O Cisne Negro escrita por anonimen_pisate


Capítulo 21
Capítulo 22




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P.O.V – Alec Volturi

-Como pode fazer isso? Você é muito irritante! – ela gritou em minha direção.

-Como se você fosse à melhor companhia que existe! – gritei de volta, eu estava agindo como uma criança, igual a ela. Como alguém tão madura, às vezes fica tão imatura e teimosa?

Dei-lhe as costas me preparando para ir embora.

-Não me de as costas Alec! – disse em um típico tom mandão.

Resmunguei em voz alta. Parei e virei-me em sua direção.

-Estou inclinado a desobedecer à vontade de vossa majestade. – caçoei. Ergui os braços fazendo uma reverencia e lhe dei as costas novamente, seguindo em direção de qualquer lugar que fosse longe dela.

Era estranho como às vezes eu gostava da companhia dela, e às vezes, eu detestava estar por perto.

Agora eu entendia porque os humanos se casavam e meses depois se separavam. Conviver em harmonia era muito difícil, principalmente quando esse alguém é mil anos mais nova que você.

Continuei a andar. Minha cabeça latejando e minha garganta ardendo. Talvez eu estivesse de mau humor, e por isso estivéssemos brigando, mas na maioria do tempo era assim.

Eu costumava ser paciente, mas hoje, a sede e a fome não estavam facilitando. Só precisava um tempo para comer, e depois conversaria melhor com ela. Pediria desculpa.

Parecia que o sangue dela fazia o efeito contrario em mim, em vez de tirar minha fome, me deixava mais sedento.

Não tinha certeza em que cidade estávamos, mas acho que era em algum lugar da Polônia ou da Alemanha. A floresta que passamos a noite passada juntos estava a alguns quilômetros daqui.

Ah... A noite que passamos juntos, nem parecia que foi há poucas horas atrás. Em questão de segundos, tudo pode mudar. Que clichê.

Olhei por cima do meu ombro e ela ainda estava parada gritando e espumando com ódio, mas no mesmo instante, ela arregalou os olhos e parou de me xingar.

-Alec! – foi à única coisa que saiu de seus lábios antes de um grande lobo cair por cima de mim.

Eu me vi em um redemoinho de pelos fedidos e pedaços de roupa rasgada voando para todo canto. Era o mesmo lobisomem que havia me mordido noite passada.

Senti sua pele rasgar por baixo de minhas mãos, e meus dentes cortarem a carne de seu jugular. O animal começou a tremer entre meus dentes, a cada vez que ele tentava fugir eu prensava mais e mais os dentes, ate que ele tombou e voltou a sua forma normal.

Hellena correu ate mim, o sangue grosso dele escorria de minha boca e empapava minhas roupas. Ficamos parados observando o homem coberto de sangue seco mudar de cor, indo do azul ao roxo.

-O que esta havendo? – Hellena sussurrou em meu ouvido apertando meu antebraço com as mãos pequenas.

-Ele esta morrendo, envenenado. – me agachei ao seu lado e segurei-o pelos cabelos. – Quem te mandou aqui? – gritei. – Responda!

-Volte para o inferno de onde veio sanguessuga. – ele falou com o resto de energia que sobrava em seu corpo.

-Deixe que eu faço isso. – ela me puxou. – Fui treinada a interrogar.

-Não pode demorar, ele não tem muito tempo. – murmurei cedendo facilmente, ninguém melhor do que uma súcubo para tirar a informação de alguém.

Ela tomou meu lugar e segurou o rosto dele com uma mão em cada lado da faça dele. Aproximou-se ficando a milímetros de distancia dele, entreabriu os lábios e uma espécie de fumaça azulada começou a desprender de sua boca para a dela.

Pegava a energia dele.

Quando parou, o homem tremia mais.

-Ele vai morrer se tirar muito. – adverti.

-Fique tranqüilo. – ela murmurou.

-Mais, mais... – o lobo ofegou.

Dessa vez ela abriu os lábios e a fumaça azul saiu de sua boca para a dele, como se devolvesse o que havia tirado.

-Como faz isso? – franzi a sobrancelha.

-Mais, mais... – o lobisomem repetiu.

-Agora me diga, quem te mandou? – Hellena disse em uma voz baixa e sedutora segurando o queixo dele.

-Eu quero...

-A mim, eu sei. – ela riu e deu-lhe um tapa leve no rosto. – Foco! Agora me responda quem te mandou nos seguir, e como nos encontrou.

-Gabriel, ele tem informantes, ele faz negócios com mulheres estranhas... – balbuciava como se estivesse tendo alucinações. – Elas são assustadoras, e muito lindas...

A súcubo virou o rosto na minha direção e escancarou a boca.

-Só pode ser as corrompidas. – voltou à atenção ao homem. – Qual o nome delas, você sabe o nome delas? – gritou balançando a cabeça dele freneticamente.

-Alguma coisa com M, não sei bem... – seus olhos começaram a se revirar nas pálpebras. – Elas prometem muitas coisas a Gabriel, eles têm muitos negócios, e estão atrás de você... Elas sabem...

E ele desfaleceu.

Seu corpo já estava roxo, e o sangue se misturava aos pelos de seu corpo causando um grande bolo de cabelos e plasma.

-Acho que temos de enterrá-lo. – falei em voz baixa.

-As corrompidas estão atrás de nos. – ela ficou de joelhos e olhou para mim por cima de seu ombro. – Estão aqui, e tentaram te matar Alec! Temos que voltar para Itália já!

Demos um jeito no corpo e pegamos o caminho de volta.

Não demorou muito ate que chegássemos em Verona. Hellena estava tão nervosa que mandei que ela se sentasse em um banco na praça perto de sua casa. Fui ate a cafeteria e peguei algo para ela.

-Tome. – estendi um copo de isopor me sentando ao seu lado.

-O que é isso? – ela balbuciou pegando-o.

-Latte de chocolate branco, seu favorito.

-Apesar de eu gostar mais de chocolate marrom, você se lembra. – sorriu bebericando o conteúdo fervente. Passei a fazer a mesma coisa com meu café puro e preto. – O que faremos? – perguntou com a voz fraca.

-O que quer dizer?

-Sabem que estou nesse mundo.

-Hellena, estávamos na Escandinávia! – revirei os olhos.

-Já sabem que estamos na Europa, e conseguiram nos encontrar mesmo depois que saímos da Escandinávia, em questão de pouco tempo vão nos encontrar Alec! – disse alarmada.

-Tente ficar calma Hellena. – segurei seus ombros. – Elas não estão procurando por vocês, elas fazem negócios com Gabriel, ele se sentiu ameaçado por uma súcubo, a princesa estar nos domínios dele, e achou que isso causaria problemas para ele, então mandou alguém atrás de nos, mas não acho que o alvo era você.

-Como assim? – ela gaguejou confusa.

-Ninguém em sã consciência tentaria matar uma súcubo, ainda mais a princesa delas, ainda mais mandando só um lobo. Queriam me atingir.

-E provocar minha fúria?

-Ou talvez o lobo fosse estúpido e veio atrás de mim para se vingar. – dei de ombros sem interesse assoprando a bebida preta. – Se quiserem te machucar, não conseguirão, nem a mim.

-Acho melhor eu voltar para casa. – ela deu o ultimo gole no copo e jogou na lata de lixo que estava ao lado do banco. – Eu te ligo esta bem? – sentou-se de lado no banco e de frente para mim.

Colocou sua mão atrás de minha nuca.

-Preciso de um banho. – franziu o nariz.

-Assim ninguém nota que esteve comigo.

-Vão acabar descobrindo.

-Tem razão.

-Agora não a como fugir. – arregalou os olhos ceticamente. – Mas sabe, acho que assim é melhor. Sem precisar nos esconder mais.

-Elas não vão gostar, e provavelmente vão tentar me matar. – minha voz soou sarcástica.

-Eu estarei lá para te reviver se preciso. – inclinou-se e me deu um beijo de despedida. – Eu te ligo. – repetiu se levantando e indo em direção a sua casa.

Fiquei observando seu corpo ate ele se fundir na bruma do anoitecer, virando apenas um pontinho no meio das luzes dos postes a gás.

Passei minha mão por meus cabelos virando em direção a minha casa.


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