O Cisne Negro escrita por anonimen_pisate


Capítulo 45
Capítulo 46




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P.O.V – Hellena

No minuto seguinte ao clarão, veio a escuridão.

Então eu abri meus olhos e tudo cintilava em milhões de pontos cinza, e entre os pontos incolores, havia um par de esmeraldas escuras que me olhavam com cuidado.

-A-Alec... – murmurei o nome dele levando as costas de minhas mãos aos meus olhos e sentindo minha boca seca e minha garganta arranhar por falta de água.

-Sim meu amor. – falou com carinho acariciando meus cabelos.

-Não morri? – suspirei apertando os olhos.

-Não. – ele riu divertido.

-Tem razão, eu não poderia morrer sem ter achado a resposta para aquela pergunta chata e... insistente. – suspirei relaxando os músculos doloridos.

Tentei me levantar e ele me segurou.

-Fique um pouco parada. – soou mais como um pedido, mas me senti meio mau de ter de obedecer, como se mandar fosse mais apropriado para mim do que isso.

Senti uma aura suave e serena nos envolvendo. Ergui os olhos para todos que olhavam para cima de minha cabeça, como se houvesse uma placa brilhante nela. Segui seus olhos e vi algo bem mais magnífico que uma placa.

-Ma-Mãe... – gaguejei de novo.

-Estou aqui querida. – Desdêmona segurou minha mãe e sorriu maternalmente. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, ela chorava por Katherine.

-O que esta havendo? – sussurrei confusa.

-Você Hellena, você é a wisp da criadora. – suas palavras me atingiram com a sutileza de um soco, mas me pareceram tão surreais que não entendi no momento.

As imagens da noite que visitei a floresta dos espíritos voltaram em minha mente. A wisp em minha mão sumindo e se dissolvendo em minha pele, como que entrando em mim...

Pisquei erguendo os olhos para a luz acima de minha cabeça.

Aquilo era muito mais que uma luz, era a criadora em sua forma divina, as cinco irmãs. Seus sorrisos eram feitos de partículas minúsculas de poeira, e seus rostos de gotículas de água contidas no ar, eram lindas.

Levantei-me tirando com delicadeza as mãos de Alec de cima de mim, firmei meus pés no chão e ergui a cabeça para poder olhar melhor a grande mãe.

Ela sorriu para mim e começou a subir pelo teto, ate começar a passar pelos vãos da clarabóia e ir se dissolvendo devagar.

Olhei em volta e vi minha mãe e Kahlan olhando para cima. Apenas nos podíamos ver-las, o resto apenas conseguia enxergar grandes clarões de luz.

-Acabou. – falei baixo. – Acabou! – gritei erguendo os braços e girando para a multidão. Todos entraram em êxtase gritando e comemorando o fim da guerra.

-A muitos feridos e mortos majestades. – Trianna estava ao meu lado, o rosto tinha machucados que já se curavam pouco a pouco, seus cabelos eram um grande emaranhado e estava suja de fuligem.

-Cuidaremos disso, reúnam todos os mortos naquele canto. – minha mãe indicou. – E os feridos ali. – apontou o lado contrario. – Os feridos se curaram, se não, as súcubos da terra podem ajudar. Os mortos eu e Kahlan vamos reviver, se possível.

-Vou junto. – pulei ficando ao seu lado.

Desdêmona parecer quere dizer não, mas então sorriu e meneou a cabeça para mim, me chamando.

Olhei para Alec que já havia levantando do chão e tentava sair dali, mas eu segurei sua mão e sorri.

-Converse com ela por mim.

Trianna prendeu a respiração e piscou confusa para mim.

-Trianna, quero que conheça Alec Volturi, seu filho.

Os dois ficaram parados ate que ela teve coragem de andar um passo e envolver-lo em um abraço apertado e maternal, ele retribuiu. Sai vendo as lagrimas nos olhos escuros dela.

Agachei-me ao lado de Kahlan que olhava para um corpo mutilado de um vampiro morto. Não o reconheci e intimamente agradeci à criadora.

-Esse não tem mais jeito. - murmurou tristemente fazendo gestos para uma súcubo que cobri-o com um lençol e tirou o corpo dele levando-o por um corredor.

Analisou o próximo.

-Pelo visto elas também tinham um estoque de odol.

Começamos a avaliar cada um e ir curando-os com cuidado, não havia uma súcubo não-corrompida que foi atingida por algo envenenado, então nos restou apenas cuidar de lobos, bruxas e vampiros.

Não vi nenhum Cullen, e me senti um pouco aliviada. Os Volturi ficaram intactos e tudo de resto estava normal e vivo. Foi um fim de tarde cansativo, mas gratificante.

No final, eu não estava depressiva e com a alma em frangalhos como ela devia realmente estar, pois dessa vez eu sabia que tinha ajudado, e isso supriu a dor.

Kahlan e minha mãe contaram-nos sobre a estadia na caverna e como Asmodeus tirou-as de lá e como foi surgir no meio de uma guerra. Disseram que na hora em que surgiram toda a guerra acabou e que seguiram correndo em direção as explosões.

Relataram que as “explosões”, vinham da bola de energia em que eu e Katherine estávamos envolvidas.

Depois de termos revivido todos que podiam ser revividos, foi o momento de luto de vários vampiros e licantropos, alem de bruxas. Aisla não sobreviveu ao ataque, mas disseram que foi ela que matou Nannitri.

Enterramos todos em uma clareira que foi marcada como “marco zero”, onde todos poderiam visitar seus “parentes” sem o risco de serem atacados, seria um lugar de paz, onde todos podiam se encontrar sem tentarem se matar.

Muitas súcubos foram mortas e algumas tiveram de ser sacrificadas, pois estavam corrompidas demais para continuarem vivas. Suas lapides brilhavam e as flores nunca ficavam murchas onde foram enterradas.

Mesmo o numero de espíritos ter aumentado, havia uma paz continua entre todos eles que me deixava satisfeita e feliz por dentro, nunca houve tanto silêncio em toda a minha vida imortal.

O controle dos elementos voltou as mãos das súcubos que viveram no castelo e sobreviveram com suas almas intactas, ou meio intactas. Juntas, refizemos o castelo a base de magia e da ajuda das bruxas.

Minha mãe convidou todos a se hospedarem no castelo e fizemos uma grande comemoração na noite seguinte, onde todos estavam em paz e felizes.

A dor da perda ainda estava entre nós, mas era algo que teríamos de conviver sempre em nossas vidas. E foi nessa noite que eu fui coroada rainha perante todos.

Haviam feito um lindo vestido para mim. Em um profundo tom de azul escuro, como veludo, só que em seda. Os detalhes dourados e de um azul mais claro bordavam todo o busto e as bainhas.

Jogaram em meus ombros uma pesada capa de veludo e fizeram com que eu andasse por um corredor de imortais que me olhavam sérios ate eu chegar no trono e me sentar nele.

Cheguei ate a ficar feliz em ver Renesmee viva, e mais feliz ainda em ver-la beijando Jacob apaixonadamente.

Também me alegrei em ver Jane, ela continuava a me olhar com nojo, mas conversava com Trianna sem torcer o nariz, as duas pareciam estar se acertando.

Mas o melhor foi o sorriso de Alec em estar com a família pela primeira vez junta e completa, apesar de uma forma não muito convencional.

Palavras foram ditas, e uma coroa, que eu nunca via minha mãe usar, foi posta em minha cabeça. Era pesada, mas sua beleza era indescritível. Eu era rainha.

Sorri verdadeiramente e ouvi todos aplaudindo após eu me levantar do trono e fazer uma reverencia sutil diante deles. Meu povo.

-Não poderia haver uma rainha melhor. – Kahlan sorriu educadamente segurando minhas mãos e me tirando do pedestal na hora em que todos invadiam a pista de dança.

-Poderia sim. – murmurei em sua direção.

Suspirou baixando os olhos e o erguendo novamente.

Nate surgiu nas costas de Kahlan, eu sorri e acenei para que ele se aproximasse. Curiosa, Kahlan se virou e fez uma reverencia educada e superior.

-Príncipe.

Arregalei os olhos.

-O que? – praticamente gritei.

-Descobriu meu segredo. – ele se aproximou à medida que Kahlan sumia.

-Porque nunca me contou que somos meio irmãos?

-Sou o segundo filho, o novo herdeiro.

Fique estática e sem palavras, mas antes que eu pudesse responder Alec segurou minha mão me conduzindo para a pista e rodopiando comigo em seus braços.


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