Please Dont Go escrita por MandyLi


Capítulo 26
Medo




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SeungHyun terminou de arrumar a mesa dos jurados, que por acaso seriam SeoJoo e a Sr. Choi, e então se sentou ao lado de JiYong e olhou para o palco.

- Ficou muito legal meninos! As pessoas chegam daqui a pouco, então eu vou ficar lá fora. – Os dois ouviram SeoJoo dizer e depois passos de salto alto pelo corredor de linóleo.

JiYong bufou.

- Não acredito que você vai me fazer apresentar a minha música.

- Do que você está falando? Eu não te obriguei a nada JiYong... - SeungHyun riu, JiYong o olhou fuzilando-o com os olhos.

- Ah obrigou sim. – JiYong empurrou o amigo de leve. – Ou então iria se eu não tivesse aceitado... – Murmurou e fez uma cara emburrada para o nada.

- Mas então de qualquer jeito eu não te obriguei. – SeungHyun disse franzindo a testa e esperando JiYong o responder, mas ele não o fez, nem ao menos olhava para o mais velho. Na verdade ele só queria mais atenção do que o normal. – Ei, JiYong, olha para mim...

JiYong virou o rosto para o mais velho fazendo bico, então SeungHyun percebeu que ele só estava brincando.

- Obrigou sim, você fica ai com esses sorrisos, e essas coisas, e... e... – JiYong tapou a boca com uma mão, SeungHyun sorriu. 

“Só espero que ele tenha entendido errado” pensou JiYong aflitamente.

- Ah... Então você não gosta que eu faça isso? – SeungHyun sorriu mais ainda, JiYong balançou a cabeça negativamente, mas isso era mentira, claro. – Então, presumo que você também não goste disso. – O mais velho disse chegando mais perto do menor que estranhou, então recebeu um abraço. JiYong arregalou os olhos, começara a sentir aquela sensação estranha em seu estomago, e também uma leve tontura se espalhara pelo seu corpo.

- Não... Não gosto nem um pouco... – JiYong disse meio abobadamente fechando os olhos tentando guardar aquela sensação na memória. O estranho era que SeungHyun 
sempre o abraçava, mas esse era de algum modo mais especial que os outros... Talvez fosse porque SeungHyun o provocava tanto. JiYong relutou contra os instintos de retribuir o abraço, pois tecnicamente ele não gostava daquilo, ou pelo menos tinha. Então os braços de SeungHyun foram se afrouxando em seu corpo e ele foi se afastando lentamente, JiYong quase fez um bico de tristeza.

- N... – Ele quase terminou a sentença e SeungHyun levantou uma sombrancelha.

- Foi por causa disso que eu supostamente te obriguei? – Disse ele e o menor virou a cabeça desesperadamente ao sertir a queimação em suas bochechas. – Desculpe 
JiYong, mas isso não faz sentido.

JiYong virou o rosto sentindo um pouco de raiva dessa vez, como SeungHyun conseguia ser tão tapado? Como ele nunca conseguira entender nem um simples gesto que ele mesmo fazia? Afinal a cada coisa que SeungHyun fazia ele se contradizia sempre, mas sempre.

- Faz completamente sentido. Mas você não entende porcaria nenhuma SeungHyun. – JiYong disse friamente para SeungHyun, sentiu um calafrio pelo seu corpo por usar tal tom com o amigo, mas que logo passou, pois ele sabia que estava certo, SeungHyun arregalou os olhos. – Será que você... Você... Por quê...? – JiYong não conseguiu completar nenhuma de suas frases olhando para SeungHyun, então olhou para o lado. 

- Por que você não entende nada? Hein? – Ele continuou em um tom mais baixo, sem olhar para SeungHyun.

- O que eu deveria entender? – SeungHyun perguntou no mesmo tom baixo de JiYong. – E olhe para mim, por favor. – Pediu carinhosamente, o que fez JiYong corar novamente, ele balançou a cabeça e olhou de relance para o lado, vendo a mão sozinha de SeungHyun.

“- Pode deixar... Sua mão... Pode deixar ela ai. – SeungHyun sorriu corando.”

Repentinamente ele colocou sua mão por cima da mão de SeungHyun e a apertou como se tivesse medo de perde-la, por nenhum motivo especifico, apenas tinha medo. 
Finalmente olhou para SeungHyun com um pouco de insegurança estampada em seu rosto. 

O rosto do maior era simplesmente neutro, na verdade era um rosto de confusão, mas neutro, ele também não deu sinais de que queria dizer alguma coisa. Passou pela cabeça de JiYong que o mais velho lembrara exatamente da frase que dissera a alguns dias atrás, a qual ele também estava pensando no momento, mas SeungHyun não dizia nada, parecia em transe, será que finalmente tinha entendido alguma coisa que seja?

JiYong se aproximou um pouco hesitando, e o mais velho fez o mesmo. JiYong sentiu seu coração começar a palpitar e uma sensação de calor invadir seu corpo antes mesmo de outra sensação lhe invadir o peito quando SeungHyun tocou os lábios nos seus, ele envolveu o menor com seus braços enquanto o mesmo só se deixava levar pelo beijo, desejando parar de pensar, mas infelizmente isso era completamente impossível visto uma situação como essa.

Era isso? SeungHyun o correspondia? Ele o amava? Mas e...

Pare de pensar.

E o que aconteceu com...

Não pense.

Com ela...?

JiYong fechou os olhos sem se importar com o que SeungHyun realmente estava fazendo, afinal, quem era ele contra seu subconciente que tentava o controlar constantemente e que agora atingira dimenções tão grandes que nem ele mesmo era capaz de dete-lo?

Mas o que ele não imaginara nem imaginaria era que esse beijo não era nada do que pensava... E que ela continuava lá, firme e forte, na cabeça de SeungHyun.

O que ele não sabia é que talvez o fato de SeungHyun estar o beijando no exato momento não seja exatamente porque ele estava ali... E sim por que ela estava.

Mas felizmente ele não sabia de nada disso, e tudo que passava pela sua mente agora era uma boa porção de nada misturado a algo indecifrável que se resumia em prazer, por estar sendo envolvido pelos lábios e pelos braços de SeungHyun.

Mas então de repente algo aconteceu, algo para estragar tudo que acontecia, afinal, sempre algo chega para estragar os seus melhores momentos. Mas neste momento foi o pânico que tomou conta de JiYong quando os dois ouviram um clique da porta grande e pesada do auditório se abrindo.

Então alguns passos calmos pelo corredor de carpete vermelho e macio, JiYong, em seu subconciente, se perguntava quem era, mas realmente, não estava muito interessado em saber. Até que os passos pararam.

- Tem alguém ai? JiYong? - Era a voz fina e graciosa de Dara, ai sim, foi bem nesse momento que a conciencia voltou completamente para o corpo de JiYong e ele pode se dar conta de exatamente o que acontecia, mas parecia que o mesmo não valia para SeungHyun.

O menor arregalou os olhos se deparando com os olhos proximos e fechados de SeungHyun que nem se preocupou em interromper o beijo... 
Passos.

Mentalmente JiYong pedia para SeungHyun se tocar, mas algo o impedia de simplesmente empurra-lo para longe.

Mais passos.

Ele sentiu uma incrível falta de ar generalizada tomar conta de si e então finalmente teve um motivo plausível o suficiente para empurrar SeungHyun bruscamente 
de perto de si, destruindo o que tinha se formado de tão especial ali... E o fazendo sentir uma tristeza repentina por um momento, ai ele se lembrou de quem era 
a culpa dele ter feito isso forçadamente.

- Dara? – JiYong chamou em voz alta, ainda olhando para SeungHyun que pareceu ter se tocado do mundo finalmente, seus lábios estavam avermelhados, e lhe ocorreu de que talvez a aparência de seus próprios lábios não estaria tão diferente.

- Ah, você está ai! – Dara correu até a fonte da voz na ultima fileira do auditório e sorriu para JiYong, um sorriso um tanto forçado ele pudera notar. – Cheguei a pensar que tinha sido a primeira a chegar, o que não faz muito sentido... Já que você e o SeungHyun estão arrumando isso aqui. – Ela completou notando a presença de SeungHyun ali que acenou.

- É... Ah... – JiYong murmurou ainda meio confuso pela rapidez que tudo começara, ocorrera e acabara. Triste, por ter durado tão pouco. - Mas tecnicamente você foi a primeira a chegar. – Ele falou tentando fixar o olhar em Dara, mas não conseguia parar de virar o rosto para SeungHyun o tempo todo, ele parecia pensativo em algum lugar bem longe dali.

- O que aconteceu com sua boca? – Ela perguntou curiosa franzindo a testa, JiYong arregalou os olhos. 

- Hum, ressecou, é. – Ele disse de uma vez. – Então, pretende participar ou só assistir? – JiYong mudou de assunto urgente.

- Que?

- O show de talentos.

- Ah... Vou só assistir... Mas a Bom e a Minji vão participar...

- A Bom vai fazer o que? Recitar poema? – Ele riu e ao ver a cara séria de Dara fechou o rosto e pigarreou.

- Ela diz que sabe cantar.- Dara falou e se sentou ao lado de JiYong. – Oi SeungHyun. 
Ela olhou para o lado, SeungHyun apenas moveu a mão continuando a olhar para o chão como se sua vida dependesse disso.

- O que aconteceu com ele? – Dara perguntou confusa. JiYong olhou para os lados, não iria falar a verdade, não iria falar a verdade mesmo.

- Deve estar nervoso... – JiYong disse, e essa era a verdade, mas ele não completou, felizmente pois mentir não era seu ponto forte.

-x-

Sem o conhecimento de todos que permaneciam no auditório, uma garota passara pela porta de vidro do estacionamento,dona de traços finos e perversos, com longos cabelos pretos e lisos que balançavam graciosamente a cada passo que dava. 

Ela pisou no corredor branco e parou antes de avançar. Um segundo depois ouviu seu toque de celular indicando que uma amiga ligava, abriu a bolsa branca grande e tomou o pequeno aparelho rosa em suas mãos.

- Luna? – Disse ela meigamente. – Acabei de chegar aqui, obrigada pelo convite. – Ela agradeceu, então fechou o rosto. – Você fez o que pedi? 
O silencio se fez por um tempo e a garota abriu um sorriso perverso.

- Claro que não sua bobinha, pode ficar tranqüila... Você vai... Demorar? – Perguntou com um tom um pouco ameaçador, pois ela sabia que sua mascara já havia caído para suas amigas há muito tempo, e que já poderia usar seu pequeno dom quando quisesse. 

- Só vou brincar um pouquinho... Até Luninha. – Nunca se poderia desperdiçar um dom como esse, não é mesmo? Ela fechou o celular com um clique e o colocou cuidadosamente dentro da bolsa a jogando para o lado, então andou até a porta e ficou espionando quem chegava.

Avistou sua presa, ele nem ao menos imaginava que era sua vítima... ou seria um privilegiado? 

Sorriu, desde que havia decidido que iria o provocar, ele se tornou sua vítima, mas o posto de vítima jamais deixou de ser apenas dele, TaeYang .

Ela se encostou à parede e a porta de vidro se abriu e o garoto de tranças passou pela porta, provocando nela um incrível sorriso que era estranhamente medonho, 
ela continuou parada ali, mas TaeYang pareceu ignorá-la, ou talvez nem vira a garota. Irritada ela andou até ele e o abraçou por trás.

- Oi bebê, sentiu minha falta? – Ela sussurrou. 

- Me solte Krystal. – TaeYang suspirou tentando tirar as mãos de Krystal de seu tórax, mas ela se recusava a soltar, ele não queria que ela soltasse mesmo...

- Ah... Por quê? Ainda dá tempo de brincar um pouquinho... – Krystal disse maliciosa passando a mão pelo abdome definido do garoto, que não a impediu querendo mostrar resistência... tolice! Desde quando ele tinha resistência?

- Não estou com paciência para suas “brincadeiras” Krystal. – Ele pegou os braços da garota com força e a afastou de perto de si, então se virou para olhar para ela. – Afinal, você já “brincou” demais comigo. 

- Não fale assim comigo! – Krystal choramingou e tentou tocar no rosto de TaeYang, mas ele segurou o braço dela antes de que pudesse fazê-lo. Sem notar estava usando mais força do que poderia em um braço de uma garota visivelmente mais frágil... No modo externo, claro. Krystal gemeu de dor.

- Você está me machucando caso não tenha notado. – Disse de modo seco. TaeYang arregalou os olhos notando a força que usava,soltou o braço da garota quase que imediatamente. Krystal afastou a mão e massageou o pulso.

- Desculpe. – Ele murmurou e provocou em Krystal mais um de seus sorrisos perversos.

- Viu... Como você se importa? – Ela sussurrou olhando para os lados. – Como você continua se importando comigo, depois tudo? – Completou e sorriu vendo TaeYang corar levemente com seu passo em falso.

- Não vou mentir que não me importo Krystal. Mas isso já não é nenhuma prioridade minha. Não preciso me preocupar com você. Quem está vindo até mim é você. Não tenho a mínima vontade de te procurar como eu nunca fiz... – Ele retrucou na defensiva, enquanto Krystal continuava imóvel em seu lugar, apenas escutando... Tolices.

- Será? – Ela sorriu, e andou rodeando-o lentamente. – Será mesmo? Você tem certeza que não está se enganando Tae? Tem certeza que tudo que você me disse agora são palavras vazias? Tem certeza de que... – Ela parou e colocou uma mão no ombro do garoto. - “Eu te amo” não significou... Nada? – Krystal cravou suas unhas consideravelmente longas no ombro de TaeYang, ele tentou não demonstrar dor. Mas claramente, podiam ser vistas pequenas gotas de sangue brotarem e mancharem sua blusa branca. Então Krystal desfez o aperto e acariciou o local. TaeYang permaneceu imóvel.

Atingira seu ponto fraco.

- Você só está tentando me provocar... – TaeYang murmurou.

- E você está deixando. Você sempre deixa. – Riu, irônica. 

Sim, ele deixava. Na verdade tudo que o consumia agora era uma vontade de que Krystal fizesse o que ela queria logo, pois o “eu te amo” afinal significava sim alguma coisa, significoualguma coisa. 

- Por que você está fazendo isso Krystal? – Ele perguntou triste. Krystal beijou seu pescoço, e logo depois o ombro que ela mesma fizera sangrar.

- Porque, eu te amo. – Ela pronunciou com um tom malicioso, o que deixava claro ser um grande blefe, uma mentira, uma das mentiras, das varias que ela havia contado. Mas TaeYang não deu atenção, ele ainda mantinha dentro de si a vontade de acreditar nessas palavras. – Minha garota... Lembra-se disso querido? – Ela sussurrou sorrindo e o beijou novamente. Pode sentir o calor dos lábios de TaeYang, que agora retornavam a sua dona, sua única dona. 

Krystal colocou o rosto do garoto entre suas mãos, e continuou a beijá-lo, vendo que ele a correspondia com relutância. Ela apertou suas unhas no rosto do mesmo, mas um pouco mais suavemente do que fizera em seu ombro, e se afastou um pouco do rosto do garoto, causando-lhe uma espécie de desejo involuntário de te-la.

- Diga que me ama também Tae. Diga. – Ela sussurrou, mas TaeYang se manteve quieto. Ela aumentou a força usada em suas mãos. – Diga. 
Então ele se afastou bruscamente da menina, se livrando de seus hipnotizantes lábios, seu rosto impecável e suas mãos, que mais lhe causavam dor do que conforto.

- Você quer ouvir? Eu te amo Krystal, nunca deixei de te amar. Satisfeita? – Ele quase gritou, Krystal só não o deixara louco por muito pouco...

- Vê? – Krystal falou vitoriosa, e então algo que a pegou de surpresa. De súbito, TaeYang empurrou até a parede do corredor e a beijou vorazmente. Se pudesse, teria sorrido de novo, mas só o fato de TaeYang não ter conseguido vencer sua mente, já fazia isso involuntariamente.

-x-

O relógio beirava as 5:00 e a professora de coreano com um sorriso que ia de uma orelha a outra subia no palco do grande auditório, agora lotado de pessoas, que faziam um barulho que junto à microfonia irritante emitida pelas caixas de som se tornava algo insuportável para quem optase a ficar em silencio 

Dara olhou para a amiga ruiva do lado, que tinha uma expressão um tanto curiosa, ela olhava para os lados constantemente como se estivesse com algum tipo de toc, mas ao mesmo tempo ela tentava manter um sorriso para a professora que continuava com uma expressão impaciente no palco. Dara riu nervosa e disse:

- Bom... Calma... A Krystal está lá do outro lado do auditório.

- E POR QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ ME FALANDO ISSO? E-EU EU... – Bom pigarreou. – Eu não estou com med... Não ligo para ela. – Corrigiu-se e se ageitou em sua poltrona vermelha.

- Sei lá, aquela menina tem cara de piscopata, e eu a ouvi falando com você agora... – Dara disse lembrando-se de Krystal e sua mudança de personalidade impressionantemente convincente. – Afinal, o que você vai cantar?

- Beatles. – Bom disse nervosa mechendo batendo as unhas no plástico da poltrona, Dara continuou a fitando com uma expressão de ponto de interrogação. – Here Comes The Sun. – Ela completou e começou a bater mais rápido ainda na cadeira deixando Dara e mais umas 10 pessoas sentadas naquela fileira um pouco desconfortáveis com o barulho. Um pouco não. Muito.

- Será que você não tem nenhum outro jeito de passar o nervosismo sem agoniar ninguém? – Dara disse entre dentes levantando o braço da poltrona, onde Bom tanto batia as unhas. 

- Não. – Ela continuou olhando de testa franzida para a professora.

- Então eu vou sair daqui antes que eu e a fileira inteira tenhamos um ataque de nervos. – Dara se levantou e saiu andando esperando que Bom a impedisse, mas surpreendentemente ela não o fez. Dara não teve escolha e saiu andando no vácuo barulhento que era aquele local no momento. Ela andou até a fileira do lado procurando não se afastar tanto de Bom, afinal tanto nervosismo causava certa preocupação, então se sentou na poltrona.

Deitou a cabeça e olhou para o teto, mergulhando em pensamentos que faziam com que todo o barulho parecesse apenas um zumbido que apenas estava presente em sua mente para ocupar espaço e nada mais. Respirou fundo, notando finalmente que sua vida não estava tão ruim como ela pensava que estava, que na verdade tudo isso que ela passava no momento eram nada mais do que preocupações.

Mas infelizmente preocupações que doíam muito. E de uma forma estranha e nova.

“– Eu... Eu... Eu te amo Dara...”

Essas eram as palavras que não paravam de se repetir e repetir mais reais do que nunca em seu subconciente. E ela dessa vez deixou que sua vontade de lembrar de 
todos o amor que JiYong lhe dera durante esse pequeno espaço de tempo em sua vida a dominassem, por pelo menos um minuto, se SeoJoo deixasse.

- Não sinto muita firmeza nesse “eu te amo” – Riu uma garota ao seu lado, a qual a voz era bem familiar.
Dara pulou de susto, e de repente, todo o barulho do auditório sumira, ela se levantou também não se via nenhuma pessoa. 

Olhou para os lados procurando quem dissera tal coisa, que parecia ter lido seus pensamentos. Mas não via ninguém, absolutamente ninguém, o que acontecera com as pessoas? Dara bateu na própria cabeça, tinha plena certeza de que o auditório estava barulhento e cheio de pessoas há pouco tempo. 

Aquele era apenas um salão de longa extenção, cheio de poltronas vermelhas e um palco, vazio. E iluminado de uma luz amarelada, como sempre fora. Preenchido de vazio, e um estranho zumbido...

- Oi? – Dara falou e ouviu um eco. Sua respiração começou a ficar irregular. – Alguém?
Ela andou e parou no corredor. Apenas sentindo o eco de sua voz se misturar a um pânico sobrenatural, mas da onde isso tudo vinha? De onde esse medo vinha? 
Obviamente, um cômodo se tornar vazio de um segundo para o outro não é lá muito normal... Por que o desejo de tantos era um motivo de medo? Não era ela mesma que desejava ter um momento para si?

- Eu sirvo? – A voz que rira antes estava ali de novo. Bem as suas costas. Dara se virou.
Era uma garota de cabelos louros que pareciam cintilar na luz amarelada do local, com um rosto pálido, e uma expressão... Uma expressão que nunca estivera na quele rosto antes... Uma expressão que invadia aquele rosto, e que lhe causava medo, medo de sua própria amiga, que mal tinha haver com a história. Ou será que tinha?

- Ch-Chaerin? – Dara gaguejou olhando para a amiga a sua frente. – É você? – Ela fitou Chaerin, que abriu um sorrisinho, mas não falou nada.

- Não posso dizer que sou a Chaerin... Mas também não posso dizer que não sou... – Ela murmurou com um tom de voz diferente... Maduro... Malicioso... Perverso... A loura se aproximou do rosto de Dara. – Quem você acha que eu sou? – Sussurrou.

- O que você está fazendo aqui? – Dara apenas perguntou com urgência, dando um passo torto para trás. Um de cada vez. Sem pânico. 

- Você está suando. Medo? – Chaerin riu. – É, normalmente é isso que acontece.

Dara se manteve calada. Por algum motivo, a figura de sua amiga não estava a fazendo bem, por quê?

- Você não é a Chaerin. – Ela disse olhando a garota de cima a baixo.

- Sou. E não sou. Mas pode ter certeza, que sei, sei muito bem... O que você está passando, e o que você está fazendo seus amigos passarem... O que você me faz passar... – Chaerin murmurou sua ultima frase, e olhou para Dara com desprezo. Ela se posicionou ao lado de Dara, e segurou sua mão gelada, a ruiva se recusou a olhar para o lado, e por algum instinto, apertou a mão de Chaerin. Ou quem quer que fosse.

- Você realmente acredita que ele te ama? – A outra Chaerin perguntou, com um tom de ironia na voz.

- Eu não sei... Eu... Ele disse... Ele... 

- Não minta para si mesma Sandara. – Riu. E Dara suspirou.

- Não. Não acredito. – Ela murmurou triste. 

- E tem razão... Mas acho engraçado, muito engraçado você não ter notado isso antes, você é muito bobinha Sandara. Tudo bem... Você ser enganada pelo seu amiguinho, mas você não faz só isso... Você ainda consegue me fazer sofer alem de tudo. – A loura terminou sua frase, com raiva, uma raiva constante e intensa em sua expressão e em sua voz, e então apertou a mão de Dara ainda mais, causando-lhe dor, mas a dor parecia insensificada em relação a força que a outra Chaerin fazia. Parecia bem maior do que seria normalmente.

Dara levantou sua mão desfazendo o aperto que a “amiga” fazia e a olhou aterrorizada, ela estava vermelha, vermelha como sangue, e levou algum tempo para ela perceber que na verdade ela estava mesmo sangrando, por todos os lados, mas não se via corte, machucado nenhum, ela apenas sangrava como se cortes invisíveis tivessem se formado ali. . Dara olhou para Chaerin com medo estampado em si, indiferente, ela só sorriu.

- Por que eu faria você sofrer? – Dara disse e sua mão doeu, doeu mais ainda, e gotas do liquido vermelho escuro começaram a pingar no chão de carpete também vermelho.

- Não finja que não sabe. Você mesma descobriu. Você continua mentindo, pare de mentir. – Chaerin disse impaciente ignorando a dor no rosto de Dara.

- Você me ama. Eu sei. Eu sei. Mas a culpa não é minha, eu não fiz nada! – Ela tentou argumentar, mas a cada palavra que dizia sua hemorragia aumentava e quando viu não sentia mais seu braço.

- PARE DE MENTIR! – Chaerin gritou. – Você age como se fosse uma vitima! Você age como se fosse à única pessoa no mundo que sofre! MENTIRAS! Você não é ninguém! Você me trata como se eu fosse ninguém também, a verdade é que estamos todas no mesmo barco, não é? Você tem que parar de fingir que JiYong te ama, tem que abrir os olhos, por que no fundo, você sabe que isso é mentira, você sabe que outra pessoa já ocupa o coração dele. E você sabe que você mesma ocupa o coração de varias! MAS MESMO ASSIM, VOCÊ NÃO LIGA!

- QUEM É VOCÊ? Eu não tenho poder nenhum de saber quem eu faço sofrer ou não! 

A dor se alastrou por seu corpo.

- Você recebe sinais o tempo todo, mas ignora. Você vive na sua bolhinha de sofrimento e flores. 

- Eu o amo... Não consigo pensar em outra coisa. – Dara admitiu triste, e seu sangramento parou a dor parou. – Chaerin, você diz que eu minto para mim mesma, mas você também mente, não acha? Desculpe-me por fazer você sofrer... Por fazer qualquer coisa que eu faça, eu não sei de mais nada que possa estar fazendo. 
Chaerin sorriu satisfeita. 

- Não minta.

E de repente, Dara se viu em sua confortável poltrona de novo, o zumbido que enchia seus pensamentos intensos se transformou de novo naquele barulho de microfone e pessoas conversando, e as pessoas voltaram. A sala estava escura novamente. Ela olhou para o palco e no momento que o fez SeoJoo gritou:

- SILENCIO! OMO! SILENCIO! - Ela gritou tão alto que acabou causando uma microfonia tão alta que foi o suficiente para fazer a sala toda se calar. Dando batidinhas no microfone, SeoJoo retornou a falar. – E com um grande prazer que eu apresento o primeiro concurso de talentos da nossa escola, para comemorar a peça que está por vir, lembrando que amanhã temos ensaio geral, apresento agora nossa primeira candidata... Park Bom!

Dara não conteve um sorriso e olhou para o lado, Bom levantou-se e andou até o palco, tremendo um pouco. 

Então ela finalmente se tocou, aquilo fora um sonho? Estranho... Pois parecera real, muito real, e ela não tinha nenhum vestigio de que tinha dormido. Do canto do olhou viu alguém ofegante sentar-se ao seu lado. Virou o rosto, Minji.

- Oi! – Minji disse retomando o fôlego. – Demorei... Estava arrumando algumas coisas... E... É a Bom no palco? – Ela estranhou.

- É, ela vai cantar. O que estava arrumando?

- Você vai ver. – Minji disse meigamente, e mostrou um casaco, vermelho, parecia de couro.
Antes de Dara pensar em perguntar qualquer coisa, uma voz suave, bonita, um tanto grossa, mas não exageradamente, invadiu seus ouvidos, e os de toda a platéia. 
Impressionada, ela olhou para o palco, vendo Bom, com os olhos fechados, cantando.

Here comes the sun

Here comes the sun

And I say

It's all right


Cada som que Bom emitia, parecia uma dose de um tranquilisante, Dara pensou, e continuou sem acreditar que a amiga nunca tinha lhe mostrado que sabia cantar tão bem.

Ela olhou para Minji, que tinha os olhos vidrados, prestando atenção na música. 

Não existiam palavras para se descrever o que Dara sentia no momento, surpresa? Sim, e também uma vontade de esganar Bom por não ter cantado antes. Mas tudo 
isso era minimizado, pois parecia que a ruiva tinha algum talento natural para cativar quem ouvisse sua voz, parecia hipinotizante.

It's all right... Bom manteve uma nota alta por algum momento, e parou de cantar, abriu os olhos, e esperou o instrumental da musica se acabar, para ser 
atingida por um mar de aplausos. 

- Obrigada. – Ela agradeceu e desceu do palco, recebendo um abraço da professora antes. Ao invez de se sentar em sua cadeira, foi até Dara e se sentou ao lado de Minji.

- Como você nunca disse que sabia cantar? Sua idiota! – Dara fingiu bater na amiga, Bom sorriu.

- Eu tenho meus segredos. – Disse misteriosa.

- Parabens Bom! – Minji disse sorrindo. E Bom sorriu também. As três olharam para o palco.

- Meus parabens para Park Bom. Agora, vamos a próxima candidata... – SeoJoo pegou sua prancheta e olhou o nome. – Gong MinJi.
Dara olhou para o lado onde o sorriso se irradiou no rosto tímido de Minji, ela se levantou e foi quase correndo até o palco, onde colocou uma jaqueta vermelha com traços pretos e se posicionou de costas para o publico.

Dara olhou para a jaqueta, já tinha visto... Já tinha visto aquela jaqueta em algum lugar... Onde... Então arregalou os olhos, quando a musica começou, se lembrou imediatamente de onde conhecia a jaqueta.

Barulhos de passos, e trovões eram ouvidos, até que batidas começaram, e o instrumental famoso no mundo inteiro, o instrumental de... Thriller?

Dara ouviu Bom começar a rir baixinho. Mas que diabos aquela menina iria fazer no palco? Pensou. E descobriu até rápido demais.

Minji se virou em um passo, e fez movimentos coreografados, de acordo com as batidas da musica, o que claramente mostrava que ela já havia ensaiado aquilo varias vezes... Mas não parecia nada demais, até que o refrão começou e seus passos começaram a ficar mais intensos e até sensuais demais para uma pessoa de apenas 15 anos.

As risadas de Bom pararam assim que Minji se jogou no chão, ainda dançando. Sua paixão por dança era mostrada a cada passo que fazia. 

E ela tinha talento. Ah, tinha.

Bom, Dara, e todos, assistiram a performance perfeita de Minji até o final onde ela fez uma abertura e a musica acabou. Antes, apenas SeoJoo aplaudiu, enquanto a platéia ficava em silencio, e o barulho de mais de 20 queixos caindo ao mesmo tempo foi ouvido. Então aplausos, ainda mais fortes do que o se ouvira para Bom. 

- Obrigada. E obrigada a Dara unnie que me chamou. – MinJi disse timidamente até demais no microfone e saiu do palco sorrindo e voltando ao seu local de origem 
onde Dara e Bom a olhavam embasbacadas.

- Onde e quando você aprendeu a fazer isso? – Dara perguntou franzindo a testa. MinJi sorriu.

- Eu danço desde que tenho 11 anos. – Ela respondeu tímida. 

- Você sabe que só tem 15 anos não é? – Bom fingiu brigar com a menina que aparentemente acreditou. – Estou brincando, você foi ótima! 

- Obrigada. – Minji disse baixinho e se sentou ao lado de Dara novamente, dando tempo para apenas as três ouvirem SeoJoo anunciar:

"Kwon JiYong e Choi SeungHyun" 


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