Capítulo Dezenove – Prendendo.

—  Você vai mesmo fazer isso, Edward? — Isabella perguntou passando as mãos por seus cabelos.

— Tenho que fazer, Morena. Se não, nunca ficaremos em paz. — Edward respondeu.

— Mas é arriscado demais...

— Mas é o necessário. — disse ele.

Ela suspirou pesadamente, sabendo que era arriscado o que Edward planejava fazer. Tudo bem que era o certo a fazer, mas também, era o mais perigoso. Ela temia perdê-lo, mas rezava e torcia para que tudo desse certo. Já ele, estava mais tranqüilo do que ela. Ele já havia planejado o que falar, só duvidava se Mica iria ou não cair no jogo que ele estava pensando.

Ele passou dias fazendo esse plano e planejando passo por passo. Tudo deveria sair exatamente como ele estava planejando, se não, qualquer erro era o bastante para que o plano todo falhasse. Edward amarrou seus nikes e arrumou sua roupa, passando a mão em seus cabelos logo em seguida. Ele e Bella estavam no quarto dele. Ela estava sentada na sua cama, enquanto ele se arrumava. Colocou seu relógio e se inclinou para dar um selinho demorado em Bella. Depois, caminharam até a sala lado a lado, onde encontraram Alice sentada distraidamente no sofá.

— Por favor, me mande mensagens, ou algo que diga como você está. — Bella pediu.

— Vou tentar. — ele disse pegando as chaves do carro.

Ela o abraçou, enlaçando a cintura dele e deixando sua cabeça apoiada no tórax de Edward. Já ele, passou suas mãos ao redor da nuca dela e deu um beijo em sua testa, em um sinal que ele queria demonstrar que tudo ficaria bem. Ela levantou seu rosto e eles se beijaram calmamente.

— Boa sorte! — ela sussurrou.

— Obrigado. Não se esqueça que eu te amo. — ele disse sorrindo torto.

— Se você não esquecer que eu também te amo... 

— Boa sorte, maninho! Espero que dê tudo certo. — Alice falou.

— Obrigado maninha. — ele disse se distanciando de Bella e saindo pela porta logo em seguida.

Isabella se sentou no sofá ao lado de Alice, suspirando pesadamente. Seria muito difícil pra ela tentar se distrair, sabendo que Edward iria estar cara a cara com Mica.

Edward dirigia rapidamente pelas ruas da cidade, indo para o lugar que havia marcado com Mica. Apertou forte o volante quando viu que estava perto do galpão. Ele não estava com nenhuma arma de fogo e com facas, estava apenas com seu planejamento em mente. Ele iria manipulá-la. O plano era difícil, mas não impossível.

Estacionou o carro a alguns metros do galpão e encontrou o local silencioso, a não ser pelo vento forte que fazia com que os galhos balançassem. Colocou suas mãos dentro do bolso e caminhou até estar dentro do galpão. Se sentou em uma das cadeiras de madeira velha que havia ali, e viu que estava sozinho. Mica ainda não havia chegado. Respirou fundo e se deixou relaxar, não se importando com sua postura na cadeira.

Ouviu os passos de salto, mas não se mexeu na cadeira. Cada vez mais, os passos ficavam mais próximos e ele logo sentiu seus olhos serem cobertos por duas mãos finas e gélidas.

— Adivinha quem é. — a voz de Mica adentrou os ouvidos de Edward.

— Oh... será Alice? — ele se fez de idiota e Mica (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=29673398&.locale=pt-br) gargalhou tirando as mãos dos olhos de Edward, e indo para a frente dele.

— Muito engraçado, senhor Cullen. — ela disse ironicamente e colocando suas mãos em sua cintura. — Como está Isabella?

— Está bem. — ele respondeu. Se levantando e empurrou a cadeira um pouco.

— Vamos direto ao assunto, Edward...

— Certo. — ele disse, tirando suas mãos de dentro do bolso. — Eu me recuso a lhe ajudar com a sua vingança tola!

— Você não pode!

— Claro que posso, como vou. Você não manda em nenhuma parte da minha vida. Eu não tenho que lhe obedecer. Não sou seu empregado. Eu tenho minhas próprias decisões e minhas próprias opiniões sobre alguns assuntos. Você não pode me proibir de alguma coisa. Você simplesmente.. é um nada em minha vida, Mica.

— Então, tudo que nós passamos em todos esses anos foi um nada pra você?

— Não disse isso... pode ter sido até momentos bons... momentos de prazer. Mas você  é um nada pra mim. Está simplesmente... me atrapalhando.

— Então a minha busca por vingando está te atrapalhando? — ela perguntou.

— Sim!

Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, Mica avançou passos suficientes para que ficasse cara a cara com ele e lhe desse um tapa no rosto. Ele logo se recuperou e prendeu os pulsos dela. Mas ela foi rápida o bastante para dar uma joelhada em seu abdômen, fazendo com que o aperto nas mãos dele fraquejassem, a deixando livre. Ela sorriu ironicamente para ele, mas nesse tempo, Edward se recuperou parcialmente e avançou para cima dela, a derrubando no chão. Era covardia bater em mulher, mas ele apenas prendeu as mãos de Mica em um chave. Apertou o botão de seu celular, que estava no bolso de sua jeans e começou a murmurar:

— Você é completamente louca, Mica! Sua vingança nunca deu em nada e nunca dará. Todos esses anos que você vem procurando vingança, só está atrasando sua vida. Você poderia estar com filhos, namorados ou sei lá o que, ao invés de estar com essa merda de vingança na cabeça. Eu sei que deve ter sido terrível perder seu pai, mas a filha do assassino não teve nenhuma culpa sobre isso. O culpado foi apenas o cara que morreu. Você não vale nada, Mica. Você acha que sue pai está orgulhoso de você? Você acha que ele queria que você buscasse vingança depois que ele tivesse morrido? Não entra na sua cabeça que Samantha não teve nada a ver com o assassinato de Bill?

— Você não entende... — ela falou entre dentes. — Meu pai era tudo pra mim e do nada, chega um maldito bêbado que o mata. Você não sabe todo o sofrimento que eu passei.

— Mas você não tem e não tinha, nenhum direito de querer vingança e me usar para isso.

— Eu não estava te usando.. só queria uma ajuda. — ela suspirou. — Mas você só está falando isso porque agora está pagando de namoradinho perfeito. Qual é, Edward? Nós dois sabemos que você nunca foi de uma mulher só. Bella não deve ser tão perfeita assim para te mudar. Você continua o mesmo cafajeste. Alias, quem foi uma vez cafajeste, sempre é. — e gargalhou, ele apertou mais seus braços. — E você defende tanto essa Samantha que parece ser alguém que a conhece para dizer isso, não?

— Não vamos desviar o assunto, Mica...

— Por que, Edward? É tão ruim assim? Você conhece Samantha, não conhece?

— Mica... — Edward disse. — Você não sabe de nada..

— Então conte-me. — ela disse.

— Você quer que eu conte? — ele falou. — Mica, eu sei que você está fingindo tudo isso. Sei que você sempre quis que eu seqüestrasse Isabella. Sei que você nos deu os dados errados para seqüestrar a pessoa errada. Nesses cinco meses, eu fiz muitas coisas. Uma delas foi trabalhar, e a outra, investigar sobre Samantha. Descobri que ela é filha sim de Marcus, mas, descobri também, que Isabella já estudou na mesma escola que você, e que vocês se odiavam. Alias, você odiava ela. — ele disse e ela ficou estática. — Sei que você gostava de Mike, aquele que Bella namorava, lembra? — ele perguntou sarcástico. — Foi o único homem que você amou e que até hoje não foi seu. Eu sei mais coisas sobre o seu passado, do que você imagina, Mica. E devo dizer... você merecia Oscar por melhor atriz.

Ele concluiu e ela fraquejou. Tudo o que Edward havia falado era verdade. Mas ela não fazia idéia de como ele havia descoberto tudo. Ela tinha planejado tão bem... sem ter deixado nenhuma pista. Foi tirada de seus devaneios quando um barulho de sirene invadiu o local. Era de uma viatura e de uma ambulância. Em pouco tempo, o galpão já havia sido invadido pela policia. Mica tentou resistir, mas nada adiantou. Ela estava presa.

— Aproveite lá, Mica. — Edward falou, depois de conversar com o delegado.

— Morra. — ela disse, enquanto era empurrada algemada par adentro da viatura.

Edward sorriu, sentindo o alivio dominar seu corpo aos poucos. Logo, o médio que estava dentro da ambulância saiu, caminhando em sua direção.

— Obrigado senhor Cullen... Iremos estudar o caso da paciente.. provavelmente, pelo o que eu pude avaliar agora, ela vai ficar um bom tempo internada. — O médico que estava com um crachá escrito ‘Dr. Manson’ disse.

— De nada, doutor! Bom... vou indo agora. — Edward disse apertando a mão firmemente, do doutor. — Obrigado por vir.

Edward deu mais um olhar significativo para o médico e caminhou em direção ao seu carro com um sorriso no rosto. Ligou o carro e dirigiu rapidamente pelas ruas da cidade, chegando em casa alguns minutos depois. Estacionou o carro na garagem e foi em passos largos para entrar dentro de casa. Abriu a porta, encontrando Alice e Bella conversando no sofá da sala, em seguida, os olhares viraram para ele e as duas se levantaram rapidamente do sofá.

— E aí? — Bella perguntou se aproximando. Edward fechou a porta e se aproximou de Bella.

— Adeus Mica! — ele disse apenas e Bella sorriu abertamente, correndo para abraçá-lo, enquanto Alice batia palmas e saltitava alegremente.

— Meu Deus... — Bella disse saindo dos braços dele. — O que aconteceu lá?

Então, ele começou a contar a elas tudo o que havia acontecido no galpão. Desde a chegada dele no galpão, até a saída da ambulância. Contou o que o médico e o delegado haviam falado. Alice e Isabella ouviam atentamente tudo o que Edward falava, não o interrompendo nenhuma vez. Depois de concluir, ele e Bella foram para o seu quarto. Antes deles entrarem no quarto, ouviram Alice dizendo que iria sair com Jasper mais tarde. Depois daquele dia na boate, os dois estavam namorando firmemente.

— Ah... finalmente. — Edward disse, caindo de costas na cama, enquanto Bella fechava a porta do quarto e dava um riso leve.

— Finalmente, em paz.

— Sim... — ele falou tirando seu casaco, e jogando pra qualquer lugar do quarto.

Ela sorriu e fez sinal para ele se levantar. Ele se sentou na cama, enquanto ela sentava atrás dele. Ela começou a levantar a camiseta dele, e ele levantou os braços para ajudá-la no trabalho. Bella começou a fazer uma massagem em seus ombros e por suas costas, para fazê-lo relaxar, e parecia estar dando resultado. Quando Edward fechou os olhos, ela se inclinou e beijou sua nuca, passando para seu ombro, e deu um beijo estalado em sua bochecha. Ele se virou e a pegou pela cintura, colando os corpos e a beijando furiosamente. As mãos dele foram para a blusa dela, tirando-a, e em seguida, suas mãos começaram a passear pelo corpo bem definido de Isabella.

— Linda.

— Lindo.

— Te amo. — ele falou levantando seu rosto para colar seus lábios nos dela.

— Anjo meu. — ela disse, pressionando seus lábios contra ele.

E então... a paz reinava sobre o casal.