A tarde de sexta-feira foi super calma, muito calma até por sinal.

Quando o relógio marcou seis horas eu e meu pai fechamos a firma e ele foi falar com Sidnei, o melhor funcionário da empresa, encarregado pela produção de aluminío. Então, finalmente fomos para o Clio que estava na calçada, do mesmo lado da firma.

O caminho foi silencioso até o trabalho de minha mãe, exceto quando passamos por uma pista de skate e eu comentei:

- Pai, eu gosto de skate.

-É, mas, não vai ser igual à sua irmã.

-Porque?

-Porque, lembra quando ela caiu? Imagina se ela tivesse quebrado algum osso?

-Hum...

-Os pais se preocupam, então, tira essa ideia da cabeça, tá?

-Ok.

Eu voltei a colocar meus fones de ouvido e aumentei no máximo meu MP3, ouvindo Abingdon Boys School, minha banda preferida.

Chegando no trabalho de minha mãe, ela entrou no carro, eu cumprimentei ela e seguimos o caminho. Continuei ouvindo minhas músicas até que comecei a lembrar de momentos amigos e não amigos com Felipe e algumas lágrimas insistiram em cair; Quando ouvi VESTIGE do T.M.Revolution, não aguentei e chorei pra valer, silenciosamente porque não queria mostrar aos meus pais e também não estava com saco para contar tudo o que tinha acontecido.

Eu cheguei em casa, liguei o pc e fiquei mexendo lá até minha mãe avisar que o café estava pronto. Comi um hambúrguer de carne com maionese, ketchup e refrigerante. Eu comi e fui para o pc.

Meu resto de noite, fiquei olhando anime e mesmo sem ânimo para falar, deixei meu mensseger ligado, se caso Felipe viesse falar comigo.

''Você está apenas se iludindo. Felipe não gosta e nunca gostou de você e só porque ele te deu um beijo não quer dizer que é amor correspondido, sua burra tosca, cadê seu orgulho, Melina?'' - Pensei comigo mesma.

Falando sozinha, com meu pc, disse extremamente irritada:

-Vai se fuder Felipe, eu vou te esquecer!

Então, finalmente meu orgulho apareceu, bloqueando ele do meu msn. Depois de uma meia-hora eu fiquei mais tranquila, vendo anime e escutando música, de boa.

Então, decidi ir dormir, precisava descansar, semana que vem iria ser pesada: provas, trabalhos da escola e faxina na casa no sábado. 

Cheguei na sala e meus pais estavam fazendo o que chamamos de ''olhar TV'', óbvio que estavam dormindo porque estavam super cansados. Eu olhei para minha mãe, cutuquei-a e disse:

-Mãe, vou dormir, você vai agora?

-Não Melina. - Resmungou com sono.

-Tá bom. - Eu disse, dando de ombros.

Subi as escadas no escuro e liguei a luz do corredor. Fui tomar banho e preparar minha cama. Quando liguei o chuveiro e deixei a àgua me molhar, estava tentando excluir Felipe totalmente dos meus pensamentos. Cheguei no quarto, ouvi mais um pouco de música e acabei dormindo.

Sábado estava fazendo sol e então acordei as 9. Desci e tomei café com pão, manteiga e uma xícara de café com leite. Decidi ajudar minha mãe nas roupas, fui estendê-las.

-Oi mãe -disse indiferente.

-Oi Melina. -me deu um sorriso.

-Cadê o pai?

-Saiu para comprar ração para os cachorros.

-Ahh tá. -Falei assentindo.

Peguei a bacia com roupas e fui estendendo enquanto ela me contava os dias de trabalho na empresa e como estava estressante. Eu respondia com um ''aham'' ou ''é mesmo?'', não é que eu não estava interessada, mas, estava com minha auto-estima baixa e eu não podia contar nada à ela porque era proibido namorar com 14 anos lá em casa.

Então, eu terminei e fui para o pc, olhar anime. Depois eu não tinha nada para fazer, nada mesmo e fui dormir. E assim passou meu sábado, à noite fui no supermercado fazer compras com meu pai e minha mãe e compramos algumas pizzas de mussarela com cebolas e frango para a janta. No jantar, eu comia e falava animadamente com eles. Depois fui para a garagem, onde ficava meu pc e fiquei fuçando lá. Acho que quando fui domir já era umas 11 horas da noite.