamos todos perdoados.

Aleluia ele disse isso! Estava ficando cada vez mais deprimida.

— Eba! Merecemos um abraço coletivo - disse Bill.

Depois de esclarecermos tudo, fui para casa e foi aí que eu lembrei que não tinha visto a Aline o dia todo, o que era muito estranho.

— Aline? - perguntei quando cheguei em casa.

Ela estava sentada no sofá e muito mal humorada.

— Nós precisamos conversar - ela disse rudemente.

— Nossa, o que aconteceu?

— Você ainda me pergunta! Como pôde ter feito isso comigo? Você sabe muito bem o quento eu gosto do Tom.

Agora eu entendi.

— Eu posso explicar tu...

— NÃO QUERO SUAS EXPLICAÇÕES, SUA VACA!

— Ow, você ficar brava, chateada ou sei lá o que, tudo bem. Agora, me xingar.... Não há um histórico de pessoas vivas que tenham feito isso - Calma gente, eu não sou tão agressiva assim.

— Não quero saber de nada que venha dessa sua boca nojenta!

Ok, eu entendia a revolta dela, mas ela estava na minha casa e não tinha nenhum direito de falar assim comigo, até porque, eu não fiz aquilo que ela estava pensando.

— Eu já liguei pro meu pai, ele vai depositar um dinheiro na minha conta, pra eu comprar uma casa aqui. Eu não quero morar na casa de uma traidora.

Só quando ela falou isso foi que eu percebi as malas no canto da sala.

— Ah, e só para constar... - ela me deu um tapa.

1,2,3,4,5,6,7,8,9,10... Calma, respira fundo... se controle.

Depois de fazer isso tudo, ela saiu da minha casa e ainda bateu a porta.

Uma lágrima escapou de meus olhos.

Ótimo! Olha o que aquela ridícula fez, agora vou ficar chorando de raiva, coisa mais ridícula.

— May? Por que você está chorando querida? - Ah, eu tinha esquecido de mencionar que eu tinha encontrado a Mary, ela estava na Alemanha e sem saber de nada e, quando soube veio ficar aqui comigo.

— Não te interessa! - respirei fundo, ela não tinha culpa de nada - eu... estou com alguns problemas - eu disse mais calma.

— Oh, não precisa chorar meu amor.

— Minha raiva quando está reprimida, ativa meus dutos lacrimais...

Mary : ???

— Deixa pra lá Mary.

— May, eu sei que não sou a pessoa mais inteligente do mundo - Bingo! Como será que ela descobriu isso sozinha? — mas você pode se abrir comigo.

Eu nunca tinha pensado em realmente ter uma conversa com a Mary. Mas, acho que chegou a hora de fazer isso, até porque, eu não tinha outra pessoa para conversar sobre o que estava acontecendo.

~//~

Gente, eu me surpreendi com a Mary hoje. Ela deveria ser psicóloga, pelo menos assim ela iria fazer algo de útil da vida...

Ela me disse que eu não tinha que me preocupar com o caso da Aline, teria que esperar até que ela se acalmasse e falar tudo o que aconteceu, e era o que eu ia fazer.