Confissões de A escrita por Loki-doki


Capítulo 5
C4 - Os quinze anos da minha vida!




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            Eu sei, eu sei, não precisa dizer mais nada, eu ainda não tenho quinze anos pra poder usar essa frase, mas fique esperto, porque com meu aniversario chegando esses VÃO ser os quinze anos da minha vida, mas antes de qualquer coisa acho que vou te dar algumas credenciais extras pra essa festa, assim você não fica perdido sem saber pra onde correr. Começando por uma liberação de informação, para os que ainda não “sacaram” eu não sou o filho briguento do seu vizinho, por favor, não me compare com ele, isso seria um crime de verdade, então resta revelar minha identidade secreta, eu sou na verdade “ela”! Então, gostou de saber disso? Pois é, eu não sou um cara, sou uma garota, posso não ser uma “super-modelo-magricela-e-com-trilhões-de-plásticas-que-me-fazem-uma-garota-de-16-anos-aos-50” mas não sou aquela que da medo de se aproximar.

            Estou contando isso porque eu desisto de tentar manter certo anonimato, ninguém sabe como foi chato consultar o dicionário trilhões de vezes em busca de um jeito de não me fazer parecer nem um homem nem uma mulher, convenhamos, acho que peguei naquele livro por tempo suficiente pra uma vida inteira. Continuando, resolvi contar essas informações porque cá entre nós, acho que estamos ficando mais íntimos não? Ou por acaso você me aturou por todas as paginas anteriores por falta de algo melhor pra fazer? Então, apesar de confiar mais em você continuo preferindo não revelar meu nome, me chame apenas de A., mas para os pais que estão lendo isso, pelo amor de Jesus Cristo, pensem centenas de milhares de vezes antes de escolher um nome pra seus filhos e especialmente, não coloque nomes compridos, por exemplo, na minha turma tem um garoto que se chama Gregorio Cavalcante Oliveira Cabral dos Santos Rocha, e o menino vive reclamando do tamanho do nome, é tão grande que ele teve que abreviar na carteira de identidade! Agora sobre os nomes, evitem aqueles nomes ridículos do qual a gente morre de rir, tipo misturando dois nomes, se for chamar a filha de Andressa, chame de Andressa, se for chamar de Vanessa, que seja Vanessa, e se for Andreia, simplesmente deixe como Andreia, nada de misturar pra acabar com um Vanendressa ou um Vandreia, a criança vai no mínimo querer morrer quando fizer 14 anos e lhe perguntarem “qual seu nome?” imagine então quando o professor fizer a chamada: “Vanendressa?” “Presente” sinto medo só de pensar na situação, eu detesto meu nome, por exemplo, não sei porque diabos minha mãe me deu esse nome quando eu nasci, parece mais que ela teve uma crise de alergia ou de diarréia quando foi me registrar e o resultado das palavras ininteligíveis dela foram meu nome, bom, mas agora vou voltar ao assunto principal do capitulo, acho que dei meu recado por hora, então aqui esta o convite, não esqueça de vir a caráter pra minha festa de quinze anos, mas não escolha uma roupa que te impeça de dançar algo que não seja valsa, porque eu não vou deixar de escolher uma musica bem divertida pra dançar!

            É de manha, Max e eu estamos na frente da casa da Lah, estou olhando do relógio do pulso do Max enquanto esperamos que nossa rotina diária recomeçasse.

− Três... Dois... Um... – contei regressivamente sabendo o que aconteceria.

− AAAAAAAAAAAAAAAAA! – o grito agudo e estridente veio da janela do quarto da Lah, como todos os dias, ela estava atrasada, e ela fazia toda questão de anunciar ao mundo gritando – EU VOU ME ATRASAR!

            Não se passaram dez segundos o grito e ela saiu correndo de casa, engolindo uma torrada com manteiga enquanto penteava o cabelo ao mesmo tempo que saltitando ela tentava colocar o sapato esquerdo com a perna direita cujo pé já estava dentro do sapato, isso enquanto sua mochila estava aberta já em suas costas, confusão básica de todas as manhas, não sei sinceramente o que seria  dos nossos dias se não pudéssemos rir um pouco enquanto ajudávamos a Lah a se recompor

            Escola: de matar de tédio, ficamos os três primeiros horários sem absolutamente NADA pra fazer, o professor de geografia havia faltado e a professora de matemática estava atrasada, então ate ela chegar, estávamos presos na escola, mas sem nada pra fazer alem de sentar nas carteiras e jogar papo pro ar, fico me lembrando dos desgraçados do governo que nos elegemos todos os anos, esses infelizes não resolvem os problemas que prometem solucionar, da ate vontade de enfiar uma barra de sabão na boca de todos eles por mentirem tanto... de qualquer forma, outra coisa que me lembro bem é da nossa antiga professora de física, que tragédia, ela chegava na sala e simplesmente ia ler uma revistinha de moda, suas clássicas palavras eram “os exercícios são da pagina tal, façam, a prova vai ser tal dia” e depois disso, estávamos a própria sorte.         Mas aquele foi um dia realmente memorável por um detalhe: Alan veio a minha classe em busca de sua irmã. E a surpresa maior foi por quem era a irmã, foi por volta do final do segundo horário, primeiro um barulho no corredor, alguém estava correndo, por um segundo pensei “tomara que a diretora ou alguma das coordenadoras não veja, senão o coitado seja quem for vai estar encrencado”, mas foi ai que veio a surpresa de todo mundo – e que surpresa Deus! – A porta da nossa sala bateu subitamente, teve gente dando pulinho de medo, eu virei o rosto rapidamente e era ele: Alan, eu sabia que ele era de outra serie e de uma turma mais avançada, mas porque diabos ele estava ali na minha sala, daí ele abriu a boca e proferiu algumas palavras que deixaram metade da turma – os meninos da sala – com o queixo no chão, e fez com que as meninas quase gritassem.

− Maninha! Mamãe confundiu de novo – e ele foi ate a mesa dela e entregou um caderno. Meu pai do céu! Quando ele saiu as meninas se amontoaram na carteira da Lah, parecia com cinco anos antes, quando ela era a novata que havia acabado de se mudar, as meninas sempre acharam o Alan, nas imortais palavras da freira que nos dava aulas de ensino religioso, “um verdadeiro pedaço do mal caminho” e em mais de um sentido, pelo que ela deixava a entender, foi uma surpresa obviamente, o fato dele ser o irmão dela. Eu descobri, ouvindo as centenas de perguntas e as poucas respostas, que ele era irmão adotivo dela, depois disso, perdi qualquer interesse nisso, não era algo que merecia alarde – ta, eu falei mal, mas me habituei a essa droga de dicionário! – afinal, irmão é irmão, mesmo adotado, a gente não escolhe quem vai ser o nosso.

            Pulando o resto do dia – tenho certeza que estão todos ansiosos pra saber o quanto a minha cabeleireira e manicure são fofoqueiras e o quanto elas conhecem, pra saberem que eu almocei arroz, feijão, salada e fígado, e pra saberem que eu finalmente peguei na costureira o meu vestido amarelo canário pra festa de quinze anos – finalmente chegamos ao salão aonde minha festa de 15 anos vai acontecer, sim, apesar de não podermos pagar um lugar assim, minha mãe cobrou um favor a uma amiga dela que é dona do lugar e ela conseguiu por uma noite para minha festa especial.

            Mas de todos os problemas que poderiam acontecer, o pior era aquele que já estava acontecendo, minha mãe estava ficando neurótica supervisionando a festa que não precisava de mais supervisão do que da amiga dela organizadora de eventos. Então eu fiz o que eu tinha que fazer...

− Mãe, calma, vai desfazer o seu penteado!

− Mas os garçons eles...

− Tenho mais que certeza que a Juliana pode cuidar de tudo não? – inquiri a ela.

− Mas... Mas...

− Sem mais mãe, é a minha noite especial e eu quero que você se divirta nela, então esquece o lado organizador pelo menos por uma hora e vamos, escolha um par entre os pais dos meus amigos e dance.

            Meu maior acerto, papai andava meio ausente, sempre exausto, e ainda por cima não estaria na festa porque estava muito cansado, então mandar mamãe ir dançar foi um acerto. E para completar, meu pior pesadelo começou, por sorte, meu salvador estava lá. Valsei com Max por quase uma hora, mas foi uma única hora que fez com que eu me sentisse nas nuvens. E pela primeira vez eu senti algo diferente olhando pro sorriso dele enquanto ele guiava a valsa, era doce, mas sutil, e o modo como ele me segurava, nem muito forte, para não me machucar, e nem fraco demais, para que não nos soltássemos indevidamente durante a dança, mas era no fundo dos seus olhos que eu via, a melhor de todas as coisas, toda a doçura, toda a paciência dele para comigo, ele continuava a sorrir, e não perdia o ritmo, mesmo nas diversas ocasiões em que pisei nos seus pés, mas mesmo assim, eu senti, meu rosto aquecer e pude quase ver o rubor da minha face refletida nos olhos dele, olhos aqueles que durante uma única valsa – que por sinal eu nem sequer gosto de dançar – conseguiram me prender completamente e enlaçar algo muito maior que só o meu pensamento.

            Tivemos uma seleção bem bacana na festa, escolhida a meu gosto, Beyonce, Shakira, Bullet for my Valentine, entre muitas outras, mas foi na seleção do DJ – que por sinal eu esqueci de comentar, mas era o primo do Max, fazendo um favor a ele – que eu chamei o Max pra dançar e contei a ele bem de leve, no ouvido dele, ele pareceu não se importar, embora tenha passado todo o resto da noite dançando só, somente e só comigo. Fiquei louquinha da silva pra saber o que ia se passar daqui pra frente, afinal, é o mais velho de todos os clichês se apaixonar pelo melhor amigo, ou ele se apaixonar por você, mesmo assim – AI! AI! AI! Eu acho que vou desmaiar antes de continuar escrevendo!


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Notas finais do capítulo

"Sei sei, eu comento demais, antes e depois os meus capitulos, mas me perdoem gente, não é todo dia que você solta assim tudo que pensa e pensou, e eu gosto de explicar absolutamente TUDO que eu falo e penso, então calminha com meus comentarios, vou tentar segurar mais eles daqui pra frente, mas não garanto nada!"



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