Wilmer desceu do carro calmamente, ele já havia comprado as passagens para Veneza. Não era o lugar pra onde ele queria ir, mas se lembrava de que Demi sempre dissera que se um dia eles se casassem queria passar a lua de mel lá. Tudo estava planejado, o vôo sairia daqui duas horas, exatamente às 6:00 da manhã. Nada nem ninguém estragaria o futuro dele, nem Sterling, nem Demi e nem Deus. Bem, pelo menos era isso que ele pensava.

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Sean jogou a mochila cheia de dinheiro no sofá e esperou Wilmer entrar. Ele estava sorridente e Sean não quis deixar transparecer seu nervosismo.

—Wilmer, aproveitando que você voltou, queria sair pra comer alguma coisa

—Claro. Mas antes, me informe. Como ela está?

—Bem, senhor.

—Vou conversar um pouco com ela, aguarde só um minutinho, por favor!

Wilmer pediu e Sean concordou.

—Demi, comprei nossas passagens. Estou tão feliz. — ele disse depois de bater a porta atrás de si deixando Sean sozinho na sala

—Qual é seu problema? — Demi disse disfarçando o medo

—Lembra aquele dia no casamento da sua tia? — ele viu a cara dela de confusão — Aquele dia em que a gente dormiu junto?

—Lembro. — ela concordou — O que isso importa agora? A gente não fez nada mesmo.

—Aí que você se engana. — ele riu maliciosamente

—Wilmer, você disse que eu tinha dormido — Demi sentiu seu rosto queimar de ódio e confusão

—Você dormindo ou não, eu saí dali satisfeito. Sabe, foi naquele dia que eu percebi que ninguém no mundo me dava tanto prazer quanto você. — ele falou brincando com uma mecha do cabelo dela

Seus punhos se fecharam no mesmo momento em que escorria lágrimas dos seus olhos. Era um turbilhão de sentimentos misturados. Aconteceu com ela o que nenhuma mulher quer pra si. Ela foi violentada enquanto estava totalmente inconsciente, e pelo cara que mais odiava no mundo, se ela achava Wilmer um monstro, agora ela queria que ele morresse.

—Eu odeio você — ela gritou e lhe deu um socotapa no rosto e vários outros socos onde conseguia acertar. — Eu odeio você, eu tenho nojo de você — ela gritava batendo nele

Wilmer conseguiu segurar braços dela e imobiliza-lá e falou sussurrando para que só ela ouvisse

—Só te contei isso porque acho que a partir de agora, quando vamos começar nossas vidas juntos, precisamos ser sincero um com o outro. Agora se acalme porque vamos para o aeroporto e tomara e eu torço por isso, para o seu próprio bem, que você se comporte.

Ela estava com suas forças esgotadas e caiu no chão rendida, mas lembrou-se subitamente que a polícia estava chegando.

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Sean estava sentado num sofá imundo que ficará ali tão abandonado quanto o local e se levantou quando Wilmer saiu do quarto.

—Ela está bem? Parecia apavorada.

—Ela vai ficar. Às vezes é bom a gente esclarecer algumas coisas pendentes. — Wilmer serviu um copo de conhaque e tomou num só gole — Pode ir Sean. Você já cumpriu seu serviço. Pegue a mochila em cima da mesa e boa sorte — Wilmer estendeu a mão para cumprimentá-lo e Sean apertou

—Obrigado, senhor.

Sean queria sair dali o mais rápido possível. Colocou a mochila nas costa e apertou o alarme do carro e no momento em que colocou a chave no contato...

—Parado polícia. — alguém falava num megafone — Saia do carro lentamente com as mãos sobre a cabeça

Ele obedeceu e nesse momento Wilmer saiu pela porta com uma arma apontada para a cabeça de Demi ao mesmo tempo que se escondia atrás dela para não ser atingido por um atirador de elite

—O que você fez Demétria, nós seriamos tão felizes — ele falou com raiva no ouvido dela — Agora só me resta te matar.

—Você não faria isso — ela respondeu apavorada — Vai passar todo a sua vida na cadeia

—E quem disse que quero viver pra ver isso acontecer. Eu atiro em você e depois me mato. Bem simples.

—Solte a arma — o mesmo policial falou

—Não antes de matar ela — Wilmer gritou — Se não for minha não vai ser de mais ninguém

—Escuta rapaz, porque destruir sua vida por causa de uma bobeira dessas?

Wilmer fechou os olhos tentando não dar ouvidos para o policial e foi nesse momento que tudo se passou em câmera lenta.

Demi viu um vulto e depois sentiu um empurrão a afastando de Wilmer de depois um tiro.Sean caia no chão ao mesmo tempo que Wilmer era atingido por um tiro no ombro e assim sua arma foi parar longe dele o tempo suficiente para policiais se jogarem em cima dele o imobilizando.

—Sean! — Demi gritou se arrastando para perto dele

—Oi de novo garota. — ele disse tossindo sangue

—Você salvou minha vida — ela disse

—E você salvou a minha. — ele se contorcia

—Olha, me escuta. — ela disse segurando o choro, mas sabia que era impossível — Respira fundo e se concentra, não durma por hipótese nenhuma, ok? Você vai ficar bem.

—Acho que não querida. Antes me prometa uma coisa

—O que você quiser — ela disse secando as lágrimas

—Fala pra minha filha que fiz tudo por ela e que ela é o amor da minha vida. Faz isso por mim?

—Claro — Demi disse

—O nome dela é Isabel Dubord se você puder pegar o foto dela no meu bolso esquerdo, seria melhor pra você encontrá-la.

Demi obedeceu e foi praticamente arrancada de perto dele por um policial. Mas antes pode ouvir seu ultimo conselho.

—Viva querida, viva! E dê valor a quem te valoriza.

—Adeus, Sean. — ela dizia aos prantos e nesse momento foi abraçada por Joe

—Pronto, já passou. — ele acariciava seu cabelo — Já passou.

—Foi horrível, Joe. — ela gritava

—Eu sei, princesa. Eu sei. — ele a apertava tão forte — Vamos sair daqui, ok? Vamos pra casa.

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Quando chegou, uma equipe médica a esperava em sua casa, juntamente com mamãe, Dallas, Nick, Selena , Tiffany e Sterling. Todos estavam visivelmente aliviados e preocupados ao mesmo tempo, mas deixaram somente a família e Joe acompanhá-la até o quarto. Ela logo adormeceu com os calmantes dados assim todos puderam ter um tempo para conversarem e entender tudo o que havia acontecido. Demi havia ficado quase doze horas nas mãos de Wilmer, mas graças a Deus estava tudo bem.

—Quando a gente chegou lá, o seqüestrador estava fugindo — Joe começou a contar — então ele se rendeu, mas Wilmer saiu de dentro da casa, ou seja lá o que fosse aquilo, com a arma apontada para Demi. E sei lá, o que aconteceu, foi muito rápido. Acho que o sequestrador defendeu a Demi tentando tirar a arma da mão de Wilmer e Wilmer atirou nele. E depois os policiais atiraram em Wilmer.

—Então esse canalha morreu? — Sterling perguntou

—Não. Acho que não. Mas o sequestrador sim. — Joe concluiu se lembrando de como Demi estava triste com esse acontecimento.

—O que importa é que minha filha está bem. — Dianna concluiu

—Com certeza — Joe confirmou