Meu diário meu grande segredo.
Onde quer que eu fosse, ele sempre ia comigo. 
Lugar onde eu revelava meus segredos sabendo que estariam a salvo e não teria ninguém para me criticar sobre o que eu deveria fazer ou não.

A história de o Tom ter me beijado e o Bill não ter ficado sabendo, estava me consumindo, me corroendo, me matando.

Estava me sentindo um monstro escondendo isso dele.

Peguei imediatamente o celular e liguei para o Bill.

- Alô. Oi Anna!

- Oi Bill. Desculpa eu te ligar tarde já, mas preciso muito falar contigo. É urgente. Pode vir aqui?

- Claro. Aconteceu algo? 

- Sim, mas vem logo, Te conto quando chegar aqui.

- To indo o mais rápido possível. Beijo.

- Beijo.

Desliguei o celular e fiquei a espera dela. Já era 1:00 da madrugada, mas sei que poderia contar com ele e não aguentava mais esperar.

Um tempinho depois a campainha soou. Deveria ser o Bill. 
Abri a porta e era ele mesmo.

- O que foi Anna? - disse ele me abraçando.

- Senta aqui, preciso te contar umas coisas. - o fiz sentar no sofá e sentei também.

- Fala logo!!!

- O Tom me beijou. - desembuchei.

- Hã? Tá brincando?

- Não Bill, ele me beijou mesmo.

- Como? Onde?

- Foi no último jantar na casa de vocês. Enquanto tu tava na cozinha, eu fui para a varanda, o Tom foi lá também e começou a me dizer que não queria me ver contigo, que nós juntos ele não quer...
Aí eu falei que ele não tem motivos para ter tanta implicância comigo. Ah Bill, toda vez que nos vimos a gente discuti, mas longe de ti porque não queria ser alguém que fizesse vocês brigarem ou algo assim, mas continuando...
Aí pedi ao Tom um motivo realmente bom para que eu e você não fiquemos juntos, então ele disse: ''Porque quem deveria estar contigo sou eu e não ele.''  E ele me beijou.  Mas eu dei um tapa na cara dele e saí.

- Não acredito que o Tom fez isso. - Bill falou e colocou a cabeça entre as mãos.

- Eu não aguentava mais  e precisava te contar.

- Isso realmente me abalou, mas admirei teu ato. A sinceridade de ter me contado. Ao contrário do Tom que nem me disse nada.

Depois de um tempo o Bill foi embora. Bem chateado.

Juliana off

Tom on

Bill saiu  na madruga... Onde será que ele foi? Não me disse nada... Bom vou esperar.

Pouco mais  de uma hora ele voltou.

- E ai Bill. Tava onde? - perguntei.

- Tom tu tá diferente. Anda muito pensativo. O que aconteceu? -perguntou Bill.

Nas horas em que eu preferia deixar meus pensamentos e sentimentos só pra mim era difícil ter um irmão gêmeo.

- Nada não Bill. Porque? -respondi e ao mesmo tempo perguntei.

- Não mente!!! Tu tá mentindo garoto!

Bill me olhava e eu percebi que não adiantava mais esconder.

- Bill, eu.... eu... - isso era tenso.

- Anda Tom. Eu já sei mas quero ouvir da tua boca.

- Eu beijei a Anna. Pronto falei. - lá vem briga.

- Saí agora de madrugada porque ela me pediu que fosse na casa dela. Então ela me contou tudo.

Eu não conseguia falar, apenas fitava o Bill.

- Para de só me  olhar Tom! Porque você beijou ela?

- Bill, eu, AMO a Anna. - dei ênfase ao amo.

- Por quê você não falou nada comigo?

- Eu estava sem coragem. - respondi.

- Por isso que senti coisas estranhas. Eram os SEUS sentimentos pela Anna.

- É.  Caralho Bill, foi duro demais esconder isso. Eu te vi feliz depois de muito tempo mas depois eu quis a Anna pra mim...

- Olha Tom, você foi incrívelmente falso nisso tudo. Deveria ter me contado os sentimentos por ela desde o iníci, eu iria procurar te entende rao máximo. Se eu disse que estou chateado, magoado e até um pouco bravo com você agora, estarei mentindo, mas você é meu gêmeo e eu te amo. Agora sai da minha frente.

O Bill tem toda razão. Fui um cretino.

E a essa altura a Anna deve me odiar. Só fui grosso, chato e implicante com ela.

Mal sabe ela que eu a amo....

Fui para o meu quarto, coloquei para escutar um cd do Sammy Deluxe e fiquei deitado na cama. Me assustei quando o Bill abriu a porta de repente.

- Tom, só acho que se tu gosta mesmo da Anna vai conversar com ela. E olha que tua imagem com ela não ta boa viu...

Ele só disse isso e saiu.

Acho que devo procurar mesmo ela.

O que eu fui fazer? 
Deixei meu irmão  magoado, bravo e chateado; e a garota que eu amo com uma péssima imagem de mim. Enfim, ela está me odiando.