Depois de pegar  a faca,eu sai pelas ruas gélidas e chuvosas de Munique.

Andei durante meros minutos até achar um garoto chorando na rua. Me aproximei dele. Eu podia sentir a felicidade me invadindo naquele momento. Eu teria a vítima da noite.

-Hey,garoto. Está sozinho? – Disse com um sorriso malicioso.

-Sim. – Ele soluçou. – Eu sai de casa e me perdi. Eu acabei de me mudar para Munique,então não conheço muitas coisas.

Me abaixei ao seu lado e saquei, discretamente, a faca sob o meu casaco.

-Quer uma ajuda? – Perguntei, sussurrando.

-Se você puder me ajudar.

Ele já estava me irritando. Chorava e soluçava igual a um idiota.

Eu descobri, depois de um tempo, que o choro é inútil. Lágrimas não ajudam em nada,elas apenas dizem que a razão foi derrotada pela emoção.

Eu refleti sobre isso durante alguns segundos e então levantei e lhe mostrei a faca.

-Eu te ajudarei a passar para o andar de cima. – Sorri e avancei.

Ele tentou gritar,mas eu tapei sua boca. Ele mordeu meu dedo,mas eu estava tão acostumado com as surras violentas de meu pai que nem me preocupei com isso.

Peguei a faca e enfiei em sua boca, puxando a para o lado. Ela cortou suas bochechas e sua língua, deixando ele incapacitado de gritar.

Ele caiu no chão e se contorceu. Eu sentei em cima de suas pernas e fui passeando a faca por seus braços, fazendo cortes fundos.

Eu sentia a agonia pulsando de seu corpo. Eu enfiei a faca em sua barriga e a girei. Retirei ela e o sangue pintou em minhas mãos. Eu lambi o líquido vermelho. Tinha um gosto doce e delicioso.

Eu passei a faca por sua genitália e enfiei a faca naquele ponto sensível. Ele se contorceu mais do que das outras vezes.

E u ri de seu desespero.

Quando ia dar o golpe final em seu coração, algo me chamou a atenção.

Num muro próximo, tinha letras vermelhas gravadas. Parecia estar molhado. A tinta escorria.

Eu larguei o garoto ali e fui até aquele muro.

O cheiro não era de tinta e sim de sangue.

As palavras El Que Lora estava escritas. Letras infantis e tortas.

O que aquilo podia significar?

Voltei para casa, arrastando os pés. Não valia a pena ficar mais tempo naquele local. O garoto logo morreria e como sempre, ninguém descobriria que eu tinha matado.

Chegando em casa, liguei a televisão portátil. Uma matéria sobre uma onda de assassinatos passava:

‘Parece que temos um novo serial killer a solta.Uma onda de assassinatos vem acontecendo nesse último mês.

Em apenas quatro semanas, 20 pessoas foram mortas. Isso é horrível. É um assassino muito voraz e rápido.

Parece também que essa pessoa não tem uma padrão certo . Ataca crianças,idosos, adultos e até mesmo animais. Em todos os lugares em que os crimes são cometidos, as palavras “El Que Lora” são pintadas em algum lugar perto do corpo. Na própria vítima,no chão ou em muros. E se não me engano  isso é sempre escrito com o sangue da própria vítima.

Fiquem atentos e cuidado ao sair durante a noite,ele só ataca a partir das 19:00h.

Eu sou Marco e esse foi o jornal das 20:00.

Boa noite.”

O homem da tela se despediu e eu desliguei o aparelho.

Então quer dizer que eu tinha um adversário? Ou quem sabe um parceiro,não é mesmo?

Eu tinha que achar esse tal de El Que Lora.

Custe o que custasse.