O Cisne Negro escrita por anonimen_pisate


Capítulo 14
Capítulo 15




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P.O.V – Alec Volturi

Eu analisava Hellena enquanto ela ria observando o maço de folhas em cima da mesa.

Seu sorriso era tão belo e puro como o de uma criança.

Só agora percebia como ela estava idêntica de quando me deixou. Os mesmos olhos, a mesma boca, o mesmo corpo. Foi um erro meu achar que seu corpo estava curvilíneo, seu corpo estava idêntico. Magra como sempre fora. Linda como sempre fora.

É claro que ela tinha um novo brilho, e um novo carisma, mas continuava a mesma de sempre.

-Que coisas maravilhosas! – ela exclamou virando os olhos para mim.

-Não foi muito difícil conseguir. – dei de ombros. – Não imaginava que fosse ficar tão radiante apenas por uma pilha de notas musicais.

-Pare de fingir que não acha isso uma preciosidade. – revirou os olhos para mim. – Você, assim como eu, sabe apreciar boa musica. Alem de que, eu como sendo filha de um musicista, sei muito bem reconhecer belas obras.

-Aro gosta de colecionar obras de arte. Ele arranjou essas com os próprios compositores.

-Fala sério. Obras originais de Mozart?

-Incompletas, mas de autoria dele. Aro sempre opoiu artistas.

-Uau. Achei que meu dia seria monótono como todos os outros. – revirou aqueles lindos olhos brilhantes.

Seu cabelo estava fino como um véu de seda marrom, onde o sol só batia em alguns pontos, fazendo-o refletir todos os tons de castanho que eu já vira, chegava ate a parecer cobre derretido.

-Eu me enganei. – murmurei.

-O que? – ela ergueu o rosto.

-Você não mudou nada. Talvez a cor do cabelo, ele esta mais avermelhado. – estiquei meus dedos e toquei suavemente o fio de seda de seus cabelos.

Ela riu calmamente.

-Me chamou para falar de meu cabelo? – perguntou ceticamente.

-Achei que ficou meio chateada quando foi embora ontem. – encostei-me à cadeira cruzando os braços. – E ai eu me lembrei que tinha essas musicas há algum tempo comigo, Aro me deu de presente.

-E porque elas estavam aqui?

-Antes de ir aquela reunião na igreja, eu havia dado uma passada por aqui, e elas estavam junto com o piano. Lembrei-me de você na hora, então, resolvi te dar. – bati meus dedos na mesa.

-Você continua usando. – ela sorriu indicando o anel em meu dedo.

-Não tirei uma vez dês de que você partiu. – balbuciei.

-Eu senti sua falta. – seu sorriso ficou maior enquanto se recostava na cadeira do mesmo modo que eu fizera. – Sabe, de alguém que me entendesse, alguém que não ficasse pensando apenas em como você é na cama. – ela revirou os olhos.

-Súcubos são súcubos. – falei rindo se sua expressão.

-È, e íncubos são íncubos. – meu riso desapareceu.

Ela pareceu perceber, porque riu e se inclinou para mim.

-Ficou com ciúmes? – ergueu uma sobrancelha.

-Pare de bobagens. – resmunguei.

-Alec, acho que se quisermos pelo menos, sermos amigos, teria de estar tudo claro, mas eu achei que esse ponto já estava claro para você. – ela parecia conter um riso.

-Que ponto? – fechei minha expressão.

-O ponto de que eu não sou a mesma puritana de antes.

-Eu já entendi o que quer dizer. – me levantei.

-Mas você precisa ouvir de mim. – ela se levantou e foi atrás de mim.

-Não quero ouvir. – rosnei.

-Pare de ser uma criança teimosa Alec Volturi! Você já tem mais de um milênio e um século de vida! – ela gritou ficando a minha frente. – Você é um cabeça-dura sabia?

Bufei ficando de costas para ela de novo.

-Como você é infantil às vezes! – sua voz estava certamente sarcástica. – O senhor teve outros relacionamentos, porque eu não poderia ter outros alem de você?

-Foi diferente, não havíamos nos conhecido.

-Percebe que esta sendo injusto? E egoísta? – sibilou.

-Já sei o que vai falar, já imagino, não preciso de você dizendo em voz alta.

-Qual o seu problema com íncubos? – ela cruzou os braços. – Você é meio incubo! – caçoou.

Respirei fundo.

-Não me de as costas Alec! – gritou quando eu fui em direção a cozinha. Sai para o vento frio da manha e respirei fundo tentando relaxar e ficar menos nervoso. – Me relacionei com outros homens, incluindo íncubos.

-Ótimo, está satisfeita, falou em voz alta. – grunhi indo em direção ao gramado. Ela continuou a me seguir.

-Você é muito engraçado. Quando me contou que estava com Corin eu não te dei as costas e fiquei nervosa, eu levei na boa!

-Foi antes de estarmos juntos, e pelo que eu me lembro, não terminamos antes de você ir para o mundo oculto. Não é isso que humanos fazem?

-Mas não somos humanos!

-Você era!

-Alec! – ela parou e abriu os braços, eu continuei a andar. – Percebeu que estamos a mais de trinta minutos discutindo uma estupidez? Eu precisava me alimentar!

-Para isso existem os humanos.

-Porque ficou tão irritado, nos nem estamos mais juntos!

-Não oficialmente. – me virei para ela.

-Tudo bem, se você quer. Alec estou terminando com você!

-Depois de me trair com íncubos. No plural!

-E você me traiu varias vezes com uma meio súcubo, e aposto que nesse meio-tempo você me traiu com ela e com outras vampiras! - franziu o cenho, não estava mais achando engraçado.

-Primeiro, Corin desapareceu depois que quase te matou, e segundo, eu fiquei em abstinência o tempo todo.

-Ah ta! Como se você não tivesse dormido com ninguém em três anos! Não você, Alec Volturi o pegador! Porque, vamos falar serio, se Corin quase me matou por sua causa... – arregalou os olhos ceticamente.

-Agora você esta sendo infantil. – apontei um dedo para ela.

-E fala Alec, o vampiro que brigou comigo por que eu me relacionei com homens da minha espécie três anos atrás, quando não estávamos mais juntos!

-Estávamos juntos! – gesticulei com as mãos.

-Alec! – ela gesticulou também.

Segurei o ponto entre meus olhos com o polegar, como que com dor de cabeça. Minha garganta ardia feito brasa, e o cheiro dela não ajudava muito com minha sede.

-Tudo bem, me desculpe, estou faminto.

-Ah é mesmo? – franziu o rosto teatralmente.

Respirei fundo indo em sua direção.

-Me desculpe esta bem? – falei em voz baixa segurando seus ombros.

-Nunca daríamos certo. – sua voz ficou fraca. – Não paramos um minuto sem que comecemos a brigar. E a cada dia que passa os motivos ficam mais estúpidos.

-Olha, eu sei que não é de sua natureza ser monogâmica, e eu fui muito idiota de cobrar de você a singularidade que eu nem tinha direito de ter, afinal, ficamos separados.

Ela respirou fundo.

-Mas eu não quero mais ficar separado. – toquei seu rosto.

-Alec. – ela se esquivou e fechou os olhos com força.

-Qual o problema? – tirei as mãos de seus ombros.

-Acho que foi realmente um erro tentarmos ser amigos, não daria certo de qualquer jeito. – dei dois passos para trás. – Não quero brigar com você, sempre foi perfeito comigo, mas... Eu já matei homens apenas tocando eles, não quero te machucar.

-Você sempre me pedia para deixar de ser cuidadoso.

-Eu sei que posso estar sendo controversa, mas... Era diferente do risco que você tinha comigo, o meu risco é mais palpável, o meu risco é em um toque.

Abaixei os olhos.

-Não faça isso comigo novamente, por favor. – falei em um tom sutil, olhando-a de baixo.

-Alec, eu não escolhi isso. – ela falou sofregamente.

-Você esta escolhendo agora! – minha voz ficou mais alta.

-Estou tentando te... – a frase morreu em seus lábios.

-Pois bem, você reclamava tanto quando eu dizia isso, reclamou tanto quando disse que precisaria me afastar de você, e agora age da forma que você mais tentou impedir.

Hellena suspirou sofregamente. As pálpebras de seus olhos ficaram mais pesadas sobre seu olhar. Virou os olhos para os pés que esmagavam a grama nervosamente.

-Você tem razão. Eu sou uma hipócrita mentirosa. – falou com os lábios tremendo.

-Não foi isso que eu disse. – segurei seu queixo erguendo seu rosto.

-Fiquei tanto tempo sozinha, precisando tanto de alguém que me ajudasse, que esqueci o que é ter alguém comigo. Blake e as meninas são ótimas amigas, mas... Não do jeito que eu precisava.

Engoliu em seco enquanto eu contornava seu corpo com meus braços, ela parecia tão frágil encostada ao meu peito.

-Eu te amo muito Alec, e sinto ter que fazer isso.

-O que esta dizendo? – afastei seu corpo do meu o suficiente para olhar em seus olhos. Ela se esticou e tocou os lábios macios em meu maxilar.

Colocou as duas delicadas mãos, espalmando meu rosto dos dois lados.

-Vai me deixar ir, e esquecera o que eu disse. – uma onda quente de poder escorreu de seus dedos se apoderando de parte de meu rosto e se acomodando em minhas têmporas.

Era quente e confortável, e fez minha mente ficar devagar e enevoada, enquanto eu sentia meus músculos relaxarem e perderem a força.

-Adeus Alec. – sussurrou sumindo nos arbustos do parque ao lado.

Arregalei os olhos me sentindo perdido e sem lembrar muito bem o que eu fazia ali, no meio do gramado de trás de minha casa. Passei minha mão nos meus cabelos.

-Mas o que...?


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