POV's Stella

“Não é justo” gritei. “Isso é uma grande injustiça!”

“Filha, sei que você gostava dele, mas ele se foi.” meu pai falou. As lágrimas começaram a se formar nos meus olhos.

“Obrigada por me  lembrar que o Brandow se foi! E pra completar ainda vou me casar com alguém que nem conheço!”

“Querida é o seu dever.” minha mãe falou colocando a mão no meu ombro, me esquivei e senti minhas lágrimas transbordarem. Sai correndo pro meu quarto e bati a porta atrás de mim. Me joguei na cama e chorei.

Ah, você deve estar sem entender nada. Meu nome é Stella del Solle, sou princesa de Sollaria, um reino numa dimensão paralela à terra. Também sou uma fada, estudo em uma escola chamada Alfeia onde aprendo magia e outras coisinhas mais. Tenho cinco melhores amigas: Bloom (que é a guardiã da chama do dragão e princesa de Dominó, mas o reino dela foi destruído quando ela era só um bebê e ela foi a única sobrevivente), Musa, Flora, Tecna e Layla (ela também é princesa). Todas elas são fadas e tem namorados, eles são especialistas, um tipo de guerreiros, e estudam em Fonte Rubra. Musa namora com Riven, que às vezes é muito metido, mas ela dá um jeito nele; Flora namora com Elliot, ele é muito gentil e combina perfeitamente com ela; Tecna namora com o Jimmy, ele é meio nerd, mas ela é muito inteligente; Layla namora com o príncipe Nabu e Bloom com o Sky (ele é príncipe também). Eu também tinha um namorado e ele era maravilhoso, o nome dele era Brandow, ele era escudeiro do Sky. Quando fomos lutar numa guerra pra salvar nossa dimensão ele morreu pra nos salvar. Já faz alguns meses que isso aconteceu, mas o vazio que ele deixou continua e as feridas do meu coração ainda estão abertas.

Além disso, eu vou ficar noiva de alguém que meus pais e os nobres da Alta Cúpula de Sollaria ache bom pro nosso reino. É uma tradição antiga, tenho dezessete anos e já devo ficar noiva, apesar do casamento ser apenas aos vinte. Não sei quem inventou isso, mas está acabando de arruinar minha vida. Depois de um tempo ouvi alguém batendo na minha porta.

“Querida, posso falar com você?” ouvi a voz doce de minha mãe.

“Me deixa em paz” gritei em meio aos soluços.

Levantei da cama e abri um pouco a porta. “Você já não destruiu minha vida o bastante?” falei e bati a porta novamente, tranquei e tomei minha decisão final. Fui até o closet, peguei uma bolsa transversal preta e algumas roupas, coloquei em cima da cama. Fiz o mesmo com outras bolsas, sapatos, maquiagem, coisas de higiene pessoal, algumas jóias. Quando tudo que eu queria estava na cama, fiz um feitiço de expansão indetectável na bolsa preta e comecei a colocar tudo dentro dela. Entrei no banheiro e tomei um banho bem demorado. De novo as batidas da porta me incomodaram, mas eu às ignorei e continuei o que estava fazendo. Depois do banho, vesti uma camisa de manga três-quartos vermelho sangue, um jeans escuro, um casaco preto e um all-star xadrez. Arrumei meu cabelo em um rabo-de-cavalo deixando uns fios escapando, além da franja de lado. Coloquei uns acessórios e depois arrumei tudo que estava em cima da cama na bolsa preta. Quando terminei dei uma olhada ao redor, e então sussurrei “ Stella magia winx” e me transformei em uma fada. Joguei meu anel para cima e falei “Sollaria” então o anel virou uma cetro, não um cetro qualquer, o cetro solar. Ele tinha poderes incríveis, eu podia me teletransportar com ele e foi o que eu fiz. Não tinha um destino especifico, só pensei me leve pra um lugar bem longe daqui. Então senti a escuridão e depois me vi em um beco vazio, escuro e muito assustador. Podia ouvir barulhos de motor e de muitas pessoas, mas era meio longe.

Senti meus joelhos fraquejarem, e tive que me apoiar em uma parede úmida. aquele lugar tava me dando arrepios, e agora eu já podia sentir o cansaço do esforço que fiz usando o cetro. Me destransformei, voltando ao normal e alguns segundos depois ouvi o som de passos. Então apareceram três homens, deviam ter uns vinte e poucos. Tentei me esconder, mas eles me viram. Sei que foi burrice, mas tentei recuar e acabei com as costas na parede. Os homens continuaram avançando, com sorrisos assustadores. Algo me dizia que eles não eram ladrões comuns, que eles queriam outra coisa. Tentei gritar, mas minha voz ficou presa na garganta.

“Oi, docinho” um deles falou, com a voz meio embargada, com se tivesse bêbado. Os outros riram escandalosamente.

“Fique longe de mim!” tentei falar com a voz firme, mas só consegui um sussurro. Eles riram mais ainda.

“Você não quer brincar com a gente?” o mesmo homem de antes falou (ele era loiro) e se aproximou de mim, colocando cada braço ao lado de minha cabeça me impedindo de fugir. Definitivamente, ele estava bêbado, pude sentir o cheiro de álcool no seu hálito.

Então ouvi uma voz firme: “ Se afaste da garota” o homem se virou pra ver quem era, e os outro dois também o fizeram. Quando ele se afastou pude ver um garoto que devia ter minha idade, ele era alto, tinha cabelos negros, pele branca (não sei se era só a luz) e olhos de uma cor que não consegui ver, mas eram escuros. Ele estava todo vestido de preto, jeans preto, camisa preta e tênis preto.

“ Olha só, o garotinho acha que pode contra nós três!” o homem (vou chamar de chefe) falou em tom de deboche e riu junto com os outros. Aproveitei que eles estavam distraídos e comecei a me esgueirar pra ficar o mais longe dos homens. Então um dos comparsa do loiro (vou chamar de comparsa 1), mas ele desviou com facilidade, e levantou uma sobrancelha com uma cara de desdém.

“ É só isso que sabe fazer?” ele falou sorrindo. Comparsa 2 atacou também tentado acertar o garoto comum murro, mas ele simplesmente segurou a mão de comparsa 2 e a virou em um ângulo estranho. Depois deu um chute no diafragma do comparsa 2 que  caiu batendo a cabeça no chão e ficou imóvel. Comparsa 1 voltou a atacar o garoto, mas teve o mesmo fim de comparsa 2. O mesmo aconteceu com o chefe.