Entre Fogo e asas escrita por ACunha


Capítulo 15
Cair Em Tentação


Notas iniciais do capítulo

ADORO esse capítulo. Vocês já vão ver porque. Enjoy ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/128787/chapter/15

Quando acordei, eu já sabia, antes de abrir os olhos, onde estava. Por isso não foi surpresa quando a primeira coisa que vi foi a mesa de Logan, ainda intacta, à minha direita. E uma estante com livros à esquerda. Eu estava no sofá. 

Levantei com dificuldade, sentindo que meus músculos eram feitos de pedra. Olhei ao redor e respirei, aliviada.

Eu estava sozinha.

Corri até a mesa. Fiz apenas o que minha intuição me mandou fazer. Abri várias gavetas ao acaso, procurando... Não sei. Qualquer coisa seria ótimo. Mas boa parte delas estava vazia, e outras tinham apenas cartas do banco, endereçadas à um cara chamado William Jensen. O diretor do internato? Era uma opção. 

-Mulheres são tão curiosas - ouvi Logan suspirar. Olhei para cima, meu coração martelando no peito. Ele estava encostado na porta, os braços cruzados, uma sobrancelha arqueada e um sorriso relaxado. Quase como costumava ser, antes de invocar um monte de Sombras e tocar fogo no internato. 

-Não fale comigo - ordenei, uma reação automática do estresse.

-Você vai escutar de qualquer jeito - ele sorriu, partindo meu coração em vários pedaços. Ah, mesmo sendo o vilão da história, ele era tão lindo. O cabelo tinha crescido um pouco, e quase encostava nos ombros. Como sempre, usava uma jaqueta de couro preta, por cima de uma blusa de gola alta também preta, calças jeans desbotadas e botas pretas. Só o que faltava era tatuar a palavra DESCOLADO na sua testa. 

Resisti à vontade de tapar meus ouvidos como uma criança teimosa e afundei na sua poltrona de couro. O seu cheiro doce e diferente infestava aquele lugar. Reprimi um suspiro. 

-Onde está Collin? - perguntei, de repente lembrando da sua existência. Meu coração acelerou novamente, mas por outro motivo.

-Está seguro. É tudo que importa, não é? - ele parou de sorrir e ficou meio carrancudo. - Não sei por que se importa tanto com o...

-Se o chamar de cabeça de vento de novo, eu vou... - hesitei, sem conseguir terminar.

-Vai o quê? - ele me desafiou, sorrindo novamente.

-Vou pensar em alguma coisa bem horrível pra fazer com você - murmurei resignada. - Até lá, comporte-se.

-Sim, senhora - ele riu. - Nunca subestimaria a sua capacidade de aterrorizar um pobre cidadão.

-Não me subestime mesmo - apertei os olhos, sentindo meu rosto esquentar. - Espere. O que foi que você disse? 

-Como assim?

-Já ouvi isso antes - percebi com um sobressalto. Logan parou de sorrir, e me encarou com pesar. 

-É claro que já - suspirou e olhou para baixo. 

Sua expressão estava diferente. Diferente daquele Logan que mandou assassinar meus avós, diferente do que queria minha alma para quebrar uma maldição. Agora, ele parecia normal. E extremamente irresistível.  E estranhamente conhecido.

-Isso tem a ver com aquela vida? - perguntei com um sussurro. - Onde nos conhecemos antes?

Ele levantou os olhos para mim, e o brilho neles quase me fez chorar. Tão lindo, tão inocente, me peguei pensando. Mas aqueles pensamentos não eram meus. Eram de alguém que existira muito tempo atrás, que um dia teve minha alma.

-Você se lembra? - ele perguntou esperançoso. Pela primeira vez, vi seu rosto se iluminar de felicidade. Foi quase fisicamente doloroso negar.

-Não - respondi lentamente e logo completei. - Mas eu deveria lembrar... Não deveria?

Mas era tarde demais. Sua felicidade durara pouco, e a esperança havia ido embora. O rosto voltou a ser sarcástico e irresistível, e seus lábios se retorceram.

-Não vou lembrá-la - ele afirmou calmamente. - Você vai ter que fazer isso sozinha. 

-Então... solte Collin - pedi. 

-Quem disse que ele está preso? - ele riu rapidamente, e voltou a ficar sério. - Infelizmente para você, minha querida, Collin é um elemento essencial na minha equação. Se ele cair, todos caem. E meu exército fica maior, e mais poderoso, e consequentemente - seu sorriso agora foi perigoso, e demoníaco -, eu ganho. 

-Ganha o quê?! - perguntei irritada. - O mundo? O Céu e a Terra? Por que você quer tanto? Quando tiver ganhado, não saberá o que fazer conosco.

-Quem disse que não? - ele arqueou uma sobrancelha. - Tenho um plano; coisa que Collin não tem.

-Porque ele não sabe qual é o seu plano.

-E vai continuar assim até que eu queira.

-Você é um grande... - engoli em seco. 

-O quê? - ele pressionou.

Não respondi. Bufei, afundei na poltrona e estiquei minhas pernas em cima da mesa. Fechei os olhos e massageei minhas têmporas, tendo certeza de que parecia a diretora daquele lugar. Muito baixinho, ouvi o riso de Logan ecoar pela sala.

-O quê? - resmunguei.

-Você parece comigo! - ele exclamou quase surpreso. 

-Eu nunca vou parecer com você! - eu disse, me sentindo contrariada. - Cale a boca, Logan.

-Eu estava sentado aí, nesta mesma posição, massegeando minhas têmporas e com as pernas em cima da mesa, há menos de dois minutos. E agora, olhe só para você - ele sorriu. 

Não pude evitar que meu rosto esquentasse.  

-E daí? - perguntei mau-humorada. - Isso não quer dizer nada.

-Diga o que quiser, mas não negue que se sente atraída por mim.

-O quê?! - quase caí da poltrona ao recolher minhas pernas e o fitar incrédula, contrariada, e muito furiosa. Mas foi só dar uma olhada nele, e ver que seus olhos pareciam mais negros em contraste com a pele branca perfeita, e o cabelo levemente repicado nas pontas quase tocando a gola da sua jaqueta de couro, os braços fortes e musculosos cruzados no peito, o nariz longo e empinado, uma arrogância charmosa disfarçada, e o desenho perfeito dos lábios... Nossa, ele era perfeito. 

-Cale a boca - repeti, agora repreendendo à mim mesma. - Você não sabe o que se passa na minha cabeça.

Logan se aproximou de mim. Apoiou suas mãos com dedos longos e elegantes na madeira, e me encarou intensamente. Senti que meu coração estava em chamas. 

-Então por que não me diz o que se passa na sua cabeça? - ele perguntou, me desafiando. De repente, senti uma agitação descontrolada dentro de mim. O impulso de me levantar e abraçá-lo, e beijá-lo, foi quase forte demais para reprimir. Cruzei meus braços com força, sentindo uma dor no peito ao resisir à vontade de me aproximar.

-Não lhe interessa - murmurei evitando seus olhos.

-Interessa à quem? Collin? - ele torceu o nome de Collin, como se fosse um palavrão. - Ele nunca vai ser bom o bastante para você.

-E nem você - retruquei. 

-Não, nem eu - ele concordou, me pegando de surpresa. Levantei o olhar para encontrar o dele, e vi que falava sinceramente. - Nunca serei bom o bastante pra você, Sam. Nunca ninguém será. 

-Por que diz isso? - perguntei confusa. 

-Você é boa demais - ele se aproximou mais, abaixando o rosto até ficar no nível do meu. Ele tinha uma antiga dor explícita nos seus olhos. - Você é justa demais. Eu nunca serei bom, Sam... 

-Não diga isso - pedi calmamente, me perguntando de onde as palavras estavam vindo.

-É verdade... - ele olhou para baixo. Levantei da poltrona, dei a volta na mesa e fiquei bem de frente para ele. As pontas das nossas botas quase se tocavam. Senti uma corrente elétrica quase tocável passar pelos nossos corpos, ao mesmo tempo que meu bom senso gritava loucamente para que eu me afastasse.

-Você não precisa ser mau - sussurrei, tentando captar sua atenção. Estendi minha mão na sua direção e toquei seu rosto. Logan fechou os olhos, apreciando meu toque. 

-Você é especial, Sam - ele murmurou de olhos fechados. - Algum dia, será recompensada. 

Aquela vontade louca e irracional de abraçá-lo voltou, e, sem nenhum comando consciente, eu envolvi seu pescoço, e senti seus braços se apertando na minha cintura. E a felicidade que senti ao fazer isso quase me derrubou.

-Posso ser recompensada agora - me ouvi dizendo, olhando sugestivamente para seus lábios perfeitos. Novamente, não reconheci minha voz. Alguma Meg alternativa havia se apossado do meu corpo. Mas eu não me importei; na verdade, eu até agradeci. Qualquer coisa para preencher o vazio no meu peito.

Mas não foi nada parecido com o incidente com Collin. Logan me puxou para si, sem hesitar, sem se importar com nada além de mim. E me beijou profundamente, intensamente, como se aquele fosse o primeiro e último beijo das nossas vidas. Minha respiração ficou irregular, perdi todos os sentidos. Nada mais importava além daquele momento, nada mais existia além de mim e Logan. Eu queria que o tempo parasse, queria ficar segura nos seus braços para sempre. Sentir a textura do seu cabelo, entrelaçá-lo nos meus dedos, segurar a gola da sua jaqueta de couro e puxá-lo para mais perto, sentir seu cheiro me deixando tonta, e feliz, e completa pela primeira vez em várias vidas...


-Sam? - Collin chamou, de algum lugar muito distante. Não me importei. Ainda estava beijando Logan.

-Acorde, Sam! - agora era a voz de Lilian, e eu fiquei surpresa. Tentei abrir os olhos, mas eles estavam pesados. 

-Sam... - Collin chamou novamente, e dessa vez eu consegui. Abri os olhos e vi seu rosto preocupado em cima do meu. - Você está bem?

Assenti calmamente, suspirando. Depois meus olhos se arregalaram, e meu rosto esquentou. Eu levantei muito rápido, e o mundo inteiro girou.

-Aquilo foi só um sonho?! - perguntei incrédula e furiosa, sentindo uma vontade súbita de bater a cabeça em alguma coisa.

-Com o que estava sonhando? - Collin perguntou com a testa franzida. Só de ver seus olhos azuis me encarando daquela forma fez com que eu me sentisse culpada.

-Nada - murmurei corando. - Então... - olhei ao redor, vendo que havíamos voltado para a casa de Gabriel e Lilian. Um novo pânico começou a se formar, e voltei meu olhar alarmado para Collin. - Onde estão meus avós? - perguntei desesperada.

Sua expressão desmoronou. Ele olhou para baixo, envergonhado, derrotado. E mais triste do que posso descrever.

-Desculpe - sussurrou com a voz grave. - Eu não... Não fui forte o suficiente... - ele suspirou. - Foi minha culpa.

Meus olhos arderam com lágrimas, mas balancei a cabeça.

-Não - sussurrei de volta. - Não foi. Não foi culpa de ninguém, ok? Isso já estava... Determinado... - abracei meus joelhos e olhei para Lilian. Ela olhava ansiosa pela janela. Não parecia estar nos ouvindo. 

-Lilian? - Collin disse. Ele percebeu que eu estava olhando.

-Gabriel já devia ter voltado - ela respondeu distraída e voltou seu olhar para mim. Sua expressão se suavizou. - Sinto muito, querida. Quer que liguemos para seus pais?

-Não - respondi automaticamente. - Não posso envolver mais ninguém nisso. Não devíamos ter vindo para cá... - respirei profundamente, enxugando os cantos dos olhos, sentindo um nó cada vez maior na garganta. 

-Tem razão - Collin assentiu decidido. - Deveríamos ter fugido para mais longe. 

Olhei para ele com pesar.

-Não precisa concordar com tudo que digo - murmurei constrangida.

-Mas você está certa.

-Se eu não estivesse, você me corrigiria? 

-É claro que sim.

-Collin... - apertei os olhos. 

Ele suspirou e levantou. 

-Estou indo falar com Beatrice - anunciou. - Você vem? 

Arregalei tanto os olhos que pensei que iam saltar do meu rosto. 

-Está falando sério?! - isso foi como um banho de água gelada. 

-Claro - ele deu de ombros. - Você merece saber o que está acontecendo. Mas venha logo, antes que eu mude de ideia. 

Imediatamente levantei e peguei meu casaco pendurado no armário. Collin lançou um olhar cheio de significados para Lilian, que assentiu e voltou a olhar para a janela. Ignorei isso. Vesti meu casaco e segui Collin porta afora. 

Já era noite. Não havia lua, mas haviam estrelas. Várias delas, ofuscadas pelo brilho da cidade, mas ainda assim, estavam lá. O mar estava calmo, azul escuro, e eu só conseguia olhar para ele. Olhar para a cidade me traria lembranças dos meus avós, e olhar para Collin me traria lembranças de basicamente tudo. Como minha vida podia ter mudado tanto em apenas alguns dias? Alguns poucos meses? Procurei a voz de Ian dentro da minha cabeça confusa, mas não achei nada além de uma risada debochada. 

Valeu. Grande irmão que você é. 

Mas a risada não era de Ian, e sim de Logan. A lembrança do beijo no meu sonho quase me deixou sem ar, e fui obrigada a respirar fundo. Minhas mãos formigavam. Queria muito bater em alguma coisa, de preferência na cara dele, mas também sentia vontade - na verdade uma necessidade - de estar com ele novamente. E, ainda assim, sentindo a presença de Collin ali, tão perto... Eu poderia muito bem pegar sua mão, e...

Ah. Que confusão

-O que a preocupa? - ele perguntou com um sussurro. Não olhava para mim, e sim para o chão. Estávamos a poucos metros do prédio dos meus avós agora, e isso me fez ter uma sensação melancólica horrível.

-Meus avós - sussurrei de volta, sendo sincera. - Mas não vamos pensar nisso. Por favor. Já basta Ian... - minha voz foi sumindo.

-Eu sei - ele suspirou. - Ele também era meu amigo, apesar de tudo.

-Desculpe - disse sem pensar.

-Você não tem nada para se desculpar - ele passou um braço pelos meus ombros e me apertou um pouco. Pensei que ia derreter ali mesmo. Mas aceitei seu conforto, e agradeci por poder ficar perto dele novamente.

-Fale sobre alguma coisa... - pedi, pensando rapidamente. - Conte a sua história.

-Você já sabe minha história.

-Não; antes de ser meu anjo da guarda, antes de Logan cair... - dei de ombros. - Antes de tudo. Como era lá... Em cima? - reprimi um sorriso sem graça. Ele mesmo não conseguiu esconder seu riso. Apertou mais meus ombros, o que eu agradeci profundamente, e assentiu devagar.

-Antes de você... - ele refletiu. - Acho que não tenho permissão de falar sobre a vida "lá em cima", mas se quer saber... Na verdade, não há como descrever - seus olhos se estreiraram. - Não há nada parecido. 

-Como os anjos... Nascem? - perguntei confusa, sem entender minha própria curiosidade.

-Nós não nascemos - ele respondeu. - Somos mais um pensamento que tomou forma, uma resposta à um pedido de socorro... Ou nós temos alguma utilidade, ou simplesmente não existimos. No Céu, é como se não existíssemos na maior parte do tempo. Apenas anjos da guarda nunca deixam de existir, porque eles na verdade guardam o espírito da pessoa que protegem, e o espírito é imortal. Logo, somos imortais também.

"Antes de você nascer, na sua primeira encarnação, eu... Digamos que eu não tinha minha própria consciência. Apenas sabia quando os outros anjos e algumas pessoas estavam tristes, ou felizes, ou com raiva. É uma qualidade de quase todo anjo poder sentir as emoções dos humanos, assim como alguns têm alguma sensibilidade com relação ao futuro."

-Como... eu? - sussurrei pasma.

-Ninguém entende ainda como você nasceu com esse dom - ele disse. Já havia ouvido suas palavras antes, mas era sempre bom lembrar. - Algumas vezes ocorrem erros, e uma pessoa nasce com um desses dons diferentes. É dever dela e do seu anjo da guarda aprenderem a controlar esse poder. É o que estou fazendo com você. 

Assenti, sem ter muita certeza do que deveria dizer.

-E... Como foi quando eu nasci? - me senti uma idiota perguntando isso, e fiquei pensando o que as pessoas pensariam se ouvissem nossa conversa. Collin riu da minha expressão.

-Era... como se eu estivesse adormecido. Há muito, muito tempo. Então acordei, e Gabriel me falou o que eu deveria fazer. Quer dizer, ele não falou... Não nos comunicamos "lá em cima" da mesma forma que fazemos aqui na Terra. É difícil explicar, mas, para falar de uma forma que você entenda, digamos que foi assim: Gabriel me acordou e disse que eu ia ser um anjo da guarda. O seu anjo da guarda. Mas eu ainda não tinha minha própria consciência, e só entendi suas "palavras" depois que você nasceu. 

"Naquele dia, eu acordei de verdade. Pude ver cores, ouvir cada palavra distinta, sentir o toque de outros anjos, andar e voar. Passei a conversar com Gabriel e Lilian sobre o que eu deveria fazer. Eles me explicaram, pois também era anjos da guarda, e me ensinaram tudo que sei hoje. Gabriel me explicou uma vez porque eu só passei a pensar racionalmente quando você nasceu. Ele disse que a sua humanidade era o que formava meus pensamentos e as minhas formas de agir. Os humanos deixam anjos mais... parecidos com eles. Sem vocês, não passamos de uma grande energia positiva concentrada em outra dimensão do universo. Sem você - Collin sorriu - eu nunca poderia ser eu mesmo. Seus atos definem os meus; seus pensamentos estão ligados aos meus. Somos... Como...

-Almas gêmeas? - sugeri de brincadeira.

-Isso. - Ele respirou fundo. - Por isso nos damos tão bem.

-Bem até demais... - sussurrei para mim mesma, mas certa de que ele tinha escutado. Mas ele não disse nada. Percebi que havíamos parado no meio do caminho, e estávamos um de frente para o outro. Collin estava de braços cruzados, provavelmente porque estava com frio, e usava apenas uma camisa branca de tecido fino. Eu queria muito que ele me abraçasse agora.

-Basicamente, Samantha - ele sussurrou, de repente fixando o olhar em mim. - Eu não era nada antes de você. 

Suspirei, ainda com o olhar fixo no dele. Minhas mãos tremeram e formigaram de vontade de tocá-lo. Ergui apenas um braço, muito devagar, e pousei minha mão no seu rosto. 

-E agora você é tudo... para mim - sussurrei de volta, me sentindo uma verdadeira vagabunda. Quer dizer, havia poucos minutos que eu tinha sonhado com um beijo entre mim e Logan. E que beijo. Mas, na verdade, eu não me importei com isso. Eu era impulsiva por natureza; e, se meus atos definiam os de Collin como ele havia dito, então eu estava muito perto de beijá-lo novamente.

Mesmo que isso o destruísse.

Abaixei minha mão. Olhei para a areia, me sentindo mal, culpada, tudo de pior que há no mundo, porque estava sendo egoísta. Eu queria beijá-lo; sim, mais do que qualquer coisa no momento. Mas não podia! Não queria que aquele sonho se realizasse. Se Collin soubesse que é a minha alma que quebra a maldição...  Ia ser bem pior do que apenas outra guerra entre o Céu e a Terra. 

Era isso?  Ah, meu Deus. Era isso mesmo. Esse era o plano de Logan. Se ele conseguir minha alma, Collin vai ser destruído junto com ela. Porque quando o espírito morre, o anjo da guarda vai junto. E o que aconteceria se Collin simplesmente deixasse de existir? O que Logan ganharia com isso?

Os anjos ficariam vulneráveis... 

Isso! Tem razão, Ian! Se Logan conseguir destruir Collin, muitos outros anjos vão ficar sem defesa. E existem aqueles que caíram e viraram servos de Logan... E assim ele tomaria o controle em um piscar de olhos...

-No que está pensando? - Collin sussurrou. 

-O quê? Ah - balancei a cabeça. - Nada. Olha só... Vamos logo falar com Beatrice. Quanto mais rápido, melhor - recomecei a andar com passos longos e firmes, agora sabendo exatamente o que eu diria à Beatrice e os anjos que estivessem com ela. Agora eu sabia, mais do que nunca, que não podia, de forma alguma, deixar que Collin me beijasse novamente. Ou melhor, eu tinha que me controlar e não fazer nada estúpido. 

A questão era: será que eu conseguiria não cair em tentação com Collin, que era como eu havia feito com Logan? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Informação demais? :s
Não percam os próximos capítulos! A coisa vai pegar fogo ;)
Reviews? *-* To esperando! Beijos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Fogo e asas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.