Durante a volta para casa Rob não falava nada, Eliza ia deitada, da sua forma, entre mim e Rob. Mamãe falava com papai que nós devíamos ir caçar cedo amanhã para tudo estar pronto quando fossemos viajar, Eliza cutucou Rob, que saiu do seu transe, ela olhou para papai e mamãe e ele disse:

- Por que vocês não vão caçar hoje? Sabem que nós gostamos de caçar só a gente quando a pirralha vem- Eliza o chutou quando ele falou isso. Mamãe olhou para o papai especulando o que eles iriam fazer, ele virou e olhou de mim para Rob, sem dúvida ele se perguntava se eu ficaria bem sem eles e se Rob estava em seu estado normal, ambos assentimos e papai falou:

-Tudo bem vamos caçar hoje, mas vocês tem que se comportar.- Assim que chegamos em casa, papai e mamãe foram caçar, Rob entrou em casa e logo pegou o telefone se virou para Eliza e perguntou:

-Qual o número da Ever?- Eliza olhou confusa para ele, mas deu o número mesmo assim e subiu para tomar banho. Deitei-me em um sofá e Rob ficou andando de um lado para o outro esperando Ever atender, nunca tinha visto ele tão impaciente.

-Alô – Ever disse ao atender.

-Olhem só, ela ainda é minha prima Ever a desaparecida- ele disse se sentando em um divã.

-Robert?- ela perguntou.

-Sim, ainda lembra, não acredito- ele falou rindo.

-Deixa de ser infantil Rob- ela falou

-Ei acabamos de ver o vídeo, você vai mesmo passa o natal em casa? – ele perguntou.

-Vou – ela respondeu, sua voz parecia pesada como se ela quisesse falar outra coisa.

-Nem acredito, já tem mais de três anos que a gente não se vê – ele disse.

-Pois é, mas acredito que você não mudou em nada.

-Vampiros não mudam Ever, mesmo que queiram isso não acontece- Rob falou sorrindo.

-Diferente de mim que estou ficando velha- ela falou fingindo chorar.

-Você. Velha- Rob fez questão de separar as palavras ao falar- Você está linda, realmente a Califórnia faz bem.

-Linda sério? Você é rodeado de vampiras e está dizendo que eu sou linda – ela falou sem acreditar.

- Então eu tenho a melhor visão, você está tão linda que parece uma vampira bronzeada – os dois riram quando ele falou isso.

-Gostei dessa, ai Rob gostaria de falar mais só que minha aula já vai começar vou precisar desligar. Thau e obrigado pelo elogio – ela falou.

- De nada, você esta linda mesmo, a gente se fala, thau – ele disse desligando, seu sorriso não se desfez.

- O que foi tudo isso?- perguntei.

-Nada, como você disse, nós dois éramos muito amigos eu só estou com saudades da pequena Ever – ele explicou.

-Bom ela não é tão pequena agora, ela já tem 17 anos e a ultima vez que a viu só tinha 14. Vamos admitir que ela está muito bonita- falei

-Está mesmo- ele disse olhando pro nada, olhou pra mim e falou- Mas ela continua sendo a pequena Ever.

-Ainda prefere a Marcelly?- perguntei sussurrando para Eliza não ouvir.

- Você sabe que sim, esqueça aquilo de ter preferencias- ele falou no mesmo tom de voz do que o meu.

-Tudo bem!- concordei.

Após o banho Eliza desceu eu e Rob víamos um filme na sala, ela se sentou ao meu lado e sorriu de um jeito bem familiar que dizia conta tudo. Como conheço muito bem aquela garota, foi dito e feito.

-Vai fala tudo Nessie, conheceu alguém? E que história de jardim de infância era aquela?-Rob riu muito, depois da pergunta de Eliza., revirei os olhos e respondi.

-Conheci, o nome é Josh e a história do jardim de infância é porque ele ainda esta no colegial.

-Nossa imagine como esse garoto vai se tornar popular, quando começar a sair com uma garota tão bonita, que já está na faculdade. - ela disse empolgada.

-Calma ai, eu não vou sair com ele- falei.

-A Nessie dá uma chance para ele!-ela disse.

-Por favor, Eliza não comece a perturbar com essa ideia- pedi.

-Tá bom, pelo menos me deixe ver ele- ela pediu, coloquei minha mão em seu rosto e mostrei.

Depois de muita conversa Eliza e eu fomos dormir, uma leve chuva era o único barulho no meu quarto. Sentei-me na cama e peguei o colar que mamãe tinha me dado em meu primeiro natal “mais do que minha própria vida” estava escrito ali. Como algo tão forte quanto aquilo, não era suficiente para minha vida se normal, para me sentir completa e feliz?

Coloquei o colar e deitei, foquei em me lembrar dos quatro primeiros messes de minha vida, três deles em que era apenas uma garotinha com um surto de crescimento rodeada pela família, no outro, vários vampiros, conhecidos da família que foram chamados para servirem de testemunhas quando a “realeza” viesse.

Não sei a resposta, mas minha cabeça procurava toda vez que minha mente liberava o dia em que os Volturi vieram. Parecia que eu havia perdido um detalhe de extrema importância. Talvez o motivo de eu me sentir só.

Mas pouco me lembrava do Volturi, os únicos que me lembrava com riqueza de detalhes eram Aro e Caius. Aro, pois ele era o mais visível entre todos e Caius, pois por culpa dele Irina estava morta e apesar disso Caius era quem eu menos gostava da “família imperial”.

Já o resto nem uma simples memória me alcançava, os gêmeos que os Romenos tanto queriam matar, nada. Demitri que meu pai queria matar para deixar tia Alice a salvo onde estivesse nada também, mas deveria ser melhor assim. Uma leve batida na porta me sobressaltou, logo identifiquei Eliza do lado de fora, a chuva estava mais forte e agora havia trovões. O que explicava ela estar na minha porta.

-Entre- falei.

-Nessie desculpe te acordar é que... -ela falou entrando no quarto enrolada em um cobertor.

-Eu sei Eliza os trovões, não me esqueci de você correndo pro meu quarto na ilha- falei.

-Posso ficar?-ela perguntou

-Claro- respondi, dando espaço para ela na cama.

-Obrigado- ela disse se deitando ao meu lado sorrindo. Como eu amava aquela pessoa, horas atrás estava dançando e agora estava se escondendo de trovões.