Waiting For The End escrita por missybw


Capítulo 6
Capítulo Cinco - Contando


Notas iniciais do capítulo

me desculpem a demora..



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Capitulo Cinco – Contando.

— Edward, por favor, pegue alguma roupa pra mim ali no quarto e traga aqui. — Isabella pediu enquanto fechava o chuveiro.

Edward foi até o quarto e olhou para o armário procurando alguma roupa para Samantha. Até que se lembrou que ele havia pegado algumas roupas de Alice emprestadas e iriam servir perfeitamente nela. Pegou a roupa, e levou até o banheiro encontrando-a enrolada em uma toalha preta e com os cabelos caindo por seus ombros. Ele sorriu e ela sorriu fracamente de volta, e ele colocou as roupas encima do vaso para ela vestir em seguida.

Ela parecia melhor. Tanto pelo humor, como fisicamente. Parecia mais forte.

— Não quer ajuda para se secar? — Edward perguntou.

— Você é muito tarado. — ela falou rindo. — Deixe-me eu me vestir, se eu precisar de ajuda eu lhe chamo.

— Não se preocupe em chamar, Morena.

— Ta Edward, agora saia.

Ele assentiu sorrindo e saiu do banheiro fechando a porta atrás de si e dando privacidade a sua Morena para se vestir. Ele se sentia tão bem perto dela, tão... normal. Como se nada lá fora do mundo importasse, apenas conversar com ela, alegrá-la nem que fosse apenas por alguns minutos. Ele a queria bem.

Depois de alguns minutos no banheiro, Samantha (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=28224514&.locale=pt-br) saiu de lá já vestida com a roupa que Edward havia lhe dado e ele abriu um sorriso largo. Ela estava linda. O rosa havia ficado perfeitamente bem na pele branca dela. Inconsciente do que fazia, Edward caminhou até ela e ficou a encarando.

— Não sabia que havia essas roupas aqui. — ela disse.

— São da minha irmã. — Edward explicou. — Fui na minha casa e peguei os remédios e algumas roupas dela, porque sabia que as que havia aqui não eram das melhores.

— Obrigada.

Ficaram conversando sobre outras coisas qualquer como se fossem bons amigos, e não como se fossem seqüestrador e vitima. Pra falar a verdade, qualquer pessoa que visse os dois conversando ou apenas trocando olhares, via que não havia maldade no olhar dele e nem desprezo no olhar dela. Eram pessoas normais conversando. Pessoas com sentimentos. Até que em um momento, Samantha começou a ficar um pouco mais quieta e responder menos ao que Edward perguntava.

— O que aconteceu? — ele perguntou mudando o tom de voz para preocupado.

— Acho que essas roupas não merecem ser sujas de sangue. — ela disse com um sorriso fraco e ele ficou sem entender. — Eu tenho a minha lição hoje Edward. — explicou triste. — Não quero manchar as roupas de sua irmã.

— Morena, Mica e Josh não estão aqui. Hoje é apenas nós dois.

— O que? — ela perguntou incrédula.

— Josh e Mica saíram e só voltam amanhã. James chamou-os para faze algum trabalho. Hoje você está livre das suas lições.

Ela não pensou no que estava fazendo, apenas o abraçou e enterrou seu rosto no vão do pescoço dele sentindo seu cheiro. Pela primeira vez em semanas ela se sentiu feliz por não aprender a lição do dia, nem que fosse apenas por um dia. Deus, o cheiro dele era tão bom para ela. A presença dele era tão boa para ela. Ele era bom pra ela. E ela era bom pra ele. Eles combinavam. Mas ainda era cedo demais para pensar isso.

Já Edward, surpreso demais com a reação tão espontânea da morena, apenas passou seus braços ao redor das costas dela, mas sem a apertar muito. A mão dela pousava no peito dele, e a outra nas costas dele. Apenas eles olharem no olhar do outro e seus lábios acabariam terminando selados.

Depois de alguns minutos abraçados e sorrisos, eles saíram um do abraço do outro. O abraço dele era tão bom para ela... que se pudesse, ela viveria ali até quando ela quisesse. Sem se preocupar com mais nada, apenas se sentindo protegida ali.

Os olhares dos dois se encontraram, e os dois paralisaram no mesmo momento. A respiração dos dois haviam se misturado. O coração de Edward batia rápido e lento ao mesmo tempo, assim como o de Isabella. Os olhos dele eram como um mar verde. Era de um verde meio acinzentado, que qualquer pessoa desejaria ter. Nos olhos dele, havia arrependimento. Havia desejo. Havia confiança. E havia um outro sentimento que ela não conseguiu identificar. Assim como Edward encarando aquele mar de chocolate que estava na sua frente.

— Eu acho que... — ela disse quebrando o contato com ele e dando um passo para trás.

Isso fez Edward levar um “choque de realidade”. Talvez ela não queira logo de cara beijar o homem que a seqüestrou e que ela mal conhecia direito, mas tinha algum tipo de confiança. Talvez ela tivesse com alguma dor. Ou talvez, ela tivesse algum namorado fora dali. Dois sentimentos desconhecidos cresceram dentro de Edward.

Inveja.

Ciúmes.

Inveja por o homem que ela tem lá fora, por ser seu namorado. Poder beijá-la e imaginar o futuro dela com ele.

Ciúmes, por ela não ser dele.

— Me desculpe. — ele sussurrou.

— Não precisa pedir desculpas. — ela falou corando. — Acho que, a culpa não foi só sua.

— Então o que estamos fazendo é um erro? — ele indagou.

— Sim... quer dizer, não. — ela passou a mão nos cabelos. — Nós... estamos começando a nos conhecer e... você é o homem que me seqüestrou e também eu não sei quase nada sobre você, não posso simplesmente beijá-lo como se nada envolta de nós estivesse acontecendo. Mica e Josh podem invadir isso aqui a qualquer minuto, e... eu não quero nem pensar no que pode acontecer comigo ou com você. — Isabella suspirou. — Só precisamos ir com mais calma.. pegar confiança um no outro, nos conhecermos... precisamos de tempo.

— Morena, eu não sei se vou ter tempo o bastante. — Edward disse sorrindo triste.

— Como assim?

— Se Mica e Josh foram fazer algum trabalho para James, é porque ele está por perto. E logo quando ele chegar, meu trabalho aqui acaba. Não sei se nos veremos outra vez. — Edward respondeu.

— Mas não adianta nos beijarmos aqui. — Isabella justificou.

— Se não nos beijarmos aqui vai ser onde?

— Não sei. — ela sussurrou. — Mas não agora. Por favor!

— Ouça o que eu vou lhe falar. — ele disse se aproximando dela. Ela o encarou. — Quando James chegar – o que não vai demorar muito – nós não nos veremos nunca mais. Nunca. A cada trabalho que eu faço para James, no outro dia, eu nem estou mais no país. Você não me verá depois que James chegar. E eu não quero sair daqui, sem nem ao menos provar o gosto dos seus lábios. — ela corou. — Eu estou desejando te beijar. Eu quero te beijar! Mas não quero forçá-la a nada. Sei que tem seu tempo, mas o meu tempo, está acabando.

— Você não precisa sair do mapa, depois que acabar seu “trabalho”. — ela fez as aspas com as mãos.

— Você quer que eu seja preso? — ele perguntou incrédulo. — Se eu ficar nesse país, não vai demorar uma semana para me acharem. E depois de baixarem minha ficha, vou pegar quase prisão perpétua, Morena.

— Edward, eu não sei a quanto tempo estou aqui. — ela suspirou. — Você acha que depois de tudo o que fizeram comigo aqui, eu quero mais alguma coisa do que liberdade? Eu quero a liberdade! Eu quero sair. Eu não agüento mais esse inferno. Eu estou sofrendo e você vê isso. Se você me deixasse sair, nós poderíamos nos encontrar lá fora, e sua pena iria diminuir. Talvez nós pudéssemos ser amigos... se você saísse dessa vida, eu acho que poderia esquecer o que você fez, mas, agora não. — ela desabafou. — A cada dia que passa aqui, é como se eu fosse morrendo aos poucos. Mas você começou a me ajudar somente ontem... eu não sei se é isso que eu quero. Não sei se é beijar você que eu quero. Não sei o que vai acontecer comigo... se eu vou sair viva ou não, se vão me bater mais ou não, se eu vou ser estuprada ou não.... eu só quero sair. Só quero ver meus pais de volta, meus amigos.. sair como se nada disso tivesse acontecido. Quero liberdade, quero paz.

— Eu não posso simplesmente deixá-la sair! — ele falou num tom mais alto.

— Você não entende... você não sabe o que eu estou sofrendo aqui. Você nem deve imaginar tudo o que já aconteceu na minha vida. Você não sabe nem ao menos o motivo de eu estar aqui. Você só me seqüestrou, por causa que James mandou e provavelmente vai pagá-lo com drogas ou dinheiro. — os olhos dela marejaram. — Você destruiu a vida de uma pessoa, por dinheiro ou droga! Você faz isso porque quer e porque vai receber algo em troca. Você simplesmente, é um pau mandado que obedece por dinheiro. Ou é um simples drogado que está fazendo isso por mais droga. Você acabou com a felicidade de duas pessoas, Edward. E não parece se arrepender nenhum pouco.

— Em primeiro, nunca diga que eu não entendo. — ele suspirou. — Sim, eu não sei o que aconteceu na sua vida. Mas você também não sabe o que aconteceu na minha, então, os direitos de você falar que eu sou um drogado ou algo do tipo, não mínimos. Você não sabe de mim! Você acha que eu estou fazendo isso por que quero? Você acha que se eu pudesse, eu não estaria com alguma namorada, ou com a minha esposa e talvez, até com meus filhos? Você acha que minha vida é boa? Você em algum momento parou pra pensar, que você não é a única que está sofrendo? Você só pensa em você. Essa é a real! — algumas lágrimas caíam dos olhos dela. — Minha vida nunca foi das mais fáceis. Eu nunca tive tranqüilidade, nunca consegui paz. Nunca amei uma pessoa, nunca fui amado. — ele sorriu infeliz.

Então, os dois ficaram em silencio, apenas se encarando. Algumas lágrimas caíam dos olhos de Isabella, mas ela limpava elas rapidamente. Edward apenas respirava pesadamente. Ela não era o que ele pensava. Ela era um egoísta, que só pensava em si. Que queria ter apenas a vida dela perfeita, e que somente ela havia uma vida tido uma vida difícil. Mas antes disso, ele a achava meiga... a achava carinhosa, e em um momento, chegou a pensar em um futuro com ela.

Idiota. Ambos se xingaram a si mesmo, mentalmente.

E foi aí, que ele lembrou das palavras que ela havia dito.

— Quais foram as duas pessoas que eu acabei com a felicidade? — ele sussurrou. — Que eu saiba, eu só seqüestrei você.

— Na tarde do dia em que vocês me seqüestraram, eu havia ido no médico fazer um exame. Estava com vômitos, tonturas, enjôos. Fui a uma médica, e ela me pediu o exame. Disse que já desconfiava do que eu tinha, mas não disse nada. Algumas horas depois da consulta, o resultado do exame saiu. Eu vi o resultado sozinha, pois não gosto que ninguém fique preocupado comigo. Então, quando eu abri, no inicio da folha estavam falando que era um teste de gravidez. Quando eu vi aquilo, eu fiquei muito confusa, porque em nenhum momento se passava em minha mente de eu estar grávida. Até que no final da segunda folha havia a palavra positivo. E foi aí que eu me lembrei que minha menstruação não vinha desde a minha ultima relação sexual. — ela disse deixando mais algumas lágrimas caírem e olhando para suas mãos. — Eu estava feliz, porque, na noite eu iria curtir com os meus amigos e com o pai da criança, e no outro dia eu iria contar a ele que ele iria ser pai. Em apenas um dia, eu já havia ficado feliz com a novidade de ser mãe, apesar de eu ser nova. Até que na saída, eu fui seqüestrada. — ela levantou o rosto molhado pelas lágrimas e encarou o homem que estava com os olhos arregalados na sua frente. — Quando eu comecei a apanhar, eu tentava ao máximo proteger minha barriga. Mas Mica me amarrava, e em um dia desses, eu acordei com o lençol molhado de sangue, e eu não sentia mais aquela coisa dentro de mim. Aquele sentimento de ser mãe. — ela soluçou. — Até que eu raciocinei que havia perdido o bebe. O meu filho havia morrido sem eu ao menos saber o sexo dele, e sem ao menos o pai dele saber de sua existência. Graças a você, graças a Josh, graças a Mica, graças a James.

Edward se encontrava estático. Surpreso. Com os olhos arregalados, e a boca travada. Seus olhos pareciam perdidos, e suas mãos estavam fechadas em punho.

Ele havia participado de um assassinato de uma criança.

O filho de sua Morena.

Ele a havia impedido de ser mãe pela primeira vez.

E ele não sabia o que fazer, nem o que sentir. Ele estava criando um ódio de si mesmo. Ele poderia não ser o principal culpado pela morte da criança, mas havia participado. Ele queria se socar, se chutar, se machucar, mas sabia que nada daquilo que ele pensava iria dar resultado e iria deixar Samantha grávida novamente.

Sua outra reação foi correr até ela e abraçar e deixá-la chorar em seu peito. Chorar tudo aquilo que esteve preso nesses dias. Enquanto os raios de sol iam invadindo cada vez mais o quarto pela pequena janela, Edward deixou cair uma lágrima. A única lágrima de sua vida.


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Notas finais do capítulo

primeiro: me desculpem a demora. Eu estava meio mal nesses ultimos dias, meio tonta e tudo mais, e não consegui escrever. agora, eu voltei e estou escrevendo e quero demorar o menor tempo possivel. segundo: então.... Bella contando um pouco da vida dela pro Edward né? coitadinha.. :/ terceiro: e esse lágrima do Edward no final? hm... o que será que o James fez pra ele, pra ele não conseguir se livrar nunca desse sequestro? ih... comentários? beijosssssss