Ao olhar a face do belo, não vejo a essência do mal até que ela me toque.

- E então... ele voltou?
- Não. Eu praticamente gritei ao ouvir pela milionésima vez aquela pergunta.
- Você esta muita calma pra uma pessoa que pertence a um vampiro.
- Eu não pertenço a ele, eu pertenço a mim mesma. – Respondi cerrando os dentes. Já fazia quatro semanas desde aquele terrível acidente no precipício, e três semanas que não conseguia dormi a noite por medo de acorda com um vampiro cravando os dentes no meu pescoço. – Ino por que você não busca um refrigerante e batatinhas para nos podermos lanchar? – Eu disse a ela na tentativa de distrai-la um pouquinho daquele assunto de vampiro, mas não fui feliz naquela empreitada.
- Sakura isso não é uma brincadeira. - Ela disse nervosa. - Por que você não pode levar a serio o que está acontecendo? – Agora ela gritava.
- Você acha que eu não estou levando a serio? Agora quem estava irada era eu. – Eu cai de um precipício e quando acordo estou em um quarto que não tem portas a mercê de um ser que nem deveria existir que bebeu meu sangue durante uma semana inteira, me fazendo desejar a morte ao invés daquela dor que eu sentia toda vez que ele sentia sede, eu não tenho vontade própria quando estou com ele, tudo o que ele diz ou ordena eu obedeço, aquela semana que eu fiquei presa achei que ia enlouquecer de medo e desespero toda vez que ele se aproximava de mim para se alimentar. Naquele momento eu desabafava todo o medo que eu sentir durante essas três semanas . - E eu não preciso que você me lembre desse pesadelo a cada minuto do dia. - Eu disse enquanto lagrimas escorriam do meus olhos.
- Me desculpe?- Ino disse enquanto me abraçava forte. E eu não me movi só fiquei ali abraçada a ela enquanto todo o medo que sentia saia em forma de lagrimas dos meus olhos.
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- Gosta da dor... Sakura?
Não precisei abrir os olhos para saber que ele estava ali... me encarando , senti sua respiração próxima ao meu rosto e todo o meu corpo se arrepiou ao sentir ele acariciar o meu rosto com a ponta do nariz. O medo se fez presente em mim e uma dor incomoda veio junto, se concentrando em meu pescoço. Me encolhi sobre o colchão macio quando sentir seu hálito puro e gélido na pele do meu pescoço, e dor que minutos atrás só incomodava aumentou consideravelmente tornando-se quase que insuportável. Mordi meus lábios em uma tentativa de prender um gemido angustiado, e ouvi sua risada sarcástica.
A Sakura-chan acordou? Ele deu outra risada sarcástica. – Por que não me deixa aliviá-la dessa dor? Aquela voz baixa e rouca fazia toda a minha submissão ficar a flor da pele e lutei com todas as minhas forças para não me deixar levar por ela. -A Sakura–chan esta tão rebelde hoje... eu prometo ser gentil. – Ele disse suavemente cruel, e sua voz ecoou em minha mente, me deixando com uma angustia desesperadora. - Abra seus olhos para mim Sakura. – Ele ordenou, e eu não pude lutar contra o desejo de obedecê-lo. Meus olhos se abriram e fitei os olhos odiosamente rubros.
- Sasuke...
- Boa menina... Sakura-chan. Ele disse antes de cravaras presas em mim. Eu me agarrei ao lençol da cama com todas as minhas forças, enquanto a dor se alastrava em mim como fogo, me tirando toda a capacidade de raciocínio, eu gostaria de poder desmaiar como das outras vezes, mas minha mente não queria ceder, deixando meu corpo ciente da tortura a que era submetido.
- Sasuke...
- Por favor... pare. – Eu implorei entre choro e soluços e a dor cessou.
Quando tive coragem para abrir os olhos me deparei com os seus, negros e frios fixos em mim. E num piscar de olhos eu não o fitava mais, ele havia... Desaparecido. Era sempre assim, ele bebia do meu sangue e depois sumia, foi assim também quando eu estava presa naquele quarto. Um vento gelado entrou pela janela me fazendo arrepiar e me encolhi mais na cama e fiquei ali, com o coração acelerado com medo que ele voltasse a aparecer. Vendo mais um amanhecer.