The Princess And The Son Of Hades escrita por lara_di_angelo


Capítulo 60
Capítulo 60


Notas iniciais do capítulo

oi, gente! desculpem a demora giganorme (como diz minha prima)
como eu demorei muito e esssa capítulo não está grande o suficiente para compensar, vou explicar os meus motivos nas notas finais.
por aqui, eu gostaria de agradecer a todas que mandaram reviews, eu amei mesmo demorando para responder algumas...
e meu obrigada especial a quem recomendou (PrincessLola, Lyra Di Angelo Pevensie, Lopmon_13, LayRope, nao-importa, fic-fic, bibi_di_angelo, Borboletas Azuis, Avril_Gomez_108, jade_bianca, louiziannabeth, MillaCyrus, BekAinsworth, Anny Di Riot, Carol C), vocês conseguiram fazer uma pessoa insensível ficar com vontade de chorar! viu como vocês são demais??
bem, espero que tenham uma boa leitura, mas eu particularmente não achei esse capítulo tão bom assim, admito



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CAPÍTULO 60

POV's Stella

Respirei aliviada quando a porta se fechou depois que minha mãe passou.

Depois de muito tempo, finalmente todo mundo resolveu me deixar sozinha. Eu gostei disso, eles estavam me irritando com todo aquele falatório e perguntas. Agora eu estava livre para relaxar e deixar que todo o alívio me inundasse.

Logo senti meus ombros tremendo e as lágrimas escorrendo por meu rosto, mas era uma sensação boa, como se elas levassem embora todos os momentos que passei antes de ser encontrada por Nico.

Nico... ele devia estar em algum lugar perto. Ele tinha me prometido que ficaria por perto, mas acho que ele queria me dar alguns momentos sozinha.

“Stella?” escutei a voz dele, abafada pela porta. Já tinham se passado pelo menos meia hora que eu estava sozinha. Eu já tinha parado de chorar e estava bem mais calma. Alguém disse que chorar faz bem, às vezes isso é mesmo verdade. “Posso entrar?”

“Claro” falei, enquanto me sentava.

“Se sente melhor?” a expressão dele estava muito preocupada.

“Muito” falei, dando um pequeno sorriso.

“Graças aos deuses” ele suspirou.

“Vai ficar parado no meio do quarto?” perguntei brincando. “Senta comigo” dei dois tapinhas ao meu lado. Ele sorriu e fez o que eu pedi. Sem conseguir me conter, coloquei minha cabeça no peito dele, absorvendo aquele perfume inebriante que a pele pálida exalava. Ele me puxou mais para perto e senti os lábios dele no meu cabelo. “Senti sua falta” sussurrei.

“Eu também. Parece ter sido uma eternidade” ele falou, suspirando. Ficamos em silêncio, apenas sentindo um ao outro. Eu conseguia sentir meu coração pulsando calmamente, quase no mesmo ritmo do coração dele.

“Como me achou?” murmurei depois de um tempo.

“Daniella me mandou uma MI” ele respondeu em voz baixa. “Eu perguntei a ela sobre você, mas ela queria saber exatamente o mesmo. Então eu vim para cá.”

“Só isso?” pressionei, sabendo que ele não tinha falado tudo. Ele ficou em silêncio. Me afastei dos braços dele e encarei os olhos negros. Ele suspirou e começou a falar.

“Eu não estava te achando de jeito nenhum. Já estava começando a ficar desesperado” ele pareceu meio envergonhado e corou fracamente. “Então eu escutei sua voz. Mas ela não vinha de lugar nenhum por perto. Na verdade vinha disso” ele ergueu a pequena chave de ouro que trazia no pescoço.

“Do pingente?” perguntei confusa, franzindo as sobrancelhas. “Não faz sentido nenhum...”

“Mas foi exatamente isso que aconteceu. Você estava chamando meu nome. E então a chave me levou até você” ele deu de ombros. Franzi a testa, enquanto tentava achar uma explicação para isso. O pingente abria um dos meus medalhões, o dourado que representava meu coração. Ele estava no meu pescoço como sempre, assim como o negro, que representava o de Nico. E então a verdade me atingiu com tanta força que eu ofeguei.

“Afrodite...” murmurei.

“O quê?” agora foi a vez de Nico ficar confuso.

“Eu te chamei” falei.

“Como?”

“Eu te chamei antes de adormecer numa clareira perto de um rio” repeti.

“E o que Afrodite tem a ver com isso?”enquanto eu via tudo ficar cada vez mais óbvio, Nico parecia cada vez mais confuso.

“Como eu não percebi antes?!” me perguntei.

“Quer dizer o que está acontecendo por Hades?!” Nico parecia irritado. Eu sorri.

“Eu ganhei isso de Afrodite” mostrei o medalhão dourado. “E a chave também.” Eu me lembrava das palavras da carta que ela me deu no meu aniversário. Vai ser útil, alem de ser muito fashion (não é pra menos, fui eu quem escolheu.) “Ela disse que seria útil... e foi.”

“Então... acha que os medalhões e a chave são presentes mágicos de Afrodite?” ele finalmente entendeu.

“Sim”

“Faz sentido” a voz dele foi apenas um murmúrio baixo. “Mas como ela sabia que íamos precisar?”

“Nunca tente entender Afrodite, se ela é a deusa do amor e ninguém entende o amor, então é quase impossível entender ela” dei de ombros. “Talvez ela mesma tivesse um plano para precisarmos disso e tornar as coisas mais românticas... não que eu ache que a gente precisa de mais romantismo. Na verdade, estamos perfeitos.” terminei com um sorriso. Ao contrário do que eu queria, ele não estava sorrindo. “O que foi?”perguntei. Ele apenas apontou para os curativos que davam a volta por meus punhos no lugar onde estiveram as algemas.

“Quem fez isso?” a voz dele estava baixa e eu podia notar o esforço que ele fez para ficar calmo.

“Nico, isso não importa.” falei, temendo que ele fosse pessoalmente procurar Céos e morresse no processo.

“Claro que importa!” ele se exaltou, se levantando abruptamente. “Eu deveria ter dado um jeito de te proteger e eu falhei. Exatamente do mesmo jeito que aconteceu com Bianca e olha o que aconteceu com ela! E por pouco não aconteceu o mesmo com você!”

“Nico...” minha voz estava tão baixa que eu não sabia se ele tinha conseguido me escutar. “Nico” repeti mais alto, me levantando e ficando de frente para ele. “Olhe para mim” me ignorou.

“O que é?” ele perguntou entredentes.

“Está tudo bem. Eu estou aqui. E Bianca, ela teria orgulho de você, tenho certeza.”

Ele olhou para mim e tinha tanta angustia no olhar que parecia que ele era uma criancinha de novo. Como se ele acabasse de ter perdido a irmã.

“Eu queria que ela estivesse aqui.” ele murmurou. “Queria que Bianca estivesse aqui.” eu não tinha certeza porque ele virou o rosto o escondendo de mim, mas acho que vi os olhos dele se encherem de lágrimas.

Eu não sabia o que dizer. Eu não sabia o que fazer. Por alguns instantes, eu fiquei parada, observando os ombros rígidos de Nico, até que decidi que seria mais útil se ao menos mostrasse que eu sempre vou estar para ele independentemente da situação. Eu o abracei por trás, pousando minha cabeça nas costas fortes. Ficamos assim por mais algum tempo, Nico provavelmente chorando, e eu grudada nele.

Em algum momento, ele me puxou cuidadosamente, sentando na cama e fazendo com que eu ficasse de frente no seu colo, e depois de um segundo, ele me abraçou.

“Eu te amo, tanto” sussurrou.

“Eu também te amo” sussurrei de volta, me aconchegando a ele.

“Não vou te deixar desprotegida nunca mais. Não posso te perder... Não posso perder mais uma pessoa que amo...” ele passava todo seu sofrimento pelas palavras. “Já perdi minha irmã, quase perdia Annabeth e você também...”

“Annabeth?” perguntei, apreensiva. “Ela está bem?”

“Sim, mas foi por pouco.” ele não falou mais e eu não queria pressioná-lo.

“Stella?” a voz delicada de Sophie interrompeu nossa conversa quando ela deu algumas batidinhas na porta.

“Pode entrar” falei, saindo do colo de Nico e ficando ao lado dele.

“Eu só queria saber se você estava...” ela se interrompeu quando seus olhos se encontraram com os de Nico. “bem” a palavra saiu como um sussurro. Os olhos azuis dela se encontraram com os olhos negros de Nico e eles ficaram se encarando como se alguma coisa os impulsionasse a nunca mais desviar o olhar.

“Eu já te vi” murmurou Nico.

“Eu também já te vi” ela falou baixo, parecendo em transe.

“Claro que viu” falei. “Ela estava lá na noite em que estavam me procurando”

“Ah, deve ser isso.” ela balançou a cabeça, saindo do transe.

“Ahn... e-eu volto depois” Sophie saiu do quarto antes que eu pudesse falar para ela ficar.

“Quem era?” Nico perguntou com curiosidade.

“Minha prima, Sophie.” respondi, encarando a porta. Eles dois agiram muito estranho perto um do outro. Principalmente Sophie. Ela não é o tipo de pessoa que fica encarando a outra fixamente só para ter certeza que já se conheciam.

“Ah.” ele parecia muito distraído. “Achei que a conhecia de outro lugar.”

Ficamos em silêncio de novo, mas dessa vez eu não conseguia ficar quieta. Eu estava impaciente e receosa, alguma coisa muito errada estava acontecendo com Sophie e com Nico, eu tinha certeza.

Depois de algum tempo, desisti de tentar falar com ele, que simplesmente ficava encarando o vazio e dava respostas tão vagas quanto o olhar que ele tinha.

Peguei um pequeno caderno de capa roxa com flores pretas e douradas de minha prateleira. Era um caderno cheio de músicas. Não eram músicas que eu escrevia, eram músicas que eu gostava. Às vezes eu ficava escrevendo as letras de algumas músicas em qualquer lugar que coubesse. Em meus cadernos em minhas mãos, num guardanapo, nas carteiras da escola, em qualquer lugar. Então eu resolvi arranjar um caderno para fazer isso. As páginas estavam recheadas.

Sentei na bancada e peguei uma caneta. Essa era outra terapia. Pensar nas músicas.

Por uns instantes, nada vinha em minha cabeça, e eu fiquei batendo com a caneta na folha em branco. Do nada, uma melodia de piano invadiu minha mente e eu me lembrei de uma das músicas que Nico tinha posto em meu ipod. Dei uma risada baixa com a lembrança.

FLASHBACK ON

Naquele dia eu não sabia, mas aquele era meu penúltimo dia na Terra.

Mais cedo naquele dia, eu, Nico, Percy e Annabeth tínhamos saído para procurar o problema daquelas tempestades. Faziam algumas horas que tínhamos voltado para a casa da senhora Martinelle, que era mesmo avó de minha meia-irmã.

Annie e Percy estavam vendo alguma coisa no notebook de Dédalo e eu e Nico estávamos tentando decifrar os códigos que ficaram impressos no chão após a tempestade.

Correção, eu e Nico devíamos estar fazendo aquilo, mas já estávamos vendo os mesmos símbolos que não eram em grego por tanto tempo que momentaneamente desistimos.

“Já ouviu todas as músicas do ipod?” ele perguntou.

“Não. Tem mais de quinhentas músicas aqui!” exclamei, dando uma risada baixa, para que Annie não ouvisse.

“Talvez seja um pouco exagerado” ele riu também.

“Alguma hora, eu vou escutar todas. O problema é que não dá tempo... e eu fico repetindo algumas músicas que gosto muito.”

“Escutou alguma de Avenged?” ele perguntou com curiosidade. Olhei ele fixamente, sem reconhecer a banda. “Avenged Sevenfold” ele completou. Em algum lugar no fundo de minha mente, me lembrei de alguma coisa do tipo. (N/A: desculpa, gente, simplesmente não consegui resistir a colocar Avenged, é um vício indomável. Eu simplesmente amo essa banda...)

“Na verdade, não. Comecei a escutar uma, mas sinceramente, me deu medo” ele riu. “Estou falando sério, Nico. Quase estourou meus pobres tímpanos” ele riu mais ainda e Annie virou a cabeça em nossa direção, nos fuzilando com o olhar.

“Desculpe por ele” murmurei. Ela voltou a olhar para a tela do computador.

“E fala como se fosse inocente” ele revirou os olhos para mim. Dei língua. “Voltando ao assunto. Você só pegou uma música mais pesada. Está com o ipod aí?”

“Claro que não! Acha que eu vou andar por aí com meu bebê para ele ser sequestrado ou estragado por monstros?” ele revirou os olhos com a minha resposta. “Espera” fiz o ipod aparecer em minha mão. “Aqui” mostrei para ele. Ele ficou mexendo em alguma coisa.

“Pronto.” ele me devolveu o ipod. “Olha essa playlist, tem umas músicas deles que acho que você vai gostar, especialmente da letra.”

“Sei” olhei ele desconfiada e coloquei o ipod no bolso da calça.

FLASHBACK OFF

O que aconteceu foi que eu só pude escutar a playlist quando já estava em Sollaria e não pude dizer a Nico que ele tinha razão. E agora me veio uma música que eu sempre imaginei ver Nico cantar para mim, desde o momento em que escutei pela primeira vez.

Pousei a caneta na folha e comecei a escrever a letra da música, imaginando Nico cantando, enquanto meus dedos dedilhavam o piano.

“O que está fazendo?” Nico surgiu ao meu lado, fazendo com que eu derrubasse a caneta e quase riscasse o que tinha acabado de escrever.

“Você estava meio distraído, então resolvi escrever”

“É um poema?” ele perguntou, observando a estrutura em versos.

“Pode ser considerado com um” assenti. “Mas na verdade é uma música.” Ele olhou a folha por cima de meu ombro.

“Eu disse que você ia gostar de algumas músicas daquela playlist” ele riu e eu me impressionei por ele se lembrar daquele momento. “Warmness on the Soul. Essa música me lembra de você...”

Ele me puxou gentilmente, me fazendo ficar de pé de frente para ele.

Warmness On The Soul

(Avenged Sevenfold)

Your hazel green tint eyes watching every move I make.
And that feeling of doubt, it's erased.
I'll never feel alone again with you by my side.
You're the one, and in you I confide more.

(Seus olhos de tom verde avelã observando todo movimento que faço
E aquele sentimento de dúvida está apagado
Eu nunca vou me sentir sozinho com você do meu lado
Você é única, e em você eu confio mais)


And we have gone through good and bad times.
But your unconditional love was always on my mind.
You've been there from the start for me.
And your love's always been true as can be.

(E nós passamos por bons e maus momentos.
Mas seu amor incondicional esteve sempre em minha mente
Você esteve lá desde o começo pra mim
E seu amor sempre foi verdadeiro como pode ser)


I give my heart to you.
I give my heart, 'cause nothing can compare in this world to you.

(Eu dou meu coração pra você
Dou meu coração, por que nada se compara neste mundo a você)


And we have gone through good and bad times.
But your unconditional love was always on my mind.
You've been there from the start for me.
And your love's always been true as can be.

(E nós passamos por bons e maus momentos.
Mas seu amor incondicional esteve sempre em minha mente
Você esteve lá desde o começo pra mim
E seu amor sempre foi verdadeiro como pode ser)

I give my heart to you.
I give my heart, 'cause nothing can compare in this world to you.

(Eu dou meu coração pra você
Dou meu coração, por que nada se compara neste mundo a você)


I give my heart to you.
I give my heart, 'cause nothing can compare in this world to you

(Eu dou meu coração pra você
Dou meu coração, por que nada se compara neste mundo a você)

A última estrofe ele sussurrou em meu ouvido, e eu senti um arrepio descendo por minha coluna.

“Sabe, eu deveria ter escrito essa música” ele murmurou ainda com a boca perto de meu ouvido. “Não acha que é simplesmente perfeita para ser algo que eu diria a você?” eu não consegui encontrar minha voz, então ao invés de responder com palavras, eu virei meu rosto rapidamente, para que os lábios dele ficassem encostados nos meus. Começamos a nos beijar com calma, demonstrando toda a saudade que sentíamos um do outro.

“É mesmo uma música linda e ficou ainda mais linda com você cantando para mim” sussurrei, depois que nos separamos por falta de ar. Ele deu um sorriso lindo para mim.

POV' s Andrew (N/A: esse é novo, digam o que acharam, okay?)

Enquanto o rei Stephan agradecia por termos ajudado a procurar Stella, eu me aproximei de Dani que estava na dupla com Claire, já que ela recusou fazer par com qualquer homem que fosse.

“Dani” sussurrei tão baixo que fiquei em dúvida se ela tinha escutado. Já ia falar mais alto quando ela resolveu falar comigo.

“Sim?” ela perguntou, com a voz doce.

“Preciso falar com você, a sós”

“Depois que eu ver Stella”

“Dani...” eu meio que implorei. “Ela vai ficar bem. Sério, nós precisamos conversar.”

“Não posso abandonar ela agora” ela sibilou. “Você não está preocupado com ela?”

“Claro que estou” agora eu sibilei. “Ela é minha amiga! Mas não podemos fazer nada por enquanto e além disso, nós dois sabemos que ela ia encorajar essa conversa”

“Tudo bem” ela suspirou, sussurrando as duas palavras como uma irritação muito meiga.

Sim, eu estava preocupado com Stella, mas eu também queria saber o que tinha sido aquilo com o arco-íris. Eu queria saber exatamente o que Dani estava escondendo de mim.

Aos poucos as pessoas foram se dispersando, mas eu não prestava atenção nelas, meus olhos estavam focados no lago.

“Todos já foram” escutei a voz de Dani como uma brisa suave quando ela parou ao meu lado. “Para onde nós vamos?” dei um sorriso e olhei para ela.

“Você sabe” falei. Ela sorriu de volta. Me inclinei para beijá-la e nossos lábios estavam quase se tocando quando ela correu a minha frente, rindo.

“Não tão fácil, Andrew!” ela gritou. “Vai ter que conseguir me pegar primeiro.” eu ri e comecei a correr atrás dela.

“Volta aqui, Daniella!” eu gritei, enquanto ela corria em direção às árvores. “Quando eu conseguir te alcançar...” deixei a frase suspensa, seguindo pela trilha escondida por um arbusto particularmente. Eu me lembrava muito bem desse caminho. Saí da trilha quando passei por uma árvore marcada com um pequeno símbolo entalhado por Dani quando tínhamos uns dez anos.

Eu e Dani tínhamos achado um lugar que secreto enquanto explorávamos a floresta e para não nos perdermos quando saímos da trilha ela entalhou vários símbolos pelas árvores. Cada árvore tinha um entalhe diferente, mas eu reconhecia cada um deles mesmo sem saber seus significados.

Escutei a risa de Dani em algum lugar a minha frente.

Os passos dela estavam ficando cada vez mais distantes. Diminuí minha corrida a uma caminhada. Se eu não conseguia alcançá-la, então iria surpreendê-la.

As árvores estavam ficando mais próximas e o cheiro de suas folhas era inebriante.

Finalmente, eu vi Dani parada de costas, na beira de uma pequena clareira que parecia um jardim. Várias flores silvestres cresciam e alcançavam a metade da canela dela junto com a relva alta. As cores eram diversas, o verde da grama se misturava com as pequenas flores brancas, amarelas, vermelhas, róseas, violáceas, alaranjadas e azuis. Os cabelos ruivos e lisos de Dani ondulavam suavemente com a brisa em harmonia com as plantas.

“Andrew?” ela me chamou, se virando para onde eu estava, tentando me achar nas sombras das árvores. “Andrew?” ela repetiu, dando alguns passos para perto de onde eu estava, mas ainda sem me ver.

De algum jeito, consegui abraçá-la por trás, beijando o pescoço pálido.

“Te peguei” falei, sorrindo vitorioso.

“Isso foi trapaça!” ela reclamou. Eu ri e fiquei de frente para ela.

“Não foi, não” ri de novo. “Você que é uma má perdedora”

“Foi sim e eu não sou uma má perdedora, você que não sabe vencer” Ela fez um beicinho. Não resisti e colei meus lábios nos dela. Foi só um selinho rápido. “Viu? Está trapaceando de novo” ela resmungou, cruzando os braços. Eu ri, mas logo fiquei sério, lembrando do motivo de ter pedido para falar com ela ali.

“Dani, precisamos conversar.” falei. “O que foi aquilo com o arco-íris?” fiz a pergunta que mais se repetia em minha mente. Ela deixou os braços caírem ao lado do corpo e desviou o olhar para o chão.

“Já disse que foi uma Mensagem de Íris” ela murmurou, depois de um longo silêncio.

“E o que é isso? O que foi aquilo de falar com sua mãe como se... sei lá. Eu só quero saber a verdade” eu estava começando a ficar frustrado. Ela parecia muio triste por não poder dizer a verdade.

“Desculpa, eu não posso, mesmo...” ela parecia estar prestes a chorar, eu já via as lágrimas se acumulando nos olhos cor-de-mel.

Enquanto olhava nos olhos dela, eu me lembrei que da última vez em que estivemos ali, ela tinha cabelos loiros e olhos azuis. E apesar de tudo, mesmo me dizendo que eu estava perdidamente apaixonado por Stella, eu nunca tinha levado ninguém além de Dani até lá. Só nós dois conhecíamos aquele pequeno paraíso. Agora que eu pensava bem, eu nunca deixei ninguém me conhecer como Dani e no fundo talvez eu já amasse ela desde aquela época, mesmo sem saber.

“Aquela música que você cantou no festival, com Stella e a irmã do Brandon... era para mim?” ela assentiu. “Ótimo, eu tenho uma para você também.”

Somewhere Only We Know

(Keane)

I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my own feet
Sat by the river and it made me complete

(Eu andei por uma terra vazia
Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão
Eu senti a terra sob meus pés
Eu sentei do lado do rio e ele me completou)


Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

(Oh, uma coisa simples, onde você foi?

Eu estou ficando velho e preciso de alguma coisa em que confiar

Então me diga quando você vai me deixar entrar

Eu estou ficando cansado e preciso de algum lugar para começar)


I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?

(Eu encontrei uma árvore caída

Eu senti os galhos dela olhando para mim

É esse o lugar que nos costumávamos amar?

É esse o lugar com que eu tenho sonhado?


Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

(Oh, uma coisa simples, onde você foi?

Eu estou ficando velho e preciso de alguma coisa em que confiar

Então me diga quando você vai me deixar entrar

Eu estou ficando cansado e preciso de algum lugar para começar)


So and if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?

(Então se você tiver um minuto por que não vamos

Falar sobre isso num lugar que só nós conhecemos

Esse poderia ser o fim de tudo

Então por que não vamos

Para algum lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?

Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

(Oh, uma coisa simples, onde você foi?

Eu estou ficando velho e preciso de alguma coisa em que confiar

Então me diga quando você vai me deixar entrar

Eu estou ficando cansado e preciso de algum lugar para começar)


So and if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
So why don't we go

(Então se você tiver um minuto por que não vamos

Falar sobre isso num lugar que só nós conhecemos

Esse poderia ser o fim de tudo

Então por que não vamos

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?

This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?


(Esse poderia ser o fim de tudo

Então por que não vamos

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?)

“Confia em mim?” perguntei, estendendo a mão para ela.

“Sempre” ela respondeu, colocando a mão delicada na minha.

Andamos lado a lado até meio da clareira, onde havia uma pedra quase lisa onde costumávamos sentar quando ficávamos cansados de brincar ou quando queríamos apenas conversar.

Ajudei Dani a subir, em nome da educação que tinha recebido porque eu sabia perfeitamente que ela conseguiria sozinha e com facilidade. Ela sentou ao meu lado graciosamente, puxando os joelhos para o peito e deitando a cabeça neles, olhando para mim.

“Sempre amei esse lugar” falei, olhando para ela. “Mas agora parece ainda mais bonito. Lembra da última vez que viemos para cá?”
“Como poderia esquecer?” ela levantou a cabeça e deu um meio sorriso. “Foi quando você disse que ia pedir a Stella em namoro.” ela riu. “E no fim, desistiu”

“Ha-ha. Muito engraçado” resmunguei. Ela deu outra risada. “Você era loira e tinha olhos azuis. O que você fez?”

“Nada. Isso é por causa de minha mãe” ela suspirou. “Olha, eu vou te contar a verdade. Juro, mas em troca prometa que vai tentar compreender.”

“Eu prometo” ergui minha mão direita. Ela me deu um tapa leve no braço.

“Estou falando sério”

“Desculpa”

“Tudo bem, vamos lá.” ela suspirou. “Bem, para começar, conhece mitologia grega?”

“Um pouco. Isso tem alguma coisa a ver com você saber grego antigo?” perguntei.

“Isso é a causa de eu saber grego antigo” ela me corrigiu. “Nas histórias gregas, os deuses sempre tinham casos com mortais e desses casos nasciam meio-sangues”

“Você quer dizer semideuses?” perguntei, sem entender onde ela queria chegar.

“Sim. É a mesma coisa. Então, bem... ai, droga. Eu nunca falei isso para um mortal” ela resmungou a última parte. “Os deuses existem e eu sou uma semideusa” ela falou tão rápido que eu não sei se entendi certo.

“Você é o quê?!” acho que falei muito alto.

“Um semideusa, filha de Íris” ela murmurou, abaixando os olhos. Fiquei em silêncio encarando o nada, tentando absorver as palavras dela, mas quanto mais eu tentava acreditar, mas incrédulo eu ficava. “Viu só? Era por isso que eu não queria contar nada. Agora você acha que eu sou louca, ou mentirosa” a voz dela estava embargada. Voltei meu olhar para ela.

“Acredito em você” falei por fim. E era verdade. Eu confiava em Daniella com minha vida e se ela dizia que toda a maluquice da mitologia grega existia, então eu acreditava que existia. “Então é por isso que seu cabelo e seus olhos estão sempre mudando?” perguntei, tentando fazer ela relaxar.

“Sim.”

“Legal. Você fica linda de qualquer jeito.” falei, sorrindo. “E o que diabos é uma Mensagem de Íris?”

Ela sorriu. E assim nós passamos a tarde inteira. Ela me contou sobre o Acampamento Meio-Sangue, sobre os amigos dela lá. Falou da história de Ártemis convidando ela para fazer parte da Caçada e nessa hora eu tive que interrompê-la.

“Então eu poderia ter te perdido para sempre?”

“Exatamente”

“Obrigada, Afrodite, por fazer ela se apaixonar por mim!” Dani riu das minhas palavras e depois me deu um beijo rápido. Ela se levantou e pulou da pedra para o chão. Eu ri. "Ei, não vale. Isso é maldade, agora vai ter que me dar um beijo de verdade" fiz o mesmo que ela fez, saltando da pedra para o chão, mas não tão graciosamente quanto ela, logicamente, e corri atrás dela.

Ela fugia de mim, mas sempre que deixava que eu chegasse perto o bastante para tocá-la antes de escapar. Eu ria sem parar, assim como ela.

Finalmente ela se atrasou em seus reflexos e eu consegui abraçá-la nos derrubando no chão. Entre tantos aromas que as flores exalavam, o dela se sobressaia e depois de um segundo nos encarando apaixonadamente, nós estávamos nos beijando gentilmente.


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Notas finais do capítulo

e então? o que acharam? a demora valeu a pena??
deixem rewies, mesmo se for para me ameaçar ou dizer que está horrivel...
bem, acho que eu devo algumas explicações pela demora, né? vou até enumerar aqui:
1. como eu sou uma pessoa com uma memoria incrivel, esqueic de avisar que ia viajar... só voltei dia 16 de tarde e quase não tive tempo de sossego nessa viagem... parece que todos querem minha presença... --", mas eu amei do mesmo jeito.
2. Sabe a viagem? então, eu achei de levar o netbook para tentar adiantar o capítulo, mas deu pane no coitado e meu pai disse que só vai levar para consertar quando achar a garantia (provavelmente quando eu tiver setenta anos por aí) ou seja estou sem computador e tenho que ficar sequestrando o dos outros.
3. minha irmã sempre fica com o computador quando meu pai desocupa, ou seja, eu quase nunca tenho tempo no computador, minha salvação era o net... que resolveu me trair...
só estou postando agora porque consegui sequestrar o notebook de meu pai (milagres acotecem)
gente, tenho péssimas notícias. Minhas aulas voltaram segunda, e eu tenho que manter minhas notas ou melhorá-las então provavelmente vou postar menos do que ano passado (na época de aulas porque nas férias eu sou uma inútil).
PS.: desculpem pelo vicio em Avenged, é inevitável... mas escutem a música (e a de keane tambem). Não são lindinhas essas duas músicas??
PSS.: porque eu tenho 57 leitores, 34 favoritos, 16 recomendações e não tenho nem 16 reviews por capítulo??
PSSS.: ah, se alguém tiver uma ideia, eu aceito, estou sem inspiração...
beijos e chocolates!!