A praia ficava meio afastada da cidade, mas dava para ir andando tranqüilamente. O céu nublado com uma ameaça tímida de sol e temperaturas agradáveis. Nessie deixou Edward na praia e voltou para a cidade. Ele andou olhando para os lados e parou antes da areia e a viu. Bella estava sentada no meio da praia olhando o mar. A areia estava úmida e compacta, o que ajudaria ele a se locomover nela sem sujar o tênis inteiro de areia. Caminhou até ela e parou logo atrás.

— Olá Bella! — disse sorrindo. Ela se sobressaltou e olhou para trás assustada, deu uma leve risada ao ver quem era.

— Você.

— Eu. Esperava outra pessoa? — perguntou divertido.

— Não, apenas estou surpresa de escutar você me chamando de Bella, não me lembro de ter dito meu nome e muito menos meu apelido, nem que você podia me chamar por ele.

— Não disse, mas a Alice sim! Prefere Isabella?

— Fofoqueira. — ela falava encarando o mar e ele em pé atrás dela. — Não, Bella.

— Então, Bella, sabe o que mais ele me disse? — Bella virou e ergueu a cabeça para olhá-lo, esperando que ele dissesse. — Que você não tem uma irmã gêmea.

— O que? Não?! — ela perguntou fingindo surpresa.

— É, não. Ainda disse que você é filha única!

— Oh meu deus, então quem é aquela mulher igual a mim que eu vejo todos os dias no espelho quando eu acordo? — ela perguntou com os olhos arregalados e a boca aberta, então sorriu divertida voltando a fitar o mar. 

Edward riu gostando do senso de humor dela. Sem se preocupar em sujar o jeans, sentou-se ao lado dela e ficaram em silêncio. Bella o encarou erguendo a sobrancelha, como se perguntasse por que ele estava ali sentado ou porque insistia em conversar com ela, mas voltou a olhar o mar.

— Você é assim com todos? — Edward sorriu.

— Não. Só com forasteiros idiotas que tentam fazer amizade com as nativas inocentes! — ela respondeu se divertindo com a situação.

— Você é a nativa inocente da questão? — ele perguntou olhando, então, por fim, ela virou-se para lhe encarar, seus olhos se encontraram. 

— E você é o forasteiro idiota! — falou irônica. Um sorriso zombeteiro surgiu em seus lábios, fazendo-o rir.

— Você é engraçada. E sabe que só agora entendi por que a Sue te chama de Guapa.

— Diga.

— Traduzido para espanhol guapa é bela, então Bella. É meio que um trocadilho, certo? Você falou espanhol comigo naquele dia, certo? 

— Uau, você é inteligente. — riu. — Por que mesmo você está aqui comigo?

— Estou tentando ser uma pessoa simpática. Eu sou turista, você devia ser mais simpática com turistas.

— Eu não gosto de turistas, só pra constar! — ela falou com tranqüilidade.

— Eu vou ficar um tempo razoável na cidade, então não precisa me considerar um turista. Que tal? Seja simpática! — sorriu.

— Você está em Forks e na cidade tem várias pessoas simpáticas, procure uma delas e tenha toda a simpatia que você queira.

— Mas eu quero a sua simpatia, não é pedir demais. 

— Pra mim é.

— Você gosta de enganar turistas, não é? Então me engane novamente, eu não me importo. 

— Você é estranho ok? E eu só fiz aquilo porque pensei que você me passaria uma cantada de pedreiro ou algo do tipo. Não gosto de turistas que acham que sou uma caipira querendo sexo, então é só dizer algo e me levará pra cama, é irritante. — sorriu.

— Eu nunca pensaria isso, de maneira alguma. — falou na defensiva.

— Ótimo! Agora eu vou pro restaurante, alguns de nós tem que trabalhar não é mesmo? — ela sorriu e ficou em pé. Mexeu nos cabelos dele, bagunçando-os. — Gosto do seu cabelo. Tchau.

Ela foi andando normalmente, com leveza e uma sensualidade enrustida. Edward ficou olhando ela ir, não conseguiu controlar o olhar que parou diretamente em sua bunda. Usava uma calça jeans que marcava, era inevitável, riu com os pensamentos e levantou-se limpando o jeans pra sair da areia. Queria conhecer a cidade. Andou por ela como um típico turista, olhando para todos os lados, para as pessoas, para as coisas pequenas. Era uma cidade pequena, mas tinha seu charme. Muito verde da natureza ao redor, povo com vida simples. Entrou em algumas lojas com coisas típicas, pensou se comprava algo indígena para Rosalie (resolveu pensar nisso quando estivesse indo embora).

Sentiu o estômago roncar de fome e se animou com isso. Não que gostasse de ficar com fome, mas sim por ser um pretesto para vê-la. A morena de olhos claros, mas que agora tinha um nome que combinava com a dona, Bella. Sorriu com os pensamentos e andou mais animado do que pretendia para o restaurante da Sue. Agora era hora do almoço então o número de clientes era maior, entrou no e ficou em uma mesa mais afastada. Avistou-a do outro lado atendendo uma mesa, então ergueu o cardápio sobre o rosto para se esconder e deixou que ela se aproximasse. Alguns minutos depois (após de ter levado o pedido da outra mesa até Sue), ela se aproximou da mesa dele.

— Boa tarde, seja bem-vindo, já está pronto para pedir? — perguntou sorrindo como sempre. Ele percebeu que aquele era o jargão dela enquanto trabalhava.

— Hum, ainda não. — ele abaixou o cardápio sorrindo e se divertiu com a expressão de surpresa dela. — Olá... De novo. 

— Você... De novo! — ela revirou os olhos enquanto riu. — O que você está fazendo aqui?

— Oras Bella, é um restaurante. Não sei se é o único, mas é um dos melhores, então estou aqui para almoçar. Sabe, ontem eu pedi peixe frito porque foi a sugestão do taxista que me trouxe até aqui, mas agora não sei o que pedir, então, o que você sugere? — sorriu zombeteiro.

— Você é insistente, não?

— Eu? Magina. Acho que você deve ter conhecido meu irmão gêmeo, ele é o insistente idiota que adora perturbar nativas inocentes. Eu sou o irmão bonzinho e inocente, pode ter certeza, e quero apenas uma sugestão de prato para um almoço agradável nesse restaurante agradável. — colocou um sorriso angelical no rosto.

Bella jogou a cabeça para trás em uma gargalhada animada. Ele sorriu gostando do som daquela risada. Ela voltou a fitá-lo ainda rindo e com o rosto levemente avermelhado, então sorriu.