O Cisne Negro escrita por anonimen_pisate


Capítulo 20
Capítulo 21




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P.O.V – Hellena

Acordei aconchegando minha cabeça nos braços da escuridão.

Seu cheiro parecia grudado em mim, e eu nunca me senti tão feliz de ter-lo ali, por todo meu corpo, dentro de mim.

Levantei minha cabeça o suficiente para pode ver seu rosto sereno em seu sono delicado. Levantei todo o resto do meu corpo, cruzando as penas em posição de lótus e me enrolando no que devia ser um lençol anos atrás.

Quando foi que achamos isso? Franzi minhas sobrancelhas tentando de me lembrar da noite passada, mas tudo era uma lembrança borrada e estonteantemente prazerosa.

Fazia anos que eu não me sentia tão bem depois de passar a noite com alguém. Geralmente eu só sentia bem estar por causa da recém-feita alimentação, mas agora, era muito mais que isso.

Eu me sentia completa.

Minhas roupas estavam empilhadas em um canto e estavam molhadas por causa da chuva, assim como as de Alec. Vesti apenas minha roupa intima e peguei a outra pilha indo para fora.

O ar fresco da noite úmida e passada fez minha pele se arrepiar. Pendurei as roupas na janela e me sentei na soleira da porta respirando fundo o ar europeu.

Não fiquei assim por muito tempo, logo senti as passadas felinas de Alec atrás de mim, e ele apareceu despido, apenas enrolado no “lençol”. Seus cabelos estavam bagunçados e os olhos com olheiras.

-Bom dia. – murmurou.

-Parece cansado.

-Um pouco. – sentou-se no chão ao meu lado. – Quem roubou as roupas?

-Elas estavam molhadas, deixei no sol para secar, mas agora acabei de me lembrar que tenho o controle sobre o elemento água, e que poderia fazer-la sair da roupas, já que a noite anterior me deu bastante energia. – estiquei um dedo ate seu peito liso como mármore.

-Não gaste energia à toa. – ele bocejou.

-Eu peguei demais? – mordi minha bochecha por dentro.

-Não... Só não estou acostumado. – tombou sua cabeça para o lado. Levou um dedo ao meu rosto, fechei os olhos com seu toque gelado em minha pele.

-Se acostume senhor Volturi. – ri passando minha mão por seu pescoço.

-Terei o maior prazer.

Arrastei-me e deitei minhas costas em seu peito com seus braços envolta de mim. Ficamos em silencio vendo o sol nascer e tingir o céu de laranja, vermelho e rosa.

-Alec. – sussurrei seu nome.

-Sim?

-As presas dos vampiros aparecem quando tem fome não é?

-Bom... E quando ficam irritados, não é como as súcubos e íncubos que tem sempre esses caninos afiados. – passou o dedo por minha boca, onde meus dentes ficariam.

-É um saco, sempre tenho que tomar cuidado para eles não aparecerem, em não sorrir muito abertamente. – ia revirando os olhos esporadicamente.

-Seus dentes nem são tão longos assim, quase não se percebe. Os dentes vampiros apenas crescem quando eles têm fome, sentem cheiro de sangue, ficam irritados, ou excitados. – deu de ombros. – Porque a pergunta?

-Ontem todos os vampiros estavam como os dentes à mostra. – repeti seus gestos com os ombros.

-Hum... Sobre isso... – ele começou a fazer círculos com o polegar nas costas de minha mão. Interrompi sua fala.

-Ah não, não, não. Não vamos brigar. – me virei para olhar em seus olhos.

-Tudo bem, tem razão, não depois dessa noite.

-Não depois dessa noite. – eu repeti sorrindo.

Deitei novamente de costas para ele.

-Esta com fome? – perguntei devagar.

-Um pouco.

-Pode beber se quiser. – falei com certo constrangimento.

-Hellena. – ele gemeu.

-Se quiser. – revirei os olhos enfatizando. – Eu tive um sonho assim uns dias atrás, isso que me fez procurar-te.

-Você sonhou que eu te mordia? – ele perguntou incrédulo franzindo as sobrancelhas.

-Não posso controlar minha mente! – resmunguei. – E eu tenho que me desculpar com você. – virei de frente para ele de novo. – Estou sendo muito vadia com você.

-Por quê?

-Por que... – parei me lembrando que havia apagado a memória dele, pelo visto tinha funcionado. – Porque eu venho sendo muito má. Te irritando com meus outros casos, e infidelidades.

Alec prensou as sobrancelhas fazendo uma expressão de quem não entedia o que eu dizia, então suspirou e apertou minha mão, entrelaçando os dedos nos meus.

Ele se preparou para falar, mas coloquei meus dedos em seus lábios contendo sua fala. Fiz que não com a cabeça e escorreguei minha mão por seu queixo.

-Eu quero que você faça. – falei em voz baixa.

Virei de costas para ele e afastei meus cabelos de meu pescoço. Tombei a cabeça para o lado dando livre passe para ele me morder. Alec aproximou o rosto de minha pele, eu podia sentir sua respiração em minha clavícula, me deixando arrepiada.

Pousou os lábios ali, e os entreabriu, cortando minha pele com seus dentes afiados. Já havia me esquecido de como era bom fazer isso, era como se eu me desligasse do mundo a minha volta e houvesse apenas nos dois ali, juntos.

Alec não vacilou quando contornou minha cintura com seu braço e me aproximou de seu peito levando meu sangue consigo. Fechei os olhos me entorpecendo daquele ato.

-Eu te amo. – ele murmurou com a voz abafada por sua minha pele e meu sangue.

Abri meus olhos novamente, Alec já estava vestido e sentado a mesa remexendo em alguns objetos.

Espreguicei meu corpo vendo minhas roupas dobradas ao lado do sofá em que eu estava deitada. Sangue manchava as almofadas, e sorri em ver aquela macha, uma sensação estranha se instalando em meu peito.

-Boa tarde. – ele disse com bom humor.

-Que horas são? – bocejei me levantando e vestindo a roupa.

-Já passa da uma. Temos que voltar.

-Onde estamos?

-No sul de algum lugar. – guardou o que estava na mesa em seu bolso e se levantou. Analisou-me depois que vesti as roupas. – Já terminou? – ergueu uma sobrancelha.

-Prontinha. Para onde vamos?

-Para Itália é claro, correndo. – ele parecia bem melhor, sem as olheiras e tinha ate uma cor saudável em suas faces.

-Nunca corremos juntos. – prensei meus lábios rindo.

-Correremos hoje. – retribuiu meu sorriso. – Tem uma cidade aqui perto, vamos parar nela, comer algo e depois seguir viagem.

-Comer algo quer dizer...?

-Da forma que comemos. Eu perdi energia te dando e você perdeu sangue, precisamos repor o que perdemos.

-Tem razão.

Saímos da cabana e começamos a correr, Alec ia na frente, ele parecia conhecer o caminho melhor do que eu, chegamos em uma cidadezinha em menos de uma hora.

Nos separamos para caçar e marcamos de nos encontrar na praça que ficava no meio da cidade, eu cheguei antes e fiquei sentada observando as pessoas indo e vindo.

Um grupo de três meninos passou por mim, o mais alto andou pela minha frente sem tirar os olhos de mim, por instinto, eu retribui o olhar e sorri de volta, mas foi bem nessa hora que Alec chegou.

-Oi. – me levantei e fui ate ele.

-Caçou rápido. – ele falou frigido.

-Hei, qual o problema? – deixei meus braços caírem ao lado do corpo.

O vampiro olhou para os jovens que já sumiam do outro lado da rua, segurou meu braço e começou a me arrastar para um caminho mais vazio e silencioso.

-Alec! Qual o problema?

-Aqueles garotos. – ele rosnou. – Porque sorriu para eles?

-O que? – eu gritei incrédula.

-Fale mais baixo. – ele grunhiu.

-Porque você anda tão enciumado? Que droga, você age como se eu fosse a mulher mais devassa que existe. Nunca te dei razão para que fizesse isso! Que droga!

-Não te culpo, não é de sua natureza ser monogâmica. – Alec disse com olhos estreitos e voz acida. Ele já havia dito isso antes, apesar de não se lembrar.

-Se importar também não é de sua natureza. – cruzei os braços.

-Você é teimosa, cabeça dura, orgulhosa e insuportável. – sibilou.

-E você é infantil, egoísta e teimoso! Pare de agir como se eu te desse razão para ser desse jeito!

-Você é uma criança inconseqüente Hellena, faz de tudo para irritar todos a sua volta, nunca se contenta em irritar apenas um, tem que deixar todos preocupados e receosos.

-O que quer dizer com isso?

-Que você foi para aquele bar vampiro apenas para irritar suas colegas e a mim! – gritou apontando para si mesmo.

Eu arregalei os olhos, nossa como ele estava sendo estúpido e infantil.

-Não Alec, você esta enganado, eu não fiz nada disso, até porque eu não sou igual a você! – gritei de volta. – Não posso me divertir um pouco? Entre alguém que me entenda?

-Ah, aquele vampiro parecia entender você muito bem, principalmente enquanto ele não tirava os olhos do seu traseiro. – rosnou.

-Olha, eu esperava isso de qualquer um Alec, menos de você! Uma crise de ciúmes? Isso não é do seu feitio. – estreitei os olhos abismada. – Até porque, eu não teria esse traseiro se não fosse brasileira. – dei um tapa no meu quadril. – E o que é bonito, é para ser visto!

Agora ele ficou abismado.

-Pois bem, súcubo. Boa sorte. – e deu-me as costas.

O que?!


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