O Amor Supera Tudo 3 escrita por Bibih


Capítulo 3
Capítulo 3 - A verdade




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Já fazia dois dias que toda nossa família estava naquele maldito hospital, esperando uma reação que fosse de Sophie.

Todos estavam sofrendo, mas se podia ver de longe que a dor de papai, mamãe e Julie era inconsolável. Ambos tinham olheiras profundas, não comiam direito, e choravam grande parte do tempo.

Desde o dia que tive alta, conversei com a psicóloga do hospital junto com todos nossos familiares. Ela pediu para que nós não demonstrássemos fraqueza em frente à Sophie quando ela acordasse, pois ela já se sentiria imensamente culpada por tudo.

Por isso até, eu fui proibido de vê-la logo que acordasse. Ela também nos disse que seria um tanto difícil lidar com essa situação, já que Sophie queria morrer, não conseguiu e ainda por cima estava temporariamente sem os movimentos.

Haveria de ter todo um trabalho para que ela não quisesse se afastar do mundo, e saber se adaptar a esse novo estilo de vida que teria de levar.

Volta e meia as imagens do acidente rondavam minha cabeça. Eu deveria de ter parado o carro quando percebi que ela estava estranha, deveria ter feito alguma coisa. Mas no mesmo momento vinha um pensamento que dizia que não haveria como eu saber o que ela estava pensando.

E isso era a mais pura verdade. Como eu poderia adivinhar os pensamentos dela? Era fato que eu não podia. Mas agora a única coisa que me restava a fazer era dar total apoio a ela, e não deixar que ela se culpe pelo que fez.

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Abri meus olhos com certa dificuldade, parecia que meu corpo inteiro doía. Minha cabeça ainda tentava decifrar onde eu estava? Espera ai, eu estava em um hospital? Não era para eu ter morrido?

O meu Deus, o que será que aconteceu com meu irmão? Eu matei Gabriel?

As perguntas vinham porem não havia ninguém para respondê-las. Eu estava totalmente sozinha naquele quarto de hospital, onde tudo estava sem vida e sem alegria.

Por um instante pensei onde minha família pudesse estar, a não ser aqui comigo agora. O único pensamento que veio em minha cabeça foi: Enterro.

O fato mais coerente agora seria esse. Como eu pude fazer uma burrada dessas? Tudo por aquele infeliz do Pedro. A mais minha vontade agora era de matá-lo, fazer justiça com minhas próprias mãos. Pois se meu irmão não estivesse mais entre nós, o segundo culpado seria ele.

Eu seria a primeira é claro, por ser tão estúpida a ponto de querer me matar por causa de uma paixão infantil. Porem a tentação havia falado mais alto, aquelas vozes que ecoavam na minha mente não me deixariam quieta nunca mais.

Era horrível repassar toda aquela cena na minha cabeça, e imaginar agora que eu poderia ser presa. Sim, presa por causar um acidente e ainda matar um inocente.

Fui tirada dos meus pensamentos, quando uma enfermeira entrou em meu quarto.

- Que bom que acordou menina. Sua família estava ansiosa por isso.

- Há quanto tempo eu estou apagada?

- Dois dias. – COMO ASSIM DOIS DIAS? O MEU DEUS! EU DEVO TER PERDIDO MUITA COISA.  

- Eles estão ai agora?

- Sim. Eles chegaram agora pouco. – Ela injetou algum remédio no meu soro e saiu. Fiquei ali mais um tempo sozinha, tentando digerir tudo que tinha acontecido.

Percebi exatamente agora que meu corpo estava estranho. Parecia anestesiado, eu não sentia parte dele.

- O meu bebê que bom que você acordou. – Minha mãe veio me abraçar, enquanto o restante da minha família entrava no quarto. Mais uma vez meu coração falhou, Gabriel não estava com eles.

- Minha filha que susto você deu em nós. – Papai se aproximou e também me abraçou. Todos continham uma expressão de dor terrível. Como eles podiam não me odiar depois do que eu fiz, eu matei meu irmão. Foi então que mais uma vez a ficha caiu e eu comecei a chorar. – Sophie por que está chorando?

- Pai, eu matei o meu irmão. Era para eu ter morrido naquele acidente não ele. COMO EU PUDE, EU SOU UM MONSTRO PAI. UM MONSTRO.

- Shii. Calma meu amor, seu irmão não morreu.

- E-n-t-ã-ão por que ele não está aqui? Eu preciso vê-lo, preciso me desculpar com ele. – Eu já tremia descontroladamente. – Mas se ele não morreu, por que vocês estão com essa cara. Ele está em estado grave?

- Não minha filha, seu irmão apenas teve que resolver uns assuntos da faculdade. Ele teve apenas alguns arranhões, e teve alta no mesmo dia. – Papai ainda me respondia com toda tranqüilidade do mundo. – Mas me diga, você se sente bem querida?

- Meu corpo está estranho pai, não sinto direito algumas partes dele. Mas acredito que isso seja efeito de alguma anestesia não é? – Todos ficaram ainda mais rígidos com minha pergunta. Mas que diabos estava acontecendo ali.

- Nós precisamos conversar sobre isso com você. – Mamãe novamente se aproximou e começou a passar as mãos em meus cabelos. Pude perceber que ela segurava com todas as forças o choro, e mais uma vez eu não entendia absolutamente nada.

- Filha você precisou de passar por uma cirurgia delicada, e infelizmente uma parte do seu corpo foi afetada com isso. – Ele fez uma pausa, parecendo buscar forças para dizer algo. – Sophie seu quadro é totalmente reversível, quero que saiba disso antes de mais nada.

- Pai o que eu tenho, fala logo?

- Você está sem o movimento das pernas temporariamente. – Ele disse num sussurro quase inaudível.

- COMO É QUE É? VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE EU ESTOU PARAPLÉGICA? EU VOU TER QUE ANDAR DE CADEIRA DE RODAS?

- Querida seu quadro é totalmente reversível. Só será preciso algumas sessões intensas de fisioterapia.

- MAS EU NÃO QUERO FAZER NADA DISSO. ERA PARA EU TER MORRIDO NAQUELE ACIDENTE. AGORA ERA SÓ O QUE ME FALTAVA: NÃO TER MORRIDO E AINDA FICAR DEPENDENDO DOS OUTROS.

- Não é bem assim Sô, você sabe que pode melhorar. E nunca mais fale uma coisa dessas está me ouvindo? Você não deveria ter morrido naquele acidente. – ETÚPIDA! COMO EU FUI ESTÚPIDA. Estava fazendo todos da minha família sofrerem. Minha irmã estava visivelmente desolada. Mais ela queria o que? Que eu risse e dissesse que está tudo bem quando não está?

Eu estou condenada a ficar em uma cadeira de rodas e depender sempre de alguém. Isso é vida? Pois eu digo que não. É claro que eles estão felizes que eu estou viva, mais ninguém está no meu coração sentindo o que estou agora.

Minhas pernas não recebem mais o meu comando. O que as pessoas iriam falar meu Deus? A imprensa com certeza já estava a par do acidente dos filhos do empresário Edward Cullen e a modelo Isabella Cullen.

_ Eu preciso ficar sozinha. – Disse sussurrando.

- Mas..

- Mãe, eu preciso ficar sozinha.

- Tudo bem meu amor, mas nós estaremos aqui caso precise. – Assenti, e eles já estavam saindo quando decidi que queria conversar com alguém.

- Vovó?! – Rapidamente ela se virou para mim.

- Sim querida.

- Posso conversar com a senhora?

- Mas é claro meu bem. – Ela deu uma breve olhada para os outros, e fechou a porta. – Pronto, podemos conversar.

- Eu fiz uma burrada vó. Estou fazendo todos vocês sofrerem por minha causa, e agora ainda terão que cuidar de mim.

- Não vou mentir ou passar a mão na sua cabeça Sophie. O que você fez foi imprudente e irracional, mas também não estou aqui para te julgar. As pessoas cometem erros e você cometeu um, porem isso não quer dizer que você tem de se culpar. E tenha certeza que você não será um peso para nós, cuidaremos sempre que precisar.

- O que mais me dói é saber que eu arrisquei não somente a minha, mas a vida do meu irmão também. Fui uma estúpida, nunca vou me perdoar.

- Tenho certeza que seu irmão está arrasado, mas disposto a te perdoar.

- Está muito difícil aceitar isso, eu sou uma invalida agora. Eu queria morrer e acabei assim, belo castigo pelo que fiz, diga-se de passagem.

- Isso não é uma forma de castigo meu bem. Talvez, tudo isso que passaremos servira para nos tornarem pessoas melhores. Você só tem agora de cumprir o tratamento a risca.

- Vocês falam como se isso fosse à coisa mais normal do mundo. A senhora já parou para pensar o que as pessoas não vão falar? Eu serei chacota em muitos lugares.

- Sophie com certeza eu não sei o que se passa em seu coração, e nem imagino. Mas uma coisa eu tenho certeza: As pessoas são maldosas sim, elas vão falar te recriminar. E ai será a hora de mostrar como você é forte e pode superar isso. – Eu comecei a chorar ainda mais, e ela me abraçou.

- A imprensa já sabe não é?!

- Eles sabem do acidente, mas não o que causou. – Isso de certa forma me tranqüilizou. Pelo menos eu ainda não seria acusada como a ovelha negra da família Cullen. – Eles também estão acampados na porta do hospital, esperando um boletim medico sobre você, já que viram seu irmão saindo de carro.

- A mamãe autorizou alguma coisa?

- Claro que não. O máximo permitido foi dizer que você estava fora de qualquer perigo. Suas amigas também estão ai fora e..

- Não. Eu não quero ver ninguém. Por favor, vó não deixe elas entrarem.

- Tudo bem, nós não faremos nada que não queira. – Logo senti uma vontade imensa de ir ao banheiro. E agora o que eu faria? Pedir ajuda a vovó? Comecei a me incomodar com a idéia.

- Alguma coisa errada Sophie? – Como ela me conhece bem. – Pode falar.

- Eu estou com vontade de ir ao banheiro.

- Fique tranqüila querida, você está usando uma sonda. – Olhei para o lado e vi uma bolsa pendurada.

- Ai que lindo, agora eu voltei a ser tratada como criança. – Sorri sem animo nenhum.

- Não fale assim. Você só está precisando de cuidados especiais agora.

- Obrigada por me ouvir vovó.

- Eu sempre estarei aqui se precisar. – Ela veio me abraçar, e logo ouvimos leves batidas na porta.

- Com licença. Desculpem interromper a conversa de vocês, mas eu preciso examinar essa moça aqui. – Em meio ao choro eu dei um Oi ao medico. – E então Sophie como está se sentindo?

- Você ainda pergunta doutor? Estou me sentindo péssima, não posso mais andar esqueceu? – Vovó me olhou com um jeito reprovador. Mas era difícil me controlar, meu lado irracional acabava falando mais alto.

- Eu sei como deve estar sendo difícil, mas você terá a chance de se cuidar para melhorar. Vamos te deixar mais uns dias aqui para observar a evolução do caso, e enquanto isso também você conhecerá sua fisioterapeuta e sua psicóloga.

- Psicóloga? Eu não sou doida doutor.

- Eu sei que não Sophie. Porém sua vida sofreu uma mudança, seu psicológico está abalado, por isso a ajuda.

- Que ótimo. Alem de invalida, estão me considerando louca.


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Notas finais do capítulo

A demora pelo post dessa vez não foi só culpa minha. Precisei viajar para resolver umas coisas da faculdade,então antes de sair resolvi postar mas Nyah estava em manutenção.Então logo que cheguei vim para cá.
Eu particularmente gostei bastante de escrever esse capitulo, e espero que tenham gostado.

Comenteem. Recomendeem.

beijooos :):)