Waiting For The End escrita por missybw


Capítulo 3
Capítulo Dois - Sofrendo




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Capitulo dois – Sofrendo.

Edward era o mais quieto dentre Mica e Josh. Ele não gostava de seu trabalho. Sim, seu trabalho era esse. Obedecer as ordens de James seja lá qual for elas. Seja simples, ou louca como essa. Samantha não é a primeira pessoa que Edward e Josh seqüestram para James. Poderia ser a quinta, ou sexta, Edward não lembrava. Mas era forçado a fazer aquilo, por que ele também era ameaçado por James, e sabia o quão perigoso ele era.

James é um grande empresário da cidade e traficante de drogas. Mas o motivo de Samantha estar seqüestrada não era esse. Alias, havia vários motivos para Samantha ter sido seqüestrada, mas havia apenas um para Mica estar ali. O pai de Samantha havia matado o pai de Mica. E ela queria vingança!

Mica era uma pessoa normal, doce e meiga até a morte de Bill, seu pai. Depois que ele foi assassinada após sair bêbado de um bar, há dois anos atrás, Mica se transformou totalmente. Virou um monstro. Ou quase isso. Começou a ficar com todos que via na frente, ou que achava bonito. Ia para a cama com qualquer um. Ficava bêbada, se drogava. Roubava para comprar drogas, ou James lhe dava algumas de presente, mas nunca ficava satisfeita com a sua vida. Era uma menina triste. Um zumbi que queria vingança.

Já fazia uma semana desde que Samantha fora seqüestrada. Todos os dias, Mica subia no quarto e dava uma lição nela. Como se fosse a lição de casa, e cada dia tinha um exercício novo. Só que nesse exercício, Samantha apanhava, sofria. Josh, inclusive, chagava a bater nela apenas por diversão. Mas Mica batia em alguma forma de mandar sua tristeza pela morte de seu pai embora.

Edward as vezes subia ao quarto de Samantha, e encontrava no banheiro vários papeis higiênicos com sangue. Ele não chegara a tocar um dedo em Samantha. Para falar a verdade, Edward gostaria de ajudá-la, mas sabia que se a ajudasse iria sofrer as conseqüências mais tarde com James. Tinha receio de que Mica e Josh contasse para James e ele sofresse, ou algum parente seu sofresse por causa de seus atos.

— Leve a janta para ela, Edward. — Josh murmurou e Edward assentiu pegando a bandeja e indo em direção ao quarto onde Samantha estava.

Caminhou até o quarto e abriu a porta silenciosamente encontrando Samantha olhando para a parede. Seu olhar era vazio. Nas suas mãos, havia marcas roxas, e seu rosto estava inchado. No seu lábio, havia um pouco de sangue. Seus cabelos estavam presos em um coque totalmente bagunçados e seus braços estavam no seu colo. Ela não se virou para Edward no momento que ele entrou, mas logo ficou rígida. Ela estava com medo.

— Seu jantar está aqui. — Edward disse.

— Por que vocês ainda não me mataram? — Ela perguntou sem olhar para Edward, o pegando de surpresa.

— Nosso chefe quer você viva até ele chegar. — ele respondeu.

— Por que? — perguntou ainda sem olhá-lo.

— Não sei. — respondeu com sinceridade.

Ela levantou da cadeira, mas não olhou para ele. Edward viu que ela apertava fortemente suas mãos. “Ela está com medo de mim.” ele concluiu. Mas aquele pensamento fez com que ele ficasse com um aperto inesperado em seu peito. Ele não iria machucá-la. Ele não queria machucá-la nem causar nada de mal para ela.

Irônico.

O próprio homem que a seqüestrou não quer causar nenhum dano a ela. Como ele foi tão idiota de pensar nisso? Ele já está machucando ela, deixando ela presa aqui. Ele já está machucando ela, por deixar ela perto de Mica e Josh. Ele está machucando ela, por não ajudá-la. Como ele ainda podia pensar que não queria causar mal nenhum?

Chutou-se e xingou-se mentalmente.

Samantha sentou na cadeira, e pegou o garfo apenas brincando com a comida. Edward estava quase saindo quando ela pediu para ele esperar. Ela levou o garfo até a boca e engoliu lentamente com uma careta de dor, mas botou novamente o garfo no prato.

— Por que você foi o único que não me bateu ainda? — ela perguntou, dessa vez, olhando nos olhos de Edward.

Ele não sabia o que responder. Muito menos com aquelas orbes de chocolates encarando seus olhos tão profundamente. Nos olhos dela, ele podia ver dor, podia ver tristeza, podia ver sofrimento. Aquilo causou uma agonia nele, mas não sabia o que fazer. Ajudá-la? Como? Não havia opções. Se ele respondesse que não queria causar mal algum a ela — o que era verdade — ele iria ser considerado louco, pois ele estava machucando-a.

— Não sei. — confessou. — Não enxergo você com o mesmo olhar de Josh e Mica.

— Como você me enxerga?

— Indefesa. Meiga. Triste. — ele disse.

— E é  por isso que você não me bate? Por eu já estar triste? Por eu ser indefesa? Por eu ser meiga? — perguntou incrédula.

— Você nunca me olhou com desprezo. — ele falou. — Eu não tenho motivos para lhe bater.

— Mas tem motivos para me seqüestrar. — ela falou mais para ela, do que para ele.

— Sim.

Ela abaixou a cabeça, e voltou a comer sua comida sem falar mais nada. Ele decidiu então, deixá-la sozinha. Saiu do quarto e fechou a porta atrás de si. Isabella continuou comendo lentamente, se sentindo totalmente dolorida. Josh havia lhe dado dois chutes. Um no seu abdômen e outro em suas costas. Mica havia dado incontáveis tapas e socos por todo seu corpo. Seu braços e seu pescoço estavam todos arranhados, e o pior, é que ela não poderia fazer nada para impedir isso. Ela apenas estava sendo controlada pelo medo. Pela insegurança. Por Mica. Por Josh. Por Edward.

Ela era uma pessoa morta, psicologicamente. Só estava esperando pelo fim de sua vida fisicamente. Esperando pelo fim desse tormento, que ela sabia que não iria acontecer tão cedo. Ela sabia que iria sofrer mais, e não estava preparada para isso. Ela queria que a matassem logo, ao invés de fazê-la sofrer tanto, sem ela saber o motivo.

Isabella não estava agüentando mais.

Nem fisicamente. Nem emocionalmente. Seu corpo já estava dolorido demais. Ela andava mancando. Seu braços estavam totalmente roxos, e ela não conseguia levantá-los direito. Ela estava toda dolorida, e não havia ninguém para ajudá-la. Ninguém para ela conversar, ou pedir ajuda para acalmá-la. Ninguém para lhe dar um remédio para dormir, ou para passar a dor. Ela não tinha ninguém.

Deixou metade da comida no prato, e foi ao banheiro novamente. Lavou seu rosto, e secou ele demoradamente para não pressionar nenhum ponto dolorido. Levantou sua blusa e viu que em seu abdômen havia vários hematomas, assim como nas suas pernas.

Tudo doía.

Passou sua mão levemente por cima de seu abdômen numa tentativa de massagear e amenizar a dor. Prendeu seus cabelos, e fui caminhando em direção a cama. Se sentou com dificuldade, mas agradeceu aos  Céus assim que conseguiu fechar os olhos, e botar a cabeça para trás. Colocou o outro cobertor que estava dobrado encima da cama abaixo de seus pés, e levantou suas pernas apoiando-as ali. Se tapou com o outro cobertor, e logo fechou os olhos.

No andar debaixo, Edward estava sentando relaxadamente no sofá vendo um seriado qualquer. Ele ouvia os gemidos vindo do outro quarto, onde estava Mica e Josh e bufou. Passou os braços atrás da cabeça. Ficou olhando o seriado por alguns minutos até que acabou fechando os olhos e dormindo.

Um gemido de dor no meio da noite, fez com que Edward se acordasse do sofá. Passou no quarto onde Josh e Mica estavam, e viu eles dormindo tranquilamente embaixo dos lençóis, por isso, o gemido de dor só poderia ser dela. Não agüentando mais aquela agonia dentro de si, fui para o quarto onde ela estava e a encontrou sentada na ponta da cama, enrolada no cobertor.

— O que aconteceu? — ele perguntou sussurrando e fechando a porta.

— Vai querer me ajudar agora? — ela perguntou com a voz falhada e sussurrando.

Ele não falou nada, apenas caminhou em direção a ela parando na sua frente. Ela (http://www.polyvore.com/wfte_cap2/set?id=28084692) se mexeu e gemeu novamente de dor, e deitou no travesseiro lentamente. Edward viu que ela estava tremendo, por isso, passou a mão em sua testa e um choque percorreu tanto ela, quando Edward.

Ele ficou surpreso com aquilo. Como uma pessoa podia dar... choque em seu corpo? Ignorando aquela sensação, ele viu que Samantha suava, e batia os dentes. Ela estava queimando de febre, e não havia nada para ajudá-la. Nada que ele poderia fazer para aquela dor passar. Ele se sentia inútil. Impotente.

— Você está queimando de febre, Morena. — ele falou assustado.

— Eu sei. — ela sussurrou fechando os olhos.

Ele foi saindo lentamente do quarto, tentando fazer o mínimo barulho possível para não acordá-la. Fechou a porta silenciosamente, e desceu para a sala. Colocou um casaco vendo que havia esfriado. Pegou seu cobertor e seu travesseiro e colocou no sofá, deitando logo em seguida e tentando dormir novamente. Apenas tentando.


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Notas finais do capítulo

segundo capitulo aí meio doloroso... mas e aí, o que estão achando? comentários? recomendações? me desculpem a demora para postar, mas é que eu estava escrevendo ok? beijosss