Confissões de A escrita por Loki-doki


Capítulo 6
C5 -Vale tudo no amor, na guerra e na sorveteria!




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            Comentários de abertura: O amor – não comece com aquele pensamento de “lá vem aquele papo meloso de amor e paixão e poesia e bla bla bla...” porque eu não pretendo perder meu tempo falando idiotices apaixonadas, ate porque eu rasguei as paginas melosamente idiotas que eu tinha escrito antes dessas e queimei depois que cheguei em casa, agora leia e aproveite! − é engraçado, sabe, ele costuma pegar o seu coração e esmigalhar, depois pisar, pisotear, picar, picotar, e por fim esmagar por completo ele, mas a parte engraçada disso, é que só depois que você foi praticamente atropelado pelo ônibus especial da missão Discovery ele te da exatamente aquilo você realmente precisa, o problema disso é que o que você precisa vem com uma equivalente da segunda guerra mundial pra você lutar e vencer, só então você vai realmente poder se considerar com sorte no amor, caso contrario, você vai fazer parte de um desses casaizinhos clichês toscos que todo mundo encontra por toda parte, como os meus vizinhos, no estereótipo clássico do “casal-mais-que-perfeito”, onde na frente dos vizinhos eles andam agarradinhos e sequer brigam, concordando sempre um com o outro e parecem nunca ter problemas, com aqueles sorrisos de pedra e beijos falsos, eles são uma gracinha de se ver, só esqueceram-se de avisar a todo mundo que “família de comercial de manteiga” não existe e que eles dois se amam tanto que eu consigo ouvir todas as noites os pratos e talheres que eles jogam e quebram, mas uma coisa eu sempre me perguntei sobre eles, será que eles compram louça nova toda semana? Porque pra quantidade de pratos que eles quebram, que é algo em torno de uns vinte por discussão, considerando cinco ou sete discussões na semana joga em media algo em torno de provavelmente uns cem a cento e quarenta pratos! – nossa, estou começando a acreditar mais nas minhas capacidades matemáticas depois dessa conta! Serio, mesmo! – é prato demais pra se ter em casa! De qualquer maneira é melhor eu começar a escrever o capitulo antes que isso fique longo demais – embora eu ache que já tenha ficado!

            Eu sempre odiei o Alan e ele sempre me odiou. Ele sempre me zoou e eu sempre zoei ele, sempre nos zuamos, sempre nos odiamos, sempre nos desgostamos, e como é de se esperar, isso sempre acabou numa daquelas brigas loucas que só a Lah sabia como resolver acalmando os dois lados pra fazer a gente se suportar por uma hora ou duas enquanto íamos ao cinema com ela. Mas nas ultimas três semanas, Alan e eu nos tornamos amigos – se o fato de eu me aproveitar dele para ir a sorveteria nas ultimas três semanas pode-se considerar uma definição pra amizade, então ficamos BASTANTE amigos mesmo! – ao mesmo tempo em que eu e meu melhor amigo nos afastamos. É, fazem três semanas desde a minha festa de quinze anos aonde confessei meu amor por ele, e desde então, ele me repeliu de todas as maneiras, conseguiu ser arrastado pela turma da outra rua pra pelada durante varias ocasiões, parou de responder os meus telefonemas e, pra fechar com chave de ouro, nunca esta em casa quando vou atrás dele. Me sinto chateada porque achei que tinha sido rejeitada, mas aproveitei que o Alan andou me convidando para tomar sorvete ultimamente e tenho afogado minhas magoas num bom banana-split, mas é nesse dia que estou prestes a descrever que posso dizer que me inspirei para nomear esse capitulo da minha vida, porque vale tudo no amor, vale tudo na guerra, e vale tudo na sorveteria também!

            São três e vinte da tarde, e está quente, quente de verdade, deve ser o dia mais quente da história da terra, parece que esta fazendo uns cinquenta graus lá fora na sombra, eu estou jogada no tapete da sala e o ventilador esta apontado pra mim, mas mesmo assim, parece que eu estou assando lentamente, não aguento mais e eu estava prestes a ir buscar gelo pra colocar debaixo da camisa pra tentar me esfriar um pouco, antes que eu venha a fritar quando o Alan apareceu, por um segundo senti vontade de me ajoelhar na calçada e cantar aleluia dando graças ao Senhor por ele ter aparecido, mas me toquei que era uma péssima idéia por dois motivos: primeiro, a calçada estava quente e eu ia queimar os joelhos, as canelas e os dedos dos pés, segundo, porque se o Alan me vir fazendo isso, ele vai rir e me zoar, e eu vou zoar ele de volta, e ele vai reclamar, e ai eu vou reclamar e xingar ele, e ele vai me xingar, daí vamos começar uma guerra de  xingamentos e vamos acabar brigados, e a ultima coisa que eu preciso no momento é brigar com o cara que pode me pagar um banana-split pra refrescar o meu dia. De qualquer maneira peguei minha bicicleta e fomos a sorveteria, provavelmente foi ao mesmo tempo a melhor e a pior decisão que já tomei naquele dia, pois a surpresa que me aguardava quase me matou do coração. No começo eu não percebi, mas a partir do momento em que entrei na sorveteria, eu comecei a sentir o incômodo de alguma coisa, como se algo estivesse fora do lugar e pior ainda, no lugar errado também, mas ignorei a sensação, afinal não é todo dia que se tem a chance de tomar uma casquinha dupla de menta com chocolate, mas foi quando eu vi, por um segundo eu gelei, lá estava, sentado numa outra mesa, Max e... Quem era? Uma garota? E eles estavam dividindo um Milk-Shake?! Foi o ponto chave quando ela ajeitou o cabelo balançando ele, de um jeito que só uma menina, uma unica no mundo inteiro, pelo que eu conheça faz, cerrei os dentes, o Alan sentado do meu lado estava olhando minha reação e ouviu abrindo um largo sorriso quando que eu sussurrei o nome dela entre dentes.

− Franciny França!

            Dentre todas as pessoas do universo, ela era simplesmente a mais insuportável, não quer isso venha ao caso, mas algumas pessoas costumam dizer que nem o diabo seria capaz de lidar com todos os mimos e caprichos dela, mas ali estavam ela e Max dividindo um Milk-Shake! Ate aí iria tudo bem, mas foi quando eles se beijaram é que foi a gota d’água, me levantei e dei três passos, e com meia casquinha de sorvete eu gritei.

− GUERRA DE SORVETE! – e atirei minha casquinha em alguém, jogando-me no chão em seguida.

            Não demorou praticamente nada pra que houvesse sorvete de todos os sabores voando para todos os lados, e demorou menos ainda para que Alan se jogasse no chão ao meu lado e alguns metros a direita, Max e Franciny me encarando – tenho que confessar que ver a carranca daquela garota realmente fez meu dia – mas para completar, fiz a única coisa que consegui pensar para chocar ainda mais Max, e agarrando de mal jeito pela gola da camiseta, puxei Alan e dei nele um beijo que provavelmente nenhum de nos dois conseguiria esquecer pro um bom tempo.

            Infelicidade de uns e alegria de outros, podemos dizer que o único realmente feliz naquele dia era dono da sorveteria, pois como todo mundo tinha “jogado fora os sorvetes”, tiveram que comprar outros, da minha parte, estava arrasada, Max não só me rejeitou como também me trocou por aquela coisa, e nem sequer teve a coragem pra falar na minha cara que não gostava de mim, quanto ao Alan, bem, só Deus sabe o que vem agora, se vai ser o ódio habitual ou o que estiver por vir.


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