The Princess And The Son Of Hades escrita por lara_di_angelo


Capítulo 59
Capítulo 59


Notas iniciais do capítulo

oi, gente!
desculpem a demora... eu queria dar esse capítulo de presente de natal, mas parece que a mamãe noel se atrasou... desculpem.
bem, eu tenho alguns motivos: eu não posso dizer que estou sem inspiração, porque isso é mentira, eu só não estou conseguindo escrever, sério mesmo... eu fico totalmente inspirada e quando eu começo a escrever, simplesmente não sei como colocar meus pensamentos de forma organizada; depois, minhas primas estão vindo muito para cá, e quando nos juntamos simplesmente enlouquecemos... nunca vi ninguém ter tanta crise de riso por tanta besteira como nós; eu estava tentando escrever no dia 24 para postar no dia 25, mas passei a manhã quase inteira na casa de minha tia, e por mais que eu tente (nem sei porque eu ainda tento... nada que precise de concentração dá certo naquela feira...) nunca consigo fazer nada quando estou lá, é simplesmente muito barulho, muita risada, muita bagunça, quando voltei para casa que eu comecei a escrever minha mãe me chamou para ajudar ela a fazer pudim (eu sou melhor com sobremesa do que ela, modéstia parte...) porque minha outra tia (a mestra suprema das sobremesas) não ia poder fazer, e lá fui eu fazer pudim... mas acabou que ela decidiu que um pudim não ia ser suficiente, então ela ficou fazendo outro enquanto eu fiz uma torta com ajuda de minha irmã, quando finalmente terminamos já era hora de se arrumar para a missa e depois fomos para casa de minha tia para a ceia (como o povo é muito esfomeado, é melhor não esperar até meia-noite, a menos que você queira ficar sem comida)
bem, é isso... me desculpem mais uma vez. eu acho que posto mais nas aulas do que nas férias...
obrigada a todos que deixaram reviews...
boa leitura



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CAPÍTULO 59



POV's Stella



"Achei que não vinha mais" ele falou de algum lugar atrás de mim. Me virei assustada, mesmo estando deliciada ao escutar os matizes da voz dele. Alguma coisa estava estranha em seus olhos. Não havia aquele brilho de prazer que ele sempre tinha quando dava um susto em alguém. Eu estranhei, mas ignorei isso. Minha vontade era de me jogar nos braços dele, mas eu consegui controlá-la.

"E perder a chance de te ver? Acho que não, Gasparzinho" falei, sorrindo. Ele sorriu de volta, abrindo os braços, para me receber.

"Sei que está morrendo de vontade de fazer isso" ele falou, em voz baixa. Eu dei uma risada e pulei no pescoço dele, fazendo com que ele cambaleasse e caísse comigo por cima. Eu beijei cada centímetro do rosto dele, exceto a boca. Quando fui encostar meus lábios nos dele, ele tinha um sorriso malicioso e uma sobrancelha levantada. Eu corei e dei um sorriso envergonhado. Ele riu, mas aquela não era a risada que eu conhecia.

"Por que você voltou?" perguntei.

"Por você" ele murmurou, colocando uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. Essa parecia uma resposta típica de Nico, mas eu ainda estava com a sensação de que algo estava errado. "Que tal conversarmos sentados ou de pé?" Eu corei de novo, e saí de cima dele, me sentando no chão.

"Então... como estão as coisas?"perguntei

"Bem" ele falou em resposta, também sentando. "Melhor do que nunca... nem precisaram realmente de minha ajuda"

"Hum" fiquei meio confusa com a resposta dele. Fiquei em silêncio encando o céu.

"Que tal a gente dar um passeio?" ele murmurou em meu ouvido, beijando meu pescoço.

"Tudo bem"

Andamos de mãos dadas à beira do lago. Nico tagarelava ao meu lado, falando sobre tudo, menos sobre o que mais importava no momento: o Acampamento. A sensação de que algo estava errado só aumentava.

Ele começou a me beijar, mas eu não conhecia aqueles lábios, que eram vorazes e nada gentis. Subitamente, eu me deparei com a verdade. Empurrei ele para longe de mim, mas suas mãos só me puxavam mais para perto. Comecei a bater nele com os punhos fechados, mas ele nem se moveu. Por fim, tomei coragem e atingi seu ponto franco com meu joelho. Ele se dobrou com a dor e finalmente me largou.

"O que deu em você?" ele arquejou, lutando por ar.

"Você não é Nico"

"Claro que sou. Você ficou maluca?" ele ainda estava com uma careta de dor.

"O que você fez com ele?" gritei. "Fala agora! O que você fez com Nico?"

Eu não recebi resposta, pois um segundo depois que fiz a pergunta, alguma coisa atingiu minha cabeça com tanta força que eu desmaiei.

Quando acordei, estava num lugar desconhecido. Era um galpão velho e mal ilumidado. As portas estavam vigiadas por dois guardas que usavam espadas de prata dos deuses. Pareciam ser meio-sangues comuns, e eu fiquei preocupada com a possibilidade de Céos ter um exército maior que o nosso.

Minha cabeça latejava dolorosamente e eu sentia a frieza do chão nas minhas costas. Tentei me mexer, mas meu corpo não me obedecia de forma nenhuma. Por causa de minha tentativa frustrada, as correntes que prendiam meus pulsos e tornozelos tilintaram chamando atenção de meus carcereiros. Eles me olharam com desprezo, mas fora isso, eu fui completamente ignorada durante todo o tempo em que estive ali. Até ele aparecer.

Eu reconhecia ele. Era o filho de Ares com quem eu briguei no meu primeiro dia no Acampamento, Ben, se não me engano. Ele usava as mesmas roupas que o suposto Nico, e eu tive certeza que foi ele quem me atraiu para essa armadilha.

Apesar de não gostar nem um pouco dele, isso me surpreendeu. Eu nunca imaginei que ele passaria a servir Céos. Isso era uma coisa tão repugnante que me deu enjoo.

Ben se aproximou de mim com aquele sorrisinho arrogante e se agachou em frente a mim. Continuei deitada e imóvel.

"A Bela Adormecida já acordou" murmurou. Lancei um olhar de desprezo e virei meu rosto para longe dele. "Achou mesmo que ele voltaria para você?" não respondi. "Tão ingênua" ele murmurou, reprovadoramente. "Ele é como o pai. Frio, irônico, sem coração. Só pensando em si mesmo. Nunca se importando com os outros." ele falou com seriedade, como se explicasse pela centéssima vez uma coisa extremamente simples a uma criança. Uma súbita onda de raiva subiu à minha cabeça e eu me sentei num ímpeto, fazendo com que ele se afastasse com o susto.

"Não fale assim dele" me surpreendi com a raiva em minha voz, que apesar disso era baixa. "Você não tem o direito de falar nada dele! Você não sabe nada sobre ele ou sobre o pai dele."

"Um deus. Os deuses são todos assim" falou com amargura. "Você é nova disso, ainda não entendeu como as coisas funcionam por aqui."

"Só porque você não recebe atenção do seu pai, isso não significa que os outros deuses sejam tão distantes de seus filhos" falei, sabendo que isso irritaria ele. Ele segurou meus pulsos com muita força e me puxou na direção dele.

"Você se acha tão superior" ele sussurrou, com o rosto tão próximo do meu que eu podia sentir sua respiração quente no meu rosto.

"Me solta, seu imbecil!" gritei. "Eu já fiz você fugir uma vez, posso fazer de novo!"

"As coisas mudaram... Céos vai me dar poder. E você vai ser a primeira a se curvar para mim"

"Você é mesmo um grande idiota! Você realmente acha que ele vai cumprir essas promessas?" uma sombra de dúvida passou pelo rosto dele, mas logo sumiu novamente.

"Os deuses nunca fizeram nada por nós. É hora de sermos reconhecidos"

"Isso é o mesmo que Luke achava... No fim ele percebeu o erro dele..." falei, calmamente.

"Cala a boca!" ele berrou, largando meus braços, e se levantando rapidamente.

"Ben, me deixa ir... se você voltar para o Acampamento, nós te aceitaremos." tentei convencê-lo, mas ele já se afastava, fingindo não me ouvir.





POV's Narradora

"Bom dia" falou Mary, entrando na cozinha, cumprimentando todos que lá estavam.

"Bom dia, Mary" várias vozes saudaram a filha de Atena.

Ela sentou-se num canto da mesa lotada de comida sendo preparada já para a hora do almoço e dos ingrediente que seriam usados no jantar. Não havia uma hora sequer que aquela cozinha não estivesse fervilhando de atividade. O cheiro da comida era inebriante. O calor dos fornos deixava a pele dos cozinheiros avermelhada e brilhante. O som de grandes objetos sendo deslocados era uma marca constante. Apesar da concentração no trabalho, era impossível não notar o clima de acolhimento e amizade que circundava todos que lá estavam.

A cozinha era um lugar reconfortante para alguém como Mary, lá ela não se sentia tão deslocada. E era lá que ela estava passando a maior parte do tempo.

Sim, ela amava aquela grandiosa biblioteca que Dani e Claire tinham mostrado, mas lá era um lugar solitário, e ela preferia ser desconcentrada pelas risadas estrondosas, pelo barulho de coisas caindo e pelas conversas do que ser assaltada pelo sentimento de solidão. Estar sozinha dava espaço para pensar com clareza e isso era algo que ela não queria fazer. Ela não queria pensar em como todos os que amava estavam em perigo no único lugar do mundo que era considerado seguro para meio-sangues. Não queria pensar na possibilidade de perder o lugar que considerava sua casa.

"Mary, você viu a Stella?" Dani perguntou, entrando na cozinha, parecendo preocupada.

"Achei que ela já tivesse ido pro café da manhã. Ela não estava no quarto quando eu acordei."

"Ela não apareceu" Dani franziu a testa levemente preocupada.

"Já procuraram ela?"

"Ainda não..."

"Quer ajuda?" perguntou Mary, levantando-se da cadeira e deixando sua comida praticamente intocada.

"Não deve ser nada." falou Dani, dando um sorriso, que não conseguiu desfarçar a preocupação em seus olhos. "Ela provavelmente está no jardim. Termine de comer, qualquer coisa eu aviso"

Ela não estava no jardim. Nem em nenhuma outra parte do castelo. Já era noite e ninguém tinha visto a princesa durante o dia inteiro. A atmosfera de tensão era praticamente tangível.

Uma reunião de última hora tinha sido marcada com todos os convidados e os líderes da Alta Cúpula. Infelizmente para Mary e para Dani, elas não puderam ir, então ficaram esperando na cozinha enquanto eram distraídas pelas histórias que eram contadas pelos ajudantes de cozinha.

Claire havia sido chamada para a reunião devido à sua condição de convidada.

Ordene uma busca” a voz do rei se fez ouvi quando finalmente houve silêncio.

Isso já foi feito, meu senhor” falou o chefe da guarda. De novo, o silêncio se fez ouvir, pressionando os ouvidos de todos que importavam com a princesa.

Mais algum tempo se passou, até que um dos guardas que participavam da equipe de busca entrou subitamente no salão, trazendo um pequeno pedaço de papel negro nas mãos. Todos os olhares se voltaram para ele, e especialmente para o que ele trazia.

Majestade, encontramos isso no quarto da princesa.” ele falou. “Não conseguimos decifrar a mensagem”

Deixe-me ver” o rei olhou o papel criticamente e seu rosto empalideceu. “Alguém sabe o que isso quer dizer?”

O papel negro foi passando de mão em mão e ninguém sabia o que queria dizer. Até que chegou à Claire, que empalideceu e ficou encarando fixamente o papel.

O que tem aí?” perguntou Brandon se inclinando para a irmã, que estava sentada ao seu lado.

Não sei. Não entendo o que está escrito” Claire falou, estendendo o bilhete ao irmão, que franziu a testa ao ver os símbolos escritos. E assim o bilhete viajou a mesa quase inteira até chegar às mãos do Duque de Fidelis.

Parece ser uma linguagem antiga... Já vi alguns desses símbolos antes” murmurou ele, encarando fixamente os símbolos prateados. “Devemos mandar decifrar a mensagem, meu senhor?” perguntou, se virando para o rei.

Sim...” murmurou Stevan, com a mente um pouco distante. “Reunião suspensa até que alguém consiga decifrar essa mensagem” e se levantou imponentemente, saindo da sala.



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Parece que a reunião foi suspensa” falou uma mulher entrando na cozinha. “Um dos guardas da equipe de busca é um conhecido meu e ele falou que encontraram uma mensagem que ninguém soube decifrar”

Dani e Claire se entreolharam e saíram apressadas da cozinha, se despedindo rapidamente.

Elas foram direto para o quarto de Claire, que estava de pé, andando de um lado para o outro. Ela não estava sozinha. As outras meninas e até Sophie estavam lá.

Escutamos alguém falando de uma mensagem” falou Dani, sem se importar em cumprimentar as novas amigas.

As notícias correm rápido” murmurou Sophie, da poltrona onde estava sentada.

Rápido até demais” resmungou Claire.

E então?” perguntou Mary. “Era em grego antigo?”

Sim... mas eu não tive tempo de decifrar completamente... o meu irmão idiota me distraiu e eu tive que passar o bilhete para ele”

O que você descobriu?”

Era uma espécie de chamado. Só consegui entender 'me encontre'”ela revirou os olhos.

Será que alguma de vocês consegue pegar o bilhete?” perguntou Mary, franzindo a testa.

Acho que não... deve estar com o duque de Fidelis... talvez o Andrew consiga” falou Bloom.

Quem fala com ele?” perguntou Musa. “Eu não o conheço bem o suficiente para chegar pedindo um favor.”

Dani conhece” falou Layla.

Você não precisa fazer isso” murmurou Claire para a amiga.

Não tem problema... eu falo com ele”



POV's Dani



Eu estava parada na porta do quarto de Andrew, pensando se deveria ou não bater. Eu estava naquele dilema há alguns minutos.

Vamos lá... Não seja idiota” murmurei para mim mesma e dei umas batidinhas na porta. Ninguém respondeu. Bati de novo, mas continuei sem resposta.

Dani?” uma voz conhecida falou atrás de mim. Me virei e encontrei Andrew me observando.

Oi” murmurei corando. “E-eu preciso falar com você”

Eu também preciso falar com você” ele deu um meio sorriso. Meu coração deu um solavanco. “Vamos entrar?” assenti.

Então... o que precisa falar comigo?” perguntei.

Primeiro as damas” ele brincou.

Okay” eu ri. “Na verdade... é um pedido. Eu vou entender se você não puder ou não quiser...”

Pode falar”

Bem... eu queria saber se você poderia ver aquele bilhete que está com seu tio...”

Como soube dele?” ele perguntou confuso.

Claire me contou” murmurei.

Ah... E pra que você precisa do bilhete?” ele perguntou, franzindo a testa. “Ninguém sabe o que ele diz”

É aí que você se engana...” respirei antes de continuar. “Conheço alguém que sabe.”

E quem seria?”

Na verdade não é só uma pessoa...” ele continuou me encarando com aqueles olhos azuis que me hipnotizavam. “Claire, Mary e eu. Nós podemos decifrar a mensagem se nos mostrar”

Sério?” ele pareceu tão surpreso que eu dei uma risada involuntária. Balancei a cabeça em sentido positivo. “E desde quando você sabe ler símbolos?”

Não são símbolos, Drew” eu ri. “É grego. Grego antigo. Lembra daquele acampamento de verão que eu frequentava?”

Sim... aquele que eu não sei onde é” ele resmungou. Eu tinha falado dele do Acampamento, mas só falei que era um lugar onde minha mãe gostava que eu ficasse durante o verão.

Esse mesmo. Aprendemos grego lá.”

Então você quer que eu pegue o bilhete bem debaixo do nariz de meu tio?”

Não exatamente... se você puder apenas copiar os símbolos...”

Tudo bem, eu vou tentar”

Obrigada!” abracei ele. Ele retribuiu meu abraço. Depois de um tempo incrivelmente curto, ele me afastou e ficou me encarando. Os olhos dele pareciam duas piscinas me puxando e me afogando, mas eu não me incomodava. Antes que eu notasse, ele estava se inclinando para mim e seus lábios se encostaram nos meus.

Eu sonhava com aquele momento há muito tempo, mas meus sonhos não eram nem de longe tão bons quanto aquilo.

Os lábios dele eram gentis e carinhos, mas completamente seguros. Eu estava estática, tão surpresa que nem correspondi ao beijo. Até que a língua dele pediu passagem e eu permiti.

Quando nos separamos, eu estava totalmente vermelha.

O que foi isso?” perguntei, ofegando.

Não sei” ele pareceu sincero. “Mas eu gostei... muito” ele também arfava.

Por que você fez isso?”

Por que percebi que não poderia ficar ao lado de uma garota tão maravilhosa sem saber que nós daríamos certo. Precisei de uma ajudinha, mas... ” ele deixou a frase suspensa. Eu fiquei calada. “Se você não gostou finja que não aconteceu... mas pode ter certeza que foi uma das melhores experiências da minha vida”

Eu amei” sussurrei, tocando em meus lábios e dando um sorriso bobo. Ele sorriu também.

Eu tenho que pegar a mensagem, senhorita tradutora” ele me deu um selinho antes de sair do quarto. Eu continuei parada, ainda sorrindo igual a uma idiota. Eu poderia explodir de felicidade.

Desabei na cama dele e fiquei parada até ele voltar.

Oi” murmurei, sentando.

Oi” ele falou, sorrindo. “Aqui... o que diz?”

Deixe eu ver...” eu li as poucas palavras e me cérebro automaticamente traduziu-as. “Eu sei como encontrá-la

Então vamos logo!”

Okay” falei. “Eu preciso fazer uma ligação”

Quer meu telefone?”

Não precisa” balancei a cabeça. “Seu eu fizer uma coisa estranha promete que não vai se assustar”

Vou tentar” ele murmurou.

Tudo bem.” falei. Abri a mão e um pequeno arco-íris brotou dela. “Ó deusa aceite minha oferenda.” lancei um dracma (eu sempre tinha alguns comigo) no arco-íris. “Nico di Angelo, onde quer que ele esteja” a imagem tremeluziu e eu vi Nico, mas ele pareceu não me ver. Resolvi tentar de uma forma diferente, já tinha funcionado uma vez. “Mãe? Eu sei que não é uma boa hora, mas... uhm... será que pode me ajudar a falar com Nico?” Andrew me olhou, como se estivesse preocupado com minha sanidade. A imagem tremeluziu novamente e eu vi Nico, parecendo furioso, atacando os indefesos bonecos de palha do Acampamento. Ao longe, eu podia ver a devastada plantação de morangos e os sátiros, junto com Pollux tentavam melhorá-la. Alguns campistas estavam trabalhando em diversas coisas diferentes, mas todas eram voltadas para concertar o Acampamento. Ele parecia preso em seu próprio mundo de raiva. “Nico?” chamei. Ele me avistou e parou o que estava fazendo, derrubando a espada.

Daniella?” ele pareceu surpreso. “O que aconteceu? Stella está bem?” a raiva em seu rosto foi substituída por preocupação. Eu achava incrível a influência que Stella tinha sobre ele. Só depois de alguns segundos eu notei o significado das palavras dele.

Ela não está com você?” perguntei alarmada.

E porque ela estaria?” ele franziu a testa, confuso.

Ela sumiu, encontramos um bilhete que dizia para ela se encontrar com alguém depois da meia-noite, estava assinado com um N e escrito em grego antigo, pensamos que podia ter sido você” eu estava começando a me preocupar de verdade.

Quando disse que ela sumiu?” ele perguntou, assumindo uma aparência fria.

Ninguém viu ela desde ontem à noite”

Estou indo pra aí”

Não, Nico. Eles podem...” ele não esperou que eu terminasse a frase, simplesmente cortou nossa conexão. Suspirei.

O que foi tudo isso?” perguntou Andrew.

Uma mensagem de Íris.” respondi, sem dar mais explicações. “Tenho que falar com as garotas.”

Dani, o que aconteceu? Por favor, me fale a verdade”

Eu... não sei onde ela está... achei que estivesse com Nico, mas ele também não sabe onde ela está... deve ter sido uma armadilha”

Então temos que falar com os reis... ela pode estar em perigo” eu pensei nas palavras dele. Ela poderia estar em qualquer lugar... Com mais gente procurando, mas rápido a encontraríamos.

Tudo bem, mas precisamos falar com as meninas primeiro.” falei firmemente. Andrew deu um sorriso.

Você está diferente... para melhor” eu sorri com as palavras dele.



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POV's Narradora



Todos estavam reunidos perto do lago, equipados com lanternas e tudo mais que se precisa quando se está procurando alguém durante a noite.

Dani e Andrew tinham falado com as outras garotas que, apesar de estarem apreensivas, concordaram que era melhor contar o que tinham descoberto da mensagem, dando a desculpa de que Mary sabia a linguagem antiga graças à avó. Alguns ficaram temerosos por ter que confiar em uma criança, mas era a única coisa que eles tinham, então o rei resolveu arriscar.

Eles iam se dividir em grupos, duplas para ser mais precisos e se encontrariam pela manhã no mesmo lugar.

E então?” a voz baixa de Nico veio de trás de Dani, que se virou sobressaltada.

Di Immortales! Que mania, Nico!” ela falou um pouco alto demais, chamando a atenção de várias pessoas.

Desculpe” ele murmurou. “Não queria te assustar” ela olhou ele com a sobrancelha levantada. “É sério”

Tudo bem”

E o que você está fazendo aqui?” perguntou Brandon, se virando para Nico, que apenas o ignorou.

Alguma dica?” continuou focando sua atenção unicamente em Dani.

O ponto de partida é esse lago” falou Claire, numa voz fria.

E onde está Mary?” perguntou ele.

Ela ficou no castelo”

Ótimo. Annabeth ia me matar se alguma coisa acontecesse com ela” resmungou, fazendo a ruiva rir e a caçadora revirar os olhos. Alguém pigarreou, distraindo os três da conversa.

À luz das lanternas, Nico era um figura notável, se destacando entre as outras. A palidez de sua pele era ainda mais evidente em contraste com as roupas pretas, que tinham uma aparência desleixada devido ao treinamento em que estava antes de sair do Acampamento sem falar com ninguém.

Quase todos os presentes o encaravam fixamente e ele retribuía o olhar com uma frieza que chegava a ser assustadora. Dani estava ficando nervosa com tanto silêncio, então cutucou Claire, que entendeu o que a amiga queria.

Bem, esse é Nicolas di Angelo” ela falou, num tom formal.

Você de novo por aqui?” Lorde Navarro pareceu irritado.

Ah, claro. Eu de novo por aqui. Interessante como eu tenho a capacidade de aparecer quando não conseguem manter Stella segura, não acha?” apesar da indiferença na voz dele, o sarcasmo era notável. “Bem, eu vou indo... Tem alguém precisando de ajuda” e então ele voltou para as sombras e pareceu ser engolido por elas.

Mas o que foi isso?” perguntou Riven.

Nossa ajuda.” falou Claire.

Ele não parecia muito disposta a ajudar” resmungou Brandon.

Acredite, ele já está ajudando” falou Dani. “Acho melhor começarmos logo com isso.”

Todos concordaram e então se separaram.





POV's Stella



Durante todo o tempo em que fiquei naquele lugar, ninguém tinha me dado um pouco de água ou comida. Eu me sentia cada vez mais fraca.

Aquelas algemas em meus pulsos e tornozelos estavam me machucando, eu podia sentir a pele ferida e a umidade do sangue sob elas.

Várias vezes os guardas eram substituídos, mas o filho de Ares não fez outra aparição.

Eu tinha que sair dali o quanto antes. Já deviam estar muito preocupados comigo. Tentei canalizar minhas energias, me concentrar em meus poderes, mas eles estavam quase esgotados, eu nunca conseguiria chegar longe o suficiente para estar numa distancia segura, mas naquele momento, qualquer lugar era melhor do que onde eu estava. Uma pequena fresta nas telhas quase diretamente acima de mim deixava que um tímido raio de claridade se infiltrasse. O dia estava começando, eu podia sentir. Isso era bom para mim, a luz do sol sempre me fortaleceu. Se eu pudesse me aproximar daquele feixe de luz... Me movi o mais silenciosamente que pude até ele, mas antes que o alcançasse um dos guardas se virou para mim.

O que pensa que está fazendo?” rosnou.

Nada” sussurrei, abaixando a cabeça de forma submissa. Ele voltou ao seu trabalho e eu fui mais cautelosa em meus movimentos, com medo de ser descoberta.

Senti a luz tocar a ponta dos meus dedos, mas antes que eu me movesse mais, o mesmo sentinela me encarava.

Só estou esticando as pernas” falei. Ele me deu um olhar que mostrava toda a desconfiança dele.

Fiquei o mais imóvel possível, buscando não chamar a atenção dele. Depois do que pareceu uma eternidade, eu consegui reunir forças para um teletransporte, mas tive que esperar até que houvesse uma troca de turnos. Quando isso aconteceu, eu pude relaxar mais e tentei colocar minha magia em prática.

Senti a luz morna me envolvendo e em segundos eu estava na beira de uma floresta desconhecida. Eu podia ver o lugar onde estive segundos antes, estava muito próximo, e logo eles sentiriam minha falta.

Eu estava certa, o dia estava amanhecendo, e a fraca luz do sol me deu forças para que eu tentasse correr para a floresta que não parecia nada acolhedora, mas era melhor ficar em suas sombras do que ficar no descampado onde eu seria facilmente encontrada.

Forcei minhas pernas dormentes a me erguerem e depois de alguns passos vacilantes me tentei uma corrida. Assim que dei a primeira passada, caí. Eu tinha me esquecido das correntes, aquilo me impedia de dar passos muito largos. Eu tinha que andar uns dez metros para encontrar a segurança da floresta.

Encarei o galpão atrás de mim. Respirei fundo e pensei em toda a energia que vinha da luz do sol. Mais um transporte, só até a beira da floresta. Apenas mais dez metros, por favor, pensei.

Eu reapareci, agora a floresta estava há uns dois metros no máximo. Me levantei de novo e dei passos apressados e curtos, para não cair de novo.

Assim que passei pela primeira árvore, senti o alívio me invadi, mas não parei. Continuei em minha corrida desajeitada, passando por árvores retorcidas de galhos baixos. A cada metro, as árvores ficavam mais próximas e mais cobertas de líquen e musgo, seus galhos cortavam minha pele exposta e rasgavam minha roupa, meus cabelos se enrolavam neles e eu sentia cada fio sendo puxado dolorosamente, o chão se tornava cada vez mais irregular, cheios de galhos quebrados e pequenas pedras que machucavam meus pés descalços e acorrentados. Eu sabia que era manhã, mas as copas altas das árvores bloqueavam quase toda a luz e eu logo fiquei consciente de que quando mais fundo na floresta eu penetrava, mais fraca eu me sentia por causa da perda de luz.

Muitas vezes eu fui ao chão depois de tropeçar em raízes descobertas. Eu estava completamente suja e machucada... Todo meu corpo doía, mas eu me obriguei a continuar.

Já estava perdendo as esperanças até que avistei um pequeno córrego no meio da vegetação. Eu estava com tanta sede que corri para ele, sem me importar com a pequena depressão que estava no meio do caminho. Eu poderia desviar dela facilmente, se meus pés não estivessem tão limitados.

Mas eles estavam e eu caí direto nela. Era um buraco na verdade. Era um pouco fundo, mas se eu conseguisse colocar o pé numa das raízes que estavam nas paredes eu poderia escalar para fora. Tentei me ficar de pé, mas o tornozelo esquerdo protestou.

Droga! Essas coisas só acontecem comigo” resmunguei infeliz. Vamos lá, tentei me incentivar, eu consigo.

Eu não ia ficar ali até me encontrarem... Não podia ficar sentada esperando. Apoiei meu pé esquerdo cuidadosamente no chão, tentando ignorar a dor. Me estiquei o máximo que pude, mas ainda não consegui alcançar a raiz mais baixa que tinha.

Ai, vamos lá, sua raiz idiota! Só mais um pouco” resmunguei. Tomei impulso e saltei. Meus dedos roçaram a raiz, mas não consegui agarrá-la. Eu tentei mais vezes até que consegui. Depois de segurar a raiz, foi mais fácil fazer o resto de meu corpo se erguer até que me pé a alcançou.

E então o resto fui muito mais fácil e eu já estava ofegante fora do buraco depois de mais alguns instantes.

O córrego estava muito próximo, só mais alguns passos, mas eu não consegui obrigar meu corpo cansado a se locomover. Apenas fiquei deitada, correndo o risco de cair de volta naquela armadilha natural, respirando pesadamente.

Eu estava tão cansada, não tinha dormido desde quando fui sequestrada... Eu só queria dormir um pouco. Minhas pálpebras tremularam. Eu lutei contra o peso delas, tentando permanecer acordada, mas eu sabia que estava perdendo a batalha.

Minha mão foi até meu pescoço, tateando os medalhões que eu sempre tinha comigo. Nossos corações. Eu sorri e levei o coração preto e prateado até os lábios, beijando suavemente o metal frio.

Nico...” murmurei, antes de ser levada pela inconsciência.



POV's Nico



Eu estava começando a me desesperar. Já estava procurando ela há muito tempo, e não havia encontrado nenhum vestígio da presença dela.

Já tinha amanhecido quando eu uma coisa realmente muito esquisita aconteceu.

Eu escutei alguém sussurrar meu nome. Eu olhei para os lados, tentando encontrar a origem do som.

Procurei em toda a área ao redor. O mesmo sussurro se repetiu.

Escutou isso sra. O'Leary?” sim, ela estava comigo. Eu não poderia vir até Sollaria sem ela, era muito longe. Ela inclinou a cabeça, como se isso a ajudasse a escutar melhor. Depois negou com a cabeça e me olhou como se questionasse a minha sanidade.

Não me olhe assim” falei, irritado.

Nico...” a voz continuava a me chamar, parecia um suspiro e estava cada vez mais claro. Depois de mais alguns chamados eu reconheci a voz de Stella, mas ela não estava em lugar nenhum. Agora, eu estava quase tão desconfiado sobre minha sanidade quanto a sra. O'Leary

Stella?” chamei.

Nico...” a voz me respondeu com um suspiro. E finalmente eu percebi porque a Sra. O'Leary não estava escutando os chamados. Meus ouvidos não captavam aqueles sons... Eu podia sentir a vibração da voz de Stella começando do meu peito, bem do lugar onde estava a pequena chave dourada que abria o coração dela, e se espalhando por todo o meu ser. Levei minha mão até o medalhão. Assim que toquei o metal, meus olhos ficaram momentaneamente cegos com a luz que apareceu em minha frente. Pisquei algumas vezes e me vi no mesmo lugar que estava antes, mas havia uma pequena diferença. A sra. O'Leary tinha sumido, não havia nenhum som e uma porta feita de luz estava a minha frente.

Nico...” a voz de Stella estava mais alta, e parecia vir do outro lado da porta, mas não havia um lugar diferente quando eu dei a volta por ela. “Nico...” ela insistiu. Eu sabia que só havia um jeito de chegar até a ela, através da porta.

Eu estiquei meu braço até encostar na luz, pensando se podia atravessá-la. Era completamente sólida.

Não havia maçaneta, mas eu vi uma pequena fechadura. Pequena demais para uma chave normal. Como eu abriria a porta se eu não tinha uma chave?

Pensando bem, eu tinha uma chave... se bem que era uma ideia meio estranha, mas tentar não vai fazer mal... eu espero.

Tirei a corrente com a chave do pescoço e tentei encaixá-la na fechadura. Girei lentamente e a brilhou com mais força até se dissolver.

Meus olhos demoraram a se adaptar à nova quantidade de luz. Eu estava no meio de várias árvores atravessadas por um pequeno córrego. Os únicos sons eram os dos animais e das águas correndo tranquilamente. Analisei melhor o local.

Nico...” dessa vez o sussurrou não veio do pingente. Virei minha cabeça na direção da voz.

Stella” sussurrei, enquanto corria e me ajoelhava ao lado dela.

Ela parecia estar num sono agitado. Peguei-a em meus braços e corri na direção da árvore mais próxima.

Enquanto viajava nas sombras, os espíritos inquietos se agarravam às minhas roupas e pareciam fascinados por Stella, tocando nela como se ela fosse a coisa mais preciosa e delicada do mundo. Claro que ela era exatamente isso para mim, mas eu estranhei a reação dos fantasmas... eles costumavam se agarrar desesperadamente em qualquer um que viam.

Assim que o “passeio” acabou, eu me permiti analisá-la melhor. Seus pés descalços e suas mãos estavam algemados, as roupas estavam rasgadas, os cabelos emaranhados tinham folhas e pedaços de galhos presos neles, os lábios estavam levemente ressecados, ela tinha olheiras e vários cortes por toda pele exposta.

Eu estava na clareira onde encontrei a porta dourada. A sra. O'Leary me encarava de forma reprovadora, como se perguntasse onde eu tinha me metido.

Ela rosnou quando notou Stella em meus braços. Ela não gostava muito de Stella, eu não sabia o porquê.

Quieta” resmunguei, pousando minha pequena na relva macia. Ela ainda dormia, mas seu rosto estava mais calmo.

Peguei minha espada e com ela consegui tirar as algemas. A pele debaixo dela estava ferida e talvez infeccionada em alguns pontos. Eu não tinha trazido néctar ou ambrosia de tão maluco que estava quando Daniella mandou a MI.

Okay, sra. O'Leary, vamos levar ela de volta.” ela me encarou, como se estivesse se perguntando se tinha entendido direito. “É isso mesmo. Você vai nos levar” ela latiu, em discordância. “Qual é!? Vamos, garota! Eu estou cansado” ela inclinou a cabeça e depois rosnou algo que devia significar: okay, você venceu. “Boa garota!” acariciei a cabeça peluda.

Ela se deitou para que eu conseguisse colocar Stella sobre ela e depois eu subi e ela correu para as sombras.

Fique por perto, sim?” ela acenou com a grande cabeça e trotou para um canto mais escuro, onde se deitou.

Eu estava perto do lugar marcado para o reencontro. Todos os outros já tinham chegado e pareciam muito nervosos e preocupados.

Andei lentamente em direção a eles.

Graças a Deus!” exclamou a mãe dela, correndo em minha direção. “Obrigada! Muito obrigada!” ela tentou me abraçar, mas Stella estava entre nós dois. Dei um sorriso de canto e um aceno. Aos poucos os outros foram se aproximando apressadamente.

Stella suspirou em meus braços e abriu os olhos lentamente.

Nico” suspirou quando nossos olhares se encontraram. A voz dela estava fraca e entrecortada, tão baixa que só eu ouvi.

Querida, como você está?” a mãe dela parecia preocupada, agora que o alívio de ver Stella já tinha passado.

Água” pediu Stella.

Eu posso levar ela agora” falou o pai dela, colocando a mão em meu ombro. Ele me olhava agradecido.

Claro” murmurei e tentei passar Stella para os braços dele.

Não!” ela gritou, assustada. “Não” seus dedos se fecharam em meu pescoço. Seus olhos estavam ficando marejados.

Está tudo bem...” tranquilizei ela, soltando seus dedos de meu pescoço e apertando sua mão. Ela retribuiu meu aperto.

Vou andando, então” ela murmurou. Eu revirei os olhos internamente e coloquei ela no chão.

Assim que a soltei, ela cambaleou e eu consegui segurá-la pelo braço.

Tem certeza?” perguntei, preocupado. Ela assentiu.

Só... não me deixe cair.”

Venha, querido. Ajude-me a levá-la para dentro” falou a avó de Stella.

Sim, senhora”

E então nós quatro, eu, Stella, a mãe a a avó dela, seguimos para o castelo, enquanto o pai dela falava alguma coisa aos outros.

Assim que chegamos ao pátio interno, uma senhora que tinha ido levar comida para mim uma vez correu para nós.

Oh, aí está ela. Graças a Deus!” exclamou, suspirando aliviada. “Majestade, o médico já está aqui. Devo mandar que ele vá até o quarto da princesa?”

Claro, Martha, eu agradeceria muito”

Também vou mandar preparar alguma coisa para ela comer” e então ela saiu apressadamente e nós continuamos o nosso caminho

Vamos, Selenne, vamos preparar um banho para ela” falou a mãe da rainha e as duas seguiram a nossa frente.

Eu podia notar que Stella estava sentindo muita dor ao caminhar,mesmo comigo sustentando a maior parte do peso dela, mas todas as vezes que eu perguntava se ela queria que eu a carregasse, ela negava firmemente. A única concessão foi feita nas escadarias, onde ela deixou que eu a carregasse até o fim dos degraus, mas depois insistiu para voltar para o chão.

Demorou uma eternidade para chegarmos ao quarto, e quando finalmente fizemos, ela foi levada para o banheiro.

Não saia” ela formulou as palavras sem fazer som. Dei um sorriso vago.

Fiquei observando o quarto dela enquanto esperava. Vi uma prateleira com alguns livros. Romeu e Julieta, Sonho de uma Noite de Verão... A maioria eram livros de romance, bem a cara dela.

A porta se abriu e por ela entraram dois homens. Um que deveria ser o médico, carregando uma maleta e o pai de Stella.

Inicialmente eles não pareceram notar minha presença, mas quando o fizeram o rei me agradeceu por ter trazido sua filha de volta e o médico pediu para que eu saísse do quarto. Assenti e fiz o que ele mandou, fechando a porta atrás de mim.

Fiquei andando pelo corredor, de um lado para o outro, enquanto minha mente divagava até que escutei algumas vozes se alterando e depois um grito de Stella. Era o meu nome, e eu obedeci ao seu chamado automaticamente, entrando no quarto.

Eu não entendi o que estava acontecendo. Ela simplesmente não queria deixar que o médico a tocasse e eu não conseguia entender o porque. Seus parentes tentavam acalmá-la, mas ela continuava gritando meu nome e tentando escapar das mãos dele, mesmo estando sentada.

Finalmente ela me viu e estendeu a pequena mão para mim. Eu andei até ela e segurei sua mão entre as minhas.

Está tudo bem” falei, num tom tranquilizador. “Ninguém vai te machucar. Está tudo bem” ela me abraçou com força e eu retribui o abraço cautelosamente, com medo de machucá-la. Senti a umidade se espalhando por minha camisa lentamente. Ela se afastou, e eu enxuguei uma a uma as lágrimas que escorriam pelo rosto delicado. “Tudo bem” repeti. Ela deu um sorriso fraco. “Eu estou logo ali, atrás da porta” sussurrei, para que só ela ouvisse. Ela assentiu e deixou que eu saísse.


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Notas finais do capítulo

o final ficou uma droga, eu sei... podem dizer
mandem reviews, por favor. podem falar o que quiserem, que eu demoro muito, que ficou ruim, podem dizer o que precisa melhorar, o que gostaram... se algué tiver alguma ideia, ou crítica também aceito, se acharem erros de português... qualquer coisa, okay?
beijos e chocolates!
PS.: alguém lê minhas notas? acho que não... deve dá preguiça só de olhar...
PPS.: acho que ninguém aqui liga para isso, mas amanhã (28/12/11) faz dois anos que perdemos um dos melhores bateristas do mundo (na minha humilde opinião), Jimmy "The Rev" Sullivan, que vai estar nos corações de muitos foREVer. Amanhã é dia de minha pessoa escutar só A7X!