Love It escrita por AlineM
—Mãe, preciso falar com uma pessoa — Demi pediu colocando as mãos na cabeça enquanto se sentava à mesa
Dianna olhou para Dallas que balançou os ombros não entendendo.
—Com quem filha? — ela perguntou e apertou a mão de Demi que estava fria
—Não sei ao certo, eu nunca a vi, mas o nome dela é Isabel. Isabel Dubort.
—E quem é essa Isabel?
—É a filha do Sean. — Demi olhou os rostos confusos da mãe e da irmã — Devo isso a ela mãe. Ela merece uma explicação.
Dianna respirou fundo, nos últimos dias Demi estava inquieta e confusa, como se alguma coisa a incomodasse muito. Ela tentou conversar com a filha, mas não teve êxito sem contar que Demi não falava muito. Pensou em levá-la ao psicólogo ou até mesmo a um psiquiatra, mas ela demonstrou algumas melhoras quando Dianna tocou no assunto, não queria ver quase ninguém, raramente ligava para Selena e para Joe, e agora queria sair pra conversar com a filha do cara que ajudou a transformar a vida dela nesse inferno.
—Não estou te entendendo, querida. Por quê?
—Mãe, eu prometo que depois que eu fizer tudo o que eu tenho que fazer, eu voltarei a ser a mesma. Eu preciso falar com ela. Ela precisa saber que o pai dela não era um monstro como todos pensam. Por favor.
—Eu tenho medo que você piore Demi. Eu tenho medo por você. Já se passaram um mês e nem pra escola você quer voltar. A sua vida social foi destruída, pessoas que tanto gostam de você, você fez questão de afastar. Você está tendo aulas particulares e mesmo assim não se concentra. Eu temo por você filha, não aprovo essa sua conduta e não sei o que devo fazer para que você volte a ser pelo menos 50% do que você era.
—Confia em mim. É o certo a se fazer mãe.
—Faz o que você quiser Demi. Se isso vai te ajudar, faça o que você quiser, porque eu não suporto mais te ver nessa angustia.
Demi abraçou a mãe quando viu que ela queria chorar, mas saiu rápido da cozinha e pegou um casaco.
—Carona? Tenho uma Mercedes novinha na garagem. — Dallas perguntou sorrindo
—É disso o que eu preciso. Você sempre sabe do que eu preciso. — Demi andou em direção à irmã.
—Tudo isso por causa de uma carona? — Dallas perguntou
—Eu estava me referindo ao sorriso, mas tudo bem. — Demi ironizou
—“You smile, I smile” — Dallas cantarolou
Elas procuraram pelo hospital do câncer que ficava quase fora da cidade. Demi temia que fosse tarde demais, porque pelo o que Sean lhe disse a situação de Isabel era grave e ela não saberia se encontraria a menina viva ou morta.
—Isabel Dubort está internada nesse hospital? — Demi perguntou para uma enfermeira que estava atrás do balcão. Depois de olhar no computador ela abaixou o olhar.
—Infelizmente Isabel faleceu a menos de uma semana, senhorita. O tratamento foi interrompido por falta de pagamento e ela não resistiu. Eu sinto muito.
Demi sentiu uma lágrima escorrer, mas precisava saber de uma coisa.
—Quantos anos ela tinha? — Demi mal conseguiu falar e Dallas passou o braço ao redor da cintura da irmã.
—Cinco.
—Você tem o endereço de alguém da família? — foi a vez de Dallas perguntar
—Claro, vou verificar e já te falo.
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—Foi a única coisa que ele me pediu Dallas. E eu não consegui fazer.
—Demi, esse cara te fez muito mal. Porque toda essa preocupação? — Dallas prestava atenção na estrada
—Ele só fez aqui porque precisava de dinheiro pra pagar o tratamento dela.
Dallas estacionou na frente do endereço passado pela enfermeira e desligou o carro. A casa era simples, tinha plantas do lado de fora da varanda e um balanço pendurado numa arvore. Dallas tocou a campainha e esperou até que uma mulher que aparentava ter menos de trinta anos atendeu secando as mãos num pano.
—Pois não? — ela perguntou e franziu a testa quando viu que Demi começou a chorar
—Desculpe, senhora. Minha irmã está abalada então vou ter que falar por ela. — Dallas estendeu a mão e cumprimentou a mulher. — Era aqui que vivia Isabel?
A mulher engoliu seco, como se tivesse tentando não se abalar e só fez sinal afirmativo com a cabeça.
—Eu sinto muito pela sua perda. — Dallas continuou — Demi foi a garota que Sean sequestrou em busca do dinheiro.
A mulher arregalou os olhos e foi tentar explicar ou tentar entender o porque Demi estava ali, mas Demi não deixou.
—Eu só vim te devolver isso. — Demi tirou a foto de Isabel do bolso — Sua filha parecia muito com você. Sean me deu ela antes de morrer e me pediu para dizer a Isabel que ela o amor da vida dele, mas não consegui. Desculpa.
A mulher pegou a foto de colocou a mão na boca tentando controlar o choro. Demi virou as costas e antes de entrar no carro falou:
—A propósito, Sean era um bom homem. Nunca pense o contrário.
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Agora elas estavam no presídio. Demi já havia entrada há uns dez minutos e Dallas começou a pensar que aquela havia si uma má ideia trazer ela aqui.
—Você acha que eu sou burro, né Demi? — Wilmer falou no telefone
Só um vidro separava os dois
—Você mentiu, né? Você não fez aquilo comigo.
Wilmer respirou fundo.
—Você quer o que? Uma confissão? Pra eu ser acusado de mais um crime?
—Eu só quero saber. — ela insistiu — Sim ou não?
—Não. Eu não abusei de você naquela noite. Eu só falei aquilo pra te deixar assustada e vulnerável pra você vir comigo.
Demi sorriu e se levantou
—Obrigada seu babaca.
Livre. Era essa a palavra que definia o que ela estava sentindo no exato momento. Ela abriu os braços quando saiu do presídio e gritou para Dallas que estava no carro
—BALADAAAA ! — e rodopiou quando Dallas começou a gargalhar
—Entra no carro sua louca.
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