Capitulo três – Ajudando.

Fazia cinco dias desde que Edward havia encontrado Samantha no quarto. Depois daquela noite, todas as noites ele iria lá no quarto dela, depois que Josh e Mica haviam dormido. Encontrava ela as vezes dormindo e gemendo de dor, com febre, batendo o queixo de frio, suada. Ele não agüentava vê-la daquela forma, e não poder ajudá-la em nada. E ainda mais, era culpa dele por ela estar ali. Mas não havia outra saída, a não ser seqüestrá-la. James mandava nele. Ele era obrigado a obedecer James.

Mas hoje seria diferente. Antes de vir para o cativeiro, Edward passou em sua casa e pegou algumas roupas de Alice, sua irmã que também era pequena, e as roupas iriam servir normalmente em Samantha. Pegou algumas pomadas e remédios para dor. Pegou algumas roupas para ele, e colocou tudo em uma mochila, logo em seguida, voltando para o cativeiro.

Hoje a noite, ele iria ajudá-la.

Estava tudo planejado em sua mente.

Logo depois de Mica e Josh dormirem, Edward iria fingir estar dormindo também. Iria esperar um tempo, e iria para o quarto de Samantha, e iria encontrá-la provavelmente dormindo. Isso seria mais fácil. Ele iria cuidar dela, e ela não iria gritar ou fazer nada que acordasse Josh e Mica. Seria melhor para ele e para ela.

Estava quase na hora da janta, quando Mica e Josh foram para o quarto onde Samantha estava. Edward começou a andar de um lado para o outro, tentando de alguma forma se acalmar. Ele sabia que agora, estava na hora da lição do dia. Só que hoje seria pior. Seria pior, porque Josh havia ido junto com Mica. E como ele esperava, logo começou a ouvir gritos e gemidos vindo do quarto. Foram vários  minutos gritando e gemendo de dor, até que Mica e Josh adentraram a sala sorrindo abertamente.

— E aí, o que fizeram hoje? — Edward perguntou a eles, tentando se mostrar interessado.

— Chutes... pontapés.. socos... aranhões... o mesmo de sempre. — Mica respondeu.

— Só que a parte de pontapés e socos foram mais fortes. — Josh falou sorrindo abertamente.

Edward teve vontade de socá-lo, mas se segurou sorrindo falsamente. Como um homem podia ser tão covarde a ponto de bater em uma mulher? Ainda mais que ela não havia feito absolutamente nada para Josh. Ficaram conversando outras coisas, até que Josh e Mica foram para o quarto, e Edward ficou na sala.

Logo, os gemidos dessa vez de prazer, começaram vindos do outro quarto onde estavam o casal. Edward esperou pacientemente algumas horas, até que o silencio dominou a casa. Pegou sua mochila e se dirigiu até o quarto onde Samantha estava.

Abriu a porta e se deparou com uma imagem que ele não gostaria de jeito nenhum de ver. Ela (http://www.polyvore.com/wfte/set?id=28097620) estava no chão, com o braço por cima de sua barriga, olhando para o nada. Suas pernas estavam moles, e seus olhos piscavam eliminando algumas lágrimas no seu rosto sujo de sangue. Edward fechou a porta e trancou-a logo em seguida. Ela não olhou para ele, mas seu queixo começou a tremer de medo.

http://www.youtube.com/watch?v=I6cdPeYJh0s Broken – Lifehouse.

— Não precise ter medo de mim. — ele murmurou se abaixando perto dela. — Não quero lhe machucar.

Como ele esperava, não teve resposta. Tirou a mochila de seus ombros, e colocou encima da cama. Pegou a morena no colo, e a levou para o banheiro. Um sentimento estranho tomou conta de Isabella. Atrás da tristeza, da dor, da agonia, cresceu um sentimento de confiança por aquele homem de cabelos cor de bronze. Ela sorriu muito fracamente com esse pensamento. A dor ainda dominava seu corpo.

— Fique calma. — ele murmurou baixo novamente. — Não vou lhe espancar, nem lhe estuprar. Vou apenas lhe dar uma banho para limpar seus machucados.

Ela assentiu suavemente, de novo, sem falar nada. Edward tirou seu casaco, depois tirou seu jeans e engoliu o seco. Mas não havia malicia no que Edward estava fazendo. Ele estava cuidando dela, e não, a preparando para uma noite de sexo. Nas suas pernas, também havia vários hematomas arroxeados. Nas suas panturrilhas, havia um pouco de sangue. Então, ele tirou lentamente a blusa que a morena estava. Ele engoliu em seco, novamente. Seu abdômen estava totalmente roxo. Seus seios na medida certa para ele, por baixo do sutiã, estavam totalmente vermelhos com arranhões. Igualmente como seu pescoço. Ela havia apanhado muito. Edward, não se atreveu a tirar suas peças intimas, e logo a colocou por baixo do chuveiro. Ela fechou os olhos.

Eu estou caindo aos pedaços, mal estou respirando

Com um coração quebrado que ainda bate.

Ele não se importou em entrar dentro do Box, e se molhar. Ele queria ajudá-la, nem que seja apenas assim... dando remédios, e cuidando de seus machucados. Lavou seu corpo, parte por parte. Em nenhum momento ouve malicia em seu olhar, ou no olhar de Isabella. Depois do banho tomado, ele permitiu deixá-la sozinha no banheiro por alguns minutos, enquanto ela colocava suas roupas intimas. Demorou alguns minutos, mas depois ela abriu a porta deixando ele entrar. Edward sorriu brevemente, e a pegou no colo. A deitou na cama, e começou a passar a pomada por todos os machucados que havia no corpo daquela linda mulher.

Depois de massagear levemente, e fazer curativo nas suas pernas, Edward passou pomada por toda a sua barriga, tomando um cuidado maior do que tomou com as suas pernas. Seu abdômen era a parte mais danificada do corpo dela, e ele não entendia porque Mica estava fazendo aquilo com ela. Alias, ele sabia o motivo, mas não entendia o por quê dela querer machucá-la. Ela não havia culpa nenhuma sobre a morte do pai de Mica. Isabella, alias, Samantha, gemeu de dor e Edward parou de passar a pomada no ferimento.

— Você tocou no ponto que dói. — ela sussurrou.

— Agüente apenas uns segundos enquanto eu faço o curativo, e passo pomada. — ele disse tentando passar confiança para ela, que somente assentiu.

Edward continuou seu trabalho lentamente. Depois de passar a pomada e fazer curativos nos seus machucados, Edward pegou uma roupa simples e a vestiu. Ela (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=28114923&.locale=pt-br) em nenhum momento ficou envergonhada, pois ela sabia, que ele não iria fazer nada com ela. E ela também não sabia, de onde tinha tirado tanta confiança de Edward. Talvez porque ele foi o único que não a machucou fisicamente ou talvez, por ser o único que estava ajudando-a.

— Vou pegar alguma coisa pra você comer. Espere um pouco. — ele sussurrou.

— Ei. — ela sussurrou também. — Tome cuidado para não acordar Mica e Josh.

Ele sorriu torto com o tom fraco e preocupado dela. Foi pé por pé até a cozinha. No caminho, viu que Josh e Mica dormiam tranquilamente e pesadamente, por isso, pegou uma maçã e fez uma torrada rápida para a morena. Pegou um copo de água, e levou tudo em uma bandeja para a mulher que estava naquele quarto.

Caminhou lenta e silenciosamente até o quarto. Abriu a porta e a fechou logo em seguida com o pé. Samantha abriu os olhos, e sorriu fraco em direção a Edward que estava caminhando em sua direção com a badeja. Depositou a bandeja ao lado dela, e se sentou no outro lado da cama, observando-a comer. Aproveitou para pegar os remédios que ele havia trazido e lhe estendeu.

— Tome. Vai aliviar a dor. — sussurrou. — A febre, e talvez seja bom para você dormir.  

— Obrigada. — ela falou baixo, pegando os comprimidos da mão de Edward.

Estou aguentando outro dia

Só para ver o que você jogará no meu caminho

Estou me segurando nas palavras que você diz

Você disse que eu ficarei bem.

Pegou o copo de água e tomou junto com os comprimidos. Logo em seguida começou a comer. Primeiro a torrada, depois a maçã. As vezes, bebericava a água, mas não muito.

Fazia tanto tempo que ela estava sozinha, apenas rodeada de pessoas que queriam coisas ruins pra ela, que nesse momento, ela permitiu acreditar que Edward realmente queria seu bem. Talvez era apenas um truque dele, mas agora, ela não se preocupava com isso. Queria apenas curtir, nem que fosse por pequenas horas, os cuidados que ele teve com ela.

“Ele foi tão verdadeiro...” Isabella pensou.

Então eu estou aguentando, estou aguentando, estou aguentando

Eu apenas estou me segurando em você.

E Edward fora mesmo. Mas ela não sabia disso. Pensava que era apenas ilusão da sua mente, e que daqui a pouco, Mica iria entrar gritando no quarto e ela iria acordar. Fazia tanto tempo que ela não conversava com ninguém, que dentro dela, cresceu uma vontade imensa de conversar com aquele homem que estava vendo-a comer com um sorriso tímido no rosto.

— Por que você esta fazendo  isso? — ela perguntou olhando diretamente para ele.

— Isso o que?

— Cuidando de mim. Fazendo os curativos. Me dando remédios. Me fazendo confiar em você. — ela falou e logo depois se deu conta que não deveria ter falado aquilo.

— Porque eu não consigo ver você mal. — ele respondeu olhando nos olhos dela.

— Você tem pena de mim. — ela disse.

— Não é pena. — ele suspirou. — É uma vontade louca de te ajudar... há dias estou com essa vontade, mas simplesmente agora fiz isso.

— Está arrependido? — ela perguntou deitando-se novamente.

— Não. — ele confessou e ela desviou o olhar.

Talvez ela pudesse mesmo confiar nele.