Juliana on

7 meses se passaram desde que cheguei aqui na Alemanha. Meu trabalho apesar de puxado é maravilhoso a faculdade também. Os professores são bem rígidos.

Bill e eu nos víamos sempre que possível afinal ele passava muito tempo viajando. E não, não nos assumimos como namorados. Nem sei se estamos mais para amigos ou mais para namorados. Confesso que era estranho, Laura, Georg e Gustav ficavam nos perguntando quando iríamos assumir ou pelo menos dar um parecer da situação.

Enquanto ao Tom... ele fazia as coisas serem um inferno.
 Deus, porquê  esse garoto tem tanta implicância comigo? Eu realmente não entendo. Sério.

Telefone tocando.

- Alô? - atendi o telefone.

- Anna! É o Bill, quer vir jantar aqui na minha casa hoje? Aproveitar que estamos em casa e é fim de semana. Você está livre pra mim.

- Ah, quero sim. Que horas?

- As 20:00. Eu te busco aí. Até mais!

- Até. Beijos!

Desliguei o telefone e continuei fazendo normalmente minhas coisas.
Apenas mais um jantar com eles. 
Liguei para Laura perguntando se ela iria. E sim ela iria.


Tomei meu banho, me arrumei e mais uma vez, esperei o Bill chegar. Ele chegou e partimos para sua casa. Chegando lá, me espantei até. Tom me cumprimentou com um aperto de mão e um oi.

- Anna, vou preparar as coisas da janta. Eu que cozinho hoje.

- Tá bom. - falei, me levantei e fui para a varanda.

Nisso apareceu o Tom.

- Preciso falar com você. - ele falou.

- Fale. - respondi com indiferença.

- Não vou deixar que você fiquei no meio entre Bill e eu. 

- Se liga garoto. Como se eu quisesse. Teu irmão sabe muito bem que não gosto de me meter no meio de vocês. Já falei pra ele.

- Não me interessa o que tu falou ou não. Vocês juntos eu  não vou deixar.

- Pago pra ver. Ai de ti se fazer alguma coisa pra acabar com o meu talvez futuro namoro com o Bill ou até mesmo minha amizade com ele.

- Como se eu estivesse morrendo de medo. Volta pro teu país e deixa meu irmão em paz.

- Sinceramente não te entendo. Não te dou motivos para não gostar de mim Tom.  Nunca fiz nada contra você.

Todas as vezes que nos viamos era assim. Sempre havia discussão. Claro, que longe do Bill. 

- Me dá um motivo realmente convincente para eu não namorar com teu irmão. Ele já me pediu em namoro e falta muito pouco para eu aceitar.  Não que o que tu fale irá me fazer desistir dele.

- Porque quem deveria estar contigo sou eu e não ele.

 (Nesse momento Tom me beijou e lhe dei um tapa na cara)

- Garoto idiota. Porque você fez isso?

- Ué, você pediu um motivo convincente e eu lhe dei.

Ele não deveria ter feito isso, mas no fundo, no fundo eu me amoleci. 

- Você gostou que eu sei. Dá pra notar no seu olhar.

- Não fala besteira seu idiota. - voltei para a sala.

Fiquei um pouco atordoada com o acontecido e fui ao banheiro. Peguei o celular e mandei um SMS para o Tom.

''Não vou embora agora por consideração ao pessoal. Iria ser muito estranho eu sair daqui de repente. Anna.''

Uns dois minutos depois ele me retornou a mensagem. Dessa vez eu já estava na sala, li a mensagem e fiquei quieta.

''Consideração ao pessoal... sei. Vai ficar por minha causa''.


O jantar seguiu normalmente, já estava ficando tarde e então dedici ir embora. Bill queria me levar até em casa, mas Georg e Laura se ofereceram para me darem carona e eu aceitei.


Quando entrei em casa, peguei meu diário, revirei páginas passadas e cai em desespero. Eu precisava contar pro Bill o que aconteceu com o Tom na sacada ou iria correr o grande risco de perder sua amizade. E isso eu não queria de jeito algum. Mas de que jeito eu iria contar?


Essa semana peço para ele vir aqui, e vou contar tudo. Isso corrói a pessoa por dentro.  É  horrível.