CAPÍTULO 2

POV's Stella

O garoto se viro pra mim e começou a se aproximar lentamente, como se esperasse que eu saísse correndo e gritando de medo.

“ Obrigada.” respondi com sinceridade. Ele continuou me olhando com uma cara de quem está esperando alguma coisa. “Se você acha que eu vou saí correndo e gritando, desculpe decepcioná-lo, mas não vai acontecer.” falei.

“Tudo bem” ele respondeu ainda em dúvida.

“Sério, não vou fugir.” falei. “ Ah, meu nome é Stella del Solle”

“ Não devia ficar falando com estranhos” ele comentou.

“Você não é exatamente estranho” respondi.

“Não sou?”

“Não na minha opinião.” ele levantou as sobrancelhas. “ Você me salvou” expliquei.

“Como pode ter certeza de que não te salvei pra te machucar?” ele falou. Dei de ombros.

“Simplesmente sei.” ele abriu um pequeno sorriso com minha resposta.

“Sou Nico di Angelo” ele falou. “ Sabe, uma garota indefesa como você não devia andar sozinha por becos desertos. É como pedir pra ser roubada, ou pior”

Eu sabia que a culpa de ter aparecido em um beco como esses não era minha, mas mesmo assim senti meu rosto corar.

“Vem, te levo pra casa” ele continuou.

“Não posso voltar pra casa” adimiti.

“Por que?” ele perguntou.

“Fugi de casa” respondi, e, de algum jeito estranho, eu sabia que podia confiar em Nico.

“Nesse caso, talvez eu tenha um lugar pra você no meu quarto de hóspedes”

“Sério?” perguntei surpresa.

“Claro” ele respondeu rindo, provavelmente da minha cara.

“Não acha que eu posso ser uma pessoas perigosa?” perguntei em um tom brincalhão. Ele ergueu uma sobrancelha.

“Você? Perigosa? Pra mim?” ele perguntou rindo, só agora percebi como ele ficava lindo rindo. “Nem em sonho!” Dei língua pra ele igual a uma garotinha de cinco anos.

“Vem” ele falou e começou a andar. Ele conhecia bem o lugar e depois de entra e sair de becos e ruelas, eu nem sabia dizer por onde tinha vindo, mas ele continuou até chegar em uma rua bem movimentada, olhei ao redor e percebi que nunca tinha estado naquele lugar (o que não era uma grande novidade). Nico continuou andando até chegar em um carro preto que parecia ser muito caro, não que eu entenda de carros, mas aquele chamava muita atenção. Ele abriu a porta do passageiro pra mim e eu entrei no carro sem medo dele ser um psicopata sequestrador, apesar dele tes dito que podia ser. Ele fechou a porta e contornou o carro. Eu sorri, ele parecia ser um daqueles rebeldes, mas ele era um cavalheiro, salvando donzelas em perigo e lhes dando abrigo. Além de abrir portas.

Só depois de um tempo vi que ele estava me olhando.

“Por que está sorrindo?” ouvi ele perguntar.

“Ah, nada não.” respondi e ele me olhou com uma cara de acho que o susto deixou ela doida. Depois balançou a cabeça e começou a dirigir.

Passamos o caminho todo em silêncio. Até chegarmos em uma mansão lindamente projetada. Pensei que ele ia passar direto, mas ele entrou na garagem e estacionou o carro ao lado de uma grande moto preta. Senti meu queixo cair.

“Você mora aqui??” pergunta sai antes que eu pudesse impedir.

“Sim” ele falou, e só então percebi que sua boca estava contorcida e ele prendia o riso. Ele saiu do carro e abriu a porta pra mim. Continuei parada, ele morava numa mansão. Mas, se ele tinha um carro daqueles, a mansão não devia me surpreender. Sacudi a cabeça e sai do carro.

Fomos andando em silêncio, e entramos pela porta da frente. A casa por dentro era toda de cores claras e neutras, com móveis escuros. Nico foi me mostrando alguns cômodos. A sala tinha quadros lindos de paisagens e uma grande tapete felpudo combinado com os sofás e pufes, o teto era alto e tinha duas escadas que davam em um espaço vazio e que se abria em dois corredores. A cozinha era bem clear e moderna, mas tinha um lugar como se fosse pra botar fogo, tipo uma lareira. Tinha uma sala de jantar bem chique. Subimos as escadas que dava em um corredor largo e com quatro portas de mogno bem separadas, o que mostrava que os cômodos atrás delas eram enormes. Ele abriu a primeira porta que dava pra uma grande biblioteca com muuuuuiiiiittttoos livros e com uma parede toda de vidro que dava pra uma sacada, ah, esqueci de comentar as estantes iam do chão ao teto e tudo era muito limpo e bem organizado. E o teto não era no mesmo andar, ocupava uma parte do segundo andar também e tinha uma escada que levava a um mezanino com mais pufes e mesas e claro, mais livros.

Ele foi passando pelas porta e me dizendo o que eram.

“Esse é o quarto da namorada de meu primo Percy, Annabeth” ele apontou para porta quase em frente da biblioteca. “Esse é o quarto de Thalia, minha prima. Mas ela está sempre viajando, e passa poco tempo aqui.” Apontou pra o quarto ao lado do de Annabeth. “E este é o quarto de Percy” Ele apontou pra a porta ao lado da biblioteca e continuou andando e subimos outra escada.

Entramos em uma sala bem espaçosa com sofás e pufes, uma mesinha de centro, uma TV gigantesca com home teatrer e uma estante enorme cheia de DVD's. Tinha um tapete enorme e chão de madeira clara. Continuamos o tour pela “casa” dele e entramos em outro corredor largo (tudo aqui era grande, até os corredores) com cinco portas bem espaçadas. “Esses são quartos de hóspedes” Nico falou. “Pode escolher qualquer um. E esse é o meu quarto” Ele abriu a última porta do corredor. Seu quarto tinha paredes negras, menos uma que era vermelho sangue, onde a cabeceira da cama estava encostada. Era bem espaçoso, a cama era king-size de madeira escura com uma colcha vermelho sangue e travesseiros grandes negros e vermelhos. Tinha uma estante com várias fotos, um som e uma TV quase tão grande quanto a da sala que vimos antes. Tinha dois tapetes que cobriam o chão quase todo, um vermelho e outro preto e duas portas de mogno, acho que uma era o closet e outra o banheiro. Os móveis também eram de mogno. Eu me virei e vi uma mesa com um computador e um abajur. Vi uma janela enorme que ia do chão ao teto e dava em um varanda bem espaçosa.

“Vem, vou te mostrar os outros quartos.” ele falou me levando pra o primeiro quarto, em frente ao seu. Quando ele abriu a porta eu fiquei maravilhada. O quarto era do mesmo jeito do de Nico, mas tinha uma decoração diferente.

“Tem certeza que posso ficar aqui?” perguntei receosa. “ Seus pais não vão se incomodar?” ele deu de ombros.

“Minha mãe morreu e eu não moro com meu pai.”

“Sinto muito, eu...” falei.

“Não se preocupe, nem lembro dela direito.” ele falou sorrindo.

“Acho que vou ficar nesse quarto, então” eu sorri.

“Ok, vou deixar você sozinha” ele falou saindo do quarto e fechando a porta.